A jogada
foi simbólica, com vários passes precisos e dribles curtos. Pelé recebeu na
entrada da área e, sem olhar, rolou a bola para o lado. Carlos Alberto apareceu
na corrida e encheu o pé: Brasil 4 x 1 Itália. Foi dele o último gol em uma
competição que sintetizou a qualidade do futebol brasileiro. Ao marcar esse
quarto gol na final de 1970, o Capitão do Tri também pôs o ponto final numa era
de ouro do nosso futebol. O próprio lateral-direito levantou a taça de campeão
e trouxe a Jules Rimet em definitivo para o Brasil. A imagem de Carlos Alberto
chutando e levantando a taça jamais será apagada de nossa memória. Também participou da Copa do Mundo de 1974.
Ainda
menino, Carlos Alberto Torres já demonstrava sua personalidade forte. Depois de
faltar ao trabalho para tentar uma oportunidade no juvenil do Fluminense, seu
pai aplicou-lhe uma inesquecível surra. Torres apanhou calado e mais tarde,
encarando o pai, disse: “Não adianta o senhor me bater. Quero ser jogador de
futebol”.
Elegante,
técnico e de forte personalidade, Carlos Alberto tinha passadas largas e fôlego para atacar e defender com a mesma desenvoltura, coisa raríssima em sua época. Ele é considerado um dos mais completos
laterais pelo lado direito que o Brasil já teve. Além das qualidades físicas e técnicas, era um líder nato. Com apenas 17 anos, em 1962, recebeu do
treinador Zezé Moreira sua primeira oportunidade para atuar no time principal
do Fluminense, onde jogou de 1962 a 1965 e uma breve passagem em 1976 (campeão
carioca em 1964 e 1976).
Três anos
depois estava no Santos de Pelé, acumulando títulos, de 1965 a 1970, 1972 a
1975 (campeão paulista em 1965, 1967//68/69 e 1973, campeão da Taça Brasil em 1965
e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1968). Passou pelo Botafogo em 1971 e pelo
Flamengo em 1977. Ainda corria o ano de 77 quando Carlos Alberto foi jogar nos
Estados Unidos, pelo Cosmos, de 1977 a 1980 e 1982, ano em que encerrou a
carreira, e pelo Newport Beach, em 1981. Foi campeão norte-americano em 1978,
1980 e 1982.
Em 1983
iniciou a carreira de técnico e em seu primeiro trabalho na nova função, foi
campeão brasileiro do mesmo ano, dirigindo o Flamengo. Pelo Fluminense foi campeão carioca em 1984 e conquistou a Copa Conmebol, em 1993, comandando o Botafogo. Foi técnico de diversos times aqui do Brasil e
do exterior, até 2005, quando se afastou definitivamente dos gramados.
Carlos
Alberto Torres nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de julho de 1944, e nos deixou em 25 de outubro de 2016, aos 72 anos, após sofrer um infarto fulminante em sua residência,
no Rio.
Números
da carreira:
Fluminense – 165 jogos e 19 gols
Santos – 445 jogos e 40 gols
Botafogo – 22 jogos
Flamengo – 20 jogos
Cosmos – 100 jogos e 6 gols
Newport Beach – 19 jogos e 2 gols
Seleção Brasileira – 69 jogos e 9 gols, sendo
54 oficiais e 8 gols
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