Elba de Pádua Lima, mais conhecido
como Tim, nasceu na cidade paulista de Rifaina, em 20 de fevereiro de 1916. Meia-atacante extremamente hábil, inteligente, ótima
colocação em campo, driblador notável, passes imprevisíveis e eficiente
goleador. Marcou época defendendo o Tricolor das Laranjeiras. É considerado um dos maiores jogadores da história do
Fluminense, tendo conquistado no clube das Laranjeiras seus mais importantes
títulos: campeão carioca em 1936/37/38/40/41. Mais que um simples jogador, Tim
foi referência nas décadas de 30 e 40 da magia do drible seco, que era sua arma
preferida.
Começou a sua carreira no
Botafogo, de Ribeirão Preto, onde jogou em três oportunidades, passando por
Corinthians – apenas um jogo, Portuguesa Santista, Fluminense – 226 jogos e 71
gols, São Paulo – 14 jogos e 6 gols, Nacional (SP), Botafogo (RJ), Olaria e
Junior de Barranquilla, na Colômbia, onde encerrou a carreira de jogador e
iniciou a de técnico, em 1951.
Foi campeão carioca em 1964, pelo Fluminense, e em 1970, pelo Vasco, quando acabou com o jejum de doze anos sem títulos do time de São Januário. Treinou diversos times brasileiros ao longo de sua carreira. Ele é reconhecidamente um dos maiores estrategistas do futebol brasileiro. De drible em drible, Tim aprendeu o que, como técnico, viria a ensinar: que o bom é jogar pra frente, que nada substitui a consciência profissional. O gol se faz atacando. Quem se amarra atrás, no máximo empata de 0 a 0, quando não perde de um ou mais. Quem não procura o gol, leva.
Tim disputou duas Copas do Mundo. A primeira em 1938
como jogador, quando o Brasil chegou à terceira colocação. A segunda como
técnico da Seleção Peruana em 1982, na Espanha. Em 1942, como titular da
Seleção Brasileira, disputou o Sul-Americano na Argentina. Suas atuações
brilhantes, no domínio da bola e na liderança do time brasileiro, valeram-no o
título recebido da imprensa argentina de El Peón. Pela Seleção atuou em 16
jogos – todos oficiais – e marcou 1 gol.
Morreu aos 68 anos, em 7 de julho de 1984, dois anos após a campanha
histórica com a Seleção Peruana nas Eliminatórias da Copa de 1982.
Vale esse registro: a cena aconteceu durante uma peneira. Tentando
conquistar a confiança do treinador através da disciplina, um dos testados
afirmou que “não bebe, não fuma e não vai para a farra”. Acaba retrucado: “Pois
aqui você vai aprender a fazer tudo isso”. Este era o espírito de Elba de Pádua
Lima, o Tim. Um personagem singular do futebol brasileiro, tanto pela visão de jogo primorosa quanto
pela boleiragem que corria em suas veias. Jogador e técnico lendário que merece
ser muito mais lembrado.
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