sexta-feira, 10 de maio de 2019

ELBA DE PÁDUA LIMA (TIM): O ESTRATEGISTA



Elba de Pádua Lima, mais conhecido como Tim, nasceu na cidade paulista de Rifaina, em 20 de fevereiro de 1916. Meia-atacante extremamente hábil, inteligente, ótima colocação em campo, driblador notável, passes imprevisíveis e eficiente goleador. Marcou época defendendo o Tricolor das Laranjeiras. É considerado um dos maiores jogadores da história do Fluminense, tendo conquistado no clube das Laranjeiras seus mais importantes títulos: campeão carioca em 1936/37/38/40/41. Mais que um simples jogador, Tim foi referência nas décadas de 30 e 40 da magia do drible seco, que era sua arma preferida. 

Começou a sua carreira no Botafogo, de Ribeirão Preto, onde jogou em três oportunidades, passando por Corinthians – apenas um jogo, Portuguesa Santista, Fluminense – 226 jogos e 71 gols, São Paulo – 14 jogos e 6 gols, Nacional (SP), Botafogo (RJ), Olaria e Junior de Barranquilla, na Colômbia, onde encerrou a carreira de jogador e iniciou a de técnico, em 1951.

Foi campeão carioca em 1964, pelo Fluminense, e em 1970, pelo Vasco, quando acabou com o jejum de doze anos sem títulos do time de São Januário. Treinou diversos times brasileiros ao longo de sua carreira. 
Ele é reconhecidamente um dos maiores estrategistas do futebol brasileiro. De drible em drible, Tim aprendeu o que, como técnico, viria a ensinar: que o bom é jogar pra frente, que nada substitui a consciência profissional. O gol se faz atacando. Quem se amarra atrás, no máximo empata de 0 a 0, quando não perde de um ou mais. Quem não procura o gol, leva.

Tim disputou duas Copas do Mundo. A primeira em 1938 como jogador, quando o Brasil chegou à terceira colocação. A segunda como técnico da Seleção Peruana em 1982, na Espanha. Em 1942, como titular da Seleção Brasileira, disputou o Sul-Americano na Argentina. Suas atuações brilhantes, no domínio da bola e na liderança do time brasileiro, valeram-no o título recebido da imprensa argentina de El Peón. Pela Seleção atuou em 16 jogos – todos oficiais – e marcou 1 gol.

Morreu aos 68 anos, em 7 de julho de 1984, dois anos após a campanha histórica com a Seleção Peruana nas Eliminatórias da Copa de 1982.

Vale esse registro: a cena aconteceu durante uma peneira. Tentando conquistar a confiança do treinador através da disciplina, um dos testados afirmou que “não bebe, não fuma e não vai para a farra”. Acaba retrucado: “Pois aqui você vai aprender a fazer tudo isso”. Este era o espírito de Elba de Pádua Lima, o Tim. Um personagem singular do futebol brasileiro, tanto pela visão de jogo primorosa quanto pela boleiragem que corria em suas veias. Jogador e técnico lendário que merece ser muito mais lembrado.



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