DANILO
Faria ALVIM nasceu no Rio de Janeiro, em 03 de dezembro de 1920. Volante de
ótima técnica, hábil, clássico, é considerado um dos maiores jogadores na sua
posição. Era carinhosamente chamado de “Príncipe” pelo seu estilo refinado de
jogo. Foi um exemplo de determinação e perseverança, pois aos 19 anos, quebrou
as duas pernas após ter sido atropelado. Corria o mês de janeiro de 1941 e o
boletim médico de uma das enfermarias do Pronto Socorro – atualmente Souza
Aguiar, no centro – informava que o paciente Danilo, de 19 anos, jogador do
América, havia sofrido fratura nas duas pernas, sendo que na direita com a tíbia exposta. Danilo
saltara de um ônibus na Praça da Bandeira e, ao tentar pegar um bonde em
movimento, foi atropelado por um automóvel. Ficou 18 meses imobilizado, mas
conseguiu mediante muita luta retornar aos gramados, e manter o bom futebol,
recebendo o apelido de “Príncipe”. A partir do 2º semestre de 1942 iniciou a
recuperação muscular.
Antes
de chegar a São Januário, Danilo Alvim jogou no Canto do Rio, em 1943, por
empréstimo, dispensado por Gentil Cardoso, que logo percebeu a mancada e o
levou de volta ao América. O craque chegou ao Vasco em 1946, pelas mãos do
técnico uruguaio Ondino Vieira, que foi buscá-lo pessoalmente em Campos Sales,
por 90 contos de luvas e 2 contos mensais. Sua estreia aconteceu contra o
próprio América, deu um show de bola e o Vasco venceu por 4 x 0. Foi um dos
principais jogadores do “Expresso da Vitória”, lendário time do Vasco que
brilhou a partir da metade da década de 40 até o início dos anos 50. Formou uma
grande linha média ao lado de Eli do Amparo e Jorge. Conquistou os títulos do
carioca de 1947, 1949/50 e 1952, e do Sul-Americano de Clubes Campeões de 1948, no
Chile. Jogou no Vasco até 1953 - com 307 jogos e 11 gols marcados - e com a carreira já em declínio, defendeu o
Botafogo e o Uberaba (MG), onde encerrou a carreira em 1956.
Na
Seleção foi titular na Copa do Mundo de 1950. Ao lado de Zizinho, foi um dos
raros a escapar das críticas após o fatídico dia 16 de julho, no Maracanã. Seu
único título pelo Brasil foi o Sul-Americano de 1949. Atuou em 27 jogos, sendo 25 oficiais e 2 gols.
Depois
de pendurar as chuteiras, virou técnico e conseguiu a proeza de comandar a
Bolívia em seu único título, o Campeonato Sul-Americano de 1963. Dirigiu dezenove times até encerrar a carreira, em 1984, no Flamengo do Piauí.
Infelizmente,
morreu pobre e esquecido, vítima de pneumonia, aos 75 anos, morando em um
asilo, no Rio de Janeiro, em 16 de maio de 1996.
Na seção "Onde Anda" da Revista Placar edição nº 995, de 14 de julho de 1989, Danilo Alvim já convivia com seus problemas. A seguir transcrevo alguns relatos:
Hoje, aos 67 anos, amarga a solidão de um homem doente. O pequeno apartamento de quarto e sala no centro do Rio de Janeiro abriga o aposentado Danilo e o filho Carlos Antônio, 30 anos. "Não espero mais nada da vida. Apenas a morte", diz, conformado com o tumor que o ataca. Só o amigo de muitos anos Ademir Menezes se preocupa com a situação. "Já estou preparado para o pior", desespera-se. "Ele vai morrer na miséria como muitos outros".
A morte da mulher Zelinda, há três anos, piorou ainda mais a saúde de Danilo. "Só queria ter uma morte tranquila", admite. "Acabar a vida na miséria, dependendo de um salário de fome do governo, é muito triste."
Danilo Alvim fo técnico do São Bento de Marília, no Paulista da Segunda Divisão de 1959. Lá comandou uma legião de jogadores cariocas entre eles Zizinho e Leônidas da Selva
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