Manuel Augusto FLEITAS SOLICH nasceu no Paraguai, em 30 de dezembro de 1900. Meia de origem que atuou no Nacional (campeão paraguaio
em 1924 e 1926) e no Boca Juniors, onde foi campeão argentino de 1927. Neste
mesmo ano sofreu uma lesão muito grave que comprometeu sua carreira. Jogou 99
partidas e marcou 15 gols pelo time argentino.
Foi jogador e técnico da
Seleção paraguaia por muitos anos. Dirigiu a Seleção do Paraguai na Copa do
Mundo de 1950. Depois de ganhar a Copa América pelo Paraguai em 1953, em cima
do Brasil, veio dirigir o Flamengo e conquistou o tricampeonato carioca em
1953/54/55. Trabalhou ainda no Bahia, Palmeiras, Corinthians, Atlético Mineiro
e Fluminense. Na Europa, dirigiu o Real Madrid na temporada 1959/60. Também foi
treinador da Seleção Peruana e dos clubes argentinos Newell’s Old Boys e
Quilmes. No Paraguai dirigiu o Libertad e Nacional.
Chamado de “Feiticeiro”
esteve no Brasil pela primeira vez em 1922, como jogador da Seleção Paraguaia
que seria vice-campeã sul-americana. Retornou para trabalhar em abril de 1953,
quando assumiu o Flamengo e se tornou um ídolo para o torcedor rubro-negro.
Seu êxito no comando do
Paraguai levou o Flamengo a contratá-lo como técnico. Aos poucos implantou sua
maneira de trabalhar e logo conquistou a confiança dos jogadores. Pendurava
camisas nas traves e mandava os atacantes acertá-las em chutes de longa
distância. Usava também caixotes, onde as bolas deveriam entrar. Outra de suas
manhas era colocar várias cadeiras ao longo do campo, obrigando os jogadores a
correr entre elas com a bola sempre junto dos pés, para apurar a técnica. Na
tática, substitui o antigo sistema WM (basicamente, dois zagueiros, três médios
e cinco atacantes, com os meias voltando) pelo 4-2-4.
Com o seu estilo de jogo
cada vez mais aperfeiçoado pelo grupo, Solich partiu para o lançamento de novos
jogadores. Entre outros, promoveu Zagallo, Dida (maior artilheiro do Flamengo
até o surgimento de Zico), Evaristo de Macedo, Moacir e o pequeno
ponta-esquerda Babá. Após trabalhar em outros clubes (e no próprio Flamengo em
outras duas oportunidades), retornou ao time da Gávea em 1971 – uma breve
passagem de um treinador em fim de carreira – e foi o responsável por escalar
pela primeira vez como titular um atacante franzino chamado Zico. É o segundo
treinador que mais vezes comandou o Flamengo, em 527 jogos, perdendo apenas
para Flávio Costa, com 777 partidas no currículo.
Morreu vitimado por um
câncer, aos 83 anos, no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1984, onde foi
enterrado.
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