quarta-feira, 24 de março de 2021

FLEITAS SOLICH: O FEITICEIRO

 




Manuel Augusto FLEITAS SOLICH nasceu no Paraguai, em 30 de dezembro de 1900. Meia de origem que atuou no Nacional (campeão paraguaio em 1924 e 1926) e no Boca Juniors, onde foi campeão argentino de 1927. Neste mesmo ano sofreu uma lesão muito grave que comprometeu sua carreira. Jogou 99 partidas e marcou 15 gols pelo time argentino.

 

Foi jogador e técnico da Seleção paraguaia por muitos anos. Dirigiu a Seleção do Paraguai na Copa do Mundo de 1950. Depois de ganhar a Copa América pelo Paraguai em 1953, em cima do Brasil, veio dirigir o Flamengo e conquistou o tricampeonato carioca em 1953/54/55. Trabalhou ainda no Bahia, Palmeiras, Corinthians, Atlético Mineiro e Fluminense. Na Europa, dirigiu o Real Madrid na temporada 1959/60. Também foi treinador da Seleção Peruana e dos clubes argentinos Newell’s Old Boys e Quilmes. No Paraguai dirigiu o Libertad e Nacional.

 

Chamado de “Feiticeiro” esteve no Brasil pela primeira vez em 1922, como jogador da Seleção Paraguaia que seria vice-campeã sul-americana. Retornou para trabalhar em abril de 1953, quando assumiu o Flamengo e se tornou um ídolo para o torcedor rubro-negro.

 

Seu êxito no comando do Paraguai levou o Flamengo a contratá-lo como técnico. Aos poucos implantou sua maneira de trabalhar e logo conquistou a confiança dos jogadores. Pendurava camisas nas traves e mandava os atacantes acertá-las em chutes de longa distância. Usava também caixotes, onde as bolas deveriam entrar. Outra de suas manhas era colocar várias cadeiras ao longo do campo, obrigando os jogadores a correr entre elas com a bola sempre junto dos pés, para apurar a técnica. Na tática, substitui o antigo sistema WM (basicamente, dois zagueiros, três médios e cinco atacantes, com os meias voltando) pelo 4-2-4.

 

Com o seu estilo de jogo cada vez mais aperfeiçoado pelo grupo, Solich partiu para o lançamento de novos jogadores. Entre outros, promoveu Zagallo, Dida (maior artilheiro do Flamengo até o surgimento de Zico), Evaristo de Macedo, Moacir e o pequeno ponta-esquerda Babá. Após trabalhar em outros clubes (e no próprio Flamengo em outras duas oportunidades), retornou ao time da Gávea em 1971 – uma breve passagem de um treinador em fim de carreira – e foi o responsável por escalar pela primeira vez como titular um atacante franzino chamado Zico. É o segundo treinador que mais vezes comandou o Flamengo, em 527 jogos, perdendo apenas para Flávio Costa, com 777 partidas no currículo.

 

Morreu vitimado por um câncer, aos 83 anos, no Rio de Janeiro, em 24 de março de 1984, onde foi enterrado.

 

 

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