Cláudio Adalberto Adão não é paulista, como muitos
pensam. Nasceu na cidade de Volta Redonda-RJ, em 02 de julho de 1955. Atacante
de boa técnica, ótima impulsão, eficiente nas finalizações. Sempre marcou
muitos gols por onde passou. É um sinônimo de artilharia no Rio de Janeiro,
onde jogou em todos os quatro clubes grandes do Estado. No princípio da
carreira chegou a atuar com o Rei Pelé, no Santos.
Teve uma trajetória longa, jogando por vários times.
Faz parte da galeria dos grandes artilheiros do nosso futebol. Em alguns clubes
ele esteve por mais de uma vez. No Botafogo entre idas e vindas foram quatro
passagens. A sua média de gols atuando por Flamengo, Fluminense e Vasco é
impressionante.
Começou no Santos (campeão paulista em 1973), e depois
jogou no Flamengo – 154 jogos e 83 gols (campeão carioca em 1978/79 e
79-especial), Áustria Viena (campeão da Copa da Áustria em 1980), Fluminense –
67 jogos e 56 gols (campeão carioca em 1980), Botafogo, Vasco – 47 jogos e 28
gols, Al Ahli (campeão árabe em 1982), Benfica/Portugal, Bangu – 39 jogos e 15
gols, Bahia (campeão baiano em 1986), Cruzeiro, Portuguesa de Desportos,
Corinthians – 32 jogos e 13 gols, Sport Boys/Peru, Alianza/Peru, Campo Grande
(RJ), Ceará, Santa Cruz (PE), Pesquero Chimbote/Peru, Volta Redonda (RJ), Rio
Branco (ES) e Desportiva (ES). Salvo engano algum time pode não ter sido
citado, assim como uma conquista.
Cláudio Adão não teve oportunidades na seleção
principal, mas em 1975 foi Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos e também
participou do Torneio Pré-Olímpico, em 1976. Foram 12 jogos e 14 gols marcados
entre os anos de 1975 e 1976. Talvez a fratura na perna ocorrida em maio de
1976, no confronto do Santos com o América-SP, em São José do Rio Preto,
próximo de completar 21 anos, que o deixou afastado dos gramados por um bom
tempo, e pode ser uma das razões.
O que ele disse:
— Não sou cigano. Fui bom de bola,
um jogador importante, porque os clubes se interessavam por mim. Naquela época,
o futebol não era essa potência que é hoje. A gente se valorizava nas
transferências. Por isso minha carreira foi assim, de passagens por vários
clubes. Eu nasci para fazer gol. Tinha
muita sorte para fazer gol. Sou muito grato, principalmente a Deus, por toda a
minha carreira, por ter essa força e essa energia para jogar em tantos clubes.
Em todos eles, fui artilheiro, e na maioria campeão. Eu sou feliz.
Cláudio Adão foi considerado o 1º sucessor do Rei
Pelé. Em seu último jogo no Pacaembu, pelo Santos, um clássico contra o
Corinthians, derrota por 1 x 0, em 29 de setembro de 1974, Pelé formou dupla de
área com o jovem Cláudio Adão. Ele foi o 1º de muitos jogadores a serem apontados
como sucessor do rei no coração da torcida. Adão jogou quatro anos no clube e
marcou 51 gols. Esse jogo em questão marcou a última partida do Pelé com a
camisa do Santos no Pacaembu.
Sobre uma postagem que fiz do Cláudio Adão no dia de
seu aniversário, 02 de julho de 2022, o jornalista José Maria de Aquino
aproveitou o tema e fez um breve relato de um fato ocorrido quando ele
trabalhava na revista Placar.
POR JOSÉ MARIA DE AQUINO
“Leio em Tadeu Miracema que Cláudio Adão, um dos
grandes atacantes do futebol brasileiro, faz aniversário. E me lembrei de uma
passagem que o mostra como pessoa inteligente não apenas no gramado, mas também
fora dele. No caso, ali pertinho, no vestiário da Vila Belmiro, onde começou a
pintar como craque, importado de Volta Redonda. Muito jovem, era a bola da vez
nas manchetes esportivas. Uma das grandes revelações que o Santos acostumou
apresentar todos os anos, às vezes menos, desde Pelé, nos idos de 1957. Íamos
sentar em algum lugar da Vila para o papo combinado - naquele tempo era mais
fácil - e, enquanto o esperava trocar o “fardamento branco sagrado de
então" pelo social, o fotógrafo Lemyr Martins caprichava apertando o botão
da Nikon. Levou Cláudio Adão para frente dos armário e, de forma sagaz, foi
pedindo para que ele caminhasse mais um pouquinho para a esquerda. Depois, mais
um pouquinho e depois mais... De repente Cláudio Adão deu um basta nos
passinhos "mais para a esquerda" e..."Sei onde você quer chegar.
Quer me enquadrar com o armário do Pelé para dizer que vou ser o novo Pelé.
Substituto dele. Mas não vou. Não tenho essas ilusões nem tais pretensões.
Parei por aqui..." E não mais arredou os pés. Seus pés não receberam de
Deus a mesma fortuna recebida por Pelé - nem ele, nem ninguém, até agora. Mas
sua cabeça era e é muito mais lúcida do que muitos que desde então se julgam
gênios da bola e não passam de geniosos. Parabéns pela data, Cláudio Adão.
Felicidades e vida longa."
Nota: texto publicado originalmente em 07 de abril de 2021 e editado em 09 de julho de 2022.
Este honrou a camisa do Bahia 👏👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluirEu sou fã do Claudio Adão como jogador e como ser humano. Ah! E tem um sorriso lindo.
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