TESOURINHA E ADEMIR MENEZES |
Osmar Fortes Barcelos, o popular Tesourinha, nasceu na
capital gaúcha em 3 de dezembro de 1921. Atacante hábil, perfeito domínio de
bola e precisão nos passes e cruzamentos. Driblava, chutava, criava jogadas e
fazia muitos gols, tudo com muita perfeição e com os dois pés.
Foi um jogador de muitas qualidades técnicas e com
passagens marcantes por Internacional, Vasco, Grêmio e Nacional, de Porto
Alegre, onde encerrou a carreira em 1957. Após se retirar dos gramados ele
explicou sobre o seu apelido em uma reportagem da extinta revista Manchete
Esportiva, de 1958.
- Começa que eu não era o Tesourinha. Esse apelido
herdei do meu falecido irmão. Um garoto cheio de vida e futebol. Sofreu uma
contusão, o negócio arruinou, não havia penicilina e o mano morreu mesmo. Para
espanto dos meninos da pelada e da vizinhança inteira. Ficaram comigo, talvez
marca da fábrica, as pernas esquisitas. Quando voltei às peladas sobrava-me a
homenagem, coisa mesmo de garoto – eu seria o Tesourinha, o responsável pelo
passado de bom futebol do meu irmão
Tesourinha quando jogou no Grêmio, acabou
com o racismo no clube, que não aceitava negros até a sua chegada. É
considerado por muitos o melhor atacante da história do futebol gaúcho. Na
condição de um dos maiores jogadores da história do Internacional, conquistou
pelo Colorado os títulos gaúcho de 1940/41/42/43/44/45/47 e 48).
A sua ida para o Vasco, em 1949, foi considerada uma
fortuna na época. Teve bons momentos em São Januário, mas sua passagem foi
marcada por algumas contusões que o impediu de mostrar o seu verdadeiro
futebol. Mesmo assim, participou da conquista do campeonato carioca de 1950.
Marcou 21 gols em 50 jogos pelo Vasco.
Em 1952, Tesourinha foi contratado pelo Grêmio e ficou
conhecido por quebrar um tabu de ter sido o primeiro atleta negro da história a
jogar no clube.
Em janeiro de 1949, Tesourinha venceu o concurso
nacional “Melhoral dos Craques do Brasil de 1948”, com a participação das
torcidas. Ele recebeu a notícia através da Rádio Nacional do Rio de Janeiro que
tinha sido eleito com 3.888.440 votos. Seu prêmio foi um apartamento, no bairro
carioca da Tijuca, oferta da Cibrasil, avaliado em 215.000 cruzeiros. A
primeira colocação nesse concurso retrata a importância de Tesourinha para o futebol.
Naquela época, um jogador fora do eixo Rio-São Paulo ganhar um concurso com uma
votação tão expressiva, foi surpreendente.
Na seleção, foi titular absoluto por cinco anos
seguidos. Tinha participação certa na Copa do Mundo de 1950, formando o ataque
titular ao lado de Zizinho, Ademir, Jair e Chico, mas sofreu uma grave lesão
nos meniscos na véspera que o deixou de fora da competição. Acompanhou a Copa
numa cama de hospital. Pela Seleção foram 23 jogos e 10 gols, todos oficiais.
Morreu novo, aos 57 anos, vitimado por um câncer no
estômago, na capital gaúcha, em 17 de junho de 1979.
Interessante é o fato dos principais goleadores do Internacional em uma década,serem os ponteiros direito e esquerdo. Carlitos, o esquerdo, fez 450 gols e é o maior artilheiro do time.
ResponderExcluirUm baita jogador!!!
ResponderExcluirJogadores como Tesourinha não existem mais. Hoje estes pernas de pau só jogam por dinheiro, e tem uns jornalistas sem conhecimento de causa que dizem que o futebol brasileiro evoluiu. Que lamentável.
ResponderExcluirInfelizmente, é verdade !
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