Ipojucan Lins de Araújo é alagoano da capital Maceió,
onde nasceu em 03 de junho de 1926. Chegou
ainda menino ao Rio de Janeiro e, descoberto nas peladas, foi para as categorias de base do Canto do Rio, de Niterói. Ficou por pouco tempo e logo já era
atleta do Vasco. Deixou sua marca de um meia-atacante hábil que abusava das jogadas de efeito, com
passes de trivela e de calcanhar. Seus dribles e lançamentos eram perfeitos.
Ipojucan tornou-se imbatível no jogo aéreo e mágico com a bola nos pés.
Premiava seus companheiros com geniais toques de calcanhar. Com 1,90m de altura, muitos o comparavam a um malabarista com a bola, legítimo organizador do setor de meio-campo
A sua passagem pelo Vasco foi marcante, conquistando títulos e deixando sua marca de artilheiro. Marcou 225 gols em 413 jogos. Jogou no Vasco (campeão carioca em 1945/47/49/50 e 52, e do Sul-Americano em 1948) e na Portuguesa de Desportos (campeão do Rio-São Paulo em 1955). Após encerrar a carreira na Lusa, em 1958, permaneceu em São Paulo e constituiu família.
O sucesso em campo, no entanto, abriu as portas para a vida noturna. Gostava da noite e isso ajudou a encurtar sua carreira de puro talento.
Em 1966, quando treinava o Noroeste de Bauru (SP),
Ipojucan descobriu que sofria de Nefrite, uma doença nos rins. Ficou internado
por muito tempo e posteriormente fez o transplante de rim, em 1970. Foi um dos
primeiros procedimentos dessa natureza na América do Sul. Ganhou uma sobrevida,
mas morreu de complicações renais aos 52 anos, na capital paulista, em 19 de
junho de 1978.
Ipojucan não teve muitas oportunidades na Seleção e
disputou apenas 8 jogos e marcou 1 gol, todos oficiais. Foi campeão do
Pan-Americano de 1952 sob o comando de Zezé Moreira, no primeiro título
conquistado pelo Brasil fora do solo brasileiro.
Assim descreveu o jornalista Sérgio Cabral sobre
Ipojucan: “Morreu em 1978, em plena Copa
do Mundo da Argentina, aos 52 anos de idade. Ipojucan permanece na memória de
todos aqueles que o viram jogar. Por isso, quero que as gerações posteriores
saibam que esse gênio existiu e deu muitas alegrias não apenas aos vascaínos,
mas a todos que gostam de futebol”.
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