OLDEMÁRIO Vieira TOUGUINHÓ nasceu em Campos dos
Goytacazes-RJ, em 08 de novembro de 1934. Aos cinco anos mudou-se com a família
para o Rio de Janeiro. O jornalista trabalhou durante toda a sua carreira no
Jornal do Brasil, sendo ainda colaborador da Agência Estado, escrevendo tanto
para o Estadão quanto para o Jornal da Tarde. Ele ganhou uma série de prêmios
durante sua brilhante carreira, entre eles, dois Essos de Informação Esportiva
no início da década de 80. Também teve artigos publicados em conceituados
veículos, como o “The New York Times” e “France Football”. Oldemário escreveu
dois livros: “As Copas que eu vi” e “Maracanã”.
Touguinhó faz parte daquele grupo especial de
jornalistas esportivos mais importantes da crônica brasileira. Entre seus
grandes feitos foi ter participado da cobertura de dez edições da Copa do
Mundo, no período de 1962 e 1998, além de estar presente em várias Olimpíadas.
Sempre foi um obcecado pelo trabalho e nada o dispensava do dever de uma
informação. Outro diferencial desse jornalista era a imparcialidade, o que fez
dele admirado por todos os craques do seu tempo.
Outra paixão era o samba e a Mangueira sua escola
favorita. Botafoguense confesso morreu na capital carioca, aos 68 anos, vítima
de uma parada cardiorrespiratória, após ter enfrentado uma série de problemas
de saúde desde 1999, quando foi submetido a uma cirurgia no coração.
Quis o destino que Oldemário morresse exatamente vinte
anos depois de Garrincha, em janeiro de 2003, na capital carioca – no mesmo dia
(20), e Mané, assim como Pelé, que era seu compadre – sempre foram amigos muito
próximos.
Assim descreveu o Jornal do Brasil em sua edição de 21
de janeiro de 2003, sobre a morte de Oldemário:
Logo o coração!
“O coração levou Oldemário. Logo o coração! Quem
conviveu com ele e recebe a notícia assim, custa a acreditar. Logo com ele, que
parecia ter sete corações! Ninguém usou o coração com mais ardor que o
Oldemário. Na vida profissional ou particular, era o coração que comandava o
Oldemário. Era com o coração que ele corria atrás das notícias, dos furos – e
como corria! Era com o coração que ele escrevia suas reportagens – e que
reportagens! Seus companheiros e amigos sabem também como era grande aquele
coração – que coração!
Oldemário respirava pelo coração. É difícil acreditar
que logo o coração o tivesse tirado do convívio que ele mais amava depois da
família – a redação. Era na redação que se realizava. Por isso, todas as
redações mergulham num profundo silêncio para reverenciar sua ausência.”