segunda-feira, 18 de agosto de 2025

O DIA SERÁ PEQUENO PARA HOMENAGEAR O MESTRE JOSÉ MARIA DE AQUINO

 

                                                                             Na redação da Revista Placar em 1980

Neste dia 18 de agosto é o aniversário de uma pessoa muito especial, que, além de ser conterrâneo e amigo, é um profissional de alto nível e que honra como poucos a profissão de Jornalista Esportivo. Sem sombra de dúvidas, é um dos mais importantes e respeitados do nosso país, com atuação de destaque no jornal, televisão e repórter – de 1970 a 1982 – da Revista Placar, quando se afastou para trabalhar na Rede Globo e logo foi designado para ser um dos comentaristas da emissora na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

 

Em um país manchado por um mar de corrupção e de pessoas públicas que só nos envergonham, José Maria de Aquino – também formado em Direito – é o oposto de tudo isso. Um jornalista de reputação ilibada, que construiu uma linda história dentro do meio esportivo. História essa que está viva na memória de todos com uma trajetória extremamente profissional e exemplar, pautada na ética, credibilidade e transparência, praticando o bem e ajudando na formação de diversos profissionais da área. É uma grande referência no meio esportivo.

 

Uma das grandes bênçãos da vida é a experiência que os anos vividos nos concedem. Aniversariar é uma amostra das oportunidades que temos de aprender a contar os nossos dias. Que a sabedoria conquistada no passar dos anos, seja apenas um incentivo para futuras vitórias. Hoje e sempre, merece muitos abraços e homenagens. Que Deus, nosso Pai, ilumine ainda mais seu caminho, com muita saúde e paz, e que continue com essa força interior que é um exemplo para todos nós.

segunda-feira, 11 de agosto de 2025

YASHIN: O ARANHA NEGRA

 


O ex-goleiro Lev Ivanovich YASHIN, mais conhecido pelo apelido de “Aranha Negra”, nasceu na cidade de Moscou, na Rússia, no dia 22 de outubro de 1929. Em 1984 teve uma perna amputada devido a um problema circulatório e em 1986 teve um derrame cerebral. Em 1990, o exagero no cigarro e na vodka o acometeu de um câncer no estômago que acabou levando-o à morte, em 20 de março, aos 60 anos, em Moscou. É considerado por muitos especialistas o maior goleiro de todos os tempos. Tinha ótima colocação e muita segurança na área.

 

Yashin se destacava pela antevisão dos lances. Pela posição do adversário, a maneira como enquadrava o corpo, ou mesmo a forma como batia na bola, Yashin já começava o movimento de defesa. “A maior qualidade de um goleiro é intuir as ações do atacante. Desse modo pode-se destruí-lo psicologicamente”, costumava dizer. Sua colocação também era lendária. Os punhos e as mãos grandes amorteciam os chutes mais potentes, sem espalhafato ou acrobacias. Era ainda favorecido pela boa estatura (1,88 m) e pelos longos braços.

 

Não só pelas roupas pretas que usava que lhe deram o apelido de “Aranha Negra”, mas também porque revolucionou a maneira de jogar no gol. Ele foi o primeiro a sair jogando além da pequena área e às vezes até mesmo fora da área.

 

O lendário goleiro soviético disputou 326 partidas pelo Dínamo de Moscou, seu único clube, de 1951 a 1970. Pela Seleção Russa – estreou em 1952 – atuou em 78 partidas e disputou três Copas do Mundo: 1958, 1962 e 1966.

 

Em 1963, Yashin foi o primeiro jogador soviético a receber o prêmio de Melhor Jogador Europeu, dado pela revista France Football. Em 1998, foi eleito o goleiro da seleção européia de todos os tempos por 130 jornalistas do continente.

 

Por muito pouco o futebol não perdeu Yashin. Antes de jogar futebol, o atleta era goleiro de hóquei no gelo. Fã do futebol brasileiro, em 1965 ele conseguiu uma licença para visitar o país. Escolheu o Rio de Janeiro. Passava as manhãs na praia e as tardes no Flamengo, onde mantinha a forma e treinava os goleiros do clube. Foi chamado para Moscou antes que começasse a pensar bobagens...

 

 

O DESUNIDO E CONFUSO FUTEBOL FLUMINENSE

 


Nota: transcrito da Revista Placar edição nº 270, de 30 de maio/1975. “Garoto do Placar” – Pesquisa Mauro Pinheiro.

 

O futebol, no antigo Estado do rio, sempre foi complexo. Principalmente pela desorganização e desunião entre as Ligas que dominam o futebol fluminense.

 

Assim, existem campeonatos isolados reunindo clubes de uma mesma cidade ou região. E as principais Ligas estão em Campos, Friburgo, Petrópolis, Volta Redonda, Niterói e Barra do Piraí.

O primeiro campeonato oficial do Estado começou em 1928 como Campeonato Fluminense de Seleções. Mas, a cada ano, perdia ainda mais sua suposta importância. Em 1930, 1932, 1933, 1937, 1946, 1949, 1957 e 1959, não foi disputado. De 1941 as 1945, os municípios foram representados por clubes campeões. Em 1952 surgiu um campeonato paralelo que durou a te 1966. E, a partir de 1962, passou a ser disputado de dois em dois anos.

 

Neste campeonato fluminense de seleções sagraram-se campeões: 1928, 29 e 31, Niterói; 1934, Barra do Piraí; 1935, Niterói; 1936, Campos; 1938, Niterói; 1939, Campos; 1940, Campos e Friburgo; 1941, Niterói (Icaraí); 1942, Barra do Piraí (Royal); 1943, Niterói (Icaraí); 1944 e 45, Petrópolis (Petropolitano e Serrano, respectivamente); 1947, Campos; 1948, Petrópolis; 1950, 51 e 52, Barra do Piraí; 1953 e 54, São Gonçalo; 1955, Três Rios; 1956, Friburgo; 1958, Itaperuna; 1960 e 61, Friburgo; 1962, Barra Mansa; 1964 e 66, Macaé; 1968 e 70, Petrópolis; 1972, Friburgo e 1974, Campos.

 

Em 1952, a Federação organizou um novo campeonato reunindo os principais clubes de cada cidade. O primeiro campeão foi o Adrianino, de Paulo de Frontin. Mas este novo campeonato também não vingou. E, 14 anos depois, ele acabaria para a volta dos campeonatos isolados das Ligas que até hoje imperam no futebol fluminense.

 

No final do ano passado, quando a CBD manifestou a ideia de colocar um clube fluminense no Campeonato Brasileiro, a Federação do Estado do Rio resolveu reorganizar o campeonato estadual de clubes. Abriu inscrições, mas apenas seis agremiações se apresentaram para o torneio: Barbará, de Barra Mansa; Fluminense, de Friburgo; Flamengo, de Volta Redonda; Tiradentes, que é de São Gonçalo, mas joga na Liga de Niterói; e Americano e Sapucaia, de Campos.

 

E o campeonato começou dia 16 de fevereiro deste ano com o objetivo de indicar o representante fluminense no Brasileiro. O segundo turno mal começara e a CBD resolveu convidar o Americano de Campos. O campeonato perdeu a graça e o Sapucaia acabou vencendo-o. Hoje defende seu direito conquistado em campo: representar o Estado do Rio no Brasileiro de 1975.

 

O Americano, convidado pela CBD como campeão da Liga de Campos e que tem como estrela principal o atacante Messias, chegou às finais do campeonato fluminense com o Sapucaia. Ambos com 14 pontos ganhos e 6 perdidos. Partiram, então, para uma série melhor de quatro pontos.

 

Na primeira partida, dia 27 de abril, o Americano perdeu por 1 a 0. Mas ganhou a segunda pelo mesmo resultado, dia 1º de maio. Na terceira, dia 4 de maio, um melancólico empate de 0 a 0 forçou a quarta partida. E, nessa, o Sapucaia venceu por 4 a 2 e conquistou o título. Mesmo assim, o Americano está com sua participação garantida pelo convite no próximo Campeonato Brasileiro.  

 

Minhas considerações: Messias (foto que ilustra a postagem), do Americano, citado no penúltimo parágrafo, é um dos grandes ídolos da história do time campista. Nascido em Porciúncula, na região Noroeste do estado do Rio de Janeiro, Messias já não está mais entre nós.