domingo, 5 de junho de 2016

PÍNDARO POSSIDENTE: O PRIMEIRO JOGADOR A PEDIR DISPENSA DA SELEÇÃO ÀS VÉSPERAS DE UMA COPA DO MUNDO


Píndaro, Castilho e Pinheiro
Nascido na cidade de Santo Antônio de Pádua-RJ, em 12 de março de 1925, Pindaro Possidente Marconi começou a sua carreira no Paduano e suas atuações logo o levaram à Seleção do Estado do Rio de Janeiro – que na época não incluía a capital, então Distrito Federal. O ex-lateral e zagueiro logo chamou a atenção do Fluminense e aos 20 anos já estava nas categorias de base do Tricolor. Possuía uma técnica apurada e jogava duro quando era necessário, mas com lealdade.  Não demorou muito para firmar-se como titular e capitão a partir de 1948.  Ao lado de Castilho – goleiro – e Pinheiro, formou uma defesa muito forte que ficou conhecida como “Santíssima Trindade”.

Castilho, Píndaro, Didi e Pinheiro
No Fluminense trabalhou com o técnico Zezé Moreira, que começava a sua vitoriosa carreira de técnico, e conquistou o Torneio Municipal em 1948, o Campeonato Carioca de 1951, e a Copa Rio de 1952. Pindaro foi o capitão entre os anos de 1948 e 1955, mesmo atuando ao lado de grandes craques como Castilho, Pinheiro, Telê Santana e Didi. Por nunca ter sido expulso em sua carreira, recebeu o prêmio Belfort Duarte. 

Um dos fatos mais marcantes ao longo de sua trajetória no futebol aconteceu em 1950. Fazia parte do grupo de jogadores da pré-convocação para disputar a Copa do Mundo daquele ano. Durante o período de preparação desentendeu-se com o técnico Flávio Costa e, para surpresa de todos, pediu dispensa da Seleção pouco antes da divulgação da lista final dos convocados.

Publicações da época afirmam que ele pediu o seu afastamento por não ter sido escalado em nenhum dos seis amistosos contra o Paraguai e Uruguai. Outro fato parecido só ocorreu em 1986, quando o lateral Leandro, do Flamengo, também pediu dispensa da Seleção pouco antes da Copa do México, em solidariedade ao amigo Renato Gaúcho, que havia sido cortado por indisciplina.


Fluminense na década de 50
Aos 31 anos, em 1956, deixou os gramados após disputar 257 jogos com a camisa do Fluminense – única equipe que defendeu ao longo de sua carreira. Depois de deixar os gramados, seguiu a tradição familiar e comprou uma farmácia. Na década de 70 foi dirigente das categorias de base do Fluminense e pelas suas mãos passaram jovens como Abel Braga, Edinho, Rubens Galaxe, Pintinho, entre outros.


Em 2008, aos 83 anos e com problemas de saúde, veio a falecer em 07 de agosto, vítima de falência múltipla dos órgãos. Píndaro foi casado com Maria da Graça Linhares, filha de Altivo Linhares, um dos grandes líderes políticos da história de Miracema.  

2 comentários:

  1. Tadeu obrigada pelas lembranças.
    Voce realmente é uma biblioteca viva!

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  2. Estou com boa lembranças de tudo esta história obrigado amigo

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