quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

MANGA: DE INIMIGO DO FLAMENGO A ÍDOLO DE MUITOS


Aílton Corrêa Arruda  nasceu em Recife-PE, em 26 de abril de 1937, e depois de um início de carreira avassalador no Sport Recife, esse goleiro multicampeão conquistou o coração de diversas outras torcidas.

Manga tinha uma provocação capaz de deixar qualquer torcedor do Flamengo furioso: “Flamengo é bicho certo. Eu gasto o dinheiro na véspera”.  Manga era assim mesmo: antes de tudo, um provocador. Tecnicamente, foi um dos grandes goleiros do Brasil. Embora não tenha sido campeão mundial – disputou apenas uma Copa, a de 1966, quando o Brasil fracassou –, acumulou vários títulos nos oito times que defendeu.  O mais importante foi o Mundial Interclubes de 1971, pelo Nacional de Montevidéu.  Manga tinha um físico privilegiado: mãos grandes – sofreu diversas fraturas nos dedos durante a carreira – elasticidade, boa colocação e foi um grande pegador de pênaltis.

Ele sempre foi um vencedor. Estreou no Sport Recife em 1955. Quando deixou a equipe pernambucana, no final de 1958, havia conquistado três estaduais – 1955/56/58. Ganhou fama e foi contratado pelo Botafogo, onde fez parte do esquadrão que dominou o futebol carioca  na década de 60, ao lado de craques como Gérson, Quarentinha, Didi, Garrincha e outros.  Jogou 445 partidas e sofreu 258 gols defendendo o Glorioso. Foi campeão carioca em quatro oportunidades: 1961/62/67/68. Antes de deixar o Botafogo foi campeão da Taça Brasil de 1968.

Manga ajudou a fazer do Flamengo um “freguês de caderno” do Botafogo nos anos 60, mas deixou General Severiano em 1968, após um desentendimento com o jornalista e técnico João Saldanha. Manga se mudou para o Nacional, do Uruguai, clube que defendeu de 1969 a 1974, com enorme brilho e muitas conquistas.  É considerado um dos grandes goleiros da história do time uruguaio.  Foi tetracampeão nacional em 1969/70/71/72. Para coroar sua passagem vitoriosa pelo Nacional, ganhou a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes de 1971.

De volta ao Brasil, seguiu colecionando títulos pelo Internacional, que ele defendeu entre 1974 e 1976 e de cuja torcida se tornou ídolo. Aquela foi uma época de ouro do time gaúcho, e Manga deixou sua marca na conquista do tricampeonato gaúcho de 1974/75/76 e no bicampeonato Brasileiro de 1975/76.  

Ele passou rapidamente pelo Operário-MS, time que ajudou a levar às semifinais do Brasileiro de 1977, sendo eliminado pelo São Paulo, que foi o campeão naquela temporada. Jogou ainda no Coritiba, sagrando-se campeão paranaense de 1978, e retornou ao futebol gaúcho para defender o Grêmio – grande rival do Internacional – e conquistar o título gaúcho de 1979.  Em 1981 se mandou de vez para o Equador, onde defendeu o Barcelona de Guayaquil até 1982. Ganhou o título nacional de 1981 e depois de encerrar a carreira, especializou-se em treinador de goleiros.

Poucos jogadores no futebol brasileiro têm uma carreira tão vitoriosa em clubes como foi a trajetória do ex-goleiro, que jogou até os 45 anos de idade. No dia 26 de abril de 1983 foi criado o "Dia do Goleiro". A data escolhida serviu para homenagear o ex-goleiro Manga, nascido nesse dia.   


Um comentário:

  1. Batia um bolinha no campinho da vila ferroviária em Campina Grande Paraíba. e os guris que jogavam de goleiros sempre se diziam "MANGA", QUANDO DE UM DEFESA ESPETACULAR FAZIAM". Hoje vejo a trajetória desse goleiro como uma das mais justa premiadas. Corajoso, enfrentou todas as condições e honrou o dom que recebeu como artista da bola. Parabéns "MANGA" Por tudo que fez pelo futebol e a nossa SELEÇÃO. Pena que não tenha defendido o meu Flamengo!

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