quinta-feira, 11 de outubro de 2018

RENATO RUSSO: UM ÍDOLO DE TODA UMA GERAÇÃO


Para tristeza de uma imensa legião de admiradores em todo o país, boa parte deles adolescentes, a vida atribulada de Renato Russo chegou ao fim à 1h15 da madrugada do dia 11 de outubro de 1996. O músico morreu aos 36 anos, de complicações pulmonares e renais em consequência da Aids, em seu apartamento em Ipanema. Seu corpo foi cremado na manhã seguinte à sua morte. Não houve cortejo nem velório, e os fãs emocionados que foram ao Cemitério do Caju se limitaram a cantar músicas do Legião.

Renato lutava contra o HIV, que contraíra em 1989. Tendo se manifestado com mais violência em 1996, o vírus o obrigava a tomar doses de um coquetel de remédios, então a última novidade contra a doença e que mereceu dele o seguinte comentário, feito a um amigo: “Quando o tomo é como se eu estivesse comendo um cachorro vivo e ele me comesse por dentro”.

Líder do Legião Urbana, um dos três maiores grupos do rock brasileiro dos anos 80 – junto com Titãs e Paralamas do Sucesso – Renato Manfredini Júnior nasceu em 27 de março de 1960, no Rio de Janeiro.  Criado na Ilha do Governador, dos 7 aos 10 anos viveu em Nova York, acompanhando o pai, alto funcionário do Banco do Brasil. Quando voltou, passou um tempo no Rio e, aos 13 anos, foi morar em Brasília.  Após dar aulas de inglês, montou o grupo Aborto Elétrico, núcleo do Legião e de outra banda importante, o Capital Inicial.  O grupo lançou o primeiro LP em 1984, com canções que marcaram os anos 80, como “Será”, Geração Coca-Cola”, “Teorema” e “Soldados”.   

O álbum “Dois”, lançado em 1986, com clássicos como “Índios” e “Tempo Perdido”, fizeram o disco vender 1,1 milhão de cópias, o dobro do anterior.  Vieram mais seis álbuns e dois discos solo – com músicas em inglês e o outro italiano. O cantor já estava popularizado para além do rock, atingindo mais de cinco milhões de cópias. 

No acidentado percurso de sua carreira, Renato assumiu que gostava de meninos e meninas, teve um filho, lutou contra o álcool e drogas pesadas.  No embate final, a Aids tirou de cena prematuramente o líder do Legião Urbana. 


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