Para tristeza de uma
imensa legião de admiradores em todo o país, boa parte deles adolescentes, a
vida atribulada de Renato Russo chegou ao fim à 1h15 da madrugada do dia 11 de
outubro de 1996. O músico morreu aos 36
anos, de complicações pulmonares e renais em consequência da Aids, em seu
apartamento em Ipanema. Seu corpo foi cremado na manhã seguinte à sua morte. Não houve cortejo nem velório, e os fãs emocionados que foram ao Cemitério do Caju se limitaram a cantar músicas do Legião.
Renato lutava
contra o HIV, que contraíra em 1989. Tendo se manifestado com mais violência em
1996, o vírus o obrigava a tomar doses de um coquetel de remédios, então a
última novidade contra a doença e que mereceu dele o seguinte comentário, feito
a um amigo: “Quando o tomo é como se eu estivesse comendo um cachorro vivo e
ele me comesse por dentro”.
Líder do Legião Urbana,
um dos três maiores grupos do rock brasileiro dos anos 80 – junto com Titãs e
Paralamas do Sucesso – Renato Manfredini Júnior nasceu em 27 de março de 1960,
no Rio de Janeiro. Criado na Ilha do
Governador, dos 7 aos 10 anos viveu em Nova York, acompanhando o pai, alto
funcionário do Banco do Brasil. Quando voltou, passou um tempo no Rio e, aos 13
anos, foi morar em Brasília. Após dar
aulas de inglês, montou o grupo Aborto Elétrico, núcleo do Legião e de outra
banda importante, o Capital Inicial. O
grupo lançou o primeiro LP em 1984, com canções que marcaram os anos 80, como “Será”,
Geração Coca-Cola”, “Teorema” e “Soldados”.
O álbum “Dois”, lançado
em 1986, com clássicos como “Índios” e “Tempo Perdido”, fizeram o disco vender
1,1 milhão de cópias, o dobro do anterior. Vieram mais seis álbuns e dois discos solo –
com músicas em inglês e o outro italiano. O cantor já estava popularizado para
além do rock, atingindo mais de cinco milhões de cópias.
No acidentado percurso de sua carreira, Renato assumiu que gostava de meninos e meninas, teve um filho, lutou contra o álcool e drogas pesadas. No embate final, a Aids tirou de cena prematuramente o líder do Legião Urbana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário