segunda-feira, 3 de maio de 2021

VALTENCIR E O LANCE FATAL

 


Valtencir Pereira Senra é mineiro de Juiz de Fora, onde nasceu em 11 de novembro de 1946. Esse ex-lateral-esquerdo de ótimos recursos técnicos, formado nas divisões de base do Botafogo e com uma marcante passagem pelo clube, faz parte do seleto grupo de jogadores que mais vestiu a camisa do Glorioso, num total de 453 jogos e 6 gols marcados, no período de 1967 a 1976. Foi titular absoluto na conquista do bicampeonato carioca de 1967/68.


Depois de uma rápida passagem pelo futebol da Venezuela – por empréstimo – retornou ao Brasil e foi jogar no Colorado, do Paraná.


No jogo entre sua equipe, o Colorado, e o Grêmio Maringá, numa jogada isolada e totalmente casual, o lateral-direito improvisado disputou no carrinho uma bola com o meia Nivaldo, quando sofreu uma ruptura na coluna cervical. O lance parecia normal e o jogo continuou. Valtencir, porém, havia caído de mau jeito, de costas, e não levantou mais. Aos 43 minutos do primeiro tempo, o estádio Willie Davis, em Maringá, emudeceu. Ao ver o jogador desacordado, o juiz e os companheiros imediatamente solicitaram a entrada do médico.


Valtencir foi levado aos vestiários e, de lá, sairia recebendo massagens no coração e respiração boca a boca, rumo ao Hospital de Maringá. A jogada casual, tantas vezes repetida em mais de uma década, acabara com sua carreira e com sua vida. Ao cair no gramado e romper a coluna cervical, Valtencir sofreu uma parada respiratória e uma hemorragia na medula. A sua morte, de forma tão trágica, abalou o esporte brasileiro naquele 17 de setembro de 1978. 




Valtencir ganhou maior notoriedade no futebol brasileiro nos tempos em que integrou o Botafogo em sua fase áurea. Nos anos de 1967 e 1968, sagrou-se bicampeão da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca. Quem não se lembra desse time: Manga, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo César. Nesse esquadrão, o garoto Valtencir despontava com um futebol raçudo, forte e ágil na marcação. Ao longo de sua carreira foi um jogador extremamente profissional.


Quis o destino que nesse fatídico jogo ele fosse deslocado para o lado direito da defesa, saindo de sua posição original para substituir o titular Ari, vetado na manhã do confronto.


Valtencir era casado e deixou dois filhos e a esposa grávida do terceiro. Ele foi sepultado em Niterói, onde residia com sua família.

8 comentários:

  1. Por que não é divulgado a história desse craque do passado. Existem muitos pernas de pau que recebem notariedsde todos os dias pelos ditos "entendidos" de futebol

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    1. É o que eu procuro fazer em minhas postagens aqui no blog e na página do face.

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  2. Marcou um gol contra o Madureira em 1975 que foi fundamental para que o Botafogo vencesse o returno do Carioca.

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  3. Lembro me muito no Botafogo CAO o goleiro Mura lateral direito o esquerdo Valtencir,grande jogador.

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  4. Eu estava no estádio nesse fatídico dia.

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  5. Obrigado Tadeu por divulgar tantas histórias de futebol, pena que umas são alegres e outras são tristes.

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  6. Primeiro não foi carrinho foi bola alta recebeu involuntariamente uma cama de gato do Nivaldo.

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    1. Transcrevi esse parágrafo conforme informado na edição da revista Manchete Esportiva, à época.

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