Caso as emissões de gases estufa continuem no patamar atual, o gelo do Ártico terá virado água em
2050. Isso significa que será possível atravessar de barco o polo Norte. Mas
também significa que muitas espécies vão morrer e que a poluição se espalhará
mais facilmente pelo globo.
Um estudo feito por
pesquisadores do Instituto Max Planck de Meteorologia, na Alemanha, e do London
College, na Inglaterra, e publicado na revista Science,
conseguiu mensurar quanto o dióxido de carbono adicional liberado na atmosfera
impacta no derretimento da cobertura de gelo do mar. Os cálculos são de
assustar.
Cada tonelada de
CO2 liberada por nós provoca a perda de 3 m² de gelo marinho. Isso
significa que um pedaço de gelo é derretido a
cada ano pela circulação de um carro 1.0 econômico movido a gasolina.
As análises levam em conta a perda sofrida nos mares gelados no fim do verão,
estação em que já ocorre um derretimento natural e que serve como parâmetro
para se mensurar mudanças.
"Pela primeira vez
foi possível entender como cada um de nós contribui nessas consequências
tangíveis do aquecimento global", diz Dirk Notz, cientista do clima e um
dos autores do estudo.
Atualmente, o mundo
libera cerca de 36 bilhões de toneladas de CO2 por ano. Essa quantidade
sendo emitida por mais 35 anos é suficiente para o oceano Ártico ter um verão
completamente sem gelo em 2050 - o primeiro em 125 mil anos, época anterior ao
início do último período glacial.
UOL Notícias