Franz Beckenbauer nasceu em Munique,
na Alemanha, em 11 de setembro de 1945. Pela sua incrível habilidade no
desarme, quase sempre sem faltas, uma saída de bola com passes precisos –
curtos e longos – e sua potência nos chutes de longa distância, o Kaiser é
considerado o melhor jogador alemão de todos os tempos. Seu porte físico, a
cabeça erguida e as largas passadas deram origem ao apelido do jogador: Kaiser
(imperador, em alemão). Seu talento era tão vistoso que, antes de ser o Kaiser,
a imprensa o chamava de Brasileiro da Baviera. Era um líder natural, capitão do
Bayern desde os 22 anos.
Aos 14 anos, o pequeno Franz foi
jogar no Bayern. Aos 19, já era titular do time profissional. Aos 20, foi para
a seleção e, aos 21, já seria um dos melhores de uma Copa do Mundo, a de 1966. Em
1970, marcou a história do futebol jogando uma semifinal de Copa e a
prorrogação com um braço imobilizado devido a uma luxação na clavícula. Foi
eleito o melhor da Europa em 1972 e 1976. Durante onze anos consecutivos
Beckenbauer ficou entre os sete primeiros na eleição da Bola de Ouro européia. Em
1977 foi jogar com Pelé no Cosmos de Nova York. Foi uma das poucas vezes que o
Rei perdeu alguma eleição. O melhor jogador da temporada americana de 1977 foi
Franz Beckenbauer.
Antes da aventura americana, o Kaiser
havia mudado o destino do Bayern. Com o craque, o clube se tornou uma máquina
de títulos (quatro campeonatos nacionais; quatro Copas da Alemanha; tricampeão
da Copa dos Campeões da Europa; e um Mundial Interclubes). Ainda venceu o
campeonato nacional de 1982, pelo Hamburgo. Pelo Cosmos venceu três campeonatos
nacionais.
Beckenbauer disputou as Copas do
Mundo de 1966, 1970 e 1974 (campeão). Foram dez anos como capitão da seleção
alemã. Uma liderança que lhe dava o direito de discutir a escalação e o esquema
com os técnicos. Disputou 103 jogos, sendo 50 como capitão, e marcou 14 gols
com a camisa da seleção.
Mas nem só de sorrisos viveu
Beckenbauer. Ele teve uma grande decepção em 1977, quando o técnico Helmut
Schoen lhe disse que estava velho para ir à Copa de 1978. O Kaiser foi jogar
três anos no Cosmos, mas voltou para a Alemanha em 1980 para atuar no Hamburgo,
sonhando com a Copa de 1982. Nova decepção. Depois de duas temporadas sem nem
ser sondado para uma possível convocação, resolveu voltar para o Cosmos e
encerrar a carreira, em 1983.
Depois do sucesso dentro de campo,
Beckenbauer estava decidido a provar seu talento também do lado de fora.
Assumiu a Seleção Alemã e, já em sua primeira Copa, a de 1986, chegou ao
vice-campeonato. Em 1990, conseguiu se tornar o primeiro europeu a ser campeão
do mundo como jogador e como técnico. Deixou a Seleção para voltar ao querido
Bayern, primeiro como técnico, depois como diretor, e, por fim, como
presidente. A elegância e a liderança dos gramados adaptaram-se bem em ternos
bem cortados e gravatas sóbrias.
Beckenbauer morreu em 07 de janeiro
de 2024, aos 78 anos, em Salzburgo, na Áustria. Um comunicado da família foi
divulgado sem detalhes sobre a causa, apenas que o ex-jogador faleceu durante o
sono. Sabia-se que ele desenvolveu o Mal de Parkinson.
Nenhum comentário:
Postar um comentário