segunda-feira, 29 de agosto de 2016

OS MOREIRAS ESTÃO NAS RUAS: 3ª PARTE


Nota do Blog: entrevista concedida ao Jornal da Tarde, de São Paulo, em 7 de dezembro de 1966. 

FUTEBOL MATOU FAROESTE QUE ZEZÉ NÃO PERDIA


Zezé e Aymoré Moreira 

Há 50 anos Miracema já era pequena demais para as brincadeiras do Saci, o Filinho dos Moreira, menino mais levado e brigador da família. Era difícil a tarde em que não matava aula para jogar pelada e depois ia se esconder do pai na fazenda do avô Zé Carlos: “Tudo que acontecia de errado era eu que aprontava”.  

Hoje, o menino que herdou do pai o nome Alfredo e do futebol o apelido Zezé, é o mais sério da família. Desde que passou a ter o futebol como meio de vida sempre foi diferente dos irmãos.  Assumiu uma pose de inglês: procura andar sempre muito bem arrumado, quando não tira a gravata só usa ternos que lhe caem direitinho no corpo.  

Dos quatro irmãos, só ele e Aírton não interessaram pela música. Desde cedo, Zezé tomou gosto pelo futebol  e foi mais por isso que Aymoré e Aírton acabaram nessa profissão. Em todo seu tempo de jogador foi companheiro de clube de Aymoré, arranjou muitas brigas por onde passou e as maiores foram contra torcedores. :
- Uma vez joguei uma prata de quatrocentos reis num torcedor e ela ficou pregada bem na testa dele.

Era centromédio, sempre jogou duro, mas não quebrou a perna de ninguém. Nasceu na fazenda Lagoa Preta, do avô Zé Carlos, há 58 nos.  Apesar disso, jamais gostou de pescar ou caçar, ao contrário de Aymoré. Sua alegria era ficar brincando no engenho ou no açude da fazenda, perto da cidade.  Com 12 anos já era cabo eleitoral de seu avô, chefe político do partido de Nilo Peçanha, que dominava a cidade:
- As eleições eram em nossa casa. Quando chegava o dia, a gente fazia uma mesa com muita comida boa no quintal.  Quase todos os eleitores eram pobres e analfabetos e marcavam o nome do candidato com um x. Nós dávamos um bom prato para o eleitor e depois mudávamos o x da cédula se não estivesse em nome de vovô.  Zé Carlos Moreira nunca perdeu uma eleição em Miracema.

Gostava tanto de faroeste que passou até a imitar o mocinho Edie Polo, que passava a mão no cabelo toda vez que dava um tiro e matava alguém. Deixou seu cabelo crescer e ficou meio parecido com Edie Polo.
- Na época tinha muita gente boa de tiro. O melhor mesmo era o Tom Mix. Depois vinha o Buck Jones e aquele bem trágico, o William Fago.

Quando jogava no Palestra, no cine Odeon, onde hoje é o Marrocos, pôde ver pessoalmente Ramon Navarro, um de seus ídolos de faroeste. Agora quase não tem tempo para cinema, vive do futebol e com ele aprendeu o seguinte:

- O que passou, passou. Só serve mesmo para lição. E a lição guardo para mim.

domingo, 28 de agosto de 2016

A FICHA LIMPA ESTÁ LIMPA?


Honestidade é apreciada, confiança é conquistada, lealdade é retribuída e respeito é merecido. No Brasil, honestidade e competência perderam o referencial. A fraqueza moral dos homens públicos é evidente e a carência de lideranças honestas e com patriotismo está cada vez mais difícil.

O que estamos presenciando no Senado Federal é algo repugnante. Não entrarei no mérito da questão, apenas qualifico como vexatório o comportamento  de alguns parlamentares, como já ocorreu com a votação na Câmara. Eles tentam passar uma imagem de pessoas sérias, acima de qualquer suspeita, fazem acusações diversas aos seus pares e acabam “esquecendo” de olhar a sujeira de seu próprio umbigo.  

Seria de fundamental importância que a Lei da Ficha Limpa fosse cumprida à risca para evitar que participe do processo eleitoral candidato que não tem condição de ser eleito, de acordo com a própria lei. Até o trânsito de sentença condenatória ser julgado em última instância em nosso país, as brechas e lacunas na lei acabam permitindo que corruptos sigam adiante nas urnas. Recursos em cima de recursos são impetrados para prorrogar por tempo indeterminado os processos.

Portanto, os partidos políticos deveriam ter mais cuidado na escolha de nomes íntegros e de reputação ilibada para concorrer aos cargos eletivos. Somente assim podemos fortalecer a Lei da Ficha Limpa, a cidadania e a própria democracia em nosso país.  

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

GERALDO ASSOVIADOR: A MORTE PREMATURA DE UM JOGADOR PROMISSOR

GERALDO E DOVAL 


Calou o assovio. Acabaram-se as brincadeiras com Zico. Pintinho perdeu seu grande amigo. Acabou tudo. Aos 22 anos, o coração de Geraldo parou. Foi-se o moleque. Foi-se o craque do Flamengo, íntimo da bola, sua única alegria de viver. Era um menino tímido, apaixonado pela bola. 

Em  26 de agosto de 1976 o futebol brasileiro perdia, precocemente, aos 22 anos, uma de suas maiores revelações, o meia Geraldo Cleofas Dias Alves. O departamento médico do Flamengo indicou que Geraldo precisava operar as amígdalas por conta de uma inflamação crônica na garganta, considerada comum naquele tempo. No dia 26 de agosto, vinte minutos após a cirurgia, Geraldo começou a se sentir mal e seu coração parou. A equipe médica tentou reanimá-lo, mas Geraldo morreu vítima de um choque anafilático causado pela anestesia. 

Geraldo tinha um futuro brilhante pela frente. Lembro-me desse dia como se fosse hoje, tinha nove anos e já acompanhava futebol. Estava ouvindo o rádio na hora do almoço, se não estou enganado no programa do Haroldo de Andrade, era um costume do meu pai, e fiquei chocado com a notícia, que acabou me marcando muito, pois já se falava nas qualidades técnicas do Geraldo.

Geraldo Cleofas Dias Alves, mineiro de Barão de Cocais, onde nasceu em 16 de abril de 1954. Armador com extraordinário controle de bola, dribles curtos e incisivos, futebol solto e alegre. Campeão Carioca pelo Flamengo em 1974, era uma das maiores esperanças do futebol brasileiro quando morreu. 

Convocado por Oswaldo Brandão estreou na Seleção Brasileira na Copa América de 1975. Jogou sete partidas com a camisa do Brasil, sendo cinco oficiais. Pelo Flamengo disputou 169 jogos e marcou 13 gols como profissional. A cidade de Campos presenciou o seu último jogo com a camisa rubro-negra, em 4 de agosto, quando o Flamengo foi derrotado pelo Americano por 3 a 0. 

Geraldo foi enterrado em Barão de Cocais, onde nascera há apenas 22 anos.  

MUSCULAÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA NA GRAVIDEZ - POR VICTOR TITONELLI



Uma pergunta sempre pertinente:
A grávida pode realizar atividade física? Pode realizar o treinamento de musculação?

A resposta é mais que óbvia! Tanto a realização de atividades aeróbicas  - principalmente atividades aquáticas -, quanto à realização de musculação, podem e devem ser realizadas pela mulher grávida. Logicamente que essas atividades devem ser praticadas com moderação e não intensas.

Atualmente é recomendado a prática de atividades físicas para as mulheres grávidas a fim de usufruírem dos benefícios relacionados à saúde, associados ao exercício. Entre eles:

-diminuição dos sintomas gravídicos
-melhor controle da fome
-prevenção de lombalgia 
-menor ganho de peso durante a gestação 
-recuperação pós-parto mais rápida 
-fortalecimento da musculatura abdominal 
-diminuição da tensão no parto, dentre tantos outros benefícios.

A musculação é indicada, desde que a gestante seja praticante previamente da atividade, esteja em situação de total ausência de anormalidades na gravidez e logicamente que após a liberação do obstetra. Não se aconselha iniciar a prática de musculação durante a gravidez.

As cessações das atividades e a procura imediata ao obstetra que a acompanha, devem ser feitas nas seguintes situações: 

-dor de qualquer tipo
-contrações uterinas repetitivas
-sangramento vaginal
-perda de líquido aminótico
-tonturas, desmaios, palpitações 
-distúrbios visuais.

Procure sempre ajuda de um profissional qualificado e passe por uma avaliação médica prévia. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

19 RECORDES MUNDIAS QUEBRADOS NOS JOGOS OLÍMPICOS


Atletismo -  400m rasos masculino
Wayde Van Niekerk, África do Sul, 43.03s

Atletismo - 10.000m rasos feminino
Almaz Ayana, Etiópia, 29:17.45

Atletismo - Lançamento do martelo feminino
Anita Wlodarczyk, Polônia, 82.29m

Ciclismo de pista - Perseguição por equipes feminino
Equipe da Grã-Bretanha, 4:10.236

Ciclismo de pista - Perseguição por equipes masculino
Equipe da Grã-Bretanha, 3:50.265

Ciclismo de pista - Velocidade por equipes feminino
Equipe da China, 31.928s

Levantamento de peso - Até 56kg masculino
Qingquan Long, China, 307 Kg

Levantamento de Peso - Até 63kg feminino
Wei Deng, China, 262 Kg

Levantamento de Peso - Até 77kg masculino
Nijat Rahimov, Cazaquistão, 214 Kg

Levantamento de Peso - Até 85kg masculino
Kianoush Rostami, Irã, 396 Kg

Levantamento de Peso - Acima de 105kg masculino
Lasha Talakhadze, Geórgia, 473 Kg

Natação - 100m borboleta feminino
Sara Sjostrom, Suécia, 55.48s

Natação - 100m costas masculino
Ryan Murphy, 51.85s

Natação - 100m peito masculino
Adam Peaty, Grã Bretanha, 57.13s

Natação - 400m livre feminino
Katie Ledecky, Estados Unidos, 3:56.46

Natação - 800m livre feminino
Katie Ledecky, Estados Unidos, 8:04.79

Natação - 400m medley feminino
Katinka Hosszu, Hungria, 4:26.36

Natação - Revezamento 4x100m livre feminino
Equipe da Austrália, 3:30.65

Tiro com Arco - Competição individual masculina
Woojin Kim, Coreia do Sul, 700 pontos

terça-feira, 23 de agosto de 2016

MARATONISTAS INUSITADOS - POR BEBETO ALVIM


-- Eles estão vindos. Vamos pegá-los.
-- Ainda não! Deixem eles chegarem mais perto.
-- Mas, Doutor...
-- Eu já disse: vamos esperar. A surpresa é uma arma sempre poderosa.
-- E se eles...
-- Quieto. Eles estão chegando.

Cinco minutos atrás (como nos bons filmes de suspense):
Às portas fechadas do bar do Vavate, após várias inúteis partidas de sinuca e doses sempre úteis de destiladas, era possível, ainda, ouvir o vozerio dos profissionais pinguços de Miracema, liderados pelo Duduca do Alberto Richa e César do Erotides:
-- Quem topa?
-- Quanto vale?
-- Um litro de “Maravilhosa”. Ou de “Guarda-chuva de Pobre”.
-- Confere.

Roupas dobradas nas soleiras do já sonolento bar, eles, todos (oito), desnudos, estavam a apostar corrida pela rua até o Jardim e voltar ao ponto onde se encontravam.
Lá se foram eles. Algumas coisas balançavam. Às duas horas da madrugada, entretanto, a Rua Direita já dormia e ninguém testemunhava.

E voltaram.
Só que na volta...
Acabaram-se os cinco minutos atrás (como nos bons filmes de suspense):
-- Doutor...
--Cale-se! Eles já estão em nossas mãos. Prenda-os.
-- Doutor Expedito, nada fizemos de mal. Estávamos até a praticar uma atividade física.
-- Vão praticá-la melhor na Delegacia. Pessoal: leve-os.
-- Doutor, e nossas roupas?
-- Ora, se vocês delas se abdicaram para a corrida é porque delas não precisam. Vão do jeito que estão.

E lá vai indo a procissão. Sem círio e sem ladainha. O Delegado à frente, um batalhão de pelados (sem saber onde botar a mão) e alguns fardados soldados a carregar as trouxas (de roupas) dos infelizes “maratonistas”.

Ao curvar o final da Rua Direita (que se dá lá pela rodoviária) para a Irineu Sodré, a mente maquiavélica do cachaça está a meditar: “o que vou fazer – preciso bolar alguma coisa, pois, passar a noite enjaulado é o que eu não quero”.

A dez metros da Delegacia, o César Linhares “voa” sobre o balaústre da ponte sobre o Ribeirão Santo Antônio e, das águas, naqueles tempos ainda profusas, desafia o Doutor, que vocifera: “Primo, você não pode fazer isso comigo!” Ao que responde o suposto (mas nem tanto) suicida: “Se você é meu primo, por que me está a me prender?” 

O Delegado, já destemperado, determina: “Saiam das minhas vistas e nem pensem em entrar na minha Delegacia. Vocês serão capazes de aprontar alguma pior e complicar minha vida. Pessoal! Devolvam as roupas desses loucos e mande-nos embora. Já!" 







GENETON MORAES E FRIAÇA: DOSSIÊ DA COPA DO MUNDO DE 1950


O jornalista Geneton Moraes escreveu um livro, Dossiê 50, lançado em 2000, e entrevistou todos os titulares daquela decisão de 1950. Abaixo, um trecho do depoimento de Friaça publicado na referida obra:

Albino Friaça Cardoso tinha 25 anos, oito meses e 26 dias quando realizou o sonho de fazer um gol numa final de Copa do Mundo dentro de um Maracanã superlotado. O gol saiu logo no primeiro minuto do segundo tempo. O Maracanã enlouqueceu. Friaça também.

... A emoção foi tão grande que só me lembro de uma pessoa que veio me abraçar: César de Alencar, o locutor. Quando a bola estava lá dentro, ele gritou: “Friaça, você fez o gol!” Naquela confusão, ele entrou em campo e me abraçou. Nós dois caímos dentro da grande área.
Louco de alegria, Friaça só se lembra com clareza do rosto de César Alencar.
... Passei uns trinta minutos fora de mim. Eu não acreditava que tinha feito o gol. Eu tinha potencial, mas estava ao lado de craques como Zizinho, Ademir e Jair. E logo eu que fiz o gol.
Se o Brasil precisava apenas de um empate, então o jogo estava liquidado: a Seleção ia ser campeã do mundo.
... Ali nós já éramos deuses – admite Friaça.
Friaça só não poderia imaginar que outras cenas inacreditáveis iriam acontecer ali – além da queda do César Alencar dentro da grande área, numa explosão de alegria.  Consumada a tragédia brasileira diante da maior platéia até hoje reunida par um jogo de futebol, a dor da derrota desnorteou o autor do gol do Brasil.  
... O trauma foi enorme. Vim para o Vasco. Fiquei, em companhia de outros jogadores, andando de noite em volta do campo, ali na pista. O assunto era um só: como é que a gente foi perder com um gol daqueles?
Depois das voltas inúteis em torno do campo do Vasco naquela noite de domingo, Friaça pirou.
... Só me lembro de que a gente subiu para o dormitório. Eram umas onze da noite. Troquei de roupa e me deitei.
... Não me lembro de nada do que aconteceu depois. Quando dei por mim, por incrível que pareça, eu estava em Teresópolis, no meu carro. Passei pela barreira, fui para um hotel.
... Quando me perguntaram: “Friaça, o que você quer?” Eu simplesmente não sabia onde estava. Só sabia que estava embaixo de uma jaqueira, no terreno do hotel. Não sei como é que saí com meu carro da concentração. Não sei como é que fui bater em Teresópolis.
... Um médico que era prefeito de Teresópolis é que me deu uma injeção. Comecei, a saber, onde é que me encontrava uns dois dias depois. A minha família, em Porciúncula, estava atrás de mim, sem saber onde é que eu estava.  O pior é que eu também não sabia. De 64 quilos eu passei para 59.


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

OS MOREIRAS ESTÃO NAS RUAS: 2ª PARTE


Nota do Blog: entrevista concedida ao Jornal da Tarde, de São Paulo, em 7 de dezembro de 1966. 



AYMORÉ JÁ TEM SUA ROÇA

No meio dos irmãos, Aymoré Moreira continua sendo aos 54 anos o mesmo Zico dos 18 anos que a cunhada Maria Helena conheceu no Rio quando ainda namorava Zezé. Brinca muito, tem um jeito simples de homem que gosta de viver na roça. A cunhada nem acreditava que ele fosse vencer no futebol, sempre pensou que um dia largasse tudo para criar cavalo num lugar qualquer do interior, andava sempre reclamando da correria da cidade grande.

Esse pensamento Aymoré reconhece que já teve mesmo, mas na hora que deixou de ser jogador para ser técnico descobriu que podia juntar o futebol e a vontade de morar no mato que sente desde que trabalhava na terra em Miracema.

Lá ele pensava também ser lutador de boxe, recortava toda fotografia de pugilista famoso que encontrava.  Mas o mais que lutou foi contra Aderbal, o irmão músico. Fazia de conta que era Gene Tney, seu ídolo, contra Jack Dempsey.

Nas brigas de turma quase não entrava, deixava as confusões para Zezé, valentão do bairro. Só o turco Amim, da esquina da Rua do Correio, era mais forte que Zezé. Morreu outro dia num desastre  de automóvel na Rio-Petrópolis. Aymoré soube pelos jornais, fica sério quando conta. Zezé e Aírton até param de conversar para ouvir.  

Aymoré como Zezé foi cabo eleitoral do avô coronel José Carlos Moreira. Tocava sanfona, diz que só arranhava, se fosse viver de música como Aderbal morria de fome. Era ladrão de frutas no quintal dos vizinhos. Lembra-se do pai Alfredo como um velho bravo que nem podia ouvir falar de futebol. Perdeu a conta das brigas que teve com ele. A mãe, dona Antonieta, não ligava. Morreu cedo, Aymoré tinha só 19 anos.

Aymoré também usa Dietil para não engordar muito, mas não liga para a elegância, é difícil vê-lo de gravata. No sítio de Taubaté, gastou 16 milhões, não se incomoda, acha que lá tem tudo que sempre quis.

Quer ver Zezé e dona Maria Helena no sítio quando o campeonato acabar, bem ao lado da casa tem dois apartamentos térreos, só para visitas. Em janeiro fica pronta piscina, Aymoré gasta um tempo enorme promovendo seu sítio, falando de suas plantações: batata, arroz, pêssego e até de café.  Parece um fazendeiro e é mesmo, tem uma fazenda perto de Botucatu.  Nela não planta nada, só cria cavalos, quase todos puro sangue de corrida.

Aymoré que saber dos sobrinhos, Paulo, Marcos e Júlio, filhos de Aírton e da cunhada Ione. Acha ruim Aírton não tê-la trazido para São Paulo. Aírton diz que a mulher não gosta muito daqui. Aymoré não responde, continua falando até a hora da despedida:

- Sabe Maria, é só lá no sítio ou na fazenda que me sinto bem mesmo. Quando tem algum problema grande, levanto de madrugada, faço café e deito na rede. Sempre encontro uma solução. Pode acreditar, nunca houve um dia que me deitasse na rede e saísse com o mesmo problema, nunca. 

O RIO TEM UM PLANO APÓS OS JOGOS OLÍMPICOS. SERÁ QUE VAI SAIR DO PAPEL?


 Ao contrário dos Jogos Olímpicos anteriores em que os estádios foram abandonados depois que a tocha se apagou, transformando-se nos famosos elefantes brancos, saber que existe um grupo de pessoas trabalhando para que esse não seja o nosso destino é minimamente reconfortante. O grande pavor dos brasileiros é que todo o tempo e dinheiro investidos no evento internacional sejam jogados no lixo em plena época de crise financeira no país.

Em 2016 a promessa é outra: várias construções do Parque Olímpico serão desmontadas e reconstruídas em outros lugares. Por isso, os edifícios foram projetados para serem desmontados e, em contrapartida, fornecerem materiais para construir escolas, centros de natação na comunidade e um parque público.

Arquitetura nômade

Esse nome é um conceito atribuído pelo atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, à engenharia inovadora de acordo com o site oficial dos Jogos Olímpicos.


Isso porque estruturas como a Arena do Futuro, um local que abriga 12.000 lugares, serão “repartidas” e reconstruídas em quatro escolas públicas nos bairros de Jacarepaguá, Barra e São Cristóvão.


Já o Estádio Aquático, onde Michael Phelps  colecionou mais medalhas de ouro para o seu baú olímpico do tesouro, também será desmontado e transformado em dois centros de esportes aquáticos com piscinas olímpicas em Madureira. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

O BAIXINHO ROMÁRIO E O SEU 1º GOL COMO PROFISSIONAL

O jogo do 1º gol. Em pé: Edevaldo, Ivan, Newmar, Mauricinho, Vitor e Paulo César;
agachados: Roberto Costa, Geovani, Romário, Luís Carlos e Silvinho.

O dia 18 de agosto é uma data especial para Romário. Em 1985, num amistoso preparatório para a disputa do Campeonato Carioca, contra o Nova Venécia, do Espírito Santo, o atacante marcou seu primeiro gol como atleta profissional do Vasco, que venceu por 6 a 0,  com dois gols do Baixinho.

Romário chegou ao time profissional do Vasco pelas mãos do técnico Antônio Lopes. A partir daquele amistoso começou a chamar a atenção de torcedores e jornalistas. No Campeonato Carioca de 1985, o Baixinho foi o vice-artilheiro da competição. No ano seguinte, Romário assinou seu primeiro contrato como atleta profissional e fez dupla de ataque no Vasco com Roberto Dinamite. Mesmo sob a sombra do grande ídolo, Romário conseguiu ser o artilheiro do Campeonato Carioca com 20 gols, um a mais que Dinamite.

Em 1987 e 1988, o Baixinho conquistou o bicampeonato estadual com o Vasco e novamente foi o artilheiro da competição. Destaque do Vasco, Romário foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 1987, para um amistoso contra a Irlanda. Mas seu primeiro gol com a camisa amarelinha aconteceu meses depois, num amistoso com a Finlândia, que o Brasil venceu por 3 a 2.

CONTA DE LUZ E A SUA BANDEIRA AMARELA


  A falta de chuvas e uma queda menor no consumo de energia devem fazer com que as contas de luz do país voltem a ter bandeira amarela a partir de setembro, com a cobrança extra de R$ 1,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Desde abril, a bandeira está no nível verde, em que não há taxa extra nas contas. O sistema existe desde o início de 2015 para indicar aos consumidores que as condições de geração, por falta de chuvas ou outros motivos, está mais restrita. A intenção é que o apontamento leva os clientes a reduzirem o consumo, colaborando para o retorno da geração de energia aos custos mais baixos.

Segundo uma autoridade ligada ao tema, há três elementos principais que apontam para a retomada da bandeira amarela em setembro. O primeiro é que os meses de setembro e outubro são mais secos. O nível menor dos reservatórios das hidrelétricas exige mais das térmicas, o que leva o custo médio da geração da energia a subir. Quando são acionadas térmicas com custo superior a R$ 211 por Megawatt-hora (MWh), há uma indicação clara de acionamento da bandeira amarela, o que já vem ocorrendo. Para o acionamento das vermelhas, esse teto é de R$ 422 por MWh.

Outro argumento para se revisar a bandeira é o aumento do consumo projetado para o ano. Desde maio, o consumo de energia no país — apesar de ainda recuar em relação a 2015 — vem superando as projeções anteriores. Assim, uma necessidade de consumo maior do que a previsão anterior colabora com a indicação de possível escassez de energia.

O último elemento a apontar a mudança da bandeira é a situação dos reservatórios nos sistemas Norte e Nordeste, as condições do rio São Francisco e do Tucuruí estão críticas. Na sua última reunião, o Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE) indicou que “ainda poderá ser necessário manter o despacho térmico por garantia de suprimento energético nos subsistemas Nordeste e Norte de forma a preservar os estoques das UHEs (hidrelétricas) Tucuruí e Sobradinho e operar as interligações com critérios de segurança adequados”.

— A bandeira amarela agora faz sentido. É normal que se tenha bandeiras amarelas todos os anos nos meses mais secos — disse a fonte, que prevê a manutenção da sobretaxa na conta até novembro, quando as chuvas voltam a ser mais intensas.

Procurada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que determina a indicação mensalmente, informou que só se manifestará sobre a bandeira tarifária de setembro na data oficial para deliberação, 26 de agosto.

Campos 24Horas 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

ENTREVISTA COM EXMO. SR. PREFEITO JUEDYR ORÇAY



Nota do Blog: A entrevista foi realizada em 27 de julho. 

1 – Para os brasileiros, saúde, educação, segurança e geração de emprego são prioridades essenciais. Isto posto, o que temos visto é que nem todo gestor tem cumprido com o prometido. O senhor, como cidadão e prefeito, diga-nos o que foi feito em sua gestão nessas prioridades?
- Vamos começar pela saúde. Eu quero abrir essa entrevista dizendo que eu não tive uma condição de fazer uma transição de governo, e isso me prejudicou muito, pois de outubro até dezembro eu fui proibido de entrar na prefeitura. Só depois que tomei posse, no início de janeiro, é que fui tomar ciência da situação caótica da saúde, com a frota de veículos sucateada, falta de médico, surto de dengue, falta de leitos, dívidas com farmácias, o que acabou até afetando os pacientes com câncer, que tiveram o seu tratamento interrompido por causa disso tudo. Inclusive, eu decretei estado de calamidade pública por seis meses em virtude do que encontrei na prefeitura – quero dizer calamidade pública administrativa. O gestor tem que ter responsabilidade no fim de seu mandato em abrir as portas para aquele que vai assumir tomar ciência da real situação do município. Esse fato me prejudicou muito. Dentro das inúmeras dificuldades procurei resolver o problema dos pacientes que necessitavam fazer hemodiálise, estreitando a relação com o Dr. João Miguel, de Pádua. Contratei também duas vans para fazer o transporte dos pacientes pra fora do domicílio, como Rio de Janeiro e Paraíba do Sul, da locadora Lemas, vans de última geração para dar mais conforto aos pacientes. Quero deixar bem claro que tenho o dever institucional de gastar 15% com a saúde e hoje gasto de 30 a 35%, desde o início do meu mandato. Sendo assim, mais do que dobro a minha obrigação institucional. Hoje, eu tenho na rede pública quase que todas as especialidades possíveis na área de medicina, alguns estatutários e outros contratados, considero que isso foi um avanço na minha gestão. Quando assumi tínhamos seis PSFs bem combalidos, e além de reformarmos, construímos mais três. Outra área de excelência é a da odontologia. Inclusive, brevemente teremos o Odontomóvel, um trailler que vai servir a população nas regiões mais distantes, como na zona rural. Transferimos o pronto socorro, que era no centro, por entendermos a necessidade de estar mais perto do socorro, para o prédio anexo ao hospital. Vamos levar agora o pronto socorro pra dentro do hospital. Quero deixar bem claro que não existe nenhum tipo de rompimento do poder público com o hospital, pelo contrário, estamos trabalhando juntos para fazer o melhor pra população. Investimos muito na saúde, mas sabemos que a saúde é um problema sério, ainda mais nesse momento que vive o país. Quero deixar bem claro que não fiz nenhum tipo de contenção de gasto com a saúde, fiz com outros setores. Reconheço que avançamos na área de saúde, que demos sintomas de melhora, mas muito ainda precisa ser feito. Estamos trazendo para a rede pública do município o tratamento para crianças autistas, em um convênio com a Faculdade Redentor, de Itaperuna. Temos por aqui mais de 19 crianças com autismo que hoje tratam fora da cidade e vamos realizar um serviço de excelência para a população. Na medida em que vai aparecendo demandas a gente vai buscando as soluções.
Quando assumimos o governo, volto a dizer, eu não tinha uma folha de papel e nem cadeira pra me sentar, o que nos obrigou a sair da prefeitura, onde estou até hoje fora. Sobre a educação, com exceção do corpo funcional, que é o melhor do Noroeste, estou falando do material humano que serve a secretaria, quero registrar isso aqui porque não é mão de prefeito que faz qualidade na educação, é disciplina com consciência profissional que faz qualidade, o prefeito dá suporte.  Quando peguei a educação, a matemática é uma ciência exata, ela estava em 73º colocada no ranking estadual. Hoje, é a nº 1, e esse índice não é do prefeito Juedyr Orçay, é do Saerj e do Ideb. Quem quiser entrar no site do governo federal e estadual pode confirmar o que digo com relação do sexto ao nono ano. Desde o primeiro dia de meu governo dou o kit escolar, que vai do lápis ao caderno, pois venho de família pobre e sei da dificuldade de quem tem filho na rede pública para comprar o material. Dou o uniforme, do tênis ao agasalho de frio. Fiz questão de investir mais na merenda, que tem 80% de recurso de verba própria, que é a contrapartida de 25% que nós temos que dar para a educação. A merenda do município é de excelência e 40% é comprada do produtor rural, fazendo assim o fortalecimento da agricultura familiar. Melhoramos a frota de veículos e valorizamos o profissional do transporte escolar dando a isonomia aos motoristas e pedagogas, acertando os atrasados com os professores e fazendo capacitações. Como também já disse sobre a saúde, ainda tem muita coisa a caminhar.
A segurança é mais do que a minha obrigação, sou oriundo, sou policial militar, e quando assumi o governo a gente vivia em estado de sítio, de guerra, facções criminosas tomando a cidade e os caras famosos da cidade eram os traficantes. Tivemos fatos que marcaram a história do nosso município.

Nota do blog: questionei novamente o prefeito que os índices de violência continuam elevados.
- Quero deixar bem claro que não virei as costas para o problema, pelo contrário, estamos enfrentando de frente. Fui ao governador, secretário de segurança, delegado, comandante do batalhão, e tivemos uma redução de 50% no índice de violência, e ela não está na altura do que desejamos, e como já foi a nossa cidade. Não é só com repressão que vamos fazer a segurança no município. Agradeço a polícia militar, a polícia cível, a promotoria e a justiça, pois, está sendo feito um trabalho em conjunto, para que isso evolua para melhor.
A geração de emprego é algo que me deixa feliz, porque também não é índice meu, é da FIRJAN. É só consultar o site da FIRJAN que Miracema, por dois anos, bateu o recorde de geração de emprego. Até porque, eu criei a secretaria de emprego e renda, voltada só para a geração de emprego. Esse comportamento político me fez ganhar dois prêmios no SEBRAE como prefeito empreendedor – 2014 e 2015. Nós tínhamos um déficit de 1.500 empregos e já conseguimos controlar 1/3, e vou te dizer aonde. Quando nós trouxemos o Supermercado Fluminense para Miracema algumas pessoas entenderam até de forma errada, que o Fluminense prejudicaria o comércio aqui já instalado e não houve nada disso. O Supermercado veio para ser mais uma opção de compra e está trazendo muitas pessoas de fora, de cidades vizinhas, para fazer compras. Só ali foram 126 empregos. A firma que recolhe o lixo na cidade, a Continental, uma empresa terceirizada que a prefeitura contratou, são aproximadamente 60 funcionários.

Nota do blog: indaguei ao prefeito se é mais vantajoso fazer a terceirização.
- Não fazemos somente a coleta, fazemos também a destinação, e não tenho compromisso com manutenção, combustível, mão de obra, a gente tem um preço que no final acaba valendo a pena. E vou te dizer uma coisa, o futuro vai ser a terceirização. Mesmo que pague um pouco mais, você tem a continuidade do serviço. Se tiver um problema com um veículo eles são obrigados a colocar outro no lugar. Então, são mais 60 empregos nessa firma terceirizada. A construção civil, incluindo a reforma dos estádios do Ferradurão, Francisco Chacour, em Paraíso do Tobias, da obra do esgotamento sanitário, somando com outras menores, dá um total de mais de 350 pessoas trabalhando na construção civil. Com a abertura do frigorífico, que dentro de alguns dias estará funcionando a todo vapor, que ainda depende de alguns detalhes da liberação ambiental por conta da faixa marginal do ribeirão Santo Antônio, já são mais de 500 empregos. Para quem tinha uma necessidade de 1.500 empregos nós já chegamos a 1/3 de nossa necessidade, como já disse anteriormente. Até o final do ano nós estamos implantando a Godan, a Sol e Neve, ao lado do Bendengó, com 10 mil metros quadrados de obra e mais de 100 empregos, além da promessa da Valmisa, fábrica de camisa que está vindo pra cá. Se tudo correr bem, até o final do ano estamos chegando à faixa de 800 a 900 empregos.  

2 – Na saúde, as reclamações são mais pontuais e direcionadas na falta de remédios, principalmente para aqueles que usam medicamentos de uso contínuo. As reclamações procedem?
- Em parte sim. Quando cheguei ao governo teve mês de pagar cem mil reais para remédio judicial. Hoje, graças a Deus isso reduziu muito, e é sinal que nós tivemos competência para cuidar da saúde. A saúde é um complicador em todo o país, quase que todo dia aparece uma doença nova, e o dinheiro não cresce na medida em que aumenta a demanda.  Não quero ser hipócrita, até porque não é de meu feitio, mas digo que reduzimos muito isso. Se ainda temos 20% de pessoas que reclamam dos que reclamavam antes – que era um absurdo – hoje eu cobro muito da secretária para que não permita essas reclamações, mas têm coisas que extrapolam e nos pegam totalmente desprevenidos, e não é por maldade que a gente às vezes deixa de atender. Respondendo com verdade de 1 a 10 eu acho que a gente consegue fazer 7. O resto vamos buscar soluções.

5 – Ainda falando de educação, esclareça para a classe de professores a tão sonhada equiparação salarial com o piso nacional.
- Está havendo uma controvérsia e já vou mandar pra Câmara por esses dias. Qual político que não quer dar aumento? Mas temos que ter responsabilidade de dar o aumento e tem que ter condições de sustentar algo que você deu. Já mandei fazer um levantamento e tenho dinheiro para pagar o piso nacional. Estou esbarrando no período eleitoral, porque o meu departamento contábil e minha controladoria, entendem que esse período não vai me permitir, mas mesmo assim, estou entre uma obrigação federal constitucional e um período eleitoral.  Estou mandando o projeto pra Câmara, com todos os cálculos, informando de onde vou tirar, e quero deixar bem claro que não é um projeto eleitoreiro, pelo contrário, é um projeto de valorização dos professores, que a gente já devia ter feito isso.

Nota do blog: interrompi o prefeito e perguntei o que faltou para isso não ter sido feito anteriormente. 
- O que faltou foi a gente ter trabalhado, priorizado nele. Aí você me questiona que estou fazendo em cima da eleição, por quê?  Estou dando em cima da eleição porque só a partir desse ano começamos a trabalhar esse projeto. Eu não vejo problema, tudo que eu fiz na educação, a gente fica... entre se eu faço agora, vou diminuir a injustiça com os professores, porque eles vão passar a receber, e se eu faço ano que vem, vou deixar pra fazer o que poderia ter sido feito de uma vez. Então, fica na consciência de cada um, até porque, faço uma política totalmente diferente da costumeira, e quem entender que a gente merece continuar, vai continuar votando com a gente, e quem entender que não merece, é livre e cada um faça a sua avaliação.     
    
7 – A agricultura do nosso município passa por um momento crítico. Ano após ano estamos perdendo a nossa identidade e tradição ruralista. O encerramento das atividades da Cooperativa comprova tal afirmação. O que o seu governo está fazendo para ajudar os agricultores?
- Quando assumimos o governo, com exceção da APROISO, as outras seis associações de produtores rurais estavam desativadas, e atualmente todas estão ativadas e participando. Confesso a você que tive vontade de extinguir a secretaria de agricultura. Não encontrei nenhuma máquina e nenhum projeto em desenvolvimento pra tocar. Resumindo: em estado lastimável. Deus nos iluminou e eu tive a felicidade de nomear o Leonardo Gripa para secretário. Dei sorte de fazer parcerias com o governo do estado e o secretário estadual, Cristino Áureo, que me ajudou muito. Recebemos novas máquinas pra gente fazer a recuperação das estradas rurais. Temos entre 300 e 400 km de estrada vicinal que estava há anos sem ser trabalhadas.  Não se recupera uma malha dessa dimensão em pouco tempo. Convido os seus leitores para dar uma chegadinha ao Moura para ver a estrada que nó fizemos. E também a estrada de Duas Barras. Mas por que no Moura? São as estradas rurais que têm mais fluxo e que produzem também. Têm lugares que a gente ainda não chegou, pois foi feito um levantamento do número de produção, mas ainda vamos chegar.  Nós já fizemos mais de 250 km de recuperação. Temos atualmente mais de 1.500 bezerras doadas pela prefeitura, de inseminação leiteira, pois a nossa intenção é dobrar a nossa bacia leiteira. Junto com o frigorífico estamos trazendo a unidade produtora de leitões, porque serão abatidos 300 porcos por dia e não é justo a gente ver os porcos vindos do estado de Minas se podemos produzir aqui. Então, aquela falta de identidade que você mencionou na nossa pecuária e agricultura, ela não vai ter mais. Se você produzir leite, vai vender pra Godan ou pro nosso laticínio, se produzir boi ou porco, vai vender pro frigorífico. Com tudo isso, a nossa preocupação agora é trazer uma fábrica de ração, porque se vai aumentar o rebanho, obrigatoriamente tem que se fazer uma fábrica de ração aqui. Portanto, a nossa agricultura avançou muito nesses três anos e meio de governo.

Nota do blog: aproveitei o tema rural e questionei o prefeito se ele tem ciência do grave problema da falta de energia que afeta os moradores do distrito de Paraíso do Tobias.
- Tenho ciência e isso é um problema sério que a gente tem brigado muito com a Ampla. O serviço foi terceirizado e a empresa só aplica em investimento apenas 5% na região Noroeste. Já tivemos audiência pública com o pessoal da Ampla para fazer a melhoria energética de nossa região. A COPAPA está tendo problemas com os picos de energia e outras fábricas grandes já deixaram de se instalar na região por esse motivo. Especificamente sobre Paraíso, não vou precisar um tempo, mas já está na pauta pra ser resolvido. 
  
8 – Fornecedores e prestadores de serviços reclamam do atraso em receber os seus pagamentos junto à Prefeitura. O questionamento é procedente? Gostaria que o senhor aproveitasse a oportunidade para fazer um esclarecimento e dar uma satisfação aos interessados?
- Dizer que a prefeitura não deve eu estarei mentindo. A única prefeitura que tem dinheiro hoje no Brasil é a do Rio de Janeiro, mas vamos ver depois das Olimpíadas. Não tem uma prefeitura que não tem dívida. Eu vou responder com a seguinte resposta: quando eu fazia uma licitação, dava dois, três fornecedores por licitação, hoje dá vinte. É sinal que querem vender pra prefeitura. Quando assumi a prefeitura herdei uma dívida de quase vinte milhões. Quero dizer que ainda tem inadimplência do governo passado. Somente com a Ampla a dívida era de quase um milhão de reais. No meu primeiro mês de governo consegui diluir essa dívida para pagar durante os meus 48 meses de mandato. Então, tem muita dívida que é do governo passado. Eu não vou dizer pra você que também não tenho dívida. Mas as minhas dívidas, com certeza, nós vamos pagar até o dia 31 de dezembro de 2016, porque não são coisas absurdas. No mesmo tempo que as pessoas reclamam da prefeitura como órgão mal pagador, quando a gente levanta o que tem na rua da prefeitura, como imposto de banco, imposto de cartório, sonegação de imposto da OI, da Ampla, nós temos aí... não vou nem falar de IPTU e coisas menores, estou falando dos grandes sonegadores. Se a prefeitura tem uma dívida de cinco milhões, ela tem quinze na rua pra receber. Então, é uma política que a gente também precisa mudar dentro do município. Porque não se faz governo abrindo mão dos tributos.

9 – O que será feito do prédio antigo da prefeitura? O seu mandato já está terminando e nenhuma reforma foi feita no mesmo.
- É bom falar sobre isso, Tadeu. Eu aproveito o espaço e as pessoas que acompanham o blog. Eu tinha duas demandas e apenas um recurso. Quais são as duas demandas?  Eu saí do prédio da prefeitura porque ele estava insalubre e, pra ser reformado, precisa de uma aprovação do INEPAC, é um prédio tombado pelo patrimônio, que tem critérios para ser reformado. Não é com uma arquitetura normal que você faz do jeito que você quer. Então, eu precisava fazer um projeto, como já está feito, e só tinha uma verba. Eu tive que fazer uma opção: ou gastava recuperando o prédio da prefeitura, ou gastava recuperando o prédio da igreja matriz. E quero deixar bem claro para que não haja nenhum tipo de confusão. A parte interna da igreja, uma obra que durou quase três anos, foi feita com a cotização dos fieis, e eu enalteço o trabalho do Monsenhor que lutou e tem lutado pela igreja. Eu me senti na obrigação, como chefe do poder executivo, ali é o maior patrimônio histórico da cidade, e no momento que eu tinha o dinheiro para fazer uma obra – ou reforma a prefeitura ou reforma a igreja – eu não pensei duas vezes e não me arrependo, Tadeu. Se tivesse de fazer, faria novamente. Foram gastos ali setecentos mil reais na recuperação da parte externa. Voltando ao prédio da prefeitura, já está dentro do orçamento para o exercício de 2017 a reforma do mesmo.   

10 – A obra de saneamento que está em andamento, se concluída, será a mais importante de seu governo? Dentro desse assunto, muitas são as reclamações dos moradores sobre os buracos pós-obra em diversas ruas de nossa cidade – o que já causou até acidentes. Somos sabedores que temos de enfrentar os buracos e os transtornos seriam inevitáveis para a implantação da nova rede. No entanto, nós, munícipes, gostaríamos de saber se a Prefeitura – de alguma maneira – está fiscalizando os serviços de reposição do calçamento? O que estamos presenciando é um total descaso após a colocação dos tubos.
- Eu diria que seria a obra mais importante da história de Miracema. Se concluída, não. Será concluída! Temos ouvido essas reclamações diariamente e pode ter certeza de uma coisa: a obra vai ser concluída, o miracemense vai ter uma qualidade de vida futura muito superior ao que a nossa geração teve até hoje. Desde o primeiro dia de meu governo busco por essa obra. Essa obra é saúde, e eu sabia que seria esse transtorno. Você sabe que qualquer obra que se faça dentro de casa gera um grande desconforto até ficar pronta.  Com relação ao que já foi feito, nós temos os nossos fiscais. Eles ainda não entregaram a chave da obra, ela ainda não foi concluída. Calculo que esteja a 35% de sua conclusão. Já tentaram parar a obra por questões políticas, mas ela vai até o fim, e não vai parar. Ainda temos a elevatória para ser feita, coisa magnífica, de primeiro mundo. Faremos 100% da cidade. Brevemente estarei em Brasília com o ministro para ver a 2ª fase, os outros 30% que ainda faltam da obra – quero dizer a margem esquerda do ribeirão –, que pega o Estadual, o Campo do América, que ainda não abriu nada, mas que também será feito. É a maior obra da FUNASA no Brasil - podem pesquisar – para cidades com até 25 mil habitantes. Peço à população que não deixe de reclamar, pois ela tem esse direito de reclamar, mas que tenha um pouco mais de paciência que o resultado final será bom para todos. Farei uma comissão com gente do povo, pra gente rodar a obra, e eles só vão me entregar a chave depois que estiver tudo ok.  

Nota do blog: perguntei ao prefeito a quem fazer as reclamações.
- Qualquer reclamação pode ser feita na Secretaria do Meio Ambiente com o secretário Geraldo André, e com o engenheiro da prefeitura, o Dr. José Alfredo, todos dois são fiscais da obra.

11 – Sente-se preparado para administrar o município por mais quatro anos? Por que o eleitor deve votar no Juedyr novamente?
- Todo dia é um aprendizado para o governante, pois são com os erros que a gente se corrige. Acho que hoje, depois de três anos e meio, estou mais preparado do que três anos e meio atrás. E, consequentemente, no ano que vem estarei bem mais preparado do que estou hoje. Se o eleitor olhar os três anos e meio do nosso governo, ele vai ver o porquê, não é do continuísmo, mas da continuidade. A nossa cidade ainda precisa de muitas coisas, a gente começou a trabalhar, e acho que vou estar mais preparado no próximo mandato, e por isso vou errar menos. A resposta para o voto é o trabalho, e eu procuro trabalhar e dar bom exemplo.    

12 – Caso seja reeleito, qual é a sua principal meta para os próximos quatro anos?
- Ainda temos muitas coisas pra fazer. Todo verão uma das minhas grandes preocupações são as encostas, e eu estou trabalhando para fazer essas contenções. Estou indo ao ministro para ver isso aí também. Temos uma série de encostas e a revitalização do ribeirão Santo Antônio, que ainda precisa de melhoras para evitar surpresas com enchentes. Temos também problemas com enchentes em Paraíso, onde vamos fazer o dique seco. Gerar mais empregos, melhorar muito a nossa saúde, e trabalhar pela nossa segurança. A gente só engrenou, mas temos que pegar mais velocidade.  

13 – O descrédito da classe política nunca esteve com um índice tão elevado. O que fazer para reverter esse quadro lamentável e vergonhoso?
- Melhorar a família, pois ninguém nasce político. Todo político sai de uma família, aí está o nosso grande problema. No dia que as famílias forem mais sólidas, teremos melhores policiais, melhores médicos, melhores políticos, melhores juízes, melhora tudo.

14 – Tem algum governo aqui no Brasil que pode se considerar um modelo?
- Não.  

15 – O senhor é a favor ou contra o Voto Distrital? Para o interior não seria um sistema eleitoral mais justo?
- Com toda certeza. Sempre defendi. Essa proporcionalidade nos prejudica muito. Sou amigo do deputado Bournier, mas ele também entende dessa forma. Sou totalmente favorável.

17 – Quantos contratados a Prefeitura possui em seu quadro funcional? Em minha opinião, senhor prefeito, o “número exagerado” de contratados é um “cabide eleitoral” de emprego, isto é, serve para empregar protegidos de políticos. É um círculo vicioso que se repete gestão após gestão. Como acabar com isso? Ou não tem jeito?
- Hoje, 96% do quadro são efetivos. E não estou inadimplente com os servidores. Eu diria que temos perto de 40 contratados, não temos mais do que isso, e parece que são 400, e nós estamos há três meses com o pagamento dos contratados atrasado, não é mais do que isso. Nós tínhamos uma previsão de recebimento da OI, um débito da antiga Telemar – que nos deve algo em torno de 600 mil reais – que seria... ou será destinado ao pagamento dos atrasados dos contratados. Na iniciativa privada é fácil fazer contenção, é só mandar embora. Seria muito cômodo pegar os contratados e mandar embora, mas não é minha praia. Todos eles estão cientes da situação. Acredito que a maioria dos contratados está na área de saúde.

Nota do blog: voltei a questionar o prefeito sobre os contratados e o uso dos mesmos como “cabide de emprego”.
- Não. Esses contratados não chegaram agora. E não são contratados por política, eles são contratados dentro do concurso que eles fizeram.

Nota do blog: perguntei novamente se todos os contratados estão dentro das vagas do concurso.
- Na faixa de 98%. Para quem encontrou 50% de contratados, eu acho que melhorou bastante.  
 
18 – Os funcionários da Prefeitura estão mais do que apreensivos com relação ao problema da CAMEDS. O valor descontado em folha está sendo repassado? Se depender do prefeito o plano de saúde volta a funcionar no corrente ano?
- Que pergunta boa, Tadeu! Você está me dando a oportunidade de responder um assunto que terei muito que explicar nessa campanha. Eu nunca fui contra a CAMEDS. Eu tenho um compromisso com o povo, e acho que estou cumprindo, por quê?  A CAMEDS foi criada em 2006 de forma errada, porque você não pode pegar dinheiro público e fazer plano privado. Quando se desconta 3% dos funcionários, perfeito, legal. Mas, quando você pega 3% do público e não dá direito à população de usar o plano, você está cometendo um crime. Fui orientado juridicamente a cortar.

Nota do blog: interrompi o prefeito e perguntei novamente se está sendo feito o repasse dos 3% que são descontados em folha.       
- Totalmente. Já mandei pra Câmara – tem 120 dias – um acordo feito com o vereador Gutemberg Damasceno, que eu enviaria um novo projeto da CAMEDS, que está lá pra votar, e até agora nada. O meu compromisso com a população de Miracema é de defender os interesses do povo.  Quem paga o servidor é o povo. E o povo não tem direito ao plano. Aproveito a oportunidade para orientar a todos os servidores a entrarem na justiça contra a CAMEDS.  Se não estão atendendo, quem tem que responder isso é o presidente da CAMEDS. Até porque, houve dois bloqueios judiciais de quase dois milhões de reais para pagar ao órgão.  Dívidas pretéritas, de governos passados. Então, eu agradeço o seu blog por me dar a oportunidade de responder a uma pergunta que eu sei que tem muita gente que não compreende. Mas se Deus quiser nessa campanha vai ter a oportunidade de entender.

Nota do blog: interpelei novamente e disse que essa situação está causando um grande transtorno aos servidores.
- Transtorno esse que eu não criei. Com o prosseguimento da situação estaria inserido no crime.

19 – O senhor é sabedor da falta que esse plano está fazendo aos servidores e seus dependentes, e também da revolta dos mesmos com a suspensão do atendimento médico. O que tem a dizer para a classe sobre esse assunto?
- São duas autarquias e elas têm que ser independentes. O presidente da Caixa de Previdência não pode gerir a CAMEDS, tem que ser outro presidente.  O projeto está na Câmara.

Nota do blog: pergunto se o outro presidente seria eleito pelo servidor ou indicado pelo prefeito.
- Seria uma eleição de forma democrática para gerenciar o plano CAMEDS. Mas o problema é que quando tira a CAMEDS da Caixa de Previdência, ninguém quer a Caixa de Previdência.

Nota do blog: indaguei, então: sendo assim, dá a entender que o plano não volta.
- Se dependesse de mim ele não podia nem ter parado. Eu não sei nem porque que ele parou. Até porque eu não tenho nenhum tipo de autoridade sobre ele.

Nota do blog: a alegação para a suspensão do plano foi a falta de recursos.   
- A pessoa mais indicada para responder essa pergunta é o presidente do CAPPS. Eu proponho fazer uma mesa redonda para debater isso.

20 – Ainda sobre essa questão da CAMEDS, o senhor não teme que todo esse imbróglio possa afetar a sua candidatura?
- Não. Porque eu tenho certeza que a população de Miracema é muito maior do que a CAMEDS. Você me fez uma pergunta sobre a situação de moralismo que o país está passando, e não pode servir só pra Brasília, tem que servir aqui em Miracema também. Ou será que o ladrão de lá é diferente do ladrão de cá? Então, eu acho que a CAMEDS vai me fortalecer, porque em momento algum eu traí o povo. Pelo contrário, eu defendi o povo. E pode ter certeza, Tadeu, muitas coisas ainda virão por conta desse plano errado que eles fizeram.

21 – Como recebe as críticas que são feitas contra o seu governo?  Concorda que algumas delas são justas?
- Todo dia eu acordo e ouço aqueles que falam bem do governo e gosto de ouvir aqueles que falam mal. O cara que vai dizer que uma rua está suja, que tem uma árvore para podar, que tem um esgoto vazando, é esse cara que fala a verdade. Essa é a oposição sadia. Você sabe que tem aquela oposição que invade a sua vida pessoal, esquece que você tem mulher, filhos, e tentam te desonrar, esse tipo de oposição eu não concordo, eu repudio. Até porque, em me policio muito para não cometer crime, pois erro eu cometo todos os dias.  A oposição de me cobrar o buraco na rua, o remédio que está faltando na prateleira, essa aí eu agradeço, e espero que ela nunca acabe. Apesar de ser militar, sou um cara que prezo muito a democracia, que é uma conquista que não podemos nunca mais abrir mão. Então, essa liberdade, esse direito, tem que ser exercido, e eu sei respeitar o ponto de vista das pessoas que pensam diferente de mim.  

22 – Dois dos principais eventos turísticos de nossa cidade – o carnaval e a exposição – há anos vêm perdendo o seu real e verdadeiro sentido. O que pode ser feito em um futuro próximo para reverter esse quadro?
- A verdade que não é só em Miracema. Itaperuna que tinha tradição acabou. Cordeiro também acabou. A gente está tentando resgatar o carnaval. Tentei levar pra Av. Deputado Luiz Fernando Linhares, onde montei uma estrutura para dar um conforto ao público. Mas fui mal interpretado, recebi muitas críticas por isso. No entanto, a humildade nunca me abandonou e que seja feita a vontade do povo. Voltei com o carnaval para a Rua Marechal Floriano. Eu penso que o carnaval deveria ser explorado turisticamente, para fortalecer a economia da cidade, mas de forma grandiosa. Não adianta você fazer uma coisa meia boca que ninguém vai vir aqui. Sobre a exposição, ela fica atualmente muito cara para o município, e a nossa cidade é pobre. Como que você vai gastar um milhão de reais para fazer uma exposição. A exposição é industrial e agropecuária e se não trouxer um show, não teve exposição. Um cantor de ponta não custa menos do que duzentos mil reais um show. Então, Tadeu, é escassez financeira e não deveria ser assim. Não é “privilégio” de Miracema, está acontecendo em toda a região, mas a gente tem lutado muito pra não deixar cair. Não está certo cobrar ingresso em uma festa que é o aniversário da cidade

23 – Senhor prefeito, o município ainda carece de um projeto esportivo mais amplo e abrangente, voltado para os jovens e crianças carentes. Não posso deixar de citar o professor Carlinhos Bessa, que é um batalhador nessa área e merece todas as nossas considerações e agradecimentos pela dedicação ao esporte. O Miguel é outro grande desportista, e não posso deixar de mencioná-lo. O que é bom pode melhorar!  Diversos estudos apresentados são unânimes em afirmar que o esporte e a educação são caminhos para transformação e inclusão social. O esporte tem a capacidade de integrar crianças e jovens das comunidades na sociedade, transformando suas vidas e reduzindo os preconceitos. Tem algum projeto em estudo com a participação do ex-jogador e nosso conterrâneo Célio Silva?
- Tem.  Vou te dizer que a gente não está inerte, temos trabalhado. Quando eu cheguei, numa área de conflito, vulnerável, com um estádio 30 anos abandonado – o Ferradurão – governo nenhum quis saber nem de receber IPTU daquilo ali, viraram as costas. Eu cheguei, municipalizei, entrou para o patrimônio do município, e vou entregar com apartamentos refrigerados e vai ter do serviço odontológico ao refeitório. Foram trinta anos de abandono e servindo como ponto de prostituição, mendigo e outras coisas mais O Célio até voltou pra São Paulo, porque ele não pode ficar aqui e ainda está em fase de acabamento, a firma ainda está trabalhando lá dentro. Mas assim que acabar e entregar para o município, a gente está voltando a conversar com ele. O projeto é um trabalho com 600 crianças, ali seria o núcleo, voltados para o futebol. Nós sabemos que nem todos serão jogadores de futebol, mas serão cidadãos de bens. No mínimo vamos preparar um bom cidadão. O convênio será feito entre município, Universidade Iguaçu e Célio Silva. Então, vai ter a participação da UNIG também nessa composição. Vamos ter uma interação com os distritos e a supervisão do Célio Silva.  A parte técnica e o gerenciamento é toda dele. Posso passar na íntegra pra você o projeto, esse, sobre futebol.
Estamos fazendo dentro de uma área de conflito o maior complexo esportivo da região, chamado Praça da Juventude. Convido a você e seus leitores a vir conhecer o que é a Praça da Juventude: quadra poliesportiva, teatro de arena, campo de futebol society, campo de futebol de areia, pista de atletismo, centro de convivência e praça de alimentação. Será entregue ao grupo Cara da Rua para desenvolver trabalhos artísticos, culturais, tudo isso dentro de uma área denominada de conflito. Acredito que esse ponto será fundamental para a redução da violência. Em tempo: vamos municipalizar o estádio Francisco Chacour, de Paraíso do Tobias. Sobre o Carlinhos Bessa, tenho duas medalhas que ele me deu.  Reconheço que a gente precisa fazer mais pelo Carlinhos, mas hoje, eu tenho certeza que um espaço para treinar, um uniforme, uma condução, uma estadia, isso tudo já melhorou.  O trabalho do Carlinhos é digno de registro, ele merece uma estátua. Para ser mais exato, ele faz omelete sem ovos. Nós temos também o Miguel, no vôlei, o professor Rogério, no judô, o Tiãozão, na capoeira. São pessoas que não posso deixar de citar.

24 – Alguma novidade sobre a possibilidade de instalação de um pólo avançado do Hospital do Câncer, de Muriaé, em Miracema? Ou esse assunto já esfriou?
- Não. Esse assunto é verídico, está quente. O problema é que envolve as secretarias do estado de Minas e do Rio, e nós tínhamos uma reunião com o secretário mineiro justamente na semana em que ele foi exonerado. Então, a conversa teve que voltar tudo à estaca zero, com relação aos secretários. Volto a dizer que numa escala de 1 a 10 eu diria que nós já andamos 8.

Nota do blog: perguntei se o hospital seria a base.
- O anexo. O PU vai pra dentro do hospital. No primeiro momento foi oferecida só a quimioterapia, mas o secretário exigiu que também fosse feita a radioterapia. E não é somente para Miracema, é para o estado do Rio, Região Noroeste, Norte e Serrana. Para que os seus leitores tenham uma ideia: eles têm em Muriaé 60 leitos para quimioterapia, vão colocar aqui 20 leitos. Sugiro que façam um contato com o Dr. Sérgio Henrique, provedor do Cristiano Varella, e ele vai confirmar o que estou dizendo.

Nota do blog: questionei o prefeito sobre o que ele disse da ida do PU para dentro do hospital e como ficaria a situação dos funcionários, se a prefeitura continuaria responsável pelo salário de seus servidores.
- A intenção é absorver parte dos funcionários, os médicos e enfermeiros, com a responsabilidade de pagamento da prefeitura, e o hospital tem a parte particular que eles vão ter que tocar. Tempos uma estrutura pública ao lado de uma estrutura filantrópica, todas duas com a perna bamba – financeiramente falando. Então, nós queremos juntar as duas para fazer uma saúde melhor.  

25 – Ainda no tema hospitalar, muito se falou na cidade que a vinda do Secretário de Saúde foi apenas uma “jogada política” do prefeito – ainda mais em ano eleitoral. Em uma entrevista recente ao blog, o provedor do Hospital disse o seguinte: “O Secretário sugeriu a transferência da Gestão do PU para o Hospital com a finalidade de sobrar mais recursos com a fusão das duas estruturas. O Senhor Prefeito concordou com a idéia e vamos tentar colocar em prática o mais rápido possível.” O que está sendo feito para solucionar o problema que não me parece insolúvel?
- Na verdade, a gente levou essa ideia para o secretário. Ele acatou e entendeu, achando viável. E outra coisa, não é só isso. Nós estamos trabalhando com “leito de retaguarda”, o que significa leito de retaguarda?  É você disponibilizar leitos para pessoas que operam em Itaperuna, da região, que não tenham recursos, eles viriam se recuperar aqui, e o faturamento seria feito no hospital daqui. E também da “rede cegonha”, o que vem a ser rede cegonha?  São as mães da região que teriam seus filhos aqui. Hoje, nós temos uma média de 25 partos por mês, e passaríamos a ter uma média de 300 partos mensais. São essas as propostas de solução financeira para o hospital.

26 - Muito obrigado pela entrevista e boa sorte em sua caminhada. Faça as suas considerações finais.
- Tadeu, eu é que agradeço a você e aos leitores de seu blog, e dizer que eu trato o meu mandato não como um privilégio, mas como uma missão. E essa missão – a primeira – vai até 31 de dezembro de 2016, e vou levar até o último dia de meu mandato com a mesma seriedade que comecei, porque eu pedi essa oportunidade e o povo me deu. Então, o mínimo que eu tenho que fazer é trabalhar. Se for da vontade, primeiro de Deus e depois do povo, que a gente continue. Quero ter a mesma disposição, o mesmo compromisso, a mesma responsabilidade, a mesma felicidade de ter comigo pessoas também dispostas a trabalhar, porque governo não é só prefeito, é um grupo. Procuro respeitar as opiniões contrárias e dar bons exemplos. 

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