quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

PELÉ EM DADOS & NÚMEROS

 


Escrever sobre o Rei Pelé e falar de sua genialidade e de todos os seus feitos dentro de campo, chega a ser repetitivo, mas, convenhamos, os números estão aí para comprovar o seu Reinado.

 

Edson Arantes do Nascimento, mineiro de Três Corações, onde nasceu em 23 de outubro de 1940, ainda é o maior gênio que o futebol produziu. Só o tempo dirá se vai aparecer outro com os mesmos números e conquistas. Fazia tudo com perfeição – da cabeçada ao lançamento, do chute ao drible inventado na hora, da tabelinha à proteção da bola. Ninguém marcou tantos gols ou conquistou tantos títulos. Ninguém foi mais completo, mais atleta e mais profissional.

 

Mudou a história do Santos e a própria história da evolução tática do esporte. Foi eleito o Atleta do Século, em 1980, por jornalistas do mundo inteiro. Atuou no Santos (campeão paulista em 1956, 1958, 1960/61/62, 1964/65, 1967/68/69 e 1973, do Rio-São Paulo em 1959, 1963/64 e 1966, da Taça Brasil em 1961/62/63/64/65, da Taça Libertadores e do Mundial em 1962/63, e do Roberto G. Pedrosa em 1968), e no Cosmos/Estados Unidos (campeão norte-americano em 1977). Participou das Copas do Mundo de 1958/62/66 e 70, sendo campeão em 1958, 1962 e 1970.

 

Voltando ao seu tempo de criança, até os cinco anos o apelido de Édson era Dico. Só começou a ser chamado de Pelé quando se mudou para Bauru. Em 1943, seu pai jogava por um time de Minas, e o goleiro, Bilé, impressionava o garoto, que sempre gritava: “Defende, Bilé”. Quando foi para o interior paulista, nas peladas, Édson ficava no gol e a cada defesa que fazia gritava: “Bilé”. A pronúncia às vezes errada e o sotaque mineiro ajudaram a transformar Édson em Pelé.

 

Antes de Pelé, o número das camisas de futebol era usado meramente para identificar os jogadores. Só que tudo isso mudou quando aquele brasileiro de apenas 17 anos assombrou o mundo na Copa de 1958. Porém, a escolha de Pelé para vestir a camisa 10 da seleção aconteceu por mero acaso, através da escolha de um dirigente uruguaio, presente na sede FIFA na ocasião, que nem conhecia os jogadores brasileiros. Detalhe: os dirigentes do Brasil se esqueceram de enviar a numeração dos atletas inscritos, por isso que a escolha foi feita por um membro da entidade.

 

Seus números:

 

Santos: 1.116 jogos e 1.091 gols

Cosmos: 108 jogos e 65 gols

Seleção: 114 jogos e 95 gols, sendo 91 oficiais com 77 gols marcados.

 

Foi artilheiro do Campeonato Paulista em 11 oportunidades: de 1957 a 1965, 1968 e 1973. É dele o recorde de 58 gols marcados no certame de 1958.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

LICO: UM CURINGA DE RARA ESPÉCIE

 


Antônio Nunes, mais conhecido como Lico, nasceu em Imbituba-SC, em 09 de agosto de 1951. Atacante de boa técnica, rápido nos deslocamentos, eficiência nos passes e de uma impressionante movimentação em campo. Era uma espécie de curinga, pois fazia a função pelos lados do campo com a mesma objetividade.

Só conseguiu um destaque maior depois dos trinta anos, quando fez parte do grande time do Flamengo do princípio dos anos 80, onde viveu seu grande momento. Resumindo: caiu como uma luva no rubro-negro.

Atuou no América (SC), Grêmio, Figueirense, Marcílio Dias, Avaí, Joinville (tricampeão catarinense em 1978/79/80) e Flamengo – 129 jogos e 17 gols (campeão carioca, da Libertadores e do Mundial em 1981, e bicampeão brasileiro em 1982/83).

Os problemas médicos foram cruciais para o encerramento de sua carreira, em 1984, aos 33 anos. Após duas cirurgias no joelho, Lico não teve mais condições físicas de continuar jogando profissionalmente. Propostas não faltaram para dar continuidade à carreira, até de clube grande. 

domingo, 25 de dezembro de 2022

JAIRZINHO: O FURACÃO DA COPA

 


Jair Ventura Filho nasceu em Duque de Caxias-RJ, em 25 de dezembro de 1944. Atacante de arrancadas fulminantes, dribles largos e estilo impetuoso, entrou para a história como o “Furacão da Copa”, apelido que ganhou durante a campanha do tri, em 1970, onde foi muito importante pra conquista. Fez sete gols nos seis jogos. Continua sendo o único jogador a marcar um gol em todos os jogos de uma edição de Copa do Mundo. É um feito que merece registro e tem que ser valorizado em nosso país. Jairzinho não foi coadjuvante na conquista do tri.


Marcou época no Botafogo, atuando em 413 jogos e assinalando 189 gols. É o quinto maior artilheiro da história do Glorioso da Estrela Solitária. Jogou no Botafogo (campeão do Rio-São Paulo em 1964 e 66, do carioca em 1967 e 68, e da Taça Brasil em 1968), Olympique de Marselha/França, Cruzeiro (campeão da Taça Libertadores em 1976), Portuguesa de Acarígua (campeão venezuelano em 1977), Noroeste (SP), Fast (AM), Nacional (AM), Jorge Wilstermann (campeão boliviano em 1979) e Nove de Outubro/Equador. Retornou ao Botafogo em 1981 para encerrar a vitoriosa carreira.


Recém-saído do juvenil, Jairzinho recebeu no Botafogo uma tarefa das mais complicadas: substituir Mané Garrincha. Não foi fácil, mas Jair deu conta do recado, trocando mais tarde a camisa 7 pela 10. Em 2011, foi inaugurada sua estátua na entrada do Engenhão, ao lado das estátuas de Garrincha e Nilton Santos. Unia doses excepcionais de técnica, velocidade, força, preparo físico e valentia, características que o imortalizaram como um dos maiores ídolos do Botafogo.


Participou das Copas do Mundo de 1966/70 e 74, sendo campeão em 1970. Disputou 100 jogos pelo Brasil e marcou 40 gols, sendo 81 oficiais e 35 gols.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

LORICO: UMA CARREIRA DURADOURA DENTRO DE CAMPO

 


Paulista de Santos, onde nasceu em 10 de dezembro de 1940, João Farias Filho, mais conhecido como Lorico, um líder nato e um volante com estilo clássico, que jogava com técnica e inteligência no setor.


Lorico iniciou a sua carreira na Portuguesa Santista, em 1959. Em 1961, ele chegava ao Vasco para jogar ao lado de grandes nomes. Com tudo isso, a década de 60 foi um período em que o time carioca passou por uma fase ruim e mesmo assim ele conseguiu mostrar todo o seu talento. Pelo Vasco marcou 34 gols em 198 jogos. Em 1966, de volta ao futebol paulista defendeu a Prudentina.


Um ano depois, segue para a Portuguesa de Desportos, permanecendo na Lusa até 1972, quando foi dispensado pelo então presidente da Oswaldo Teixeira, acusado, entre outras coisas, de “superado”, pelo mandatário do clube.


Depois da Lusa, Lorico passou ainda pelo Noroeste, de 1973 a 1976, até chegar, aos 36 anos de idade, ao Botafogo de Ribeirão Preto e presenciar o surgimento do craque Sócrates, que sempre deixou claro o quanto Lorico o influenciou em seu comportamento dentro dos gramados no início de sua carreira.


No ano de 1978, ainda atuando pelo Botafogo, Lorico encerra sua carreira de atleta profissional, uma das mais duradouras do futebol brasileiro.


Lorico jogou no Vasco ao lado de Paulinho, Bellini, Orlando, Coronel, Sabará, Pinga, entre outros. Na Portuguesa de Desportos, ao lado de Félix e presenciou o surgimento de Zé Maria, Leivinha e Basílio, e certamente ensinou muitas coisas boas aos garotos.


No dia 20 de dezembro de 2010, aos 70 anos, Lorico faleceu vítima de complicações devido a um câncer de próstata, em Santos, interior paulista.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

ALEX: UM SÍMBOLO DO AMÉRICA

 

                                                                                           Foto Agência O Globo

Filho de ucranianos e nascido em Hanover, na Alemanha, em 09 de dezembro de 1945, Alexandre Kammianek veio para o Brasil em 1948 e naturalizou-se brasileiro em 1970, quando fez parte da lista dos 40 pré-convocados para a fase de preparação da Copa do Mundo daquele ano, mas acabou cortado sem chegar a vestir a camisa canarinho, sob o comando do técnico João Saldanha.

Em entrevista recente ao blog, assim ele descreveu esse fato: “Eu estava na lista entre os 40 convocados com o técnico João Saldanha e Zagallo. Foi um privilégio ser lembrado, mas como eu era naturalizado e não havia esse intercambio no futebol como o de hoje, acabei não sendo mais lembrado”.  


É um dos grandes ídolos da história do América (RJ), pelo qual jogou 673 partidas entre os anos de 1967 e 1979, e foi campeão da Taça Guanabara em 1974.


O seu respeito pelo time carioca era tanto que quando encerrou sua passagem como jogador do clube, em 1979, incluiu em seus novos contratos uma cláusula que o proibia de enfrentar o América: Foi a maneira que encontrei para demonstrar meu respeito e amor ao clube e à sua torcida ao qual defendi por 13 anos em 673 jogos”.


Após receber passe livre, defendeu o Sport Recife (campeão pernambucano em 1980, onde disputou dois dos três turnos da competição), América (campeão potiguar em 1980), e Moto Clube (campeão maranhense em 1981), encerrando a carreira no São Cristóvão, em 1982.


Vale lembrar que o Alex iniciou a sua trajetória no interior gaúcho, atuando no Clube Esportivo Aimoré, de São Leopoldo, em 1965 e 1966. Chegando ao Rio, em 1967, treinou no Vasco antes de ingressar em definitivo no América: Cheguei ao Vasco devido ao zagueiro Brito estar se transferindo para o Santos, mas não houve acerto e ele retornou. Como eu estava me destacando nos treinos sob o comando do técnico Zizinho, este me indicou ao America-RJ”.


Jogando pelo América recebeu o Troféu Belfort Duarte por atuar 10 anos sem ser expulso. Um prêmio raro para qualquer jogador de futebol, ainda mais difícil para um zagueiro: O meu segredo sempre foi a lealdade e o respeito ao adversário e não reclamar dos árbitros através de gestos”.


Esse fato apenas comprova o quanto Alex praticou um futebol, não apenas de técnica apurada, mas de muita lealdade e respeito com os adversários. Esse respeito é mútuo e o mesmo pode ser dito com os torcedores dos times rivais.


Assim Alex encerrou a entrevista: Obrigado pelo carinho das torcidas, inclusive adversárias, que mesmo após mais de 40 anos que deixei o futebol como atleta e ainda ser lembrado pela minha conduta profissional. Não fiz mais que minha obrigação, a disciplina e a lealdade sempre fizeram parte da minha vida”.

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

TARCISO: O FLECHA NEGRA

 


José TARCISO dos Santos é mineiro de São Geraldo, onde nasceu em 15 de setembro de 1951. No América carioca, equipe que iniciou a carreira, e nos primeiros anos de Grêmio, Tarciso jogava de centroavante. Mas em 1976, resolveu mudar para a ponta direita e com isso transformou-se num dos grandes jogadores e ídolos da história do time gaúcho. É o jogador que mais entrou em campo e o segundo maior artilheiro com a camisa gremista, com 721 jogos e 212 gols marcados. Só perde na artilharia para o Alcindo, que marcou 230. Era um atacante tão veloz que ficou conhecido como “Flecha Negra”.


Jogou no Grêmio de 1973 a 1986 (campeão gaúcho em 1977/79/80/85/86, do brasileiro em 1981, da Libertadores e do Mundial de Clubes de 1983). Depois seguiu carreira no Goiás, Cerro Porteño/Paraguai, Coritiba, Goiânia e São José (RS), onde encerrou a carreira em 1990.


Foi preterido por Cláudio Coutinho e não disputou a Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Fez parte de todo o período de treinamento com o grupo e ficou fora da relação final. Vestiu a camisa do Brasil em 8 jogos e marcou um gol, sendo 6 jogos oficiais.


Tarciso morreu aos 67 anos, em 05 de dezembro de 2018, na capital gaúcha, vítima de um tumor ósseo. Quando de seu falecimento exercia o terceiro mandato consecutivo de vereador em Porto Alegre.  

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

FIDÉLIS: O TOURO SENTADO

 


A história de José Maria FIDÉLIS dos Santos no futebol começou nas categorias de base do Bangu, para onde foi levado por um Tenente da Base Aérea de São José dos Campos, interior paulista, onde nasceu em 13 de março de 1944.


Em 1963, finalmente chegou aos profissionais, participando do Torneio Início e de uma partida do Campeonato Carioca daquele ano. Em 1964, com apenas 20 anos, já era o titular da lateral-direita, promovido pelo técnico Tim e mantido na posição por todos os outros treinadores que passaram pelo Bangu naquele ano.



Tendo jogado exatamente nos melhores anos da história do Bangu, não foi difícil para Fidélis se destacar. Depois de ser vice-campeão carioca em 1964 e 1965, o lateral atingiria seu auge em 1966 quando foi convocado pelo técnico Vicente Feola para a Seleção Brasileira que disputaria a Copa do Mundo na Inglaterra, embora muitos torcedores preferissem o tricolor Carlos Alberto Torres na direita. Com a camisa “canarinho” atuou em 8 jogos e marcou um gol, sendo 7 oficiais.


Quando voltou ao Brasil teve a honra de ser campeão carioca pelo Bangu no final do ano, diante do Flamengo. Mesmo valorizado, o “Touro Sentado” – como era chamado - continuou em Moça Bonita por mais duas temporadas, sagrando-se novamente vice-campeão carioca em 1967. Só deixou o clube no início de 1969, quando a crise gerada pela saída da família Andrade forçou o Bangu a vender seus melhores jogadores. Atuou em 201 jogos e marcou 4 gols pelo time de Moça Bonita. Foi jogar no Vasco e ganhou o Campeonato Carioca de 1970 e o Brasileiro de 1974, disputando 266 jogos e assinalando 6 gols.



Depois, atuou no América-RJ (1975) e no ABC-RN (1976/77). Ao encerrar a carreira, virou técnico, comandando com relativo sucesso as equipes do São José (SP), Campo Grande (RJ), CSA, Uberlândia e Operário (MS).


Veio a falecer em 28 de novembro de 2012, em São José dos Campos (SP), quando lutava contra um câncer de estômago, aos 68 anos.

 

Fonte: Bangunet com algumas informações adicionais.

 

CILINHO: O PAI DOS MENUDOS DO MORUMBI

 


Até a segunda metade da década de 80, Otacílio Pires de Camargo, o CILINHO, era conhecido no cenário nacional como um técnico que revelava grandes talentos nos clubes do interior paulista.


Convidado para dirigir o São Paulo, formou um dos melhores times da história do Tricolor. Grande parte do elenco, e da equipe titular, era formada por meninos vindos das categorias de base, e por essa razão o time do São Paulo passou a ser conhecido como “Os Menudos do Morumbi”, referência a um grupo musical formado por adolescentes porto-riquenho, que, na época, faziam sucesso internacionalmente. Foi campeão paulista em 1985 e 87. Comandou o São Paulo em 243 jogos, com 108 vitórias, 85 empates e 50 derrotas, entre os anos de 1984/86 e 1987/89.


O que muitos não se lembram é que ele não aceitou um convite para dirigir a Seleção Brasileira na época em que era técnico do São Paulo. A razão: Cilinho acreditava que não teria liberdade para executar o trabalho como desejava. Essa é uma questão que parece não ter fim no comando técnico da Seleção. Por essas e muitas outras Otacílio Pires de Camargo deixou um legado mais do que positivo para o esporte brasileiro. Praticamente fez toda a sua carreira de técnico no futebol paulista, saindo apenas para trabalhar em duas oportunidades no Sport Recife, em 1973/74 e 1977.


O ex-técnico morreu em 28 de novembro de 2019, aos 80 anos, em Campinas, sua cidade natal, após complicações em decorrência de uma AVC, do qual se recuperava desde 2018.

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

CELSO GARCIA: O GAROTO DO PLACAR

 


Celso de Paula Garcia nasceu em Lorena, interior paulista. O Garoto do Placar – como era conhecido – integrou, na década de 50, a equipe de jornalismo da Rádio Continental, passando depois para o Departamento de Esportes comandado por Waldir Amaral. Em 1962, antes da Copa do Mundo, no Chile, Waldir se transferiu para a Rádio Globo e Celso o acompanhou.


Na Rádio Globo, Celso foi narrador e, posteriormente, comentarista. Também trabalhou no departamento de esportes da Rádio Tupi, quando fez a cobertura da Copa do Mundo de 1978. Em 1990 ele se aposentou da carreira jornalística. Celso Garcia foi um dos grandes nomes do rádio esportivo brasileiro. Marcou época com seus bordões: "não adianta chorar, Fulano (e dizia o nome do goleiro)... a nega tá lá dentro" ou "e atenção garoto do placar do Maracanã, coloque... (e divulgava o placar após a marcação de um gol)".


Um fato marcante em sua vida ocorreu em 1967: um amigo da família Antunes Coimbra levou o Celso para assistir a uma partida do River, time de futebol de salão, e observar um garoto franzino de 14 anos, chamado Zico. O River ganhou de 14 a 0 e o “garoto franzino” marcou nove gols. No dia seguinte ele bateu à porta da casa dos Antunes e combinou de levar Zico para um treino no Flamengo, seu time de coração. Celso o levou para a Gávea, onde se transformaria no maior craque rubro-negro de todos os tempos. Há de se fazer o registro que o Zico já treinava na escolinha do América, levado pelo irmão Edu. 


Celso Garcia faleceu em 23 de novembro de 2008, aos 79 anos, no Rio de Janeiro, vítima de complicações cardíacas. 



terça-feira, 22 de novembro de 2022

FLÁVIO COSTA: UM NOME QUE MERECE RESPEITO

 


FLÁVIO Rodrigues COSTA é mineiro de Carangola, onde nasceu em 14 de setembro de 1906. O que poucos sabem é que Flávio Costa começou a vida esportiva como jogador antes de abraçar a carreira de técnico. Jogou por muitos anos no Flamengo – de 1926 a 1936 – marcando 16 gols em 148 jogos. Foi um esforçado médio e ganhou o apelido de “alicate” por usar as pernas para apertar os adversários em carrinhos temerários.


É o treinador que mais comandou o time da Gávea: 784 jogos. Apesar de ter conquistado o primeiro tricampeonato carioca da história do Flamengo (1942/43/44), o Campeonato Sul-Americano de 1948 pelo Vasco (359 jogos como técnico), e a Copa América de 1949 comandando a Seleção, Flávio Costa ficou marcado por ter sido o técnico do Brasil na fatídica Copa do Mundo de 1950. 


Trabalhou também na Portuguesa (RJ), Santos, Porto/Portugal, Colo-Colo/Chile, Portuguesa de Desportos, São Paulo, América (RJ), Bangu, Cruzeiro e Volta Redonda, quando encerrou a carreira em 1976.


No entanto, sua história não pode ser resumida apenas ao fracasso da Copa de 1950. O seu nome faz parte do seleto grupo de grandes treinadores do futebol brasileiro. Considerado o primeiro técnico brasileiro estrategista, Flávio Costa foi um dos inventores da diagonal, sistema tático brasileiro que fazia com que a equipe fosse mais ofensiva por um lado e mais defensiva pelo outro. Era um treinador duro, exigente, polêmico, disciplinador e não aceitava interferência de dirigentes em seu trabalho, assim como não aceitava preparador físico. Resumindo: foi um grande profissional do banco de reservas e tinha uma paixão sem limites pelo futebol.


Durante sua carreira teve muitos atritos com dirigentes e jogadores por causa de seus posicionamentos decididos e duros. Por ordem dele foram afastados do Flamengo dois grandes craques: Gérson (vendido ao Botafogo) e Dida (vendido à Portuguesa de Desportos). Anteriormente, já havia afastado do Vasco o polêmico Heleno de Freitas, contratado sem que o mesmo fosse consultado.


Comandou o Brasil em 59 jogos, sendo 56 oficiais.


Flávio Costa morreu na capital carioca, aos 93 anos, vítima de aneurisma abdominal (dilatação das artérias do abdômen), em 22 de novembro de 1999.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

PARADA: UM ÍDOLO DO BANGU

 

                                                                          Paulo Borges, Parada e Cabralzinho

Antônio Parada Neto morreu no dia 21 de novembro de 2018, aos 79 anos, em sua casa, na capital paulista. Nos últimos anos de sua vida, o ex-jogador tinha muita dificuldade de locomoção e vivia de "bicos".

Fonte do texto: Bangunet

Parada veio do juvenil do Ypiranga para o Palmeiras, onde jogou entre 1957 e 1960, atuando em 71 partidas e marcando 19 gols. O centroavante, no entanto, já não estava mais nos planos do clube paulistano em 1961, quando a diretoria decidiu trocá-lo pelo goleiro Rosã, da Ferroviária de Araraquara.

Atuou dois anos no interior, chamando a atenção do técnico Tim, do Guarani. Em 1963, no entanto, quando o grande estrategista foi recontratado pelo Bangu, Tim logo sugeriu a Euzébio e Castor de Andrade que comprassem o passe de um vistoso atacante da Ferroviária.

Em Moça Bonita, Parada foi o grande nome do ataque alvirrubro, junto com Bianchini. Sua técnica apuradíssima era tão badalada que chegou, em muitas excursões, a ser anunciado como “o Pelé Branco”. No Bangu, ele participou da ótima equipe que ficou em terceiro lugar no Campeonato Carioca de 1963, depois de liderar praticamente todo o certame e perder o título somente nas últimas rodadas. Nos dois anos seguintes, amargou o vice-campeonato ao perder a decisão de 1964 para o Fluminense e, nos pontos corridos, o título para o Flamengo, em 1965.

No ano em que o Bangu seria campeão, em 1966, Parada já não estava mais no elenco. Fora vendido ao Botafogo, onde, pelo menos, foi artilheiro do Torneio Rio-São Paulo. Em 1967, retornou ao Bangu, mas jogou pouco, apenas cinco jogos. Voltou ao Botafogo, onde finalmente foi campeão carioca, em 1968. Depois, esteve ainda no Corinthians. No entanto, a situação de reserva no Parque São Jorge não contentava o craque que, decidiu, pela última vez, regressar a Moça Bonita, em 1969. Fez o total de 140 jogos e 53 gols com a camisa banguense.

As chances também foram poucas e ele percebeu que a sua melhor fase no futebol carioca tinha passado. Em 1970 foi para o Amazonas, onde voltaria a chamar a atenção, atuando pelo Fast e depois pelo Rio Negro. Encerrou a carreira em 1975, com uma grave contusão no joelho.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

FERENC PUSKAS: O MAJOR GALOPANTE

 


Ferenc Puskas nasceu em Budapeste no dia 1º de abril de 1927. Lendário atacante húngaro e considerado o maior jogador do mundo antes do surgimento de Pelé. Dono de habilidade precisa para passes e dribles curtos e secos, além de um primoroso chute de esquerda, era um jogador refinado e técnico. Um dos maiores de todos os tempos. Recebeu a alcunha de “O Major Galopante”, pois era major da cavalaria do exército húngaro. Em comparação com outros jogadores da época, era considerado gordo e baixo. Colocava brilhantina nos cabelos negros e penteava-os para trás.


Pela Seleção Húngara ganhou o ouro nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952. Foi vice-campeão mundial em 1954. Era o capitão do selecionado húngaro e marcou 4 gols na competição. Tem a impressionante média de praticamente um gol por jogo atuando pela Hungria, com 83 gols marcados em 84 jogos. De 1950 a 1954, os húngaros disputaram 32 jogos, vencendo 28 e empatando quatro. A invencibilidade foi cair justo quando não podia: na final da Copa da Suíça, para a Alemanha Ocidental. Perdeu por 3 a 2, após estar vencendo por 2 a 0. O primeiro confronto entre estes países terminou 8 a 3 para Puskas e seus companheiros. Mesmo com a derrota, os húngaros ficaram na história daquele mundial como os praticantes do melhor e mais bonito futebol. 


Conquistou quatro campeonatos nacionais (1950/52/54 e 55) pelo Honved – 367 jogos e 379 gols, o time do exército e a maior equipe do mundo nos anos 50. Jogou ao lado de outros dois grandes craques como Kocsis e Czibor. Desertou e foi jogar pelo Real Madrid.  A ditadura e os conflitos com a União Soviética foram o motivo da deserção.


Continuou insaciável e conquistou o pentacampeonato espanhol (1961/62/63/64 e 65), uma Copa da Espanha (1962), uma Copa dos Campeões e um Mundial Interclubes (1960). Assinalou 242 gols em 262 jogos pelo time merengue.


Naturalizado espanhol, Puskas jogou quatro partidas pela Seleção, mas não marcou gols. Abandonou a carreira em 1966, aos 38 anos. Como técnico, levou o Panathinaikos, da Grécia, à final da Copa dos Campeões de 1971, contra o Ajax. Comandou outros 14 times de menor expressão em quatro continentes.


O ídolo morreu aos 79 anos, em 17 de novembro de 2006, em Budapeste, depois de ficar internado com uma pneumonia durante cerca de dois meses. Em 2000 ele foi diagnosticado com o Mal de Alzheimer.

 

terça-feira, 8 de novembro de 2022

PAULINHO: DE CAMPOS DOS GOYTACAZES PARA BRILHAR NO FLAMENGO

 


O ex-atacante Paulo de Almeida, mais conhecido como Paulinho, nasceu em Campos dos Goytacazes-RJ, em 15 de setembro de 1933. Tornou-se titular do Goytacaz, de sua cidade natal, aos 16 anos, e a partir de 1951 foi para o juvenil do Flamengo, levado pelo ex-presidente Gilberto Cardoso.


Fez parte do chamado “rolo compressor” rubro-negro, formado também pelo paraguaio Benitez, Esquerdinha, Dida, Joel e Evaristo de Macedo, que deu o tricampeonato carioca ao Flamengo em 1953/54/55. Paulinho não participou da campanha de 53, mas foi o autor do gol da vitória contra o Vasco, aos 43 minutos do 2º tempo, que deu o título de 1954. O jovem ponta-direita torna-se ídolo dos rubro-negros. Foi o artilheiro do Campeonato Carioca de 1955, com 23 gols. As atuações pelo Flamengo – 143 jogos e 58 gols marcados – o levaram para a seleção brasileira, em 1956. Vestiu a camisa do Brasil em 6 jogos e marcou 1 gol, todos oficiais.



No ano seguinte, veio a decepção. O Flamengo resolve vender Paulinho para o Palmeiras e o seu futebol não foi mais o mesmo, como ele mesmo declarou: “Eu não queria ir. Adorava o Flamengo e, naquela época, jogar bem no Flamengo era garantia certa de estar na seleção. Me venderam e nunca mais fui o mesmo”. Jogou no Palmeiras de 57 a 59, marcando 42 gols em 109 jogos. Insatisfeito com a reserva e com problemas com o técnico Oswaldo Brandão, aceitou um convite do River Plate e foi para a Argentina, em 1960.


O futebol apresentado já não era o mesmo e ainda atuou pelo Estudiantes, também da Argentina, e no futebol venezuelano, onde encerrou a carreira no Desportivo. Depois de perder os bens em negócios que não deram certo, fato corriqueiro no meio dos boleiros, passou seus últimos anos de vida no balneário de Atafona, em São João da Barra, cidade próxima a Campos, morando sozinho e de favor numa pequena casa, contando com a ajuda de um parente para sobreviver. Ele tinha um sonho de rever os amigos do Flamengo e, poucos meses antes de sua morte, foi homenageado em um evento na sede social do clube, reencontrando velhos companheiros de time.


Em setembro de 2013 completou 80 anos, e veio a falecer menos de dois meses depois, vitimado por um enfisema pulmonar, em 8 de novembro, na cidade de Campos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

TOBY: TÍPICO JOGADOR QUE TODO TÉCNICO GOSTA DE TER SOB SEU COMANDO

 


Os banguenses se deram conta de quem era Toby na decisão do Campeonato Brasileiro de 1985. Jogando pelo Coritiba, o meia foi um dos que desequilibraram aquela partida, inclusive recebendo a falta que seria convertida por Índio no 1º tempo.


O Coritiba levou o título e Toby passou a ser uma fixação para Castor de Andrade. Por isso, no início de 1986, o Patrono pagou a fortuna de 700 milhões de cruzeiro pelo meia do Coritiba, na época com 24 anos.


O rapaz tinha tido uma vida difícil. Na juventude tinha sido bóia-fria, que coletava café no interior do Paraná, até fugir para a zona urbana da cidadezinha de Uraí e tomar gosto pelo futebol.


No Bangu, Toby era uma das apostas para a Taça Libertadores da América de 1986. No entanto, acabou fracassando junto com o restante do elenco na competição internacional. O resultado é que, ao final da temporada, Toby ainda não tinha justificado toda a sua fama, nem os milhões investidos. E muito torcedor jurava que ele só tinha jogado bola mesmo naquela final de 1985.


Para os treinadores, porém, Toby era peça fundamental no meio-campo. Guerreiro, combativo, Toby ajudou na conquista da Taça Rio em 1987 e manteve-se como titular do Bangu nos dois anos seguintes, quando a equipe já começava a perder seus maiores craques.


O ano de 1988 terminou com o rebaixamento no Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão e Toby. Em 1989, Toby cumpriu suas últimas atuações – com grande seriedade e personalidade – durante o Campeonato Carioca e numa excursão à Europa. Quando regressou, fez alguns jogos pelo Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão, mas logo foi vendido para o Vitória, onde o técnico João Francisco, que já tinha trabalhado com o meia no Bangu em 1988, pedira a sua contratação. Encerraria a carreira no Iraty (PR). Vestiu a camisa banguense em 156 jogos e marcou 4 gols.


Faleceu de infarto fulminante, em 3 de novembro de 2015, aos 53 anos, quando morava no Paraná. Dorival Mateus da Costa era paranaense de Uraí, onde nasceu em 18 de fevereiro de 1962.

 

FONTE: BANGUNET

 

Minhas considerações: consta em sua ficha a passagem por outros clubes (Cruzeiro-MG, Operário-PR, Juventus, de Jaraguá do Sul-SC, São Paulo, de Rio Grande-RS, e Sinop-MT).

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

CEZAR RIZZO: “SACUDINDO, SACUDINDO O FUTEBOL DO BRASIL”

 


Marcante locutor do rádio esportivo brasileiro, Cezar Rizzo morreu no dia 21 de janeiro de 2018, aos 82 anos, em Niterói-RJ, após lutar há mais de dez anos contra um câncer no fígado, além de sofrer dos males de Alzheimer e de Parkinson.

 

Natural de Vitória-ES, Cezar Rizzo era apaixonado por futebol. Foi goleiro no Espírito Santo e, quando desistiu da carreira nos gramados, começou sua trajetória no rádio, em 1959. Em seus quase 60 anos de carreira como locutor, trabalhou nas seguintes emissoras de rádio: Vitória (ES), Espírito Santo (ES), Itatiaia (MG), Guarani (MG), Tupi (RJ), Poti (RN), Sociedade da Bahia (BA), Vera Cruz (BA), América (RJ), Tupi (SP), Globo (RJ), Jornal do Brasil (RJ), Nacional (RJ), Tropical (RJ), Tamoio (RJ), Brasil (RJ) e Manchete (RJ).

 

Em sua carreira, Cezar Rizzo cobriu quatro Copas do Mundo (1982, 1986, 1994 e 1998), uma Olimpíada (Moscou, 1980) e 50 Grandes Prêmios de Fórmula 1. Algumas de suas narrações foram ouvidas em São Paulo, no começo dos anos 80. As rádios Excelsior (SP) e Eldorado (RJ), ambas do Sistema Globo de Rádio, transmitiam o mundial de Fórmula 1. Havia um revezamento de profissionais dos dois veículos para a narração das corridas e Rizzo fazia parte delas.

 

“Sacudindo, sacudindo o futebol do Brasil” era o famoso bordão usado pelo locutor.

 

Fonte: Terceiro Tempo com acréscimos.

 

domingo, 30 de outubro de 2022

RODRIGUES: O "TATU"

 


Francisco RODRIGUES foi apelidado de “Rodrigues Tatu” pela semelhança física com o animal. Nascido na capital paulista em 27 de junho de 1925, esse atacante, que tinha um canhão no pé esquerdo, começou a carreira no Ypiranga, em 1942 e, em 1945, transferiu-se para o Fluminense, onde ficou até 1950. Durante esse período, ganhou o Campeonato Carioca de 1946 e foi o artilheiro da equipe tricolor e do campeonato ao marcar 28 gols em um ataque que marcou 97 gols no total. Ao todo pelo Fluminense ele atuou em 196 jogos e marcou 98 gols. Foi uma passagem marcante pelo time carioca.


Em 1950, durante a Copa do Mundo transferiu-se para o Palmeiras, onde jogou até 1955 na sua primeira passagem. Na equipe alviverde, ganhou o Campeonato Paulista de 1950, o Torneio Rio-São Paulo de 1951 e foi decisivo na conquista da Copa Rio, também de 1951, marcando um gol em cada um dos jogos. Vestiu a camisa do Palmeiras em 221 jogos e marcou 125 gols, confirmando sua fama de goleador.


Em 1955, foi para o Botafogo, antes de voltar ao Palmeiras em 1956, depois passando pelo Juventus, em 1957, e pelo Paulista, em 1958, e voltar para o Juventus em 1959. Terminou a carreira no Rosário Central da Argentina, em 1961.


Foi convocado para as Copas do Mundo de 1950 e 1954. Disputou pelo Brasil 21 jogos e marcou 7 gols, sendo 18 oficiais e 4 gols.  


Morreu novo, aos 63 anos, em 30 de outubro de 1988, na capital paulista, vitimado pela diabetes, sem as duas pernas, que foram amputadas em decorrência da doença. Ele sempre foi boêmio e nunca negou que gostava da noite.

 

 

terça-feira, 25 de outubro de 2022

DON ELIAS FIGUEROA

 


Elias Ricardo FIGUEROA Brander nasceu em Valparaíso, no Chile, em 25 de outubro de 1946. Zagueiro elegante, de técnica refinada, errava muito pouco e que também sabia fazer dos cotovelos uma arma contra aqueles que invadiam sua área, que ele chamava de “minha casa”. Figueroa foi um zagueiro quase perfeito. A liderança e o estilo elegante de jogar logo lhe valeram o apelido "Don Elias". 


O craque chileno dividiu com Falcão, no início dos anos 70, a condição de maior ídolo do Internacional. Foi dele o gol que deu a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, na final do Campeonato Brasileiro de 1975. Capitão da equipe desde o primeiro jogo, Figueroa se despediu do Inter em 1977, sob fortes protestos da torcida, inconformada com a sua saída. Deixou o seu nome gravado na história do clube gaúcho, com 26 gols marcados em 336 jogos.


Figueroa jogou no Santiago Wanderes/Chile, Unión La Calera/Chile, Peñarol (campeão uruguaio em 1967 e 68), Internacional (campeão gaúcho em 1971/72/73/74/75 e 76, e do brasileiro em 1975 e 76), Palestino (campeão chileno em 1978), Fort Lauderdale Strikers/Estados Unidos e Colo-Colo/Chile.


"Don Elias" foi o único jogador a ser eleito três vezes consecutivamente como o Melhor Jogador da América do Sul (1974/75/76). Na Copa do Mundo de 1974, apesar da péssima campanha do Chile, recebeu o título de melhor zagueiro da competição. Em 1999, ganhou um lugar na seleção sul-americana do século, em votação com jornalistas de todo o continente. 


Participou das Copas do Mundo de 1966, 1974 e 1982. Defendeu o Chile em 47 jogos e marcou 2 gols.   

 

 

domingo, 2 de outubro de 2022

EDER JOFRE: ETERNO CAMPEÃO




De uma família tradicional de pugilistas, por muito pouco o menino Éder Jofre não nasceu num ringue de boxe. Mas logo o pequeno Éder estava engatinhando ao redor do ringue e dando os primeiros passos em cima da lona na qual tios e irmãos treinavam. Apesar de mostrar rapidamente um talento natural, ninguém ainda poderia imaginar que ele se transformaria simplesmente no maior de todos, no mais representativo da família Jofre e até hoje considerado o maior pugilista brasileiro de todos os tempos. Nascido na capital paulista em 26 de março de 1936, Éder foi e continua sendo um exemplo para os desportistas do país. 

E a trajetória para chegar ao topo começou de forma meteórica.  Em 1943, com apenas 7 anos de idade, Éder Jofre já subiria num ringue. Foi no Estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu, numa exibição entre mirins. No entanto, as lutas para valer logo viriam. A estreia no boxe amador se deu em 1953, como peso-mosca, e, três anos depois, representava o Brasil na Olimpíada de Melbourne, na Austrália, chegando até as quartas de final.

Embora não tenha conquistado qualquer medalha, Éder prosseguiu na carreira de forma vitoriosa. Em 1958, foi campeão brasileiro e um ano depois, sul-americano. Em 1960, precisamente no dia 18 de novembro, veio a glória maior. Ao vencer o mexicano campeão mundial Elói Sanchez, conquistou o cinturão da categoria peso-galo. Virou um verdadeiro herói nacional.

Em 1961, essa condição de ídolo foi reforçada. Nos Estados Unidos, conseguiu o título dos pesos-galos também pela National Boxing Association, unificando os títulos. Depois dessa unificação, o “Galo de Ouro” defendeu o título em sete oportunidades até 1965, ano em que perde por pontos para o Japonês Harada. Em 1966, amarga a perda da revanche para o mesmo Harada, responsável pelas suas duas únicas derrotas em sua brilhante e inesquecível carreira.

Abandona o boxe para voltar em 1969, agora como peso-pena. Venceu até 1976, todas as 25 lutas que disputou pela categoria. Como campeão mundial dos pesos-pena – título conquistado em 1973 – Éder encerra sua carreira  em 1976, aos 40 anos, com um invejável cartel: 81 lutas, 75 vitórias – 50 por nocautes, 4 empates e 2 derrotas (em dois contestados combates contra Harada). Os seus feitos no ringue são reconhecidos até hoje no mundo do boxe. 

Entre as diversas homenagens que recebeu ao longo de sua carreira, em 1992 ganhou o título de “Maior Peso-Galo” de todos os tempos, e passou a ocupar um lugar no “Hall of Fame”, de Nova Iorque.  Assim como o Rei Pelé, Éder Jofre deveria ser mais reverenciado em seu país, pois não se pode contar a história do boxe mundial sem ter um capítulo especial dedicado a esse ETERNO CAMPEÃO. 

Morreu aos 86 anos, em 02 de outubro de 2022, em decorrência de complicações de uma pneumonia. Ele estava internado desde março numa clínica em Embu das Artes, na Grande São Paulo.  




quinta-feira, 29 de setembro de 2022

SILVA: O BATUTA

 


Wálter Machado da SILVA é paulista de Ribeirão Preto, onde nasceu em 2 de janeiro de 1940. Atacante de ótima técnica e muito preciso nas conclusões. Inteligente, gostava de recuar até o meio para ajudar na armação das jogadas. Tinha como principal qualidade a rara habilidade com que lidava com a bola. Era chamado de “Batuta” por sua liderança em campo. Teve uma passagem de destaque pelo Flamengo.


Revelado nas divisões de base do São Paulo, profissionalizou-se aos 17 anos e participou de oito jogos da campanha do título paulista de 1957. Em uma equipe recheada de craques, o garoto teve que procurar novos ares para mostrar seu talento e faro de gol. Posteriormente jogou no Batatais (SP), Botafogo (SP), Corinthians – 140 jogos e 89 gols, Flamengo – 132 jogos e 70 gols (campeão carioca em 1965), Barcelona/Espanha (apenas partidas amistosas), Santos (campeão paulista em 1967), Racing/Argentina, Vasco – 135 jogos e 35 gols (campeão carioca em 1970), Rio Negro (AM), Junior Barranquilla/Colômbia e Tiquire Flores/Venezuela.


Jogando peço Racing, Silva Batuta é o único brasileiro que conseguiu a artilharia máxima de uma edição do campeonato argentino, em 1969, assinalando 14 gols.  


Participou da Copa do Mundo de 1966 e defendeu o Brasil em 8 jogos com 5 gols marcados, sendo 6 oficiais e 5 gols.


Silva faleceu em 29 de setembro de 2020, aos 80 anos, após ficar internado por mais de dez dias. Ele foi diagnosticado com covid-19 algumas semanas antes, mas não se tem confirmação se a doença teve relação com o falecimento.


Silva teve a felicidade de compartilhar a idolatria de torcidas diferentes. Walace e Waltinho, seus filhos, nos anos 80 foram revelados pelo Flamengo e seguiram profissionalmente com suas carreiras.