quarta-feira, 16 de julho de 2025

GHIGGIA: AUTOR DO GOL QUE SILENCIOU O MARACANÃ EM 1950

 


O uruguaio Alcides Edgardo GHIGGIA Pereyra morreu em 16 de julho de 2015, aos 88 anos, em Las Piedras, no Uruguai. Ele foi vitimado por uma parada cardíaca, justamente no dia do 65° aniversário do “Maracanazo”.

 

O ex-atacante nasceu em 22 de dezembro de 1926, em Montevidéu, e começou sua trajetória no Atlante. De lá, foi para o Sul América até chegar ao Peñarol, clube que seria a base da seleção do Uruguai que deixou o Brasil como vice-campeão mundial. Na Itália, vestiu as camisas de Roma e uma rápida passagem pelo Milan. Retornou ao Uruguai para jogar no Danúbio e novamente no Sul América, onde encerrou sua carreira em 1968. Por incrível que pareça, jogou pouco pela seleção do Uruguai – 12 jogos e 5 gols marcados, entre 1950 e 1952 – e também vestiu a camisa da Itália – 5 jogos e 1 gol, entre 1957 e 1959.

 

Em 29 de dezembro de 2009 foi homenageado no Maracanã, colocando seus pés na Calçada da Fama. O uruguaio que silenciou o Maracanã em 1950 deixou mais uma marca no estádio. Ao se deparar com dezenas de visitantes e uma legião de jornalistas brasileiros à sua espera, o uruguaio procurou conter sua emoção. Após posar para fotos com visitantes, ser aplaudido e retribuir com acenos, ele ganhou um exemplar do livro “Os grandes jogos do Maracanã”, com sua foto logo nas primeiras páginas. “Muito bonito”, disse, sem um pingo de provocação. Num rápido discurso, com olhos marejados, agradeceu o carinho dos brasileiros e não quis responder perguntas. Tampouco falou sobre o lance fatídico, aos 34 minutos do segundo tempo, diante de um público de 173.850 pagantes.

- É uma honra muito grande e agradeço ao Brasil pelo carinho. Nunca pensei que seria homenageado no Maracanã. Me emociona muito. Agradeço de coração. Felicidades a todos no Ano Novo. Viva o Brasil!

 

A última vez que Ghiggia esteve no Brasil foi durante o sorteio para a Copa do Mundo de 2014, na Bahia. Com a sua morte não restou mais nenhum remanescente da histórica tarde do dia 16 de julho de 1950.

 

Ghiggia estragou a festa dos brasileiros na Copa de 1950.  Faltavam dez minutos para o fim do jogo, que estava empatado em 1 a 1. O resultado garantia o título inédito para o Brasil, que abrira o placar aos dois minutos do segundo tempo. Aos 21 minutos, Juan Alberto Schiaffino empatou. Ghiggia virou o jogo em lance pela direita num chute de misericórdia entre o goleiro Barbosa e a trave. O silêncio tomou conta do Maracanã às 16h50 do dia 16 de julho de 1950. Eram 200 mil pessoas paralisadas, parecendo não acreditar no que acontecia. O Brasil precisava de um empate. Saiu ganhando e perdeu de 2 a 1 para o Uruguai. Tempos depois da conquista, Ghiggia disse o seguinte: “O silêncio era tão grande que, se uma mosca estivesse voando por lá, ouviríamos seu zumbido”. 

 

Desolados, os torcedores demoraram mais de meia hora para deixar o estádio. O choro era livre, enquanto os uruguaios recebiam a Copa do Mundo das mãos do presidente da Fifa, Jules Rimet. 


O time brasileiro criou 30 lances de gol (17 no primeiro tempo e 13 no segundo). Mas os jogadores, traídos pelos nervos, cometeram quase o dobro de faltas, um total de 21, contra apenas 11 do Uruguai.

 

Não se pode deixar de mencionar que o time uruguaio era muito bom e o oba-oba em torno da Seleção pode ter sido um fator determinante no emocional dos jogadores. Depois de tantos anos ainda procuramos motivos para justificar uma derrota que parecia pouco provável. Bastava o empate. No entanto, Ghiggia escreveu seu nome na história do futebol naquele 16 de julho.

 

sexta-feira, 11 de julho de 2025

HUGO SÁNCHEZ: O MAIOR ÍDOLO DO FUTEBOL MEXICANO

 


Hugo Sánchez Márquez nasceu na Cidade do México em 11 de julho de 1958. Atacante dono de uma canhota de excelência e extremamente ágil, difícil de ser marcado. Sua técnica, impulsão e elasticidade não demoraram a chamar a atenção.

 

Aos 15 anos ele já estava convocado para a seleção amadora do México e conquistou uma sólida reputação. Aos 17 anos foi campeão do Torneio Juvenil de Cannes, na França, e medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos. No ano seguinte foi o artilheiro dos Jogos Olímpicos de Montreal. Estava aberto o caminho para as redes do mundo. Em 1978, com apenas 20 anos, já disputava sua primeira Copa do Mundo, na Argentina.

 

Hugo Sánchez começou no Unam e logo depois teve uma breve passagem pelo futebol norte-americano, jogando no San Diego Shockers, entre 1979 e 1980. Retornou ao Unam e a Espanha foi seu destino seguinte, em 1981, atuando pelos rivais Atlético e Real Madrid até a temporada de 1992. Foram onze anos de uma passagem marcante pelo futebol espanhol.  A seguir jogou no América do México, Rayo Vallecano/Espanha, Atlante/México, Linz/Áustria, Dallas Burn/Estados Unidos, e Atlético Celaya/México, onde encerrou sua carreira em 1997.  

 

Foi campeão mexicano (1977 e 1981), da Copa do México (1975) e da Copa da Concacaf (1981) pelo Unam; da Copa do Rei (1985) pelo Atlético de Madrid; espanhol (1986/87/88/89/90), da Copa do Rei (1989) e da Copa da Uefa (1986) pelo Real Madrid. Tornou-se ídolo do Real e um dos maiores artilheiros da história do clube com 164 gols.

 


A artilharia sempre foi uma rotina na carreira de Hugo Sánchez. O atacante foi artilheiro do Campeonato Mexicano de 1979, com 26 gols, quebrando o recorde de gol na competição. Foi para o Atlético de Madrid, onde começou uma incrível sequência. Comandou a artilharia em 1985, 86, 87, 88 e 90 – quando quebrou o recorde do campeonato, com 38 gols, e recebeu a Chuteira de Ouro de maior artilheiro da Europa, empatando com Stoichkov.  Hugo impressionava com seus inúmeros gols de cabeça, voleio e bicicleta. No entanto, também tinha uma característica que chamava a atenção: a constante provocação aos adversários.

 

Hugo Sánchez disputou duas Copas do Mundo: 1978 e 1986. Na Copa de 86, no México, estava no auge de sua carreira e era a maior esperança de um improvável título mexicano. Mas o time da casa foi eliminado nas quartas-de-final. Vestiu a camisa da Seleção em 58 jogos e marcou 29 gols.

 

Maior ídolo do futebol mexicano, Hugo Sánchez se consagrou com seus gols e saltos mortais. A comemoração era uma homenagem à irmã ginasta que representou o México nas Olimpíadas de 1976.

 

segunda-feira, 7 de julho de 2025

DI STÉFANO: MESTRE DA BOLA



Alfredo Di Stéfano Lauthe nasceu na capital argentina em 04 de julho de 1926. O atacante foi um dos maiores jogadores hermanos da história e se tornou uma lenda ao defender o Real Madrid, da Espanha. Sem se importar com as comparações com Pelé, Di Stéfano brilhou defendendo equipes da Argentina (River Plate, onde iniciou a carreira, e Huracán), Colômbia (Milionários) e Espanha (Real Madrid e Espanhol, onde encerrou a carreira em 1966) fazendo o que mais gostava: gols, muitos gols. Só pelo Real Madrid foram 454.

 

Desembarcou na Espanha para se juntar a outros craques na formação de um time que dominou a Europa e disputou palmo a palmo com o Santos de Pelé o título de melhor do mundo. Foram anos de ouro. De todos os talentos que chegaram, como Puskas, Kopa, Del Sol e Didi, o argentino foi o único que participou das cinco campanhas vitoriosas na Copa dos Campeões.

 

Com 789 gols marcados na carreira, fez fama no Real Madrid, onde jogou entre 1953 e 1964 e foi o grande responsável pela conquista de cinco Ligas dos Campeões, um Mundial de Clubes, oito títulos do Campeonato Espanhol e uma Copa da Espanha. Foi escolhido o melhor da Europa em 1957 e 1959.

 

Faltou ao craque disputar uma Copa. Quando defendeu a Argentina (5 jogos e 5 gols marcados), no fim dos anos 40, não houve Mundial, devido à Segunda Guerra. Já no Real, ele se naturalizou, mas a Espanha (31 jogos e 23 gols marcados) ficou fora da Copa de 1958. Na Copa de 1962 ele era presença certa no ataque da Fúria. No entanto, pouco antes de o Mundial começar, o craque se machucou. Só estaria em condições de jogo na segunda fase da competição. A Espanha caiu frente ao Brasil ainda na primeira fase e o artilheiro voltou para casa sem o gostinho de jogar uma Copa.

 

Di Stéfano morreu em Madrid, em 07 de julho de 2014, três dias após completar 88 anos. Ele estava internado quando sofreu uma para cardíaca. Em 2005, o ídolo já havia sofrido um infarto e teve que fazer cirurgia para implantação de ponte de safena.

 

Em qualquer relação com os maiores jogadores de todos os tempos do futebol mundial, Di Stéfano é presença certa entre os dez primeiros. Sua vitoriosa carreira pode ser assim resumida: fome de gols e quase impossível pará-lo no ataque. A “Flecha Loira” esteve perto da perfeição dentro das quatro linhas.  

  

quarta-feira, 25 de junho de 2025

PARAÍSO DO TOBIAS: O POVOAMENTO DO DISTRITO

 



Fonte: livro da paduana – PICCININI, Rita Amélia Serrão – 2005. “A Casa da Águia – crônicas paduanas”, destaca o seguinte trecho dessa bibliografia sobre o povoamento do distrito.

 


Um dos primeiros a chegar na região (Pádua), em 1832, foi Francisco Tomaz Leite Ribeiro, mais tarde comendador. Logo depois veio seu cunhado Plácido Antonio de Arroz, e os dois formaram, respectivamente, as fazendas Cachoeira Alegre, a cinco quilômetros acima da cidade de Pádua e a Fazenda Paraíso, que deu origem ao distrito de Paraíso do Tobias.


O acréscimo do nome Tobias veio, mais tarde, de Tobias Joaquim Rodrigues, nome do português casado com uma das netas do fazendeiro Plácido. Tobias constituiu família grande, viveu ali muitos anos, contribuiu para o desenvolvimento e o progresso da localidade e se empenhou na criação do distrito de Paraíso, pertencente ao município de Pádua, que atualmente (1998) é distrito de Miracema. Pela sua permanência, ali, durante muitos anos é que se acrescentou, com o rolar do tempo, o nome Tobias.


E prossegue:

Não se sabe ao certo se a esposa de Tobias era filha ou neta de Plácido Antonio de Barros. Mas a história de dedicação do Tobias para o desenvolvimento da localidade, conforme descrito pela autora é narrado pelos moradores de Paraíso do Tobias como uma história de amor. Contam os atuais habitantes do distrito, sejam os mais velhos ou os jovens, que sendo apaixonado por aquele local, repetia freqüentemente: “esse é o meu paraíso”. Até hoje, dizem que Tobias freqüentemente volta ao seu “paraíso” para visitá-lo com chapéu na cabeça e montado em seu belo cavalo branco, exatamente como costumava fazer quando vivia naquelas terras. Muitos são os moradores que ouvem nas noites desertas de Paraíso do Tobias o trotar de seu cavalo. Contam que eventualmente caminha pelas ruas não para assustar os moradores, mas apenas admirar seu “paraíso”.


Com a doação de alguns alqueires de terra da Fazenda Paraíso por Plácido de Barros à igreja, iniciou-se o povoamento da área. Os portugueses sesmeiros desmembraram sua fazenda em pequenos sítios que foram vendidos às novas famílias que passaram a habitar o local.


Nos últimos anos do século XIX, os imigrantes italianos foram atraídos para a região, que chegavam para o trabalho nas lavouras de café. Chegaram ao Paraíso do Tobias os Derossi, Rossi, Benedicto, Sentinelli, Zanco, Mugi, Utrini, Grippa, entre as mais numerosas atualmente. Já no inicio do século XX, os sírio-libaneses chegam para o trabalho no comércio, para “mascatear”: os Chacour, Amim, Assad.


Para a região do noroeste fluminense, a chegada das primeiras famílias italianas ocorre por volta de 1890, com vistas ao trabalho na cafeicultura. É importante destacar que o café no Brasil semeou núcleos populacionais em todos os estados por onde passou, assim como estimulou investimentos privados e governamentais. A cafeicultura tinha posição de destaque dentro da economia do território fluminense. Na década de 1920, o Brasil era o maior produtor de café do mundo e o Estado do Rio de Janeiro, o maior produtor do Brasil (Piccinini, 2005): Itaperuna foi seu maior produtor, enquanto Santo Antonio de Pádua ficava em segundo lugar.


É neste contexto econômico que chegam as famílias italianas para esta região. A partir dos primeiros anos do século XX, Paraíso Tobias recebe as famílias sírio-libanesas. Mesmo não sendo atraídos ou absorvidos pela lavoura, esses imigrantes encontraram outras oportunidades de emprego na região que se desenvolvia. Com o desenvolvimento trazido pelo café, as famílias de origem árabe encontraram um ambiente propício para a venda de produtos industrializados, como “mascates”, e mais tarde implantando casas comerciais. A família Assad, por exemplo, estabeleceu em Paraíso Tobias uma das primeiras “vendas” de “secos e molhados” do atual distrito. Antes do estabelecimento comercial, o Senhor Assad “mascateava” nas roças “vendendo de tudo: pó de arroz, espelhos, pente, batom, perfumes, seda, tecidos para terno”, afirma uma de suas filhas. A família chegou ao Brasil em 1904.  


Nota: fotos que ilustram a postagem de Emerson Assad (2), Norma Chacour (1), Alexandre Assad (1), Lucas Titoneli (1) e Tadeu Miracema (1).  

 

domingo, 22 de junho de 2025

PLATINI: UMA LENDA DO FUTEBOL FRANCÊS

 


Michel François Platini nasceu em Joeuf, na França, em 21 de junho de 1955. Platini sempre estava por perto da ação, recebendo a bola com profundidade, fazendo passes longos e curtos com precisão. Sua inteligência e seus dribles também fizeram história. Meio de campo artilheiro e exímio cobrador de faltas. Um enorme talento que transformou Platini num gigante do futebol.

 

Aos 16 anos, jogando na equipe Sub-18 do Joeuf, de sua cidade natal, fez uma partida espetacular, com direito ao golaço que decidiu o jogo contra o Metz, clube da primeira divisão francesa. Levado para o Metz foi reprovado pelos médicos, que diagnosticaram “corpo franzino e capacidade respiratória insuficiente”. Acabou indo para o Nancy, clube da segunda divisão, onde aos 18 anos já era titular da equipe principal e liderou o time na subida à primeira no ano seguinte.

 

Em 1978, jogou sua primeira Copa do Mundo e levou o Nancy ao título da Copa da França.  Em 1979, depois de marcar 98 gols em sete anos como Nancy e já considerado o maior jogador da França, Platini foi para o Saint-Étienne. Ganhou o campeonato nacional em 1981 e foi logo comprado pela Juventus. Na Itália, conquistou dois títulos do Campeonato Italiano, uma Copa da Itália, e Copa dos Campeões e Mundial Interclubes em 1985. Recebeu por três vezes consecutivas a Bola de Ouro de melhor jogador da Europa.

 

Platini encerrou a carreira aos 32 anos. Tornou-se técnico da Seleção Francesa (de 1988 a 1992), depois foi dirigente da federação e presidente do Comitê Organizador da Copa 98. Quando, aliás, viu sua França enfim campeã.

 

Pela Seleção Platini jogou três Copas do Mundo (1978, 1982 e 1986). Em 1976, jogou a Olimpíada de Montreal e no mesmo ano fez seu primeiro jogo pela seleção, contra a Tchecoslováquia, marcando seu primeiro gol. Em 82, ajudou a França a conquistar um quarto lugar, perdendo nas semifinais da Alemanha Ocidental, em um dos jogos mais emocionantes da história das Copas, decidido nos pênaltis. Em 86, também levou sua seleção às semifinais, eliminando o Brasil nas quartas de final, também nos pênaltis. A conquista da Eurocopa, em 1984, até então o maior título do futebol francês e jogando em casa, foi o grande momento de Platini com a camisa da seleção. Com nove gols em cinco jogos, foi o artilheiro e melhor jogador da competição. Vestiu a camisa da França em 71 jogos e marcou 41 gols.

 

Após seu jogo de despedida da Seleção, as laterais do campo do Parque dos Príncipes foram diminuídas em um metro cada. A justificativa? “Não há mais ninguém na França capaz de aproveitar esse espaço para lançamentos”.

 

sexta-feira, 13 de junho de 2025

BECKENBAUER: O IMPERADOR DO FUTEBOL

 


Franz Beckenbauer nasceu em Munique, na Alemanha, em 11 de setembro de 1945. Pela sua incrível habilidade no desarme, quase sempre sem faltas, uma saída de bola com passes precisos – curtos e longos – e sua potência nos chutes de longa distância, o Kaiser é considerado o melhor jogador alemão de todos os tempos. Seu porte físico, a cabeça erguida e as largas passadas deram origem ao apelido do jogador: Kaiser (imperador, em alemão). Seu talento era tão vistoso que, antes de ser o Kaiser, a imprensa o chamava de Brasileiro da Baviera. Era um líder natural, capitão do Bayern desde os 22 anos.  

 

Aos 14 anos, o pequeno Franz foi jogar no Bayern. Aos 19, já era titular do time profissional. Aos 20, foi para a seleção e, aos 21, já seria um dos melhores de uma Copa do Mundo, a de 1966. Em 1970, marcou a história do futebol jogando uma semifinal de Copa e a prorrogação com um braço imobilizado devido a uma luxação na clavícula. Foi eleito o melhor da Europa em 1972 e 1976. Durante onze anos consecutivos Beckenbauer ficou entre os sete primeiros na eleição da Bola de Ouro européia. Em 1977 foi jogar com Pelé no Cosmos de Nova York. Foi uma das poucas vezes que o Rei perdeu alguma eleição. O melhor jogador da temporada americana de 1977 foi Franz Beckenbauer.

 


Antes da aventura americana, o Kaiser havia mudado o destino do Bayern. Com o craque, o clube se tornou uma máquina de títulos (quatro campeonatos nacionais; quatro Copas da Alemanha; tricampeão da Copa dos Campeões da Europa; e um Mundial Interclubes). Ainda venceu o campeonato nacional de 1982, pelo Hamburgo. Pelo Cosmos venceu três campeonatos nacionais.

 

Beckenbauer disputou as Copas do Mundo de 1966, 1970 e 1974 (campeão). Foram dez anos como capitão da seleção alemã. Uma liderança que lhe dava o direito de discutir a escalação e o esquema com os técnicos. Disputou 103 jogos, sendo 50 como capitão, e marcou 14 gols com a camisa da seleção.

 

Mas nem só de sorrisos viveu Beckenbauer. Ele teve uma grande decepção em 1977, quando o técnico Helmut Schoen lhe disse que estava velho para ir à Copa de 1978. O Kaiser foi jogar três anos no Cosmos, mas voltou para a Alemanha em 1980 para atuar no Hamburgo, sonhando com a Copa de 1982. Nova decepção. Depois de duas temporadas sem nem ser sondado para uma possível convocação, resolveu voltar para o Cosmos e encerrar a carreira, em 1983.

 

Depois do sucesso dentro de campo, Beckenbauer estava decidido a provar seu talento também do lado de fora. Assumiu a Seleção Alemã e, já em sua primeira Copa, a de 1986, chegou ao vice-campeonato. Em 1990, conseguiu se tornar o primeiro europeu a ser campeão do mundo como jogador e como técnico. Deixou a Seleção para voltar ao querido Bayern, primeiro como técnico, depois como diretor, e, por fim, como presidente. A elegância e a liderança dos gramados adaptaram-se bem em ternos bem cortados e gravatas sóbrias.

 

Beckenbauer morreu em 07 de janeiro de 2024, aos 78 anos, em Salzburgo, na Áustria. Um comunicado da família foi divulgado sem detalhes sobre a causa, apenas que o ex-jogador faleceu durante o sono. Sabia-se que ele desenvolveu o Mal de Parkinson.  

 

 

 

quarta-feira, 11 de junho de 2025

VAN BASTEN: UM ASTRO PREDESTINADO AO AZAR

 


Marco Van Basten nasceu em Utrecht, na Holanda, em 31 de outubro de 1964. Rápido, habilidoso, inteligente e artilheiro: o que mais esperar de um atacante? Estava sempre no lugar certo, na hora certa. Foi um dos melhores de sua época, uma excelente combinação de talento e força. Era quase imbatível no jogo aéreo e formidável com seu pé direito.

 

Van Basten começou no Ajax como reserva de Cruyff. Mas logo a sua capacidade de fazer gols foi notada. Na sua primeira temporada no Campeonato Holandês, marcou 28 gols em 26 jogos. O feito se repetiria nos quatro anos seguintes. Conquistou três campeonatos nacionais e três Copas da Holanda. Vestiu a camisa do Ajax em 174 jogos e marcou 154 gols. Em 1987, o Milan pagou 2,3 milhões de dólares ao Ajax pelo jovem atacante. Ele chegou discretamente, apesar do preço – a contratação de Gullit foi bem mais badalada. Além disso, os problemas no tornozelo direito começavam a se manifestar e Van Basten demorou um pouco a brilhar. Quando o fez, porém, foi para decidir a liga italiana.  

 

A carreira de Van Bastem chegava ao auge. Sua sintonia perfeita com Gullit e Rijkaard não só fez do Milan o melhor time do mundo, mas levou a Holanda a seu primeiro título europeu, em 1988. Na final contra a União Soviética, fez um fantástico gol de voleio. Eleito melhor jogador da Europa pela primeira vez em 1988, na votação pela revista “France Football”, Van Basten ganharia a Bola de Ouro mais duas vezes, em 89 e 92.

 

Na única Copa do Mundo que disputou, em 1990, na Itália, a Holanda ficou longe do título. Vestiu a camisa holandesa em 58 jogos e marcou 24 gols.

 

Apesar de uma grande decepção na Copa – a Holanda chegou a ser apontada como uma das favoritas – o craque retomou a rotina de títulos com o Milan. Foram três títulos nacionais e o bicampeonato da Copas dos Campeões e do Mundial Interclubes, em 1989/90. Em dezembro de 1992, o velho problema do tornozelo retornou com mais força e acabou com sua carreira. Marcou 128 gols em 206 jogos.

 

Tudo começou em outubro de 1986. Um choque com um zagueiro provocou uma lesão na cartilagem seu tornozelo. A função da cartilagem é impedir o atrito entre os dois ossos, facilitando, no caso, os movimentos do pé. Em novembro de 1986, Van Basten submeteu-se a uma cirurgia que aparentemente solucionou o problema. No entanto, as últimas temporadas foram atrapalhadas por essa complicada lesão. Após sentir novamente em 1992, outras duas operações foram realizadas, sem êxito.

 

Quando jogou pela última vez, na decisão da Copa dos Campeões de 1993, anunciou a sua maior derrota. Van Basten encerrava a carreira aos 28 anos devido a uma lesão crônica no tornozelo. Resultado de anos de pancadas, mas, sobretudo, de cirurgias infelizes. Acabou derrotado por um adversário inesperado: os médicos.

 

Dos atacantes que vi jogar, Van Basten se encontra na primeira prateleira. Era um prazer assistir uma partida de futebol com ele em campo. Ainda tinha muito a nos presentear com suas qualidades. Um astro predestinado ao azar.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

GAGLIANO NETO E A ERA DO RÁDIO


 

Brasil e Polônia jogavam em Strasbourg, na França, a 9.416 km do Rio de Janeiro, em 08 de junho de 1938, pela Copa do Mundo. Era a primeira vez que os 1,7 milhões de cariocas podiam acompanhar o destino da Seleção ao pé do rádio. O speaker - como se convencionava chamar os narradores - era Gagliano Netto, contratado em meados dos anos 30 pela Rádio Club do Rio de Janeiro. A Seleção não levantou o caneco, mas Gagliano Neto conquistou uma vitória pessoal: mesmo estando num outro continente, iniciou a era do rádio no Brasil.

 

Pernambucano de Recife, onde nasceu em 24 de dezembro de 1911, Leonardo Gagliano Neto faleceu em 05 de março de 1974, aos 62 anos.

 

Abaixo um resumo de sua trajetória.

Fonte: Wikipédia

 

Formou em Ciências Econômicas pela Faculdade de Contabilidade de Recife. Só migrou para São Paulo em 1935, quando narrou, em março daquele ano, sua primeira partida de futebol na Rádio Cruzeiro do Sul, um jogo entre o Palestra Itália e o Botafogo.

 

Gagliano Neto veio de São Paulo para o Rio de Janeiro, em 1932, a convite da Rádio Mayrink Veiga. Posteriormente, trabalhando já na Rádio Cruzeiro do Sul, realizou a primeira transmissão de um jogo da Seleção Brasileira, durante o Sul-Americano de 1937, na Argentina.

 

Em 1938, destacou-se na comunicação brasileira, na Copa do Mundo de Futebol daquele ano na França, como comentarista esportivo da então Rádio Clube do Brasil, a segunda emissora de rádio criada na cidade do Rio de Janeiro. Por meio de rádios e também de alto-falantes instalados em parques e vias públicas de todo o país, ele emocionou a população brasileira com sua primeira transmissão transatlântica ao vivo de alcance nacional.

 

Em 1946 fez parte da equipe esportiva da Rádio Globo, do Rio de Janeiro, formada por Reis Carneiro, Carlos Portela, Dr. João Lyra Filho, Melo Júnior, Ondino Vieira, Antonio Santasusagna, Alberto Mendes e Levy Kleiman.

 

Na década de 1950 fez parte do elenco da Rádio Continental, na época uma rádio de programas estritamente esportivos.

 

Gagliano Neto aposentou-se das transmissões esportivas na década de 1950. Permaneceu no Rio de Janeiro até 1961, quando foi contratado para trabalhar nas Organizações Victor Costa e na TV Globo em São Paulo. Nesta época, fazia também a narração de corridas de cavalo no Jockey Club de São Paulo.

 

RENATO: O GAÚCHO MAIS CARIOCA DOS BOLEIROS

 


Renato Portaluppi nasceu em Guaporé-RS, em 09 de setembro de 1962. Atacante talentoso que unia velocidade com habilidade como poucos. Forte, veloz e com muitos recursos para driblar os adversários. Com o tempo, passou a atuar como atacante enfiado, ajudando até na armação das jogadas.

 

O ano de 1983 pode ser considerado o da consagração de Renato. No meio da temporada, conquistou o título da Libertadores, ao derrotar o Peñarol, do Uruguai. Assim, o Grêmio carimbou seu passaporte para disputar, em Tóquio, a decisão do Mundial Interclubes e a carreira do atacante ganhou impulso definitivo. Foi o herói da conquista do Mundial. É considerado o maior jogador da história do clube. Também teve bons momentos defendendo o Flamengo e no Tricolor carioca foi o destaque na conquista do carioca de 1995, com o famoso gol de barriga.



 

Atuou no Grêmio (campeão da Libertadores e do Mundial em 1983, e bicampeão gaúcho em 1985/86), Flamengo – 210 jogos e 64 gols (campeão brasileiro em 1987), Roma/Liga da Itália – 23 jogos, Botafogo (RJ), Cruzeiro (campeão mineiro e da Supercopa da Libertadores em 1992), Atlético Mineiro, Fluminense – 71 jogos e 25 gols (campeão carioca em 1995) e Bangu, em 1999, onde encerrou a carreira depois de alguns jogos.

 

Renato teve ótimas atuações nas Eliminatórias, ajudando na classificação para o Mundial de 1986. Pouco antes do embarque para o México, foi cortado pelo técnico Telê Santana por ter pulado o muro da concentração, de madrugada. Em solidariedade a ele, Leandro pediu dispensa, pois também fizera o mesmo. Renato só jogou a Copa de 1990, na Itália. Pela Seleção foram 44 jogos, sendo 42 oficiais e 5 gols marcados.

 

Acostumado a badalações e a chamar a atenção do público em geral e da imprensa em todos os clubes pelos quais passou, Renato Gaúcho teve um fim de carreira contraditório: discreto, sem maiores estardalhaços, pelo Bangu.

 

Em 2001, voltou à cena iniciando a carreira de técnico no Madureira. Foi o pontapé inicial para uma carreira de sucesso também fora dos campos, principalmente comandando o Grêmio.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

EDINHO: MAIS UMA CRIA DO TRICOLOR CARIOCA

 


Édino Nazareth Filho nasceu na capital carioca em 05 de julho de 1955. Zagueiro altamente técnico, ótimo na antecipação, mas viril e duro na marcação, além de ter sido um jogador vibrante e com grande poder de liderança. Na sua posição é considerado um dos melhores da história do Fluminense.


Edinho fez parte do grupo da Máquina que comandou o futebol carioca nos anos de 1975 e 1976. O capitão foi o herói do Tricolor ao marcar, de falta, o gol do título carioca de 1980, contra o Vasco.


Seu bom desempenho na defesa e as suas muitas vezes bem-sucedidas subidas ao ataque logo despertaram o interesse de clubes europeus. Depois de quase jogar no futebol francês, Edinho foi contratado pela Udinese, da Itália, em 1982.



Na sua passagem pela Udinese, jogou ao lado de Zico, de 1983 a 1985, e ajudou a equipe a ficar na sexta posição do Campeonato Italiano na temporada 83-84. Na época, Edinho era frequentemente apontado pela imprensa brasileira como um dos jogadores que mais se destacavam atuando em terras estrangeiras.


Depois de quase seis anos na Itália, Edinho voltou para o Brasil e foi jogar no Flamengo, arquirrival do Fluminense. Em 1988, o zagueiro voltou para o Fluminense. Mas no ano seguinte, com 34 anos, o Sul foi seu destino para jogar no Grêmio e encerrar a carreira no mesmo ano.


Atuou no Fluminense – 360 jogos e 33 gols (campeão carioca em 1975/76 e 1980), Udinese/Itália, Flamengo – 62 jogos e 4 gols (campeão brasileiro em 1987), e Grêmio (campeão gaúcho e da Copa do Brasil em 1989).


Peça Seleção Brasileira, Edinho disputou três Copas do Mundo. Em 1978, na Argentina, o técnico Cláudio Coutinho o utilizou como lateral-esquerdo, mas ele não se adaptou e foi substituído por Rodrigues Neto durante a competição. Em 1982 ficou na reserva de Luisinho. Mas em 1986, foi titular e capitão do time. Vestiu a camisa do Brasil em 59 jogos, sendo 47 oficiais e 3 gols marcados.

 

segunda-feira, 2 de junho de 2025

TÚLIO: O MARAVILHA

 


TÚLIO Humberto Pereira da Costa nasceu na capital de Goiás em 02 de junho de 1969. Atacante que, apesar de sua aparente lentidão, dentro da área era um perigo constante, pois estava sempre bem colocado e pronto para fuzilar as redes adversárias.  Foi um artilheiro nato!

 

Em sua primeira passagem pelo Botafogo, quando ficou conhecido como “Túlio Maravilha”, viveu a melhor fase de sua carreira. Fez história com muitos gols e folclore. Por tudo isso, faz parte do seleto grupo de grandes atacantes da história do clube.

 

O início da carreira do “artilheiro falastrão” foi pelo Goiás. Em 1988, os gols de Túlio nos juniores despertaram a atenção dos dirigentes, que decidiram profissionalizá-lo. O atacante não decepcionou e confirmou seu faro de gol. Seu primeiro técnico no profissional foi Luiz Felipe Scolari. 

 

Apesar da boa fase pelo Goiás, faltava ao artilheiro o reconhecimento nacional. E não demorou muito para isso acontecer, pois em 1989 ele marcou 11 gols no Brasileiro e pela primeira vez foi o artilheiro do Brasil. As boas atuações lhe renderam um bom contrato com o Sion, da Primeira Divisão da Suíça, mas Túlio não se adaptou ao país e voltou para o Brasil para jogar pelo Botafogo, clube pelo qual atuou em três oportunidades.

 

Atuou no Goiás – 119 jogos e 86 gols (tricampeão goiano em 1989/90/91), Sion/Suíça, Botafogo – 211 jogos e 155 gols (campeão brasileiro em 1995 e do Rio-São Paulo em 1998), Corinthians – 33 jogos e 14 gols (campeão paulista em 1997), Vitória (BA) – 28 jogos e 10 gols, Fluminense – 26 jogos e 10 gols, Cruzeiro – 6 jogos e 4 gols, Vila Nova – 104 jogos e 92 gols (campeão goiano em 2001), São Caetano (SP) – 24 jogos e 19 gols, Santa Cruz (PE) – 7 jogos e 1 gol, Újpest (campeão da Copa da Hungria em 2002), Brasiliense, Atlético Goianiense, Tupy (ES), Jorge Wilstermann/Bolívia, Anapolina (GO), Volta Redonda – 47 jogos e 33 gols, Juventude (RS) – 12 jogos e 2 gols, Al-Shabab/Arábia Saudita, Fast (AM), Canedense (GO), Itumbiara (GO), Goiânia, Potyguar Seridoense (RN), Barras (PI), Bonsucesso, CSE (AL), Tanabi (SP), Vilavelhense (ES), Araxá (MG), Atlético Carioca (RJ), Taboão da Serra (SP) e Sport (ES), em 2022, quando definitivamente deu por encerrada sua carreira. Em alguns desses clubes foram poucos jogos. Com toda certeza deixei de citar um ou mais times que ele tenha atuado. Foi um andarilho do futebol brasileiro.

 

Pela Seleção foram 14 jogos e 11 gols, sendo 13 oficiais e 8 gols, entre os anos de 1990 e 1995.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

LELÉ: O CRAQUE QUE VIROU MARCHINHA DE CARNAVAL

 


Manoel Pessanha nasceu em Campos dos Goytacazes-RJ, em 23 de março de 1918. Lelé foi um atacante com características de jogador de meio-campo, capaz de atuar tanto na meia-direita quanto na meia-esquerda. Revelado pelo Madureira, juntamente com Isaías e Jair Rosa Pinto formou um trio de ataque apelidado de “Os Três Patetas”. A pedido do técnico Ondino Vieira, que começava a reformular o elenco do Vasco em 1943, os três foram juntos para o time cruzmaltino.


Apesar de lento, tinha um verdadeiro petardo com a perna direita, que aterrorizava os goleiros adversários. Logo virou ídolo do Vasco, nos tempos iniciais do Expresso da Vitória, tendo sido artilheiro do campeonato carioca de 1945, do qual o Vasco foi campeão invicto. Conquistou também o carioca de 1947 e o sul-americano de clubes em 1948, ambos de forma invicta. Recebeu o apelido de “Canhão da Colina”. Marcou 157 gols em 212 jogos, sendo um dos principais artilheiros da história do Vasco.


Outros clubes que defendeu foi Ponte Preta e São Paulo. No Tricolor paulista fez 18 gols em 33 jogos, contribuindo na campanha do bicampeonato paulista de 1948/49. Fez um jogo pelo Flamengo, em 1940. Sua passagem pela Seleção foi curta, de apenas 4 jogos e 1 gol marcado, todos oficiais.


Faleceu aos 85 anos, em Campinas, interior paulista, no dia 16 de agosto de 2003. A causa de sua morte é desconhecida.


Com o sucesso que obteve  no Vasco, virou marchinha de carnaval na voz da cantora Linda Batista, em 1946, com o título “No Boteco do José”, de autoria de Wilson Batista e Wilson Garcez.


Vamos lá!

Que hoje é de graça

No boteco do José

Entra homem, entra menino

Entra velho, entra mulher

É só dizer que é vascaíno

E amigo do Lelé

 

LUIZ CARLOS PASTEL: NEM PELÉ FEZ UM GOL COMO ELE

 


Luiz Carlos de Almeida, mais conhecido como Pastel, ainda garoto vendia pastéis em sua cidade natal, Duque de Caxias-RJ, por isso o apelido. A vida no futebol começou no juvenil do Vasco. Quando estourou a idade, não teve a oportunidade que esperava no time principal, e o ex-jogador e técnico Mirim o levou para o Nacional de Muriaé (MG), de onde saiu para o Americano, de Campos, e para o Vitória (ES). No time capixaba, por uma bobeira dos dirigentes, tornou-se dono do passe e assim foi parar no Vila Nova, onde se destacou como artilheiro.


Vestindo a camisa da equipe de Nova Lima, Pastel marcou história em uma partida contra o Nacional de Uberaba, em 1979, quando fez um gol chutando do meio campo. O feito lhe rendeu uma reportagem na revista Placar com o título: “Nem Pelé fez um gol como ele”.




O polivalente Pastel, que jogava na lateral-esquerda e também como centroavante, ainda teve uma passagem pelo futebol da Grécia, Aparecida E. C. de Aparecida do Norte-SP, e posteriormente retornou para o Nacional de Muriaé. Após várias lesões prejudicarem seu rendimento em campo, Pastel encerrou a carreira cedo. Fixou residência em Muriaé e trabalhou por muitos anos no próprio clube, como auxiliar e técnico. Era muito querido e respeitado pelos torcedores do NAC.


Após uma batalha contra o câncer, morreu em 08 de março de 2016, aos 62 anos, no Hospital do Câncer de Muriaé. A sua morte causou grande consternação na cidade mineira, principalmente de quem teve o privilégio de trabalhar com ele ao longo dos anos. Um ser humano totalmente do bem e um grande profissional, conforme relato que recebi de um ex-jogador que foi seu atleta. 

 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

EDMUNDO: O “ANIMAL”

 


Edmundo Alves de Souza Neto nasceu em Niterói-RJ, em 02 de abril de 1971. Edmundo foi o grande nome do Vasco nos anos 90 – 244 jogos e 137 gols – e um dos principais jogadores do futebol brasileiro nessa mesma década. Ao todo foram cinco passagens pelo Vasco, sendo a última em 2008, quando encerrou sua carreira. Foi campeão carioca em 1992 e brasileiro em 1997, sendo o protagonista do título nacional. A temporada de 1997 é considerada por muitos especialistas o seu melhor momento no futebol.

 

Teve uma passagem de destaque no Palmeiras – 180 jogos e 106 gols (bicampeão brasileiro e paulista em 1993/94, e campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1993), de onde veio o apelido "Animal", que foi dado pelo inesquecível narrador Osmar Santos. Vestindo as camisas de Flamengo – 23 jogos e 9 gols, e Corinthians – 33 jogos e 23 gols, clubes de maiores torcidas do país, ele não correspondeu dentro de campo o que se esperava. Coisas do futebol...

 

Edmundo iniciou a carreira nas categorias de base do Botafogo. Após ser dispensado por ato de indisciplina, ele foi para os juniores do Vasco. Outros times em que atuou: Fiorentina e Napoli (ambos da Itália), Santos, Cruzeiro, Tokyo Verdy/Japão, Urawa Red Diamonds (campeão da Liga Japonesa em 2003), Fluminense – 25 jogos e 9 gols, Nova Iguaçu – 2 jogos e 1 gol, e Figueirense.

 

Disputou a Copa do Mundo de 1998 e vestiu a camisa do Brasil em 39 jogos, marcando 10 gols, sendo 37 oficiais. Foi campeão da Copa América de 1997.

 

Edmundo ficou conhecido tanto pelo seu talento quanto pelas confusões que arrumou ao longo de sua carreira. Era extremamente habilidoso e na mesma medida, temperamental. Conseguia unir força física e velocidade, somando-se a isso o faro de gol que fez dele artilheiro. Sua passagem pelo futebol europeu – precisamente na Itália – foi muito abaixo do esperado. Deixou de escrever seu nome no futebol da Velha Bota.

 

É um torcedor declarado do Vasco, clube com o qual é mais identificado e idolatrado pela torcida. Conquistou títulos de expressão no Palmeiras e também é considerado um dos grandes nomes da história do clube.

 

 

sexta-feira, 14 de março de 2025

ANDRADA: O "MILONGUEIRO"

 


Edgardo Norberto Andrada é argentino nascido em Rosário no dia 02 de janeiro de 1939. O goleiro iniciou sua carreira no Rosário Central e chegou ao Vasco em 1969, cercado de muita expectativa.


No clube carioca Andrada viveu a melhor fase de sua carreira, conquistando os títulos do Campeonato Carioca de 1970, e do Brasileiro de 1974, vestindo a camisa cruzmaltina em 370 jogos. Em 1971, ganhou a Bola de Prata da revista Placar.


Na temporada de 1976 rumou para o futebol baiano e atuou no Vitória. Em 1977, voltou ao seu país natal para defender o Colón, onde ficou até 1982, quando encerrou a carreira.


Ficou marcado por ter sido o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé, em 19 de novembro de 1969, no Maracanã. O argentino esforçou-se para não sofrer o gol, mas aos 33 minutos do segundo tempo houve um pênalti a favor do Santos. Era a grande oportunidade de Pelé marcar. Todos no estádio gritavam o nome de Pelé. Andrada saltou para o lado certo e tocou na bola, mas não foi suficiente para evitar que Pelé marcasse o milésimo gol. Estirado, o arqueiro esmurra o gramado.


Ele não queria, mas entrou para a história do futebol. O rótulo pegou, mas Andrada não foi só isso. Com a camisa do Vasco, disputou grandes jogos e fez defesas fantásticas. O “Milongueiro”, apelido que ganhou por causa do seu jeito catimbeiro, jamais será esquecido pelo torcedor vascaíno.  


Após deixar o futebol, atuou como funcionário da Secretaria de Inteligência durante a Ditadura Militar argentina. Chegou a ser acusado de participação no sequestro e morte de dois militantes peronistas em maio de 1983, mas por falta de provas não foi levado a julgamento.


Andrada morreu em Rosário aos 80 anos, em 04 de setembro de 2019, e a causa não foi divulgada.