sexta-feira, 13 de junho de 2025

BECKENBAUER: O IMPERADOR DO FUTEBOL

 


Franz Beckenbauer nasceu em Munique, na Alemanha, em 11 de setembro de 1945. Pela sua incrível habilidade no desarme, quase sempre sem faltas, uma saída de bola com passes precisos – curtos e longos – e sua potência nos chutes de longa distância, o Kaiser é considerado o melhor jogador alemão de todos os tempos. Seu porte físico, a cabeça erguida e as largas passadas deram origem ao apelido do jogador: Kaiser (imperador, em alemão). Seu talento era tão vistoso que, antes de ser o Kaiser, a imprensa o chamava de Brasileiro da Baviera. Era um líder natural, capitão do Bayern desde os 22 anos.  

 

Aos 14 anos, o pequeno Franz foi jogar no Bayern. Aos 19, já era titular do time profissional. Aos 20, foi para a seleção e, aos 21, já seria um dos melhores de uma Copa do Mundo, a de 1966. Em 1970, marcou a história do futebol jogando uma semifinal de Copa e a prorrogação com um braço imobilizado devido a uma luxação na clavícula. Foi eleito o melhor da Europa em 1972 e 1976. Durante onze anos consecutivos Beckenbauer ficou entre os sete primeiros na eleição da Bola de Ouro européia. Em 1977 foi jogar com Pelé no Cosmos de Nova York. Foi uma das poucas vezes que o Rei perdeu alguma eleição. O melhor jogador da temporada americana de 1977 foi Franz Beckenbauer.

 


Antes da aventura americana, o Kaiser havia mudado o destino do Bayern. Com o craque, o clube se tornou uma máquina de títulos (quatro campeonatos nacionais; quatro Copas da Alemanha; tricampeão da Copa dos Campeões da Europa; e um Mundial Interclubes). Ainda venceu o campeonato nacional de 1982, pelo Hamburgo. Pelo Cosmos venceu três campeonatos nacionais.

 

Beckenbauer disputou as Copas do Mundo de 1966, 1970 e 1974 (campeão). Foram dez anos como capitão da seleção alemã. Uma liderança que lhe dava o direito de discutir a escalação e o esquema com os técnicos. Disputou 103 jogos, sendo 50 como capitão, e marcou 14 gols com a camisa da seleção.

 

Mas nem só de sorrisos viveu Beckenbauer. Ele teve uma grande decepção em 1977, quando o técnico Helmut Schoen lhe disse que estava velho para ir à Copa de 1978. O Kaiser foi jogar três anos no Cosmos, mas voltou para a Alemanha em 1980 para atuar no Hamburgo, sonhando com a Copa de 1982. Nova decepção. Depois de duas temporadas sem nem ser sondado para uma possível convocação, resolveu voltar para o Cosmos e encerrar a carreira, em 1983.

 

Depois do sucesso dentro de campo, Beckenbauer estava decidido a provar seu talento também do lado de fora. Assumiu a Seleção Alemã e, já em sua primeira Copa, a de 1986, chegou ao vice-campeonato. Em 1990, conseguiu se tornar o primeiro europeu a ser campeão do mundo como jogador e como técnico. Deixou a Seleção para voltar ao querido Bayern, primeiro como técnico, depois como diretor, e, por fim, como presidente. A elegância e a liderança dos gramados adaptaram-se bem em ternos bem cortados e gravatas sóbrias.

 

Beckenbauer morreu em 07 de janeiro de 2024, aos 78 anos, em Salzburgo, na Áustria. Um comunicado da família foi divulgado sem detalhes sobre a causa, apenas que o ex-jogador faleceu durante o sono. Sabia-se que ele desenvolveu o Mal de Parkinson.  

 

 

 

quarta-feira, 11 de junho de 2025

VAN BASTEN: UM ASTRO PREDESTINADO AO AZAR

 


Marco Van Basten nasceu em Utrecht, na Holanda, em 31 de outubro de 1964. Rápido, habilidoso, inteligente e artilheiro: o que mais esperar de um atacante? Estava sempre no lugar certo, na hora certa. Foi um dos melhores de sua época, uma excelente combinação de talento e força. Era quase imbatível no jogo aéreo e formidável com seu pé direito.

 

Van Basten começou no Ajax como reserva de Cruyff. Mas logo a sua capacidade de fazer gols foi notada. Na sua primeira temporada no Campeonato Holandês, marcou 28 gols em 26 jogos. O feito se repetiria nos quatro anos seguintes. Conquistou três campeonatos nacionais e três Copas da Holanda. Vestiu a camisa do Ajax em 174 jogos e marcou 154 gols. Em 1987, o Milan pagou 2,3 milhões de dólares ao Ajax pelo jovem atacante. Ele chegou discretamente, apesar do preço – a contratação de Gullit foi bem mais badalada. Além disso, os problemas no tornozelo direito começavam a se manifestar e Van Basten demorou um pouco a brilhar. Quando o fez, porém, foi para decidir a liga italiana.  

 

A carreira de Van Bastem chegava ao auge. Sua sintonia perfeita com Gullit e Rijkaard não só fez do Milan o melhor time do mundo, mas levou a Holanda a seu primeiro título europeu, em 1988. Na final contra a União Soviética, fez um fantástico gol de voleio. Eleito melhor jogador da Europa pela primeira vez em 1988, na votação pela revista “France Football”, Van Basten ganharia a Bola de Ouro mais duas vezes, em 89 e 92.

 

Na única Copa do Mundo que disputou, em 1990, na Itália, a Holanda ficou longe do título. Vestiu a camisa holandesa em 58 jogos e marcou 24 gols.

 

Apesar de uma grande decepção na Copa – a Holanda chegou a ser apontada como uma das favoritas – o craque retomou a rotina de títulos com o Milan. Foram três títulos nacionais e o bicampeonato da Copas dos Campeões e do Mundial Interclubes, em 1989/90. Em dezembro de 1992, o velho problema do tornozelo retornou com mais força e acabou com sua carreira. Marcou 128 gols em 206 jogos.

 

Tudo começou em outubro de 1986. Um choque com um zagueiro provocou uma lesão na cartilagem seu tornozelo. A função da cartilagem é impedir o atrito entre os dois ossos, facilitando, no caso, os movimentos do pé. Em novembro de 1986, Van Basten submeteu-se a uma cirurgia que aparentemente solucionou o problema. No entanto, as últimas temporadas foram atrapalhadas por essa complicada lesão. Após sentir novamente em 1992, outras duas operações foram realizadas, sem êxito.

 

Quando jogou pela última vez, na decisão da Copa dos Campeões de 1993, anunciou a sua maior derrota. Van Basten encerrava a carreira aos 28 anos devido a uma lesão crônica no tornozelo. Resultado de anos de pancadas, mas, sobretudo, de cirurgias infelizes. Acabou derrotado por um adversário inesperado: os médicos.

 

Dos atacantes que vi jogar, Van Basten se encontra na primeira prateleira. Era um prazer assistir uma partida de futebol com ele em campo. Ainda tinha muito a nos presentear com suas qualidades. Um astro predestinado ao azar.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

GAGLIANO NETO E A ERA DO RÁDIO


 

Brasil e Polônia jogavam em Strasbourg, na França, a 9.416 km do Rio de Janeiro, em 08 de junho de 1938, pela Copa do Mundo. Era a primeira vez que os 1,7 milhões de cariocas podiam acompanhar o destino da Seleção ao pé do rádio. O speaker - como se convencionava chamar os narradores - era Gagliano Netto, contratado em meados dos anos 30 pela Rádio Club do Rio de Janeiro. A Seleção não levantou o caneco, mas Gagliano Neto conquistou uma vitória pessoal: mesmo estando num outro continente, iniciou a era do rádio no Brasil.

 

Pernambucano de Recife, onde nasceu em 24 de dezembro de 1911, Leonardo Gagliano Neto faleceu em 05 de março de 1974, aos 62 anos.

 

Abaixo um resumo de sua trajetória.

Fonte: Wikipédia

 

Formou em Ciências Econômicas pela Faculdade de Contabilidade de Recife. Só migrou para São Paulo em 1935, quando narrou, em março daquele ano, sua primeira partida de futebol na Rádio Cruzeiro do Sul, um jogo entre o Palestra Itália e o Botafogo.

 

Gagliano Neto veio de São Paulo para o Rio de Janeiro, em 1932, a convite da Rádio Mayrink Veiga. Posteriormente, trabalhando já na Rádio Cruzeiro do Sul, realizou a primeira transmissão de um jogo da Seleção Brasileira, durante o Sul-Americano de 1937, na Argentina.

 

Em 1938, destacou-se na comunicação brasileira, na Copa do Mundo de Futebol daquele ano na França, como comentarista esportivo da então Rádio Clube do Brasil, a segunda emissora de rádio criada na cidade do Rio de Janeiro. Por meio de rádios e também de alto-falantes instalados em parques e vias públicas de todo o país, ele emocionou a população brasileira com sua primeira transmissão transatlântica ao vivo de alcance nacional.

 

Em 1946 fez parte da equipe esportiva da Rádio Globo, do Rio de Janeiro, formada por Reis Carneiro, Carlos Portela, Dr. João Lyra Filho, Melo Júnior, Ondino Vieira, Antonio Santasusagna, Alberto Mendes e Levy Kleiman.

 

Na década de 1950 fez parte do elenco da Rádio Continental, na época uma rádio de programas estritamente esportivos.

 

Gagliano Neto aposentou-se das transmissões esportivas na década de 1950. Permaneceu no Rio de Janeiro até 1961, quando foi contratado para trabalhar nas Organizações Victor Costa e na TV Globo em São Paulo. Nesta época, fazia também a narração de corridas de cavalo no Jockey Club de São Paulo.

 

RENATO: O GAÚCHO MAIS CARIOCA DOS BOLEIROS

 


Renato Portaluppi nasceu em Guaporé-RS, em 09 de setembro de 1962. Atacante talentoso que unia velocidade com habilidade como poucos. Forte, veloz e com muitos recursos para driblar os adversários. Com o tempo, passou a atuar como atacante enfiado, ajudando até na armação das jogadas.

 

O ano de 1983 pode ser considerado o da consagração de Renato. No meio da temporada, conquistou o título da Libertadores, ao derrotar o Peñarol, do Uruguai. Assim, o Grêmio carimbou seu passaporte para disputar, em Tóquio, a decisão do Mundial Interclubes e a carreira do atacante ganhou impulso definitivo. Foi o herói da conquista do Mundial. É considerado o maior jogador da história do clube. Também teve bons momentos defendendo o Flamengo e no Tricolor carioca foi o destaque na conquista do carioca de 1995, com o famoso gol de barriga.



 

Atuou no Grêmio (campeão da Libertadores e do Mundial em 1983, e bicampeão gaúcho em 1985/86), Flamengo – 210 jogos e 64 gols (campeão brasileiro em 1987), Roma/Liga da Itália – 23 jogos, Botafogo (RJ), Cruzeiro (campeão mineiro e da Supercopa da Libertadores em 1992), Atlético Mineiro, Fluminense – 71 jogos e 25 gols (campeão carioca em 1995) e Bangu, em 1999, onde encerrou a carreira depois de alguns jogos.

 

Renato teve ótimas atuações nas Eliminatórias, ajudando na classificação para o Mundial de 1986. Pouco antes do embarque para o México, foi cortado pelo técnico Telê Santana por ter pulado o muro da concentração, de madrugada. Em solidariedade a ele, Leandro pediu dispensa, pois também fizera o mesmo. Renato só jogou a Copa de 1990, na Itália. Pela Seleção foram 44 jogos, sendo 42 oficiais e 5 gols marcados.

 

Acostumado a badalações e a chamar a atenção do público em geral e da imprensa em todos os clubes pelos quais passou, Renato Gaúcho teve um fim de carreira contraditório: discreto, sem maiores estardalhaços, pelo Bangu.

 

Em 2001, voltou à cena iniciando a carreira de técnico no Madureira. Foi o pontapé inicial para uma carreira de sucesso também fora dos campos, principalmente comandando o Grêmio.

quinta-feira, 5 de junho de 2025

EDINHO: MAIS UMA CRIA DO TRICOLOR CARIOCA

 


Édino Nazareth Filho nasceu na capital carioca em 05 de julho de 1955. Zagueiro altamente técnico, ótimo na antecipação, mas viril e duro na marcação, além de ter sido um jogador vibrante e com grande poder de liderança. Na sua posição é considerado um dos melhores da história do Fluminense.


Edinho fez parte do grupo da Máquina que comandou o futebol carioca nos anos de 1975 e 1976. O capitão foi o herói do Tricolor ao marcar, de falta, o gol do título carioca de 1980, contra o Vasco.


Seu bom desempenho na defesa e as suas muitas vezes bem-sucedidas subidas ao ataque logo despertaram o interesse de clubes europeus. Depois de quase jogar no futebol francês, Edinho foi contratado pela Udinese, da Itália, em 1982.



Na sua passagem pela Udinese, jogou ao lado de Zico, de 1983 a 1985, e ajudou a equipe a ficar na sexta posição do Campeonato Italiano na temporada 83-84. Na época, Edinho era frequentemente apontado pela imprensa brasileira como um dos jogadores que mais se destacavam atuando em terras estrangeiras.


Depois de quase seis anos na Itália, Edinho voltou para o Brasil e foi jogar no Flamengo, arquirrival do Fluminense. Em 1988, o zagueiro voltou para o Fluminense. Mas no ano seguinte, com 34 anos, o Sul foi seu destino para jogar no Grêmio e encerrar a carreira no mesmo ano.


Atuou no Fluminense – 360 jogos e 33 gols (campeão carioca em 1975/76 e 1980), Udinese/Itália, Flamengo – 62 jogos e 4 gols (campeão brasileiro em 1987), e Grêmio (campeão gaúcho e da Copa do Brasil em 1989).


Peça Seleção Brasileira, Edinho disputou três Copas do Mundo. Em 1978, na Argentina, o técnico Cláudio Coutinho o utilizou como lateral-esquerdo, mas ele não se adaptou e foi substituído por Rodrigues Neto durante a competição. Em 1982 ficou na reserva de Luisinho. Mas em 1986, foi titular e capitão do time. Vestiu a camisa do Brasil em 59 jogos, sendo 47 oficiais e 3 gols marcados.

 

quinta-feira, 10 de abril de 2025

LELÉ: O CRAQUE QUE VIROU MARCHINHA DE CARNAVAL

 


Manoel Pessanha nasceu em Campos dos Goytacazes-RJ, em 23 de março de 1918. Lelé foi um atacante com características de jogador de meio-campo, capaz de atuar tanto na meia-direita quanto na meia-esquerda. Revelado pelo Madureira, juntamente com Isaías e Jair Rosa Pinto formou um trio de ataque apelidado de “Os Três Patetas”. A pedido do técnico Ondino Vieira, que começava a reformular o elenco do Vasco em 1943, os três foram juntos para o time cruzmaltino.


Apesar de lento, tinha um verdadeiro petardo com a perna direita, que aterrorizava os goleiros adversários. Logo virou ídolo do Vasco, nos tempos iniciais do Expresso da Vitória, tendo sido artilheiro do campeonato carioca de 1945, do qual o Vasco foi campeão invicto. Conquistou também o carioca de 1947 e o sul-americano de clubes em 1948, ambos de forma invicta. Recebeu o apelido de “Canhão da Colina”. Marcou 157 gols em 212 jogos, sendo um dos principais artilheiros da história do Vasco.


Outros clubes que defendeu foi Ponte Preta e São Paulo. No Tricolor paulista fez 18 gols em 33 jogos, contribuindo na campanha do bicampeonato paulista de 1948/49. Fez um jogo pelo Flamengo, em 1940. Sua passagem pela Seleção foi curta, de apenas 4 jogos e 1 gol marcado, todos oficiais.


Faleceu aos 85 anos, em Campinas, interior paulista, no dia 16 de agosto de 2003. A causa de sua morte é desconhecida.


Com o sucesso que obteve  no Vasco, virou marchinha de carnaval na voz da cantora Linda Batista, em 1946, com o título “No Boteco do José”, de autoria de Wilson Batista e Wilson Garcez.


Vamos lá!

Que hoje é de graça

No boteco do José

Entra homem, entra menino

Entra velho, entra mulher

É só dizer que é vascaíno

E amigo do Lelé

 

quarta-feira, 2 de abril de 2025

EDMUNDO: O “ANIMAL”

 


Edmundo Alves de Souza Neto nasceu em Niterói-RJ, em 02 de abril de 1971. Edmundo foi o grande nome do Vasco nos anos 90 – 244 jogos e 137 gols – e um dos principais jogadores do futebol brasileiro nessa mesma década. Ao todo foram cinco passagens pelo Vasco, sendo a última em 2008, quando encerrou sua carreira. Foi campeão carioca em 1992 e brasileiro em 1997, sendo o protagonista do título nacional. A temporada de 1997 é considerada por muitos especialistas o seu melhor momento no futebol.

 

Teve uma passagem de destaque no Palmeiras – 180 jogos e 106 gols (bicampeão brasileiro e paulista em 1993/94, e campeão do Torneio Rio-São Paulo em 1993), de onde veio o apelido "Animal", que foi dado pelo inesquecível narrador Osmar Santos. Vestindo as camisas de Flamengo – 23 jogos e 9 gols, e Corinthians – 33 jogos e 23 gols, clubes de maiores torcidas do país, ele não correspondeu dentro de campo o que se esperava. Coisas do futebol...

 

Edmundo iniciou a carreira nas categorias de base do Botafogo. Após ser dispensado por ato de indisciplina, ele foi para os juniores do Vasco. Outros times em que atuou: Fiorentina e Napoli (ambos da Itália), Santos, Cruzeiro, Tokyo Verdy/Japão, Urawa Red Diamonds (campeão da Liga Japonesa em 2003), Fluminense – 25 jogos e 9 gols, Nova Iguaçu – 2 jogos e 1 gol, e Figueirense.

 

Disputou a Copa do Mundo de 1998 e vestiu a camisa do Brasil em 39 jogos, marcando 10 gols, sendo 37 oficiais. Foi campeão da Copa América de 1997.

 

Edmundo ficou conhecido tanto pelo seu talento quanto pelas confusões que arrumou ao longo de sua carreira. Era extremamente habilidoso e na mesma medida, temperamental. Conseguia unir força física e velocidade, somando-se a isso o faro de gol que fez dele artilheiro. Sua passagem pelo futebol europeu – precisamente na Itália – foi muito abaixo do esperado. Deixou de escrever seu nome no futebol da Velha Bota.

 

É um torcedor declarado do Vasco, clube com o qual é mais identificado e idolatrado pela torcida. Conquistou títulos de expressão no Palmeiras e também é considerado um dos grandes nomes da história do clube.

 

 

sexta-feira, 14 de março de 2025

ANDRADA: O "MILONGUEIRO"

 


Edgardo Norberto Andrada é argentino nascido em Rosário no dia 02 de janeiro de 1939. O goleiro iniciou sua carreira no Rosário Central e chegou ao Vasco em 1969, cercado de muita expectativa.


No clube carioca Andrada viveu a melhor fase de sua carreira, conquistando os títulos do Campeonato Carioca de 1970, e do Brasileiro de 1974, vestindo a camisa cruzmaltina em 370 jogos. Em 1971, ganhou a Bola de Prata da revista Placar.


Na temporada de 1976 rumou para o futebol baiano e atuou no Vitória. Em 1977, voltou ao seu país natal para defender o Colón, onde ficou até 1982, quando encerrou a carreira.


Ficou marcado por ter sido o goleiro que sofreu o milésimo gol de Pelé, em 19 de novembro de 1969, no Maracanã. O argentino esforçou-se para não sofrer o gol, mas aos 33 minutos do segundo tempo houve um pênalti a favor do Santos. Era a grande oportunidade de Pelé marcar. Todos no estádio gritavam o nome de Pelé. Andrada saltou para o lado certo e tocou na bola, mas não foi suficiente para evitar que Pelé marcasse o milésimo gol. Estirado, o arqueiro esmurra o gramado.


Ele não queria, mas entrou para a história do futebol. O rótulo pegou, mas Andrada não foi só isso. Com a camisa do Vasco, disputou grandes jogos e fez defesas fantásticas. O “Milongueiro”, apelido que ganhou por causa do seu jeito catimbeiro, jamais será esquecido pelo torcedor vascaíno.  


Após deixar o futebol, atuou como funcionário da Secretaria de Inteligência durante a Ditadura Militar argentina. Chegou a ser acusado de participação no sequestro e morte de dois militantes peronistas em maio de 1983, mas por falta de provas não foi levado a julgamento.


Andrada morreu em Rosário aos 80 anos, em 04 de setembro de 2019, e a causa não foi divulgada.

 

 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

ROMÁRIO: O BAIXINHO INFERNAL

 




ROMÁRIO de Souza Faria nasceu no Rio de Janeiro em 29 de janeiro de 1966. Atacante rápido, facilidade para o drible, toques sutis, frieza e eficiência dentro da área. Gostava de fingir-se de morto e, quando nem parecia que estava em campo, dava o bote fatal. Era um gênio dentro da grande área: num curto espaço, era capaz de despachar o zagueiro e finalizar com um toque sutil e, quase sempre, inesperado. Um dos maiores atacantes de todos os tempos. Deixou o seu nome marcado na história do futebol mundial. Foi um dos jogadores mais importante na conquista do mundial de 1994, pela seleção.


O gol passou a ser coisa séria na vida de Romário já no Estrelinha, time fundado pelo seu pai, Edevair. Aos 13 anos, aquele baixinho abusado já fazia testes no infanto-juvenil do Olaria. Mas dali para a categoria de base do Vasco foi um pulo.

 

Em 1985, começou a sua trajetória no time profissional – lançado pelo técnico Antônio Lopes – e em idas e vindas conquistou títulos importantes em São Januário (bicampeão carioca em 1987/88, campeão brasileiro e da Copa Mercosul em 2000). Ainda em 1985, uma experiência para se orgulhar: Romário formou dupla de ataque com o maior ídolo da história do Vasco, Roberto Dinamite.


O exterior logo foi seu destino e a Holanda a porta de entrada no futebol europeu. Jogou no PSV Eindhoven (campeão holandês em 1989, 1991/92, e da Copa da Holanda em 1989/90), Barcelona (campeão espanhol em 1994), Flamengo (campeão carioca em 1996 e 1999, e da Copa Mercosul em 1999), Valência/Espanha, Fluminense, Al-Saad/Catar, Miami FC/Estados Unidos, e Adelaide United/Austrália, onde encerrou a carreira em 2006. 


No entanto, em 12 de agosto de 2009, Romário surpreendeu o Brasil ao anunciar sua volta aos gramados para defender o América, na Segunda Divisão do Campeonato Carioca. Segundo o Baixinho, era para realizar um sonho de seu pai Edevair, notório torcedor  americano, falecido em 2008. Romário já havia prometido ao pai, anos antes, que encerraria a carreira no clube. Já sua estreia profissional pelo clube carioca ocorreu em 25 de novembro de 2009, na vitória sobre o Artsul, que deu ao América o título do Campeonato Carioca da Segunda Divisão e marcou o retorno à elite em 2010. Mas esse retorno acabou sendo breve. Após a primeira e única partida oficial com a camisa do América, o Baixinho acabou assumindo a função de dirigente do clube e encerrou sua vitoriosa carreira de jogador.


Participou das Copas do Mundo de 1990 e 94, sendo campeão em 1994. Conquistou ainda os títulos da Copa América de 1989 e 1997, e Copa das Confederações de 1997. Foi o “salvador da pátria” na Copa América de 1989, e o “comandante do Tetra” em 1994. Ainda com a Amarelinha, ganhou a medalha de prata na Olimpíada de Seul, em 1988. Sem contar os dois gols marcados contra o Uruguai nas Eliminatórias, no Maracanã, que valeu a classificação do Brasil para a Copa de 1994, nos Estados Unidos. 

 

Em 1994, quando jogava no Barcelona, Romário se tornou o primeiro brasileiro eleito o melhor do mundo pela FIFA.

 

Nas últimas temporadas, conseguiu algumas façanhas. No Campeonato Brasileiro de 2005, com 39 anos, foi o artilheiro isolado da competição e conquistou a chuteira de ouro, prêmio concedido pela CBF.

 

Números da carreira:

Vasco – 406 jogos e 326 gols (1985 a 1988; 1999 a 2002; 2005 a 2006; 2007 a 2008)

PSV Eindhoven – 167 jogos e 165 gols (1988 a 1993)

Barcelona – 84 jogos e 53 gols (1993 a 1995)

Flamengo – 240 jogos e 204 gols (1995 a 1996; 1996 a 1997; 1997 a 1999)

Valência – 21 jogos e 14 gols (1996 e 1997)

Fluminense – 77 jogos e 48 gols (2002 a 2003; 2003 a 2004)

Al Saad – 3 jogos e nenhum gol (2003)

Adelaide – 4 jogos e 1 gol (2006)

Miami FC – 29 jogos e 22 gols (2006)

Brasil – 74 jogos e 57 gols, sendo 71 oficiais e 57 gols (1987 a 2001 e 2005*)

 

Nota: em 1988, atuou em 11 jogos e marcou 15 gols pela Seleção Olímpica (não conta para efeito de jogos oficiais, apenas os disputados contra Seleções Nacionais e na categoria de profissional). A despedida de Romário da Seleção aconteceu em 27 de abril de 2005*, num jogo amistoso contra a Guatemala, em São Paulo. O Baixinho marcou dois gols na vitória por 3 a 0, em apenas 38 minutos que ficou em campo no primeiro tempo. Essa partida consta para efeito de jogos oficiais.

 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

VALIDO: O HERÓI DO TRICAMPEONATO CARIOCA DE 1944




Agustín Valido nasceu na capital argentina em 31 de janeiro de 1914. Defendeu o Flamengo por 143 jogos, de 1937 a 1944, e marcou 45 gols, sendo o mais importante aquele na final do Campeonato Carioca de 1944 que garantiu o primeiro tricampeonato ao Flamengo.

 

Mas sua história é bastante curiosa. Em 1944, já aposentado, ele foi à Gávea para disputar uma pelada com operários da sua gráfica. Ao vê-lo atuar, o técnico Flávio Costa o convidou para voltar ao time para a reta final do Campeonato Carioca daquele ano. Relutante, Valido aceitou convite e voltou aos gramados marcando presença na goleada de 6x1 contra o Fluminense. No jogo seguinte, a decisão contra o Vasco da Gama, Valido, apesar de atuar com 39 graus de febre, marcou o gol da vitória rubro-negra por 1x0 aos 41 minutos do segundo tempo, garantindo para o Flamengo o tricampeonato carioca de 1942/43/44. Também foi campeão carioca de 1939.



                                                                                       Rondinelli e Valido em 1978   

 

Valido começou sua carreira no Boca Juniors, onde foi campeão nacional em 1934. Posteriormente jogou pelo Lanús até 1937, ano em que atuou pelo Combinado Becar-Varella em excursão pelo Rio de Janeiro, jogando inclusive contra o Flamengo. Nessa excursão Valido chamou a atenção dos dirigentes do rubro-negro que acabaram por trazê-lo para a Gávea, onde permaneceu até o encerramento de sua carreira em 1943.

 

Valido faleceu na capital carioca em 23 de fevereiro de 1998, aos 84 anos.

 

Fonte: Wikipédia


terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

BASÍLIO: O PREDESTINADO

 


Paulista da capital, onde nasceu em 04 de fevereiro de 1949, João Roberto Basílio podia não ter o requinte da bola dominada dos monstros sagrados, mas tinha a qualidade rara dos deuses corintianos: raça. O homem que libertou toda uma nação e marcou um dos gols mais importantes da história do Corinthians.


O gol mágico aconteceu em 13 de outubro de 1977, na conquista do título paulista depois de muitos anos na fila, mais precisamente 22 anos e oito meses. Basílio sempre foi um jogador regular, mas compensava a pouca técnica com muita fibra e determinação.


Basílio sabia do sofrimento e das decepções do clube e sempre se empenhou para acabar com a falta de títulos e com a sombra do ídolo Rivellino, que havia sido negociado com o Fluminense. Sua carreira não pode ser resumida em um único dia: o 13 de outubro.





Contratado junto à Portuguesa de Desportos, onde iniciou a carreira e conquistou o título paulista de 1973, Basílio raramente errava passes a curta distância. Atuou no Corinthians entre 1975 e 1981, marcando 29 gols em 253 jogos. Foi campeão paulista em 1977 e 1979. Após sair do Corinthians jogou no Juventus e Nacional (ambos da capital paulista), encerrando a carreira no Taubaté em 1983.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

ZÉ MÁRIO: BAIXINHO E ARRUMADOR DE TIMES

 


Poucos jogadores tinham a facilidade de arrumar times como esse volante baixinho que brilhou em três grandes do Rio: Flamengo, Fluminense e Vasco, representando como poucos cada um dos times com a mesma determinação e fibra.


Longe de ser um fora de série, sem possuir um repertório de jogadas brilhantes ou mesmo um porte que o destacasse em campo, ele possuía essa incrível capacidade de arrumar times e torná-los, em decorrência, competitivos. A sua noção de espaço era espantosa. José Mário de Almeida Barros nasceu na capital carioca em 1º de fevereiro de 1949. 

 

Ele jogava para o time, sem a preocupação de aparecer para torcida. Posicionava-se com maestria e sempre teve forte poder de liderança, dentro e fora de campo. Teve uma passagem de destaque pelo futebol carioca.

 

Começou no Bonsucesso, Flamengo – 127 jogos e 5 gols (campeão carioca em 1972 e 1974), Fluminense – 67 jogos e 1 gol (campeão carioca em 1975), Vasco – 216 jogos e 1 gol (campeão carioca em 1977), São José (SP) e Portuguesa de Desportos, onde encerrou a carreira em 1982. Trabalhou como técnico durante muitos anos, principalmente no mundo árabe. 

 

Outro detalhe a ser mencionado é o fino trato com todos ao seu redor. Quem teve o privilégio de jogar ao seu lado ou foi treinado por ele, as referências são mais do que positivas. Desde quando jogava sempre lutou na defesa da classe do jogador profissional. No melhor sentido da palavra, era um “chato” nas incessantes reivindicações em prol de melhorias nas condições de trabalho dos atletas.

 

domingo, 26 de janeiro de 2025

MEUS AMIGOS, FUTEBOL NÃO É GUERRA!

 






A temporada mal começou e as cenas lamentáveis, dentro e fora de campo, em Curitiba, e entre torcedores do Fortaleza, nos assustam ainda mais.

 

A diversão deveria ser o prato principal. Ganhar ou perder faz parte do esporte; matar ou morrer é coisa de bandido, não de torcedor. Algumas pessoas extrapolam em seus sentimentos e perdem a razão. Esses confrontos entre “marginais travestidos de torcedores” afugentam cada vez mais o cidadão de bem que sai com sua família para se divertir, e corre o sério risco de perder um ente querido.

 

Dentro de campo está muito próximo de ocorrer uma tragédia entre os atletas. Eles não têm noção – ou têm? – que atitudes desse tipo inflamam ainda mais aquele torcedor que já vai para o estádio com segundas intenções.

 

Os mesmos torcedores que brigam entre si são aqueles que invadem os centros de treinamentos para cobrar resultado do elenco. E lá, em seu local de trabalho, os “atletas brigões” ficam acuados e depois reclamam da atitude violenta de sua torcida. Já não se faz mais ídolos como antigamente... Muito longe disso.

 

O nosso futebol, dentro e fora de campo, já não anda bem das pernas faz algum tempo, mas a violência inserida em parte da torcida é um fator cada vez mais recorrente e cresce em escala e proporções inimagináveis.

 

Não é de hoje que o país passa por uma profunda crise moral e ética, em meio à falência das instituições. E o resultado de tudo isso está em nosso dia a dia, em que a sociedade é o reflexo de tudo. Quase que diariamente somos “surpreendidos” com o noticiário de acontecimentos trágicos, principalmente de balas perdidas, que de perdidas não têm nada.

 

A impunidade é a mãe da reincidência. Na medida em que não se pune, não se apura os fatos com o devido rigor, isso gera um estímulo para as pessoas acharem que está tudo solto, à vontade. Tudo isso é manifestado no deboche dos criminosos.

 

O futebol é mais um segmento na triste estatística de crimes que ficam impunes e retrata com muita propriedade o momento sombrio que vivenciamos, num todo, sem exceções. O que nos resta é uma profunda reflexão: a mudança está em cada um de nós.

 

Os "digníssimos dirigentes” têm uma parcela de culpa muito grande nessa questão, pois diversos deles, até para se perpetuarem no poder, subsidiam grande parte das torcidas organizadas. Aí você, meu amigo leitor, pergunta: organizadas? Sim, respondo: organizadas para grupos de facções criminosas.

 





sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

VACARIA: MAIS UM DESTAQUE DO COLORADO DOS ANOS 1970

 


Olávio Dorico Vieira, conhecido como Vacaria, ex-lateral do Internacional no vitorioso time dos anos 70, morreu em 30 de julho de 2016, aos 67 anos, de falência múltipla de órgãos, devido a complicações de saúde decorrentes de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), sofrido em 2013. Em 2015, ele foi diagnosticado como portador de hepatite.


Natural de Urussanga-SC, onde nasceu em 26 de janeiro de 1949, ele começou a jogar futebol aos 16 anos, no Glória de Vacaria. Dois anos depois, tornou-se profissional e começou a atuar pelo 14 de Julho de Passo Fundo. O apelido “Vacaria” veio em função do nome da cidade onde iniciou sua carreira.


Foi em 1970, após uma grande temporada no14 de Julho, que Vacaria foi, então, para o Internacional. Apesar de ter feito parte do grupo campeão gaúcho nos anos de 70 e 71, o lateral não se firmou como titular e foi emprestado ao Figueirense em 1972. Era um excelente marcador e tinha um potente chute de canhota.


No ano seguinte, retornou ao Inter e foi peça importante nas equipes comandadas por Dino Sani e Rubens Minelli. Ao lado de craques como Carpegiani, Falcão e Figueroa, Vacaria participou do time que conquistou o bicampeonato brasileiro em 1975/76. Foi campeão gaúcho em 1970/71, 1973/74/75/76. Pelo Figueirense conquistou o catarinense de 1972. Teve uma breve passagem pelo Palmeiras, onde encerrou a carreira em 1978, marcando 1 gol em 29 jogos.


Posteriormente trabalhou como técnico entre os anos de 1981 e 2008, dirigindo inúmeras equipes do interior gaúcho e mais algumas da região sul do país. Seu último trabalho foi no Sinop, de Mato Grosso.

 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

AMARAL: UM ZAGUEIRO DE CLASSE

 


João Justino AMARAL dos Santos nasceu em Campinas–SP, em 25 de dezembro de 1954. Zagueiro de futebol clássico que dominava as jogadas à base da técnica e tranqüilidade. Sabia sair jogando com muita categoria. Amaral era o tipo de jogador que o torcedor admira e vislumbra o mesmo atuando com a camisa de seu time de coração. Finalizando: foi um baita zagueiro!


No Guarani, de Campinas, mostrou suas credenciais e o Brasil passou a respeitar o zagueiro de estilo sóbrio que tomava conta do setor defensivo. Foi titular do Brasil na Copa do Mundo de 1978, na Argentina, a única que disputou. Vestiu a camisa da Seleção em 56 jogos, sendo 40 oficiais.


O Corinthians foi seu próximo destino e fez parte do time campeão paulista em 1979. Jogou entre 1978 e 1981, vestindo a camisa alvinegra em 133 jogos e marcando um gol. Quando disputou a Copa, já era jogador corintiano, mas ainda não havia estreado.


Depois do Corinthians jogou no Santos, América (campeão mexicano em 1984), Leones Negros, também do México, e Blumenau, de Santa Catarina, onde encerrou a carreira em 1987.


Amaral, carinhosamente chamado por “Feijão”, vinha sofrendo com problemas de saúde e lutou enquanto teve forças contra um tumor que gerou metástase e se espalhou pelo corpo. Em 31 de maio de 2024, aos 69 anos, na capital paulista, veio a óbito.