sábado, 26 de novembro de 2016

ENTREVISTA COM O COMUNICADOR CARLOS FERA


Como iniciou a paixão pelo rádio?
- Sou ouvinte assíduo da Rádio Globo e sempre quis ter essa oportunidade. Comecei operando para alguns locutores até que meu amigo Nivaldo Cabral fez o convite e eu topei. Depois, tive a grata satisfação, como visitante, ter sido escolhido para visitar os estúdios da Rádio Globo, do Rio. Acabei conhecendo o Edmo Zarife que, ao me abraçar, disse: faça da boa comunicação um hobby.

O imediatismo das redes sociais é um ponto positivo ou negativo para o meio radiofônico?
- Isso é muito relativo. Quando a rede ensina e educa acaba sendo parceira do rádio, mas o rádio tem seu glamour e é o veículo de maior credibilidade no país no ramo da comunicação. O que nos deixa preocupado são as TVs que vendem as desgraças alheias – conhecidas como a imprensa marrom – e que para conquistar o ibope apelam a qualquer custo para prender a atenção do telespectador.

Qual é a grande dificuldade de se fazer rádio atualmente?
- Não digo dificuldade, vejo financeiramente, porque as que já possuem um trabalho de longa data sobreviverão. Investir no rádio é retorno certo e muitas vezes os sindicatos dos radialistas, na acepção da palavra, são pelegos, não olham pelo lado dos seus sindicalizados. O comunicador também tem que ter o seu lado amador, gostar do que faz e, principalmente, compromisso com o que fala. O ouvinte é inteligente e percebe que a fala do locutor reflete se ele tem vocação ou é mais uma fonte de renda.

De acordo com sua experiência, o ouvinte gosta de programas com mais informação ou musical?
- Espero que a migração de AM para FM possa ter na grade programas no estilo entrevistas, informativo, pois o rádio é um formador de opinião. Hoje em dia música se ouve no celular e a FM tem essa característica de ser mais musical. Particularmente não abro mão de falar e debater assuntos importantes.

Você também já trabalhou na área de saúde. Conte-nos um pouco de sua experiência?
- Comecei aos 14 anos, não havia o ECA, e com 15 já assumindo posto de enfermagem. Tive a honra de ter feito um curso intensivo de socorro às vítimas com os ANJOS DO ASFALTO, no quartel da Praça da Bandeira. Experiências com pacientes com fraturas raquimedular e outros pacientes graves em UTI. Já trabalhei em várias unidades de saúde, não somente aqui em Miracema, como também em Pádua e no Rio. Pronto socorro, PU de Miracema, Posto de Saúde e vários trabalhos na perícia criminal e IML. Minha vocação é tentar amenizar a dor e fazer uma saúde humanizada.

Sei que desenvolve um trabalho social e gostaria que fizesse um breve comentário sobre o mesmo.
- Fazer o social é legal e eu não abro mão disso. Sou Vicentino e líder comunitário.  Acho que começa pela política da boa vizinhança e se espalha pelas pessoas menos favorecidas. Fazer o bem faz bem...

Luiz Fernando Linhares era o cara?
- Sim. Um homem à frente do seu tempo, revolucionário, um construtor, deixou sua marca de homem público. Tive a honra de conhecê-lo e se vivo fosse teríamos um time na primeira divisão do futebol carioca. Amava e lutava por esta terra. Um estadista de fato!

Como conhecedor da história dos “Irmãos Moreira”, eles são merecedores de uma homenagem mais concreta em nossa cidade? Sendo um radialista, você pode nos ajudar nessa empreitada?
- Com toda certeza. A história deles está aliada à história do futebol mundial. Sou amigo da família Moreira e através de um primo aprofundei no conhecimento sobre eles. Na minha visão teria de ter em Miracema uma praça ou um museu do futebol para homenageá-los. É com tristeza que a especulação imobiliária poderá derrubar a história com a venda do campo que leva o nome deles.

A experiência de se candidatar ao cargo de vereador alterou de alguma forma o seu modo de avaliar certos fatos?
- Sim. Numa sociedade capitalista, que dita regras, temos visto ai a lava jato, escândalos políticos e etc..., enquanto não houver uma reeducação e um novo modo de se fazer política no Brasil, que é a arte de fazer pela maioria e pelo bem estar público, continuará a velha política do toma lá dá cá. Não muda nada naquilo que penso, porque a educação é o pilar de tudo, e pra finalizar acho que a austeridade de uma justiça mais rápida no que diz respeito a quem não respeita o voto do cidadão.

Um ídolo no rádio?
- O saudoso Edmo Zarife.

Uma personalidade histórica?
- Papa João Paulo II. O homem do sorriso carismático, hoje, um Santo.

Um cantor e uma cantora?
- Roberto Carlos e Elis Regina.

Uma música inesquecível?
- New York.

Qual é a mais pedida em seu programa?
- Entre tantas, Vento no Litoral.

Como bom rubro-negro, o seu ídolo maior é o Zico. Para sair do trivial, depois do Zico...?
- Leandro Peixe Frito.

O que um dia te encantou e hoje não encanta mais?
- Tínhamos mais paz e hoje a violência está escancarada, e as pessoas sorrindo pouco, porque deixamos de pensar no plural pra pensar no singular. Meu encanto ainda é o ser humano.

Uma coisa que você não abre mão?
- De ser honesto e da fidelidade daquilo que penso. Não fazendo mal para alguém já é um bom começo.

Quem mandaria pra Lua somente com passagem de ida?
- Aquelas pessoas de mau-caráter, avarentos, invejosos e soberbos.

O que pra você é definitivamente ridículo?
- Falar mal dos outros e não ter postura e nem ética.

O que você gostaria que as pessoas entendessem?
- Que a vida é passageira e que a gente pode sempre fazer o melhor e ser melhor a cada dia.

Miracema tem jeito?
- Sim.  Basta ter pessoas comprometidas em fazer o bem a esta terra linda de Dona Ermelinda, de um povo trabalhador e de fé, que acredita em dias melhores sempre.

Faça suas considerações finais.
- Foi uma honra ter participado do quadro de entrevistas do seu blog, poder contar um pouco da minha vida. Deixo uma mensagem às crianças e aos jovens para que acreditem que Deus é constante em nossas vidas. O meu dia a dia é também em busca de coisas melhores para eles. O que move o cidadão Carlos é a sua vontade de fazer o bem no rádio, na saúde, no social ou em qualquer outro lugar, e estarei sempre com um sorriso em prol das pessoas e de minha cidade.








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