sexta-feira, 29 de abril de 2016

MIRACEMA EM FOCO


Um breve resumo da nossa história.

O mês de abril, para nós miracemenses, sempre foi de preparação e contagem regressiva para a Exposição Agropecuária, que geralmente começa no fim do mês e vai até o dia 3 de maio, quando é comemorado o aniversário da cidade.  Atualmente, a festa não tem nada a ver com o verdadeiro sentido do termo “Exposição Agropecuária”, como também outros eventos que estamos ficando órfãos.  No entanto, apesar de todos esses percalços, não podemos deixar de comemorar mais um aniversário de emancipação da nossa cidade, que passa por um momento difícil, mas sempre temos a esperança de dias melhores em um futuro próximo.  Que Santo Antônio nos proteja e que Miracema volte a ser a “Princesinha do Noroeste Fluminense”!

Mensagem...

P


ara aqueles que amam a nossa cidade, não só os que aqui nasceram, mas também os que a adotaram, pois somos uma cidade acolhedora desde os tempos da chegada de diversos imigrantes, temos que unir forças e continuar na luta diária por uma cidade de "Paz e Harmonia". Aqui vivemos e escolhemos essa terra para também criarmos nossos filhos, por isso temos a obrigação de abraçar e apoiar toda e qualquer causa que seja benéfica e em prol do município. Como também temos a obrigação de ir contra tudo e a todos, que de uma maneira ou de outra, queiram aproveitar-se de situações adversas e tirar vantagens em benefício próprio. 

Capela de Santo Antônio







Miracema, assim tudo começou...  




Fonte: revista comemorativa dos 66 anos de Miracema
Fotos: internet

Foi por volta do ano de 1846, que Dona Ermelinda Rodrigues Pereira aqui chegou, encantando-se por estas terras, que eram virgens e cobertas de árvores centenárias e entrecortadas por riachos cristalinos.  Aqui fundou uma pequena colônia onde construiu uma capela. Um de seus esteios, feito de madeira seca, não resistindo à luxúria daquela terra, brotou, semeando entre os que habitavam a sua volta, o sentido do milagre da vida. Daí a origem do nome Miracema, sugerido por Dr. Francisco Antunes Ferreira da Luz, dos termos indígenas Tupi-Guarani – ybira (pau, madeira) e cema (brotar) – trocando-se apenas “Yb” por “M”, ficando assim MIRACEMA – pau que brota, gente que nasce.

Assim como brotou, o vilarejo cresceu e se multiplicou, dando origem a um povoado, sendo sua população acrescida pelos imigrantes italianos, libaneses, espanhóis e os bandeirantes mineiros, que formaram o que compõe a maior parte das famílias miracemenses.

Estação
Com suas terras virgens e férteis, era uma mãe com seios fartos para com seus novos filhos. A produção crescia a olhos vistos, o que permitiu que os produtos da terra fossem comercializados em outros centros urbanos. Devido às dificuldades para escoar o excedente, em 1883 foi inaugurada a estrada de ferro, que trouxe consigo não só essa facilidade como também inúmeros outros benefícios. E para comemorar essa conquista, homens de fraques e cartolas, mulheres com vestidos de gala, banda de música e grandes oradores. A locomotiva foi recebida com todas as pompas. Foi graças ao serviço e a pontualidade dessa Locomotiva, que Miracema chegou a ter uma lavanderia automática, que prestava serviços para grandes hotéis da capital. 
                                                                                     
Melchíades Cardoso
Em meio àquela vida interiorana, existiam também grandes cabeças pensantes, que enxergavam muito além daquele universo limitado. Em 1906, foi um jovem, de apenas 16 anos – Melchíades Cardoso – que lançou a semente da separação, inconformado com os mandos e desmandos daqueles que geriam a terra, fundou um jornal denominado O Grupo, com o objetivo de esclarecer a população para que essa tivesse condição de se posicionar. Foi através desse jornal que o desejo da emancipação deixou de ser apenas uma vontade.

                                                                         
Já em 1918, após 12 anos do lançamento da campanha para a criação do município, Miracema viveu um grande período de desenvolvimento agrícola – com destaque para a produção de café, que era o ápice da economia da época – e de uma intensa atividade comercial e industrial.  Apesar disso, pouco da renda tributária do distrito era usada em seu benefício. A maior parte era utilizada na sede do município, em Pádua, ou gerida pelos Coronéis – grandes senhores da terra que dominavam a região pela lei do mais forte. Estes educavam seus filhos nas capitais para serem futuros senhores, ou futuros advogados ou médicos de família. Aos pobres e sem terra restavam a obediência e subserviência, além do analfabetismo e a mais completa ignorância política.

Obras na estrada que liga Miracema a Santo Antônio de Pádua
A vontade cívica de alguns intelectuais da época, aliada às rixas dos clãs familiares que detinham o poder político e econômico e a obstinação daqueles que acreditavam que somente através da liberdade se alcançaria a prosperidade almejada, fez ressurgir o movimento separatista por volta de 1918.  A luta efetiva pela emancipação miracemense durou longos 18 anos, durante os quais se confirmaram suas lideranças, até o desfecho final com a instalação do município.  

Continua...
     

                                                                                                                                                                             








Continua...

12 comentários:

  1. Parabéns, vamos ter muitas histórias contadas com sua marca registrada.
    Fiquei leitor assíduo.

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  2. Bom dia Ademir Tadeu, como leitor, visualizador de seus comentários no Face, não poderia deixar de acompanhá-lo nesta iniciativa que bravamente ora se inicia. Desejo como Miracemense ausente mas apaixonado pela Terrinha que sempre aqui nos mostre as novidades, coisas do passado e tudo para cada dia mais aumentar o nosso saber, que não tem limites. Sucesso amigo.

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  3. Parabens amigo e que esta pagina nos divirta e nos informe trazendo sempre a marca de sua incomparavel educação e simpatia. Estarei sempre por aqui. Grande abraço.

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  4. Parabéns pela iniciativa Tadeu, e que bela primeira postagem! Amo a História de Miracema! Aguardando a próxima postagem, pelo jeito só vem coisas boas por aí...

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  5. Parabéns pela iniciativa, Tadeu! E olha, aqui em casa temos algumas fotos históricas de Miracema, particularmente do Colégio Miracemense, desfiles, etc. Em tempo, chegarão até você! Congratulações, amigo. Abraço! Sávio F. Bruno

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  6. Fico feliz e orgulhosa de vê-lo amante das letras. E com que desenvoltura se expressa!Já pensou na felicidade do "seu" Ademir lá no céu?! E o orgulho da Cléa junto ao nosso?!Sou fã!!!

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    1. Dona Rosane, muito obrigado pelas palavras elogiosas. Com toda certeza, a senhora e a dona Vera Mota são partes importantes nessa “desenvoltura” e no amor pela leitura. Incentivo nunca faltou para que seus alunos abraçassem os livros. Conhecimento, informação e sabedoria, são fatores que a leitura nos proporciona. Sorte foi a minha de ter tido professores mais do que especiais na caminhada do aprendizado. Aprendizado esse que é diário. Nunca saberemos tudo, pois a cada dia vivenciamos uma nova experiência, mas sempre aprendendo algo novo.

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