Um
dos atacantes mais clássicos e brigões que o futebol brasileiro já teve, faleceu
em 08 de novembro de 1959, ainda muito jovem, aos 39 anos, na Casa de Saúde São
Sebastião, na cidade mineira de Barbacena, onde estava internado desde 1954
tratando de uma enfermidade mental – sífilis cerebral. Paralisia geral
progressivo foi a causa de sua morte, constatada no óbito. Ele foi enterrado em
São João Nepomuceno - MG, sua cidade natal.
Atacante
impetuoso e artilheiro nato, deixando-se conduzir pelo entusiasmo, eram constantes os atritos que
provocava em campo, até mesmo com seus próprios colegas, porque não gostava de
conhecer o sabor da derrota. Não aceitava passe errado de companheiros e
cobrava-os a todo momento. Era um profissional com alma de amador e espírito de
menino brigão. Anjo e demônio no futebol.

Saiu
do Botafogo para o Boca Juniors, na maior transação do futebol brasileiro até
então, onde atuou ao lado de vários nomes respeitáveis e deixou a marca de sua
personalidade contraditória. Voltando ao Brasil, Heleno de Freitas ingressou no
Vasco, em 1949, então sob as ordens de Flávio Costa. Seu futebol ainda era de qualidade
e fez ótimas partidas, ajudando o clube na conquista do Campeonato Carioca
daquele ano. Mas a sua condição de brigão não foi esquecida. Depois de várias
tentativas, deixou São Januário após 24 jogos e a excelente marca de 19 gols,
desgastado com o treinador, e mais uma vez seduzido por uma proposta do
exterior. Jogou no Atlético de Barranquilla, da Colômbia, tornando-se um
verdadeiro ídolo da torcida, como demonstra o fato de ter uma estátua em praça
pública na cidade. Ganhou muito dinheiro
dos argentinos e colombianos.

Essa sua fama de brigão era somente dentro de campo. Invariavelmente
procurava os companheiros que tinha ofendido para desculpar-se. Heleno era
boêmio e frequentador assíduo dos bares e dos bordeis. Ele gastou a bola, mas
também teve vida social intensa, embora não fosse de beber. Preferia as
mulheres, que conquistava com seu charme e com a elegância que não abria mão de
apresentar. Por conta dessa vida tão desregrada, acabou contraindo a sífilis,
doença altamente contagiosa.
Em
1952, Heleno é internado pela primeira vez, em uma clínica na Tijuca. A sífilis
continuou avançando e consumia a cabeça do jogador, que acabou ficando louco. Declarada
a enfermidade de que era vítima, sua família providenciou seu internamento no
Sanatório de Barbacena, em 1954. Lá começou a engordar e também a ingressar no
time da Casa de Saúde São Sebastião. Mas não esquecera a briga e criava
sucessivos casos em campo, tal como fizera muitos anos antes como atleta
profissional. Aos poucos foi sendo deixado de lado. Sua mania era guardar
recortes que falassem de futebol, assim como discutir táticas e técnica do
esporte que sempre o empolgou.
O
craque era formado em Direito e falava inglês e espanhol fluentemente. Heleno
tinha pinta de ator e ganhou o apelido de “Gilda”, personagem bela e explosiva
interpretada pela atriz Rita Hayworth. Vestia-se com ternos sempre bem
cortados. O ex-jogador deixou um filho de dez anos.

Heleno
nasceu bem de vida e terminou precariamente em um sanatório, completamente
louco. A sua trajetória no futebol foi marcada por lances geniais, mas seu
temperamento incontrolável prejudicou e muito a sua carreira.
Resumindo:
Heleno de Freitas faz parte do seleto grupo dos maiores atacantes do futebol brasileiro
de todos os tempos.
Só para enteder o filho de Heleno é vivo?Obr.
ResponderExcluirO "filho ilustre que completaria 92 anos", mencionado no texto, é o próprio Heleno. Filho ilustre de São João Nepomuceno. Foi essa sua dúvida?
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