terça-feira, 22 de agosto de 2017

JUSCELINO KUBITSCHEK: "O OTIMISTA PODE ATÉ ERRAR, MAS O PESSIMISTA JÁ COMEÇA ERRANDO"


Juscelino Kubitschek de Oliveira, mineiro de Diamantina, onde nasceu em 12 de setembro de 1902, era um visionário, um sonhador, mas corria atrás e fazia o sonho virar realidade. Quando chegou à Presidência da República, em 1956, já havia posto em prática alguns sonhos como prefeito e governador de Minas Gerais. Mas foi como presidente que fez o povo brasileiro sonhar o seu sonho, como cantava o sambista Cartola.

Era capitão-médico da PM mineira quando o governador Benedito Valadares o nomeou prefeito de Belo Horizonte, em 1940. Abriu avenidas, construiu hospitais, convocou artistas como Niemeyer, Burle Max, Portinari e Ceschiati e fez uma mini-Brasília chamada Pampulha. Como governador eleito pelo PSD, modernizou o Estado com o binômio “energia e transporte”, hidrelétrica e estradas.

Venceu a eleição para presidente em 1955, derrotando o candidato da UDN e dos militares que, um ano antes, haviam tentado derrubar o presidente Getúlio Vargas e o levaram ao suicídio. Tentaram impedir a posse de JK alegando necessidade de maioria absoluta, mas o general legalista Teixeira Lott a garantiu. JK ganhou as eleições prometendo fazer o Brasil crescer “50 anos em 5” com o famoso programa de metas, destacando: maior produção de energia, construir novas estradas e pavimentar as já existentes, aumentar a produção e a produtividade, criar indústrias de base e reaparelhar as existentes.  Anunciou também a mudança da capital no fim do governo. 

Apesar da oposição desatinada dos udenistas e de duas aventuras revoltosas militares (que anistiou), governou com simpatia, democracia e cumpriu o seu plano de metas: fez a produção industrial crescer 80%, inaugurou hidrelétricas importantes, como Furnas e Três Marias, e deixou outras projetadas. Abriu também a economia ao capital estrangeiro produtivo, criou a indústria automobilística, rasgou estradas e entregou Brasília ao novo presidente.  

No entanto, houve também um significativo aumento da dívida pública interna, da dívida externa e, segundo algumas publicações, seu mandato terminou com crescimento da inflação, aumento da concentração de renda e arrocho salarial. Na época não havia reeleição e em 31 de janeiro de 1961 foi sucedido por Jânio Quadros, seu opositor apoiado pela UDN.  

Em 1962, elegeu-se senador por Goiás e tentou viabilizar sua candidatura à presidência em 1965. No entanto, com o golpe militar de 1964, foi acusado pelos militares de corrupção e de ser apoiado pelos comunistas e, como consequência, teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos. 

Morreu vítima de desastre de automóvel, na via Dutra, em 22 de agosto de 1976, aos 73 anos, na altura de Resende. Estava encerrada a história de um homem público que teve muito mais acertos do que erros, e deixou o seu nome na história política do Brasil. 

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