sábado, 5 de agosto de 2017

ARY BARROSO E SUAS PAIXÕES: A MÚSICA, O RÁDIO E O FUTEBOL


Mineiro de Ubá, onde nasceu em 7 de novembro de 1903, Ary de Resende Barroso ficou órfão de pai e mãe aos oito anos e foi adotado e criado pela avó materna. Partiu do interior com 40 contos de réis – de uma herança recebida –, e o sonho de ser advogado. A fortuna levou dois anos para gastar e nove para concluir o tão sonhado curso.

Chegando ao Rio, com 17 anos, ingressou na Faculdade de Direito. Como estudante, logo abraçou a vida boêmia carioca, tocando em bares e clubes, entregando-se à vida artística do Rio de Janeiro. Os estudos ficaram em segundo plano e acabou reprovado na Faculdade, dois anos depois. Em 1926 retomou os estudos e, finalmente, em 1929 obtém o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais. Tudo isso sem deixar a sua grande paixão – a música – de lado.

Tornou-se um dos maiores compositores da música popular brasileira. A consagração veio com "Aquarela do Brasil", gravada pela primeira vez por Francisco Alves, em 1939. Com suas músicas invadindo o rádio, por intérpretes da categoria de Carmem Miranda e Sílvio Caldas, entre outros, já era então um dos músicos mais notáveis do Rio, tendo sua música divulgada nos Estados Unidos. Em 1945, criou seu próprio programa de rádio, a “Hora do Calouro”, por onde passou grandes talentos da música popular, como Luiz Gonzaga. Ao todo são conhecidas 264 composições de sua autoria, sendo "Aquarela do Brasil" uma das músicas que mais produz direitos autorais no exterior. 
  
Entrou para o meio esportivo – sua outra paixão – e foi um jornalista de grande projeção nacional. Sua primeira narração foi na decisão do campeonato da Liga Carioca de Futebol de 1936, entre Fluminense e Flamengo, nas Laranjeiras, pela Rádio Cruzeiro do Sul. O Tricolor levou o título com o empate de 1 a 1. Nas narrações, Ary misturava informações com comentários pessoais e frases de efeito.

Um flamenguista apaixonado que demonstrava nas transmissões toda a sua paixão pelo clube de coração.  Ary Barroso chegou a invadir o campo numa partida entre Brasil e Argentina para cobrar os erros do juiz. Usava uma gaita para que o ouvinte conseguisse perceber quando saísse um gol, pois na maioria das vezes, o grito do locutor era abafado pelo barulho da torcida. A gaita de Ary Barroso fez parte da história da crônica esportiva. Quando o gol era do Flamengo a gaita era tocada de forma demorada e empolgada. Já no gol adversário, o instrumento recebia sopradas fracas. Notabilizou-se nas transmissões pela Rádio Tupi, além de comandar outros programas musicais. Pode-se dizer que Ary Barroso foi um dos responsáveis por difundir Brasil afora o futebol pelas ondas do rádio. 

Veio a falecer no domingo de carnaval, no dia 9 de fevereiro de 1964, em consequência de uma pneumonia, deixando o samba que tanto amava em luto. Desde o ano de 1961 vinha sofrendo de cirrose hepática. Foi tema do samba enredo da União da Ilha do Governador, no carnaval de 1998. 


Um comentário:

  1. TENHO UM PARCEIRO AQUI,QUE ME PARECE QUE TEM UMA FOTO DELE EM UMA EQUIPE DE FUTEBOL COMO GOLEIRO,CURIOSIDADE O MESMO AGARRAVA DE ÓCULOS.VOU CONFIRMAR ESTA INFORMAÇÃO .PARABÉNS PELA POSTAGEM.

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