Uma única injeção de um fragmento do hormônio klotho, ligado à longevidade, poderia melhorar a cognição
de pessoas com doenças neurodegenerativas, de acordo com um estudo realizado
com ratos e publicado no último dia oito na revista Cell Reports. Cientistas
descobriram que a proteína klotho melhora o desempenho cognitivo e físico em
ratos velhos ou debilitados, segundo o estudo realizado por pesquisadores da
Universidade da Califórnia, em São Francisco.
— Com o nosso novo
envelhecimento demográfico, a disfunção cognitiva e a falta de mobilidade estão
agora emergindo como nossos maiores desafios biomédicos, e não há terapias
médicas verdadeiramente efetivas para esses problemas debilitantes — disse a
autora principal, Dena Dubal.
Segundo ela, as
descobertas sugerem que o tratamento com um fragmento de klotho pode melhorar a
função cerebral durante toda a vida, além de representar uma nova estratégia
terapêutica para aumentar a resiliência cerebral contra doenças
neurodegenerativas, como o mal de Alzheimer e o Parkinson. Mas os pesquisadores
disseram que estudos clínicos serão necessários para determinar a segurança e a
eficácia da injeção de klotho em humanos.
O corpo produz
naturalmente este hormônio complexo, que está envolvido em múltiplos processos
celulares e está ligado à longevidade em vermes, camundongos e humanos. Nos
organismos modelo, assim como nos humanos, os níveis de klotho diminuem com a
idade, estresse crônico, envelhecimento cerebral e doenças neurodegenerativas.
Estudos anteriores
descobriram que a exposição ao longo da vida a níveis elevados de klotho
aumenta as funções mentais, mas não está claro se o tratamento a curto prazo
usando o hormônio poderia melhorar rapidamente a cognição. Neste estudo, ratos
jovens tratados com o hormônio por quatro dias consecutivos apresentaram uma
função cognitiva notoriamente melhorada, benefício que durou mais de duas
semanas. Os ratos que estão envelhecendo apresentaram melhoras em apenas dois
dias após uma única injeção do tratamento. E vários dias do tratamento
aliviaram a deficiência em camundongos com sinais de doenças
neurodegenerativas.
— Todo esse trabalho
vai nos ensinar algo realmente importante sobre como o corpo transmite
resiliência ao cérebro — finalizou a autora.
Fonte: AFP
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