LUÍS ALBERTO DA MOTA ALVIM nasceu em Miracema no dia
em 2 de abril de 1952. Filho de Juscelino da Motta Couto Filho e Neusa Alvim
Couto cresceu como Bebeto e ganhou a alcunha de “Passarinho” em Campos. Cursou
do Primário até o Segundo Grau (Técnico em Contabilidade) em sua cidade natal.
De quatorze aos dezoito anos, trabalhou em Gráfica. Posteriormente, passou a
exercer a função de Escriturário na Secretaria do Hospital de Miracema. Aos
vinte e três anos, ingressou no Banerj, de onde saiu aos vinte e cinco, para o Banco
do Brasil.
Permaneceu no Banco do Brasil por vinte e
dois anos, aposentando-se, aos 47 anos. Resolveu permanecer em Campos, para
estar junto de seus quatro filhos que por lá constituíram suas famílias. O
início de seu vínculo com Campos dos Goytacazes deu-se em 1984, com a intenção
de ficar mais perto de Miracema, de seus parentes e amigos de infância. Assim,
nunca passou mais de três meses sem visita-los. Antes de se ajeitar em Campos,
Bebeto trabalhou – a serviço do BB – nas cidades mineiras de Varginha, no Sul
do estado, e Almenara, no Vale do Jequitinhonha, já próxima do estado da Bahia.
O litoral foi seu destino para morar em
paz, utilizar o conhecimento adquirido ao longo de sua vida e fugir das mazelas
da cidade grande. Escolheu Atafona, em São João da Barra, cidade próxima a
Campos. Três anos após se aposentar, resolveu voltar aos bancos escolares, em
curso superior na área de Agronomia (Ciências Agronômicas), terminando o mesmo
aos 53 anos.
Irreverente, de espírito extraordinário,
sempre se mostrou participativo nos movimentos socioculturais de Miracema (o
Festival da Canção era um deles) e, mais tarde, por onde andou. Nas mesas dos
bares, sempre participativo e até engraçado como contador de “causos”,
qualidades que muitos consideravam ser produto de sua empatia. Era presença
sempre esperada.
Um fato curioso de sua história com a
cidade campista é no lado esportivo. O Fluminense era o seu time de coração até
chegar à planície. Depois disso, o crescente interesse pelo Goytacaz ocupou um
espaço de proporções inimagináveis no coração e na vida pessoal de Bebeto.
Junto com seu grupo de amigos fundou a “Torcida Desorganizada”, que marcava
presença em todos os jogos ao lado do alambrado, abaixo das sociais do estádio
Ary de Oliveira e Souza, em um local estrategicamente escolhido: em frente ao
bar. E virou uma grande festa durante anos nos jogos no Arysão.
Iniciou sua carreira literária com um
livreto sobre a rejeição à modernização do Centro Histórico de Miracema,
“MIRACEMA – ASFALTAMENTO DO CENTRO HISTÓRICO – CRÔNICAS DE REJEIÇÃO”, cujo
trabalho foi divulgado em seu Blog Moinho de Paz, em 2009. Deu seguimento com o
livro “UM PASSARINHO ME CONTOU – MEMÓRIAS DE BOTEQUIM”, sobre suas andanças em
locais de convivência, principalmente em bares e afins.
Passando por um período em que conviveu a
insônia, sua companheira desde muito novo, resolveu passar o tempo escrevendo
textos que surgiam em suas divagações, contadas no livro “SENSAÇÕES NOTURNAS –
MOMENTOS DE INSÔNIA”. A quarta publicação, “SENTIMENTOS AO LÉU”, foi
constituída de textos mais leves, mais presentes ao cotidiano e com um grau de
otimismo.
Com uma tempestade de ideias, palavras e
textos surgiram dando origem a mais dois livros: “MINHAS SUTÍS VIAJADAS” e
“FANTASMAS, TABUS E DESEJOS”. Toda a composição, diagramação, impressão e
acabamento dos livros foram feitas pelo próprio autor.
Durante o tempo em que morou sozinho, na
praia, nunca se considerou um solitário. O retiro foi uma opção de busca da tão
sonhada liberdade. A exclusividade era forma de garantir e até aprimorar o
intelecto.
Esse era o Passarinho, um cara autêntico,
de fortes convicções e de uma inteligência acima da média. Conseguiu driblar
uma úlcera, que tirou de letra. Mas, o fígado, combalido aos poucos, minou com
suas forças e o “Passarinho” voou e não voltou para o seu ninho, aos 64 anos,
em 10 de novembro de 2016, deixando uma lacuna difícil de ser preenchida para
todos aqueles que tiveram o privilégio de sua amizade e o conheceram mais de
perto. Além de um amigo de muitos anos, foi meu padrinho de casamento. A
saudade será eterna e a presença não poderá mais ser sentida, mas as lembranças
dos bons momentos vividos são um ótimo conforto, que permanecerão para sempre
conosco.
O Passarinho adormeceu... A praia de
Atafona, já tão castigada pela força da natureza - que por muitas vezes foi sua
fonte de inspiração para os poemas - o mar encontra-se ainda mais revolto pela
sua ausência física a contemplá-lo. Como explicar que um de seus maiores
admiradores não mais estará no fim de tarde para ver aquele lindo pôr do sol.
Não tem como explicar!
Assim ele descreveu o mar em um de seus livros:
VER O MAR
O mar está sempre lá!
Isso é ótimo!
Em vim pra Atafona, por... por... ora, em vim pra Atafona!
Fugir do Mundão e me encontrar
Olhar o Mar, imaginar sua imensidão e sentir mais vezes comigo. Conversar mais comigo.
Viver na Natureza e respirar o ar ainda puro e o Amor também assim... imenso,
Isso é ótimo!
Em vim pra Atafona, por... por... ora, em vim pra Atafona!
Fugir do Mundão e me encontrar
Olhar o Mar, imaginar sua imensidão e sentir mais vezes comigo. Conversar mais comigo.
Viver na Natureza e respirar o ar ainda puro e o Amor também assim... imenso,
O mar está sempre lá!
Afinal, se me decidi morar num balneário, é pra ver o mar.
Eu o faço quase diariamente. Se nada obstar.
O carro de frente para o mar, o rádio e a música, as ‘cruzadas’.
Rigor da intromissão, pecado permitido.
Ante a suavidade e a sublimidade do Paraíso.
Afinal, se me decidi morar num balneário, é pra ver o mar.
Eu o faço quase diariamente. Se nada obstar.
O carro de frente para o mar, o rádio e a música, as ‘cruzadas’.
Rigor da intromissão, pecado permitido.
Ante a suavidade e a sublimidade do Paraíso.
O mar está sempre lá!
Nada de nado, surfe ou jacaré
Melhor sentar-se à sombra
Fechar os olhos e abrir a mente
Deixar a inspiração flutuar
Como é grande a vontade de viver!
Nada de nado, surfe ou jacaré
Melhor sentar-se à sombra
Fechar os olhos e abrir a mente
Deixar a inspiração flutuar
Como é grande a vontade de viver!
Tão bem descrito por você.Obrigada pelo seu carinho com.meu querido irmão AH, COMO SINTO FALTA DELE!
ResponderExcluirVc descreveu com maestria o nosso Bebeto.Obrigada pelo carinho.Um abraço, Ana Lucia
ResponderExcluirGrande irmão Bebeto. Irreverente e indomável! Coração de Ouro! Como o Tadeu disse, acima da média!
ResponderExcluirParabéns, Tadeu por escrever tão bem!
Uma grande historia e relato super bem escrito . Bebeto como disse o autor " o Passarinho, um cara autêntico, de fortes convicções e de uma inteligência acima da média" Agora Bebeto Alvim , encontra-se junto aos seus amigos e familiares passarinhos que voam para desbravarem outros mares e lugares !!
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