terça-feira, 30 de julho de 2024

DEQUINHA: UM ÍDOLO DA NAÇÃO RUBRO-NEGRA

 


José Mendonça dos Santos, o Dequinha, nasceu em Mossoró-RN, em 19 de março de 1929. Volante de grande resistência física, técnica apurada e ótima visão de jogo. Foi um jogador muito clássico e de um requintado toque de bola.


Esse nordestino fez sucesso jogando pelo Atlético de Mossoró, Potiguar, ABC (todos do Rio Grande do Norte) e América (PE), antes de se transferir para o Flamengo e deixar seu nome marcado na história do rubro-negro da Gávea, onde jogou de 1950 a 1959, atuando em 384 jogos e marcando 8 gols.


Foi tricampeão carioca em 1953/54/55. Formou com Rubens uma dupla perfeita, sendo responsáveis pelas principais jogadas de gols. Jamais foi expulso de campo. Era um gentleman – diziam os amigos e adversários –, incapaz de qualquer jogada violenta. Ao sair do Flamengo passou seu lugar ao promissor Carlinhos, que no estilo e na técnica foi um perfeito substituto de Dequinha.


Teve uma breve passagem pelo Botafogo, pelo qual não chegou a disputar partidas oficiais, atuando apenas pelo time de aspirantes. Ainda no Rio defendeu o Campo Grande, em 1962, ao lado do ex-goleiro Barbosa. Em 1963, Dequinha retornaria ao América do Recife após 12 anos no futebol carioca, dividindo por pouco tempo as funções de jogador e técnico, antes de se retirar de vez dos gramados com muita festa na capital pernambucana. Trabalhou como técnico por mais de trinta anos, principalmente no futebol nordestino.


Participou da Copa do Mundo de 1954 e defendeu o Brasil em 8 jogos, sendo 7 oficiais. Faleceu na capital sergipana, aos 68 anos, vitimado por uma cirrose hepática, em 30 de julho de 1997.

domingo, 28 de julho de 2024

ANDRÉ: O "CATIMBA"

 


Carlos André Avelino de Lima nasceu na capital baiana no dia 30 de outubro de 1946. Catimba começou a carreira no Ypiranga (BA), em 1966, onde jogou por três anos. Em 1968, se transferiu para o Galícia e, em 1971, chegou ao Vitória. No rubro-negro baiano jogou por cinco anos e virou ídolo. Fez parte do time que conquistou o título de 1972, este que viria a ser o único a ser conquistado pelo Leão na década de 70.


Em 1976, foi jogar no Guarani, de Campinas, ficando por apenas um ano, se destacando novamente, e se transferindo para o Grêmio, em 1977, onde também virou ídolo, conquistando dois títulos gaúchos: 1977 e 1979. Marcou 67 gols pelo tricolor gaúcho. Entre os vários gols que marcou com a camisa tricolor, um certamente ficará na memória dos torcedores. O gol do título do gaúcho de 1977, quando o Grêmio desbancou a hegemonia regional do seu tradicional rival.


Defendeu ainda o Bahia, Argentinos Juniors, Pinheiros (PR), Náutico, Comercial (SP), retornou ao Ypiranga e Fast Clube (AM), onde encerrou a carreira em 1985. 


André Catimba foi o primeiro brasileiro a jogar com Maradona. Ele atuou no Argentinos Juniors, em 1980, quando Maradona tinha 19 anos.


O ex-jogador foi vítima de complicações pós-operatória da laringe, e faleceu em Salvador, aos 74 anos, em 28 de julho de 2021.

quinta-feira, 25 de julho de 2024

CAFURINGA: O IRREVERENTE

 


Moacir Fernandes, o Cafuringa, que nasceu em Juiz de Fora-MG, no dia 10 de novembro de 1948, foi um ponta-direita veloz e driblador. Atacante com poucos gols na carreira, pois a finalização não era uma de suas qualidades. “Eu não sabia chutar”, dizia, sem nenhum constrangimento. “Eu gostava mesmo era de infernizar a vida do lateral e depois cruzar para o centroavante se consagrar”. Relato publicado na seção “Onde Anda” da revista Placar, em novembro de 1985.


Cafuringa relembrou a oportunidade que teve no início da sua carreira. Ele estava com 16 anos e jogava no Tupi, de sua cidade natal. Um dia, Bangu e Flamengo foram fazer um amistoso em Juiz de Fora. Cafuringa atuou na preliminar, disposto a chamar a atenção para seu futebol: correu como um louco e mostrou uma habilidade fora do comum. Deu certo. Castor de Andrade estava lá e não resistiu à velocidade daquele pontinha arisco e levou-o ao Rio de Janeiro. Foi também Castor quem lhe botou o apelido – a palavra não aparece em dicionário, mas Castor assim que o viu disse que o menino tinha “cara de cafuringa”.  


Naquela época, o titular do Bangu na ponta-direita era Paulo Borges. Castor, então, encaminhou o jovem para o Fluminense, com quem tinha boa relação. Há de se registrar que consta em algumas fontes uma breve passagem de Cafuringa nas categorias de base do Botafogo, antes de chegar ao Bangu. Fato esse que carece de uma confirmação.


Não demorou muito para Cafuringa brilhar com a camisa do Fluminense. Aos 18 anos fez sua estreia na equipe principal, em julho de 1967. Foram 335 jogos e 24 gols marcados, além de títulos conquistados: campeão carioca em 1969/71/73 e 75; Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1970, um dos embriões do Campeonato Brasileiro, oficializado pela CBF anos depois.


Em 1976, transferiu-se para o Atlético Mineiro, vestindo a camisa do Galo em 46 jogos e marcando 4 gols. No ano seguinte defendeu o Grêmio Maringá e ainda retornou ao Fluminense – no meio da temporada – e fez seu último jogo pelo clube em dezembro daquele ano. Após uma breve passagem pela Caldense (MG), encerrou a carreira no Deportivo Tachira, da Venezuela.

Cafuringa foi um dos destaques da Copa Pelé, torneio de veteranos idealizado por Luciano do Valle, no final dos anos 1980.


Em 25 de julho de 1991, o ex-atacante Moacir Fernandes, morreu muito novo, aos 42 anos, no Rio de Janeiro, vitimado por uma septicemia, que vem a ser uma infecção generalizada.

 

terça-feira, 9 de julho de 2024

FLÁVIO MINUANO: MAIS UM GRANDE ARTILHEIRO DO FUTEBOL BRASILEIRO


 

FLÁVIO Almeida da Fonseca, o Flávio Minuano, gaúcho de Porto Alegre, onde nasceu em 09 de julho de 1944, foi um atacante raçudo, oportunista, bom posicionamento e que acreditava em todas as jogadas. Tinha um impressionante faro de gol. Foi aprovado no Colorado em apenas 35 minutos de teste. Marcou três gols e ganhou a vaga.


Ao longo de sua carreira, o atacante Flávio conseguiu ser artilheiro em praticamente todos os grandes clubes que defendeu. Excetuando-se o Santos, Minuano não repetiu o feito. Jogou pouco pelo clube, no segundo semestre de 1977, marcando apenas três gols e sem o brilho de outras épocas. Sua marca com a camisa do Corinthians também impressiona e o coloca entre os maiores artilheiros da história do clube. No Fluminense, sua média é quase de um gol por jogo. 




Iniciou a carreira no Internacional e teve uma passagem de destaque pelo clube – em duas oportunidades – assinalando 84 gols (campeão gaúcho em 1961, 1975/76, e do brasileiro em 1975). Jogou também no Corinthians – 228 jogos e 170 gols (campeão do Rio-São Paulo em 1966), Fluminense – 114 jogos e 92 gols (campeão carioca em 1969 e 1971, e do Roberto G. Pedrosa em 1970), Porto/Portugal – 70 gols, Pelotas (RS) – 19 gols, Santos – 3 gols, Figueirense, 1 gol, Brasília – 2 gols, e Jorge Wilsterman/Bolívia – 11 gols.





Vestiu a camisa do Brasil em 17 jogos, sendo 16 oficiais e 8 gols marcados, entre os anos de 1963 e 1968.


Para comprovar seu faro de gol, além da artilharia do Campeonato Brasileiro de 1975 (16 gols) pelo Internacional, deixou sua marca nos Campeonatos Paulista de 1967 (21 gols); Carioca de 1969 e 1970 (15 e 18 gols, respectivamente); Gaúcho de 1977 (13 gols), quando disputou o certame vestindo a camisa do Pelotas.

 

quarta-feira, 3 de julho de 2024

ADHEMAR FERREIRA DA SILVA: O PIONEIRO


Nascido em São Paulo, capital, em 29 de setembro de 1927, Adhemar Ferreira da Silva pode ser considerado o maior expoente da história do atletismo brasileiro. Oriundo de família humilde, o pai era ferroviário e a mãe cozinheira, ele teve de trabalhar cedo até conhecer o esporte através de um amigo. Após treinos a fio, alcançou o sucesso ao sagrar-se recordista e bicampeão olímpico do salto triplo. 

 

Seu primeiro ouro veio na Olimpíada de Helsinque, na Finlândia, em 1952. Na ocasião, Adhemar bateu quatro recordes numa só tarde. Saltou 16,05m, 16,09m, 16,12m e 16,22m. Já a segunda medalha dourada foi conquistada nos jogos seguintes de Melbourne, na Austrália, em 1956. Adhemar saltou 16,35m, novo recorde até então. Também ganhou cinco títulos sul-americanos e três pan-americanos da modalidade. Em 1993, recebeu o título de Herói de Helsinque.

 

As duas estrelas douradas estampadas na parte de cima do escudo do São Paulo são em sua homenagem. Elas se referem aos recordes mundiais batidos por ele em Helsinque no ano de 1952, e nos Jogos Pan-Americanos da cidade do México em 1955, quando conseguiu a melhor marca de sua vida, 16,56m. Adhemar se transferiu para o Vasco da Gama em 1955, e conquistou o bicampeonato olímpico quando era atleta do clube carioca e por ele encerrou a sua carreira em 1960, logo após as Olimpíadas de Roma, na Itália.

 

Adhemar também foi vencedor em sua vida pessoal. Formado em Escultura pela Escola Técnica Federal de São Paulo (1948), Educação Física na Escola do Exército, Direito na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil (1968) e Relações Públicas na Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero (1990). Exerceu entre 1964 e 1967, a função de adido cultural na embaixada brasileira em Lagos, na Nigéria.

 

Adhemar morreu aos 73 anos, em 12 de janeiro de 2001, na capital paulista, vítima de insuficiência cardíaca e respiratória. Ele já se encontrava internado tratando de uma broncopneumonia. Um dia antes de sua morte sofreu um ataque cardíaco e foi levado às pressas para a UTI.