terça-feira, 25 de maio de 2021

O QUE VOCÊ SABE SOBRE A FIBROMIALGIA? POR VICTOR TITONELLI

Falando sobre o tema fibromialgia, que ocorre quando o portador da mesma tem uma hipersensibilidade do corpo à dor, e sendo agravado por distúrbios psicoemocionais (insônia, depressão, ansiedade, problemas familiares,financeiros, entre outros), não existe um exame que define o diagnóstico. Este é baseado no exame clínico e o médico tenta identificar pontos de dor, chamados "tender points" que são 18 mostrados na imagem acima. Às vezes o que dá mais angústia ao paciente é que ele sente dores constantes, difusas e crônicas, e geralmente não é levada a sério pelas pessoas que convivem com o portador (familiares, patrões, amigos e etc).

Baseado na palpação, se identificarmos que pelo menos 11 desses 18 pontos possuem uma hipersensibilidade à dor, associado à fadiga, cansaço crônico, sono não reparador, cefaléia tensional, espasmos musculares (às vezes definidos pelos pacientes como nódulos musculares), irritabilidade entre tantos outros sintomas, podemos chegar ao diagnóstico.

É uma doença de difícil tratamento e que até o momento não tem cura, porém tem controle, exigindo uma abordagem multidisciplinar incluindo reumatologista, psicólogo, psiquiatra, fisioterapeuta, profissional de educação física entre outros. A atividade física, junto com o equilíbrio emocional, é uma das partes mais importantes do tratamento, pois esta libera endorfinas, que causam sensação de bem estar e consequentemente aliviando as dores.

A incidência dessa doença é em torno de 5% da população, sendo muito mais encontrada em mulheres. A nossa geração é muito acometida por distúrbios psicossomáticos.

Victor Titonelli é médico ortopedista especialista em Cirurgia do Joelho.

sábado, 15 de maio de 2021

HENRIQUE FRADE: MAIS UM GRANDE ARTILHEIRO DA HISTÓRIA DO FLAMENGO

 


Henrique nasceu em Formiga-MG, em 3 de agosto de 1934. Atacante de estilo trombador, forte, oportunista e com ótima impulsão. Henrique não ligava para a violência dos zagueiros e chegava a rir dos que o paravam com faltas. O seu melhor momento foi defendendo o Flamengo e faz parte da galeria de ídolos do rubro-negro, no qual é o 3º maior artilheiro da história do clube, com 211 gols em 411 jogos.


Além do Flamengo (campeão carioca em 1954/55 e do Rio-São Paulo em 1961), também jogou no Nacional (campeão uruguaio em 1963), Portuguesa de Desportos, Atlético Mineiro e no Formiga de sua cidade natal, onde encerrou a carreira em 1967.


Henrique passou a ser chamado de Henrique Frade, em 1964, quando foi contratado pela Portuguesa de Desportos. É que naquela época a Lusa tinha um lateral-esquerdo chamado Henrique Pereira e Frade foi usado para fazer a diferenciação.


Mesmo tendo participado de algumas partidas pela seleção brasileira – 4 jogos e 2 gols, todos oficiais – Henrique não foi selecionado para a Copa do de Mundo de 1958. Um detalhe interessante é que foi o único atacante do Flamengo que não foi convocado. Seus colegas de ataque – Joel, Moacir, Dida e Zagallo – participaram do Mundial. O seu grande momento na seleção foi em 1959. Henrique fez o segundo gol do Brasil contra a Inglaterra, no Maracanã, no célebre jogo em que perto de 200 mil pessoas vaiaram Julinho Botelho, que entrou em campo com a camisa 7 de Mané Garrincha. Mas Julinho jogou tanto que transformou as vaias em um dos aplausos mais marcantes do estádio. E Henrique teve também uma atuação primorosa assinalando o segundo gol brasileiro.


Ele residia na capital carioca e desde o final dos anos 90 sofria de problemas de locomoção, causados por uma fratura mal calcificada em uma de suas pernas. Também sofria de artrose e gota. Veio a falecer aos 69 anos, em 15 de maio de 2004.

ADÍLIO: O NEGUINHO BOM DE BOLA

 


Meia de habilidade incomum, criativo com a bola nos pés, a quem conduzia com rara categoria, sempre de cabeça erguida e em velocidade. Adílio de Oliveira Gonçalves era capaz de driblar um defensor num espaço curto e sair com a bola dominada.


Carioca da gema, nascido em 15 de maio de 1956, desde que chegou ao Flamengo, levado pelo amigo Júlio César, Adílio usou, em todas as categorias de base, a camisa 10. Promovido ao time profissional, porém, o número já tinha dono: Zico. Então, ele ficou com a 8. Muitas foram as jogadas de Adílio aplaudidas até mesmo por torcedores de outros clubes.


Jogando com Zico, Júnior, Leandro, Andrade e cia, ganhou praticamente tudo que disputou nos anos 80. Atuou em 617 jogos e marcou 129 gols pelo time rubro-negro. Adílio recebeu o apelido de “Neguinho Bom de Bola” do radialista Waldir Amaral, por seu estilo de jogo. Pela Seleção Brasileira a concorrência era muito grande e jogou apenas duas partidas, sendo uma oficial contra a Alemanha, no Maracanã.


Atuou no Flamengo (campeão carioca em 1978/79/79-especial/81 e 86, do brasileiro em 1980/82 e 83, e da Libertadores e do Mundial em 1981), Coritiba, Barcelona/Equador, Itumbiara (GO), Alianza/Peru, Santos (ES), América de Três Rios (RJ), Avaí (SC), Bahain Club/Bahrein, Bacabal (MA), Serrano (BA), Barreira (RJ), Borussia Fuld/Alemanha, Friburguense e Barra Mansa (RJ), onde encerrou a carreira em 1997.

 

segunda-feira, 10 de maio de 2021

BATATAIS: SÍMBOLO DE DISCIPLINA E EFICIÊNCIA

 






O apelido BATATAIS vem da cidade paulista onde nasceu em 20 de maio de 1910. Algisto Lorenzato foi um goleiro de destaque das décadas de 30 e 40, quando defendeu o Comercial de Ribeirão Preto, Portuguesa de Desportos, Palestra Itália – 10 jogos e 9 gols sofridos, Fluminense e América (RJ). Defendeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1938, na França, quando o Brasil ficou em terceiro lugar.


Teve a honra de ser um dos jogadores que ganhou o prêmio Belfort Duarte, pelo seu comportamento exemplar dentro dos gramados. Sua melhor fase foi quando jogou no Fluminense – 309 jogos e 458 gols sofridos, sendo que em 79 jogos, saiu de campo sem tomar nenhum gol. Sagrou-se campeão carioca em seis oportunidades (1936/37/38/40 e 41). Na decisão de 1941, contra o Flamengo, Batatais foi o grande herói da partida, pois mesmo contundido (teve seu braço pisoteado pelo atacante flamenguista Sylvio Pirillo), manteve-se firme e garantiu o empate de 2 a 2 que deu o bicampeonato carioca ao Fluminense. Faz parte da galeria dos grandes goleiros da história do Tricolor. Era um exímio pegador de pênaltis. Pode ser resumida sua carreira como um símbolo de  disciplina e eficiência.





A sua grande mágoa do Fluminense foi ter sido afastado pelo técnico Gentil Cardoso após um relatório que o julgava desnecessário ao plantel do clube, depois de 11 anos defendendo a meta Tricolor.  Esse golpe ele nunca conseguiu absorver.


Morreu pobre e esquecido, no Rio de Janeiro, aos 50 anos, vítima de um mal súbito quando se dirigia à sua residência, em 16 de julho de 1960.


Em algumas publicações a data de sua morte é informada como ocorrida em 16 de junho. No entanto, tomei como base essa reportagem da Revista do Esporte, de 1960, que consta a data de 16 de julho.

 


PARABÉNS, ITAPERUNA, POR MAIS UM ANIVERSÁRIO (132 ANOS) NESTE DIA 10 DE MAIO!


"Itaperuna" é um termo proveniente da língua tupi antiga. Significa "pedra erguida escura", através da junção dos termos itá (pedra), byr (erguida) e una (escura).

A área municipal, atualmente, não abrange a mesma base territorial da época da criação, que se estendia aos atuais municípios de Laje do Muriaé, Natividade e Porciúncula, porém sua importância permanece na região. Do território original de Itaperuna, foram desmembrados os seguintes municípios: Bom Jesus do Itabapoana em 1938; Natividade e Porciúncula em 1947; e Laje do Muriaé em 1962, ficando Itaperuna com seu atual contorno.

É a maior cidade da Região Noroeste do estado do Rio de Janeiro e um centro de referência na área de medicina e da educação, com diversas faculdades instaladas no município e que recebem estudantes de toda a região, inclusive, de outros estados, como Minas Gerais e Espírito Santo. 

quinta-feira, 6 de maio de 2021

BLOG ALMANAQUE: TROFÉU RAMÓN DE CARRANZA E TERESA HERRERA


No verão europeu diversos torneios são realizados nos principais países da Europa, o que eles chamam de “Torneios de Verão”. Até os anos 80 grandes times brasileiros participavam anualmente de muitos deles. A partir da década de 90, por falta de datas, diminuiu a participação de nossos clubes. Geralmente coincidiam com o intervalo do estadual para o início do brasileiro.

Quem nos trazia as imagens através do som eram as emissoras de rádio, que deslocavam equipes para transmitir os jogos. Os times saiam de um torneio para o outro e muitos jogavam dois dias seguidos. Bons tempos!

Sem desmerecer nenhum dos torneios, os dois mais importantes e tradicionais são disputados na Espanha. Engana-se quem pensa em Barcelona ou Real Madrid como anfitriões. As cidades de Cádiz e A Coruña (como falam os galegos), sediam o Troféu Ramón de Carranza e o Troféu Teresa Herrera, respectivamente.

Troféu Ramón de Carranza

Torneio amistoso que acontece na cidade de Cádiz, desde 1955. Ramón de Carranza foi prefeito da cidade é dá o seu nome ao estádio do Cádiz.  É conhecido popularmente como a taça das taças. O torneio é normalmente disputado por quatro equipes, o anfitrião Cádiz CF e outros três convidados, que se enfrentam em duas semifinais, disputa do terceiro lugar e a grande final. Vasco e Palmeiras são os clubes Brasileiros que mais venceram a competição, cada um com 3 conquistas. O miracemense Célio Silva foi bicampeão desse torneio pelo Vasco, em 1988/89. 

Palmeiras 1974/75
Palmeiras (1969, 1974, 1975)
Vasco (1987, 1988, 1989)
Flamengo (1979, 1980)
Atlético MG (1990)
São Paulo (1992)
Corinthians (1996)
Os maiores vencedores são: Atlético de Madrid (10), Cádiz (8), Sevilha (7)

Troféu Teresa Herrera

Torneio amistoso que, desde 1946, é realizado na cidade de A Coruña. O nome completo da homenageada é Teresa Margarita Herrera y Posada. Teresa tornou-se um símbolo corunhês de dedicação aos menos favorecidos. É um dos torneios mais populares do mundo, devido à grandiosidade dos clubes que o disputam. Os jogos são disputados no Estádio Riazor durante dois dias, normalmente na primeira quinzena do mês de agosto. O Deportivo La Corunã é o clube mandante da disputa do troféu. Os times brasileiros têm apenas cinco conquistas nesse torneio.
Vasco 1957 

Vasco (1957)
Santos (1959)
Fluminense (1977)
São Paulo (1992)
Botafogo (1996)





Os maiores vencedores são: Deportivo La Coruña (21),  Real Madrid (8), Atlético de Madrid (6), Barcelona (5)

segunda-feira, 3 de maio de 2021

VALTENCIR E O LANCE FATAL

 


Valtencir Pereira Senra é mineiro de Juiz de Fora, onde nasceu em 11 de novembro de 1946. Esse ex-lateral-esquerdo de ótimos recursos técnicos, formado nas divisões de base do Botafogo e com uma marcante passagem pelo clube, faz parte do seleto grupo de jogadores que mais vestiu a camisa do Glorioso, num total de 453 jogos e 6 gols marcados, no período de 1967 a 1976. Foi titular absoluto na conquista do bicampeonato carioca de 1967/68.


Depois de uma rápida passagem pelo futebol da Venezuela – por empréstimo – retornou ao Brasil e foi jogar no Colorado, do Paraná.


No jogo entre sua equipe, o Colorado, e o Grêmio Maringá, numa jogada isolada e totalmente casual, o lateral-direito improvisado disputou no carrinho uma bola com o meia Nivaldo, quando sofreu uma ruptura na coluna cervical. O lance parecia normal e o jogo continuou. Valtencir, porém, havia caído de mau jeito, de costas, e não levantou mais. Aos 43 minutos do primeiro tempo, o estádio Willie Davis, em Maringá, emudeceu. Ao ver o jogador desacordado, o juiz e os companheiros imediatamente solicitaram a entrada do médico.


Valtencir foi levado aos vestiários e, de lá, sairia recebendo massagens no coração e respiração boca a boca, rumo ao Hospital de Maringá. A jogada casual, tantas vezes repetida em mais de uma década, acabara com sua carreira e com sua vida. Ao cair no gramado e romper a coluna cervical, Valtencir sofreu uma parada respiratória e uma hemorragia na medula. A sua morte, de forma tão trágica, abalou o esporte brasileiro naquele 17 de setembro de 1978. 




Valtencir ganhou maior notoriedade no futebol brasileiro nos tempos em que integrou o Botafogo em sua fase áurea. Nos anos de 1967 e 1968, sagrou-se bicampeão da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca. Quem não se lembra desse time: Manga, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo César. Nesse esquadrão, o garoto Valtencir despontava com um futebol raçudo, forte e ágil na marcação. Ao longo de sua carreira foi um jogador extremamente profissional.


Quis o destino que nesse fatídico jogo ele fosse deslocado para o lado direito da defesa, saindo de sua posição original para substituir o titular Ari, vetado na manhã do confronto.


Valtencir era casado e deixou dois filhos e a esposa grávida do terceiro. Ele foi sepultado em Niterói, onde residia com sua família.