quinta-feira, 29 de setembro de 2022

SILVA: O BATUTA

 


Wálter Machado da SILVA é paulista de Ribeirão Preto, onde nasceu em 2 de janeiro de 1940. Atacante de ótima técnica e muito preciso nas conclusões. Inteligente, gostava de recuar até o meio para ajudar na armação das jogadas. Tinha como principal qualidade a rara habilidade com que lidava com a bola. Era chamado de “Batuta” por sua liderança em campo. Teve uma passagem de destaque pelo Flamengo.


Revelado nas divisões de base do São Paulo, profissionalizou-se aos 17 anos e participou de oito jogos da campanha do título paulista de 1957. Em uma equipe recheada de craques, o garoto teve que procurar novos ares para mostrar seu talento e faro de gol. Posteriormente jogou no Batatais (SP), Botafogo (SP), Corinthians – 140 jogos e 89 gols, Flamengo – 132 jogos e 70 gols (campeão carioca em 1965), Barcelona/Espanha (apenas partidas amistosas), Santos (campeão paulista em 1967), Racing/Argentina, Vasco – 135 jogos e 35 gols (campeão carioca em 1970), Rio Negro (AM), Junior Barranquilla/Colômbia e Tiquire Flores/Venezuela.


Jogando peço Racing, Silva Batuta é o único brasileiro que conseguiu a artilharia máxima de uma edição do campeonato argentino, em 1969, assinalando 14 gols.  


Participou da Copa do Mundo de 1966 e defendeu o Brasil em 8 jogos com 5 gols marcados, sendo 6 oficiais e 5 gols.


Silva faleceu em 29 de setembro de 2020, aos 80 anos, após ficar internado por mais de dez dias. Ele foi diagnosticado com covid-19 algumas semanas antes, mas não se tem confirmação se a doença teve relação com o falecimento.


Silva teve a felicidade de compartilhar a idolatria de torcidas diferentes. Walace e Waltinho, seus filhos, nos anos 80 foram revelados pelo Flamengo e seguiram profissionalmente com suas carreiras. 


quinta-feira, 22 de setembro de 2022

AMARO: UM BAIXINHO QUE FEZ HISTÓRIA NO AMÉRICA

 


Amaro Viana Barbosa nasceu em Campos dos Goytacazes-RJ, em 11 de abril de 1937. Após concluir o Curso Ginasial no Colégio Batista de Campos, Amaro veio para Santo Antônio de Pádua – cidade que faz divisa com Miracema – em meados dos anos 50, serviu o Tiro de Guerra, além de concluir o Curso Científico. Nesse período atuou como meia do Paduano, conseguindo se destacar e saiu da cidade com prestígio. Fez também alguns jogos pelo Miracema. Sabendo de seus planos de estudar Medicina, seus pais enviaram-no ao Rio.


Depois de jogar nas categorias de base do Bonsucesso, Amaro chegou ao América e assinou seu primeiro contrato em 1957. Conciliou os estudos com o futebol e conseguiu se formar em Medicina. Jogando como volante ele impressionava a todos com sua categoria e grande noção de marcação. Após ser peça importante na conquista do carioca de 1960 e ter o seu nome cogitado para fazer parte do selecionado brasileiro na Copa de 1962, foi negociado por uma quantia milionária para a Juventus, da Itália. Com o dinheiro da venda do atleta, o América comprou o terreno no Andaraí, onde construiu o Estádio Wolney Braune, que mais tarde foi transformado em um Shopping Center. 


Amaro não se adaptou ao futebol italiano e logo regressou ao Brasil no final de 1962, para defender o Corinthians. O time paulista apesar de possuir bons valores em seu quadro, já estava naquele período de jejum de títulos e muita pressão, que só terminou em 1977. Atuou em 106 jogos e marcou 6 gols. Ficou no Parque São Jorge até 1965, quando foi negociado com a Portuguesa de Desportos. Na Lusa ficou até 1967 e fez apenas 29 jogos e marcou 2 gols. Retornou para onde começou, no Bonsucesso, encerrando sua carreira em 1969. Iniciou a carreira de técnico no seu querido América e também trabalhou em outras equipes, até do interior de São Paulo.


Amaro morreu na capital carioca, em 22 de setembro de 2010, aos 73 anos, vítima de um infarto. Com frequência participava de peladas com os amigos. Deixou seu nome marcado na história do América.

 

 

domingo, 18 de setembro de 2022

MAURO RAMOS: UMA TRAJETÓRIA DE CONQUISTAS

 


Mauro Ramos de Oliveira é mineiro de Poços de Caldas, onde nasceu em 30 de agosto de 1930.  Um dos mais técnicos zagueiros do futebol brasileiro. Sempre desfilando seu estilo fino e eficiente na marcação, chegava sempre um segundo mais cedo do que o atacante. Era soberano na área pela colocação e impulsão privilegiadas, que o tornava senhor do pedaço. Nunca dava chutões. E não que se fizesse preciso. É que raramente esse recurso se fazia necessário quando pegava na bola. Poucos jogadores foram tão elegantes dentro e fora de campo quanto Mauro. 


É considerado o melhor zagueiro do Santos de todos os tempos. Escreveu seu nome na história do futebol mundial e nunca sairá da memória daqueles que o viram jogar.


Mauro deu seus primeiros passos no futebol na Esportiva Sanjoanense, de São João da Boa Vista, interior paulista, e profissionalizou-se no São Paulo. Também teve uma passagem de destaque no Tricolor paulista. Formou com De Sordi uma zaga estupenda que sempre será lembrada pela torcida. Encerrou a carreira no México jogando pelo Toluca, conquistando o título nacional em 1968. Ainda no futebol mexicano treinou o Club Deportivo Oro, antes de retornar ao Brasil no final de 1969.


Jogando no São Paulo, Santos e Seleção Brasileira, conquistou todos os títulos possíveis em sua trajetória vitoriosa ao longo de vinte anos de carreira: São Paulo – 492 jogos e 2 gols (campeão paulista em 1948/49/53 e 57); Santos – 354 jogos e 1 gol (campeão paulista em 1960/61/62/64 e 65, pentacampeão da Taça Brasil em 1961/62/63/64 e 65, bicampeão da Taça Libertadores e do Mundial em 1962/63, e campeão do Rio-São Paulo em 1963/64 e 66); Seleção (bicampeão mundial em 1958/62). 


Representou o Brasil em três edições de Copa do Mundo: 1954/58 e 62. Atuou pelo Brasil em 30 jogos, sendo 28 oficiais. Reserva nas Copas do Mundo de 54 e 58, teve sua grande oportunidade no Mundial do Chile, em 62. O zagueiro, que desarmava os adversários com lisura, mas sabia jogar duro, ganhou a posição de titular, e ocupou o posto de capitão da equipe. Com isso, o zagueiro ergueu a taça Jules Rimet no final da competição. 


Poucos jogadores foram tão elegantes dentro e fora de campo quanto Mauro Ramos. Por esse motivo, seu apelido passou a ser “Marta Rocha”, uma referência à beleza e elegância da Miss Brasil que quase foi Miss Universo. 


Mauro voltou a residir em sua cidade natal e nos deixou em 18 de setembro de 2002, aos 72 anos, vítima de câncer no estômago.

 

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

DIRCEU: O FORMIGUINHA

 


Dirceu José Guimarães é paranaense de Curitiba, onde nasceu em 15 de junho de 1952. Atacante muito técnico, com um preparo físico invejável, o que lhe permitia uma incansável movimentação, fechando os espaços e perseguindo os adversários. Dirceu simbolizou a modernidade nos anos 70. Tinha um fôlego privilegiado e se multiplicava  em campo, aparecendo para jogar atrás e na frente. Hábil condutor de bola tinha um chute preciso no pé esquerdo. Essas qualidades lhe renderam o apelido de “formiguinha”.


Dirceu iniciou a sua carreia no Coritiba (bicampeão paranaense em 1971/72, e o futebol carioca foi seu destino a seguir, antes de rodar o mundo da bola. Jogou no Botafogo, Fluminense – 68 jogos e 8 gols (campeão carioca em 1976), Vasco – 84 jogos e 11 gols (campeão carioca em 1977 e 1988 – na segunda passagem), América/México, Atlético de Madrid/Espanha, Verona/Itália, Napoli/Itália, Ascoli/Itália, Como/Itália, Avellino/Itália, Miami Sharks/Estados Unidos, Empoli/Itália, e Yucatán/México. Pode-se dizer que foi um andarilho do futebol. Após 25 anos encerrou a sua carreira sem receber nenhum cartão vermelho.


Participou das Copas do Mundo de 1974/78 e 82. Na Copa de 1978, na Argentina, foi eleito o terceiro melhor jogador da competição. Atuou em 38 jogos e marcou 4 gols, sendo 27 oficiais e 4 gols.


No mesmo ano que encerrou a carreira, em 1995, veio a morrer em um acidente de carro no Rio de Janeiro, em 15 de setembro de 1995, aos 43 anos, após bater o seu Puma em outro veículo, na Avenida das Américas.

 

terça-feira, 13 de setembro de 2022

VIVINHO: AUTOR DE UM GOL HISTÓRICO PELO VASCO E QUE NOS DEIXOU DE FORMA REPENTINA

 


O ex-atacante Welves Dias Marcelino, mais conhecido como Vivinho, morreu em 13 de setembro de 2015, aos 54 anos, no Rio de Janeiro. Ele sofreu um desmaio em casa, foi levado para o hospital, e acabou não resistindo. Duas semanas antes de sua morte ele sofreu um trauma na face, em um torneio no Pará. Na ocasião, ele se chocou com o goleiro adversário e teve afundamento da face e fratura no nariz.


Nascido em Uberlândia-MG, em 10 de março de 1961, Vivinho começou a carreira no time da cidade mineira onde nasceu, até um pouco tarde, em 1982, aos 21 anos, quando fez um teste, passou e logo foi contratado. Ficou até 1986. Em 1984, foi um dos destaques do Uberlândia na conquista da Taça de Prata. De lá, se transferiu para o Vasco, ficando em São Januário até 1990. Atuou em 188 jogos e marcou 42 gols. Conquistou o bicampeonato carioca de 1987/88, e o brasileiro de 1989. Ainda defendeu o Botafogo, Atlético-PR, Goiás, Fortaleza e novamente o Uberlândia, em 1996, encerrando a carreira na Cabofriense, em 1997.


Convocado por Sebastião Lazaroni, Vivinho atuou em 4 jogos e marcou um gol pelo Brasil, sendo 3 oficiais, na temporada de 1989.


No dia 11 de setembro de 1988, Vivinho marcou um golaço pelo Vasco. Vamos aos detalhes:

Em São Januário, o Vasco enfrentava a Portuguesa de Desportos, pela terceira rodada da Copa União. Essa partida ficaria para sempre marcada na memória da torcida vascaína, não por ter sido uma goleada, nem pelo desempenho da equipe em campo. A partida seria eternizada pelo gol de Vivinho, logo no primeiro minuto do segundo tempo, um dos mais bonitos da história de São Januário e, porque não dizer, do futebol brasileiro. 





O Vasco venceu a Lusa por 4 a 2. Descrevendo o lance em questão:

Zé do Carmo lança Vivinho, que mata a bola na entrada da pequena área em frente ao volante Capitão. Na busca por um espaço para chutar, Vivinho dá um lençol em Capitão. Ainda não satisfeito com a posição para o chute, Vivinho dá o segundo. Capitão não desiste, parte pra cima de Vivinho e toma o terceiro lençol. Vivinho encontra, enfim, o espaço que buscava e bate de esquerda, sem chance para o goleiro Valdir Peres. A torcida vai ao delírio. O gol de “placa” ganhou uma “placa” em São Januário. No entanto, essa mesma placa foi retirada em 1991 por ordem do mandatário vascaíno, após o Vivinho ajudar o Botafogo a eliminar o Vasco da Copa Rio. Coisas do futebol brasileiro e do amadorismo de seus dirigentes.


domingo, 11 de setembro de 2022

ABRACE O HÁBITO DA LEITURA E MANTENHA SEU CÉREBRO ATIVO



A leitura é para a mente o que o exercício é para o seu corpo. Ela nos dá liberdade para vagar pela extensão do espaço, tempo, história e oferecer uma visão mais profunda de ideias, conceitos, emoções e corpo de conhecimento.

Enquanto lê, seu cérebro está ativo – crescendo, mudando e fazendo novas conexões e padrões diferentes, dependendo do tipo de material que você está lendo. Quando lemos, nossos cérebros mudam e se desenvolvem de maneiras fascinantes. A leitura reconfigura partes do seu cérebro. Ela envolve várias funções cerebrais, incluindo processos visuais e auditivos, fluência, compreensão e muito mais. Ler todos os dias é quase uma certeza de manter o cérebro mais saudável.

A leitura não apenas melhora a conectividade do seu cérebro, mas também aumenta a atenção, o foco e a concentração. Se você se esforçar para se concentrar, a leitura pode melhorar seu tempo de atenção. Quando você lê um livro, toda a sua atenção está concentrada na história, ou em adquirir uma melhor compreensão de um tópico em particular – o resto do mundo simplesmente desaparece e você pode mergulhar em todos os detalhes que está absorvendo.

Em um mundo onde a informação é a nova moeda, a leitura é a melhor fonte de aprendizado contínuo, conhecimento e aquisição de mais dessa moeda. A leitura requer paciência, diligência e determinação. A leitura é como qualquer habilidade. Você tem que praticá-la regularmente e constantemente.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

RUÇO: O BEIJINHO DOCE



José Carlos dos Santos, mais conhecido como RUÇO, nasceu na capital carioca em 03 de junho de 1949. Apelidado de “Beijinho Doce”, pois comemora seus gols mandando beijinhos pra torcida, ficou marcado pela raça e forte presença em dois momentos importantes na história do Corinthians. Em 1976, esse volante de cabelo ruivo marcou o gol na semifinal do Brasileirão contra o Fluminense, na famosa invasão corintiana. Em 1977, quando o clube vivia o amargo período de 23 anos sem conquistar um título, Ruço foi um dos principais jogadores da campanha vitoriosa no Paulistão, que terminou com o triunfo sobre a Ponte Preta.

Era o típico jogador que aparecia pouco para a torcida, mas tinha uma importância muito grande dentro das quatro linhas. Nunca foi um craque, mas representou como poucos a raça corintiana em 201 jogos e nos 22 gols que assinalou. Os gols marcados demonstram que não somente de marcação era sua função em campo. Em 2010, Ruço marcou seus pés na calçada da fama no Memorial do Corinthians.

Ruço iniciou a sua carreira no Madureira e antes de chegar ao Corinthians jogou por empréstimo no Botafogo (RJ) e Clube do Remo. Retornou ao Botafogo em 1979 e depois jogou por Olaria, Volta Redonda, Juventus (SP), Rio Branco (ES), entre outros.

Ruço vinha sofrendo há alguns anos com problemas de saúde e morreu vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), aos 63 anos, em 02 de setembro de 2012, no Rio de Janeiro. A repercussão entre os torcedores corintianos foi de muita tristeza após a notícia de seu falecimento. Ele sempre teve muito carinho da Fiel.

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

OS CHIFRES E SOMBREROS NO RETORNO DA COPA DE 70 - POR JOSÉ MARIA DE AQUINO

 


Nascido em Miracema, Noroeste fluminense, Aymoré Moreira, profundo conhecedor de futebol, tinha paixão por seu sítio, em Taubaté, onde podia desfrutar de invejável sossego. Pensando embelezá-lo, durante a Copa de 70, no México, onde foi como consultor para a revista Placar, comprou um belo par de chifres, que guardou com carinho até o momento de arrumar as malas para nosso retorno.

 

Foi quando descobriu que não tinha como trazer o mimo. Não cabia na mala. Começou oferecendo, de presente, ao Hedyl, passou pelo Sebastião Marinho, Lemyr Martins e nem ousou olhar para meu lado. Todos disseram, "não, obrigado Aymoré". "O que é que minha mulher pensaria", disse um de nós, brincando, ao recusar.

 

A proposta, após horas de análise, foi "esquecer" os chifres no hotel Stella Maris, onde nos hospedávamos na Cidade do México. Mas Aymoré não concordava. Achava uma pena. Os chifres eram lindos. Sugeri a ele dar os chifres de presente para a camareira - "afinal, ela sempre foi muito gentil com a turma".

 

A camareira, provavelmente pensando no marido, também disse não. Era preciso insistir com ela, e foi o que Aymoré fez, mostrando a importância do presente. A camareira foi convencida de que o marido não pensaria nada errado, mas alegou que seria incômodo levar os chifres no ônibus lotado - e ela pegava dois.

 

Aymoré acabou desembolsando a grana para pagar o taxi, fora a gorjeta. Aplausos calorosos para a camareira, tristeza para o amigo Aymoré...

 

No voo de volta estava um ex-presidente do Noroeste de Bauru, que exagerou na compra dos famosos sombreros. Pelo menos uns dez, uns enfiados nos outros. Como não tinha como guardá-los nos maleiros, lotados, os levava na cabeça, andando de um lado para outro do avião e, claro, atrapalhando a vida de todos.

 

Gente boa, conhecido da imprensa, brinquei com ele, dizendo "o sol vai desaparecer em Bauru". Brinquei e não agradei. Ele me fulminou com os olhos e, ainda bem que parou por ali. Mas continuou atrapalhando a todos até chegarmos em Lima, Peru, quando trocamos de avião.

 

Nota: Aymoré Moreira e José Maria de Aquino são conterrâneos.