sexta-feira, 26 de abril de 2024

RONDINELLI: O "DEUS DA RAÇA"

 


Antônio José RONDINELLI Tobias é paulista de São José do Rio Pardo, onde nasceu em 26 de abril de 1955. Rondinelli foi um zagueiro de boa colocação, aplicado, forte liderança e muito vibrante em campo. Possuía uma raça acima da média, tanto que foi apelidado pela torcida do Flamengo de “Deus da Raça”. Teve uma passagem de destaque pelo rubro-negro (chegou para as categorias de base em 1971), e do qual se tornaria ídolo anos depois, precisamente em 1978, quando marcou – de cabeça e no final do jogo – o gol do título carioca sobre o Vasco.




Essa conquista abriu as portas do sucesso para a chamada “geração Zico”, que brilhou até a primeira metade dos anos 80. Talvez se tivesse perdido novamente o título para o Vasco, como já havia ocorrido em 1977, o grupo fosse desfeito e a história seguinte seria diferente.


Jogou no Flamengo – 407 jogos e 12 gols (campeão carioca em 1974/78/79/79-especial e 81, do brasileiro em 1980, e da Taça Libertadores em 1981), Corinthians – 12 jogos, Vasco – 40 jogos e 3 gols (campeão carioca em 1982), Atlético Paranaense, Goiás e Goiânia.




Encerrou a carreira novo, aos 33 anos, devido a problemas crônicos em seu joelho. Esse foi um dos motivos do baixo rendimento de sua passagem por Corinthians e Vasco. Pela Seleção, apenas 3 jogos, nenhum oficial.

quinta-feira, 4 de abril de 2024

PAGÃO: O PRIMEIRO GRANDE PARCEIRO DO REI PELÉ

 


      PAGÃO, PELÉ E PEPE

Paulo César de Araújo nasceu em Santos-SP, em 07 e outubro de 1934. Pagão foi um atacante técnico, de toque de bola refinado, incrível facilidade para jogar em espaços curtos, mas era fisicamente frágil. Citado por seu sucessor, Coutinho, como um dos maiores de todos os tempos na posição. Jogou ao lado de Pelé e Pepe, formando um ataque demolidor no final dos anos 1950, conhecido como "ataque dos P's". Foi o primeiro grande parceiro do Rei.


A origem do apelido se deve ao fato de seu pai não tê-lo batizado nos primeiros dias de vida, como tradicionalmente ocorre, e sim quando o garoto já dava os primeiros chutes e participava de peladas com os garotos de mais idade nas ruas perto de sua casa.


Atuou na Portuguesa Santista, Santos – 345 jogos e 159 gols (campeão paulista em 1955/56/58/60/61 e 62, do Rio-São Paulo em 1959, da Taça Brasil em 1961/62, e da Taça Libertadores e Mundial Interclubes em 1962), e São Paulo, com 59 jogos e 14 gols marcados.


Vestiu a camisa do Brasil em apenas dois jogos oficiais, em 1957.


Após ficar internado durante quinze dias, faleceu em 04 de abril de 1991, em Santos, por falência múltipla de órgãos, aos 56 anos.

 

domingo, 24 de março de 2024

CRUYFF : UM GÊNIO DAS QUATRO LINHAS

 


Hendrik Johannes CRUYFF foi um dos maiores ídolos do Barcelona e ficou marcado pelo Carrossel Holandês da década de 1970, que mostrou ao mundo o conceito de “Futebol Total”. O ex-jogador defendendo o Ajax, da Holanda, ganhou a Bola de Ouro três vezes (1971, 1973 e 1974) e, em 1999, foi escolhido o jogador europeu do século pela Federação Internacional da História e Estatísticas do Futebol.


O futebol de Cruyff representava a modernidade do esporte, pois era muito rápido, extraordinariamente talentoso, com intuição, inteligente e versátil. Um jogador que deixou o seu nome marcado na história. É considerado por muitos especialistas o melhor jogador europeu de todos os tempos.


Ninguém mudou tanto a forma de jogar futebol como Cruyff, o homem que transformou a então modesta Holanda conhecida mundialmente. É difícil acreditar que o craque que corria por todas as partes do campo mal conseguia caminhar na infância. Até os dez anos de idade, Cruyff usava aparelhos ortopédicos devido a um defeito de formação nos pés. Pequeno e magro tinha dificuldades para correr. Quando a mãe viúva foi trabalhar no Ajax como faxineira, achou que o futebol ajudaria a desenvolver as pernas de seu filho e o colocou nas divisões de base do clube.


Pela seleção holandesa disputou 83 jogos e marcou 33 gols. Perdeu a Copa do Mundo de 1974, quando liderou a famosa Laranja Mecânica. Tinha como mania ou superstição, jogar com a camisa nº 14. A sua personalidade forte foi decisiva na hora de dizer não à sua participação na Copa do Mundo de 1978, na Argentina, em protesto contra o regime militar ali instalado.


Cruyff se aposentou como jogador em 1984 e foi técnico de Ajax e Barcelona. Morreu vitimado por um câncer no pulmão, doença que descobriu cinco meses antes de sua morte, ocorrida em 24 de março de 2016, em Barcelona, na Espanha, aos 68 anos.

 

sábado, 9 de março de 2024

ELY DO AMPARO: MAIS UM NOME DE DESTAQUE DO EXPRESSO DA VITÓRIA

 


Marcante jogador do Vasco da Gama nos tempos do “Expresso da Vitória”, Ely do Amparo nasceu na cidade de Paracambi-RJ, em 14 de maio de 1921. Começou no América e também jogou por Canto do Rio e Sport do Recife, onde foi campeão pernambucano em 1955. Zagueiro de físico privilegiado, muita raça, marcador duro e de forte personalidade em campo. Ely era a alavanca  que impulsionava o Expresso da Vitória. 


Seu futebol foi fator determinante nas conquistas dos campeonatos estaduais de 1945, 47, 49, 50 e 52, além do importante e histórico Sul-Americano de clubes em 1948, pelo Vasco. Atuou em 367 jogos e marcou 3 gols.


Convocado pelo técnico Flávio Costa para o mundial de 1950, Ely era o reserva imediato de Bauer. Depois do vice-campeonato mundial de 1950, Ely foi campeão Pan-Americano de 1952 e também disputou a Copa do Mundo de 1954, realizada na Suíça. Ao todo, foram 19 partidas defendendo o escrete nacional, sendo 16 oficiais.


Ely formou uma famosa linha média ao lado de Danilo Alvim e Jorge. Os três eram carinhosamente chamados pela torcida vascaína de Feijão, Arroz e Carne Seca. Faleceu no Rio de Janeiro, em 09 de março de 1991, aos 69 anos, após sofrer um infarto. 

 

MÁRIO TITO: UM DOS GRANDES NOMES DA HISTÓRIA DO BANGU

 


O zagueiro Mário Tito nasceu em Bom Jardim-RJ, em 06 de novembro de 1941. Foi revelado pelo próprio Bangu e teve sua primeira chance entre os profissionais em 1960. Em 1961, passou a ser titular do time por causa de uma fratura de Darci Faria. A partir deste triste episódio, Mário Tito não mais perdeu a vaga na zaga alvirrubra.


Passou a formar dupla com Joel, em 1961; com Ananias, em 1962; com Hélcio Jacaré, em 1963. Neste último ano, foi convocado pela única vez para a Seleção Brasileira, jogando o Campeonato Sul-Americano, na Bolívia. Atuou apenas uma vez com a “amarelinha”, perdendo para a Argentina por 3 a 0.


A partir de 1964, o clube revelou outro grande zagueiro: Luís Alberto e os dois formaram, talvez, a melhor dupla defensiva que o Bangu já teve. O Bangu, porém, não teve sorte, perdendo o título carioca em 1964 e 1965. O time foi à forra na final contra o Flamengo, em 1966, consagrando de vez o esguio Mário Tito como um dos melhores do país.


Mário continuou em Moça Bonita até o final da temporada de 1968. No início de 1969, com o clube passando por uma crise financeira, foi vendido para o Cruzeiro por 80 mil cruzeiros, numa transação precipitada, já que seu valor real custava, pelo menos, 400 mil cruzeiros.


Pelo Cruzeiro, não conseguiu se firmar como titular e fez apenas 62 jogos entre 1969 e 1971, e esquentou banco para Fontana. Em 1972, tentou voltar ao Bangu, mas fez apenas um jogo, substituindo Sidclei. Era o fim da carreira de Mário Tito com a camisa banguense.


Do Bangu foi para o Olaria, onde pendurou as chuteiras em 1975. Em 1983, foi contratado para auxiliar as categorias de base do alvirrubro, ficando em Moça Bonita até morrer em 09 de março de 1994, vítima de um câncer no pulmão, aos 53 anos. Atuou em 330 jogos e marcou 5 gols pelo Bangu.


Fonte: Bangunet

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

AUGUSTO: O CAPITÃO DO EXPRESSO DA VITÓRIA

 


AUGUSTO Costa nasceu no Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1920. Lateral-direito com forte poder de marcação, grande espírito de liderança, que o transformou no capitão do Expresso da Vitória. Dificilmente falhava tamanha era sua eficiência. Marcou época defendendo o Vasco, onde é considerado por muitos o seu melhor lateral. Disputou 311 jogos e marcou 2 gols pelo time vascaíno.


Começou no São Cristóvão e no Vasco (campeão carioca em 1945/47/49/50 e 52, e do Sul-Americano em 1948), viveu o auge de sua carreira.


Participou da Copa do Mundo de 1950 e defendeu o Brasil em 20 jogos e marcando 1 gol, sendo 18 partidas oficiais.


Após o fim de sua carreira como jogador, Augusto chegou a comandar alguns times. Em 1953, aceitou o convite do então Presidente Getúlio Vargas para ingressar na Polícia Especial. Ainda trabalhou como assistente de Flávio Costa, entre 1954 e 55, mas preferiu continuar como funcionário público. Em 1961, foi convidado novamente por outro Presidente, Juscelino Kubitscheck, para chefiar a Guarda Especial de Brasília (GEB), recém criada para manter a ordem na Capital Federal. Aposentou-se como funcionário público.


O capitão da Copa de 50 nos deixou vitimado por uma infecção generalizada, aos 83 anos, na capital carioca, em 29 de fevereiro de 2004.

 

 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

PEPE: O CANHÃO DA VILA

 


José Macia, o Pepe, nasceu em Santos no dia 25 de fevereiro de 1935. Atacante de técnica apurada, rápido e um grande artilheiro. Seu chute fortíssimo de canhota decidiu muitas partidas difíceis para o Santos nas décadas de 50 e 60, e por isso ganhou o apelido de “Canhão da Vila”.


É o segundo maior artilheiro da história do clube, com 405 gols em 750 partidas. Pepe costuma dizer que é o maior artilheiro da história do clube. O Pelé não conta. Muitos o consideram o segundo maior jogador da história do Santos, perdendo apenas para o Rei Pelé.


Atuou somente no Santos ao longo de sua vitoriosa carreira (campeão paulista em 1955/56/58/60/61/62/64/65/67/68 e 69, do Rio-São Paulo em 1959/63/64 e 66, da Taça Brasil em 1961/62/63/64 e 65, da Libertadores e do Mundial em 1962 e 63, e do Roberto G. Pedrosa  em 1968).


Participou das Copas do Mundo de 1958 e 62, sendo bicampeão. Vestiu a camisa do Brasil em 40 jogos e marcou 22 gols, sendo 34 oficiais e 17 gols.

 

sábado, 17 de fevereiro de 2024

JORGE MENDONÇA: UM ÍDOLO PALMEIRENSE DE TOQUE REFINADO

 


JORGE Pinto MENDONÇA nasceu em Silva Jardim-RJ, em 06 de junho de 1954. Meia-atacante habilidoso, inteligente, eficiente na criação das jogadas e bom finalizador. Foi muito cobrado ao longo de sua carreira por não chegar junto nas divididas. É o único, depois de Pelé, a marcar mais de trinta gols em um campeonato paulista. Vestindo as camisas de Palmeiras e Guarani viveu o seu melhor momento.


Assim o jornalista Paulo Vinícius Coelho definiu Jorge Mendonça: “A elegância era, às vezes, confundida com falta de fibra. Acusavam-no de pipoqueiro. Os críticos devem imaginar o que seria Jorge Mendonça se não tivesse esse defeito”.



Começou no Bangu – 51 jogos e 25 gols, e passou por Náutico (campeão pernambucano em 1974), Palmeiras – 217 jogos e 102 gols (campeão paulista em 1976), Vasco – 25 jogos e 10 gols, Guarani - 142 jogos e 88 gols, Ponte Preta, Rio Branco (ES), Colorado (PR) e Paulista de Jundiaí (SP).


Vestiu a camisa da Seleção em 11 jogos e marcou 2 gols, sendo 6 oficiais e participou da Copa do Mundo de 1978.


Depois de uma carreira de destaque, Jorge Mendonça deixou o futebol em 1991, aos 37 anos. Já convivia com os males do alcoolismo. Além do álcool, a artrite já corroía o corpo. Os problemas pessoais se agravaram e a separação litigiosa pesou no bolso. Atravessou uma série de dificuldades financeiras e perdeu todo o seu patrimônio.  


Morreu ainda novo, aos 51 anos, vítima de um infarto fulminante, em 17 de fevereiro de 2006, na cidade paulista de Campinas, onde residia. Estava em casa, quando passou mal. Levado às pressas para o Hospital, não resistiu.


Morava com seu pai, e sua maior alegria era poder estar todos os dias trabalhando no Guarani, clube que aprendeu a amar quando chegou em 1981. Jorge Mendonça trabalhava desde 2002 como coordenador do Projeto Bugrino, criado pelo Guarani para integrar crianças de baixa renda à sociedade. 


domingo, 11 de fevereiro de 2024

QUARENTINHA: O MAIOR ARTILHEIRO DA HISTÓRIA DO GLORIOSO

 


Waldir Cardoso Lebrêgo, paraense de Belém, onde nasceu em 15 de setembro de 1933, foi um atacante de chute fortíssimo com a perna esquerda, presença permanente na área, grande vocação para marcar gols. Está entre os grandes nomes da história do Botafogo, sendo o seu maior artilheiro. Jogando ao lado de Didi e Garrincha, foi o goleador máximo do Campeonato Carioca por três edições seguidas: 1958 (19 gols), 1959 (25) e 1960 (25).


Um detalhe que deixava o torcedor botafoguense irritado era a frieza do atacante, que não fazia festa para comemorar os seus gols. Dizia com a mesma tranqüilidade que não havia razão para tal, pois estava apenas cumprindo com a sua obrigação de atacante. O gol podia definir um título ou garantir a artilharia de um campeonato, não importava: na comemoração, apenas caminhava para o seu campo de defesa.    


Atuou no Paysandu (PA), Vitória (campeão baiano em 1953), Botafogo – 446 jogos e 308 gols (campeão carioca em 1957, 61 e 62, e do Rio-São Paulo em 1962), Bonsucesso – por empréstimo, em 1956, e no futebol colombiano, onde encerrou a carreira em 1968.


Pela seleção foram 17 jogos e 17 gols, sendo 13 oficiais e 14 gols. Uma operação dos meniscos, em 1961, foi fator determinante para sua ausência no Mundial de 1962.

Morreu na capital carioca, aos 62 anos, de insuficiência cardíaca, em 11 de fevereiro de 1996.

 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

JOSÉ POY: UM NOME NA HISTÓRIA DO TRICOLOR PAULISTA

 


José POY nasceu em Rosário, na Argentina, em 16 de abril de 1926. O ex-goleiro viveu uma verdadeira história de amor com o São Paulo. Sua regularidade e segurança, especialmente nas saídas do gol, o mantiveram como titular durante toda a década de 50. É o terceiro jogador que mais atuou pelo Tricolor, com 515 jogos. Foi considerado o melhor goleiro da história do clube até o surgimento de Rogério Ceni. Ficou conhecido como “A muralha argentina”.

Poy foi um goleiro tão bom que houve uma campanha para que ele se naturalizasse brasileiro antes da Copa de 1954. Seu sucesso na meta tricolor despertou essa polêmica, mas a ideia, no entanto, não foi adiante. Foi bicampeão paulista em 1953/57. Começou sua carreira no Rosário Central e também atuou no Banfield, ambos da Argentina.

Depois de encerrar a carreira de jogador, deu alegrias ao São Paulo como técnico. Revelou grandes jogadores e sagrou-se campeão paulista em 1975. Comandou o Tricolor em 421 jogos, obtendo 211 vitórias, 130 empates e 80 derrotas, em seis oportunidades entres os anos de 1964 e 1983. Foi campeão paulista em 1975.

Morreu aos 69 anos, em 08 de fevereiro de 1996, na capital paulista.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

CARPEGIANI: O SUPERCAMPEÃO

 


Paulo César Carpegiani, gaúcho de Erexim, onde nasceu em 07 de fevereiro de 1949, foi um apoiador versátil, habilidoso, firme nos toques e na marcação. Fazia muito bem a proteção da defesa e chegava com a mesma facilidade para servir os atacantes. Formado no futebol de salão, tinha total domínio da bola, visão de jogo e passe quase perfeito. A objetividade era uma de suas principais características.


Relatos afirmam que seu destino seria o Grêmio, que o aguardava para um teste. No entanto, alguns imprevistos ocorreram e Paulo César acabou no Estádio dos Eucaliptos, do Internacional.

Teve passagens marcantes pelo Internacional e Flamengo, as duas únicas equipes que defendeu ao longo de sua vitoriosa carreira. Ajudou a fazer do Internacional um dos times mais respeitados da década de 70. Participou de sete conquistas da série do octacampeonato gaúcho. No Flamengo, mais uma vez jogando com um grupo de muitíssimo respeito desfilou por um dos melhores times rubro-negros de todos os tempos, na cia de Junior, Zico, Andrade, Adílio, entre outros, que encantou o mundo da bola.


No Internacional (heptacampeão gaúcho em 1970/71/72/73/74/75 e 76, e bicampeão brasileiro em 1975/76), e no Flamengo (tricampeão carioca em 1978/79 e 79-especial, e campeão brasileiro em 1980).



No Flamengo encerrou a carreira de jogador e iniciou a de técnico. Atormentado por uma lesão no joelho, Carpegiani não pôde prolongar mais a carreira. Ele já havia feito uma operação no menisco, em 1975, e não conseguiu jogar mais após os 31 anos. Em 1981, abandonou os gramados para se dedicar a uma futura ambição: ser técnico de futebol. Começou com o pé direito e de cara foi Campeão Mundial Interclubes, no Japão, em 1981.


Participou da Copa do Mundo de 1974 e vestiu a camisa do Brasil em 17 jogos, sendo 16 oficiais.

 

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

ARI ERCÍLIO: UM FATÍDICO ACIDENTE TIROU SUA VIDA

 


O jogador ARI ERCÍLIO morreu afogado enquanto pescava na Gruta da Imprensa, ao lado da Avenida Niemayer, no Rio de Janeiro, em 18 de novembro de 1972, aos 31 anos. Gaúcho de Porto Alegre, onde nasceu em 18 de agosto de 1941, antes de chegar ao Fluminense, em 1972, Ari jogou no Internacional, Corinthians, Floriano de Novo Hamburgo (RS) e no Grêmio. Em todos os clubes foi considerado um atleta exemplar. Já estava bem ambientado ao grupo do Tricolor e fez apenas 21 jogos no curto período antes de sua morte.


Forte, alegre, exemplo de atleta – uma das melhores condições físicas do time –, Ari Ercílio chegou para brilhar, mas infelizmente sua estrela apagou muito cedo. Sua chegada foi cercada de carinho e muita promoção. Jogou bem algum tempo e estava afastado de forma passageira para recuperar sua melhor condição técnica. O técnico Pinheiro já pensava em lançá-lo no time a qualquer momento.


Num dia de folga, Ari pegou a esposa e foi pescar na Gruta da Imprensa, ao longo da Avenida Niemayer. Já no fim da tarde, quando se preparava para voltar para casa, escorregou na traiçoeira rocha e caiu ao mar. Um mar forte, perigoso. Ele lutou desesperadamente para subir de novo na pedra – um erro, segundo os pescadores, que aconselham nadar para longe das pedras em vez de lutar com as ondas. E Ari Ercílio desapareceu para sempre. O corpo apareceu cinco dias depois, na praia do Pepino, arrastado pelas águas.


Deixou a viúva e duas filhas pequenas. Tinha tanta confiança em sua vida bem regrada que sempre dizia: “Jogo fácil até os quarenta anos”. Jogou até os 31.

 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

GARRINCHA EM GUARAPARI

 

                                                                      Garrincha e Elza Soares cercados de crianças

Nota: reportagem de Hélcio José e fotos de Hélio Passos. Não tenho a informação da revista.

Pesquisa, restauração e transcrição: Fábio Pirajá (administrador do grupo Memória Capixaba)

 

Craque se recupera nas areias monazíticas de Guarapari a pedido do Dr. Roberto Calmon, em 1963.

 

Nas areias monazíticas de Guarapari, Garrincha foi buscar a sua fonte de rejuvenescimento. Para o jogador bicampeão do Mundo, a cura de seu joelho significa muita coisa, o tricampeonato deste ano, a Copa de 66, e principalmente a sua carreira de jogador de futebol Garrincha levou Elza Soares e boa vontade de cooperar com o Dr. Roberto Calmon, cujo desejo, além do de curar o ponta-direita botafoguense, é fazer da praia de Guarapari um centro de recuperação para jogadores lesionados. Mas o desejo do craque era ficar só, longe do zelo excessivo de seus admiradores.

 

O Botafogo consentiu que Garrincha ficasse sete dias em Guarapari, Espírito Santo, cumprindo ordens do médico Jorge Sardinha. O craque foi em busca da última esperança de cura para o seu joelho doente, o mesmo que o afastou dos gramados há vários meses.

 

Garrincha não foi só. Além da esperança, levou consigo a cantora Elza Soares, seu novo e proibido amor. Na bagagem de recomendações, um lembrete importante: o tratamento abrangeria 2 horas diárias, pela manhã e tarde. Em Guarapari todos os caminhos conduzem à praia de areias monazíticas. Antes, porém, o jogador visitou o Dr. Roberto Calmon, o mais antigo médico da cidade, hoje no cargo de Prefeito Municipal, para cuidar do joelho mais caro do Mundo. Com sua experiência e conhecimentos, Dr. Calmon examinou o cliente famoso e Indicou o tratamento que, segundo suas próprias palavras, é o mais adequado. Disse, também, que garantia a entrega de Garrincha inteiramente curado em 30 dias.

 

A princípio a diretoria do Botafogo fez cara feia. Mas o Dr. Calmon jogou com a responsabilidade e fez gestões junto cúpula do clube a fim de que o ponta-direita ficasse sob seus cuidados por um mês.

 

Durante o exame, Garrincha revelou não sentir mais nada no joelho direito, e sim na outra perna; "de tanto forçar por causa da atrofia". Dr. Calmon não se importou com a revelação e deu as instruções necessárias para o tratamento.

 

Garrincha e foram à praia. Claro está que não havia banda de música para recebê-los. A frieza que o casal encontrava no Rio, nos últimos meses, não viajou para Guarapari. Não havia banda, mas aplausos. Garrincha e Elza foram saudados por palmas e votos de pronto restabelecimento.

 

Os maiores fãs de Garrincha são os garotos. Muitos deles juntaram a melhor areia da praia para colocá-la sobre o joelho enfermo do campeão. No primeiro dia, um menino tirou a própria camisa para carregar areia para o seu ídolo.



Mané Garrincha, meio sem jeito pelo excesso de carinho dos habitantes, será por algum tempo apenas um cliente da areia milagrosa de Guarapari.

 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

ALTAIR: UMA REFERÊNCIA DO TRICOLOR CARIOCA

 


Altair Gomes de Figueiredo nasceu em Niterói-RJ, no dia 22 de janeiro de 1938. Apesar de muito franzino, era um marcador muito duro, que dificilmente perdia uma dividida. Possuía uma raça de gigante. Para seu azar, jogou na mesma época de Garrincha, mas é apontado por muitos como um de seus melhores marcadores, ao lado do rubro-negro Jordan. Altair foi um lateral-esquerdo dos mais técnicos do futebol brasileiro.


Na sua posição, é um dos grandes nomes da história do Tricolor carioca. Faz parte do seleto grupo de jogadores que mais vestiu a camisa do Fluminense, com 542 jogos e 3 gols marcados, de setembro de 1955 a março de 1970. Teve o privilégio de jogar no período mais romântico do futebol brasileiro. Já no final da carreira passou a jogar como zagueiro. Atuou somente no Fluminense, sendo campeão do Torneio Rio-São Paulo (1957 e 60) e carioca (1959/64 e 69). 


Participou das Copas do Mundo de 1962 e 1966, sendo campeão em 1962. Inclusive, em 62 foi reserva de Nílton Santos e virou titular na Copa de 66, mas atuando de quarto-zagueiro. Vestiu a camisa do Brasil em 22 jogos, sendo 18 oficiais.


Altair era um ser humano de fino trato, fala mansa e de um jeito muito especial de lidar com o próximo. Após ficar internado por cerca de 20 dias, veio a óbito aos 81 anos, de falência múltipla dos órgãos, no Hospital das Clínicas de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Ele sofria de Mal de Alzheimer.

 

 

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

LUIZINHO: O PEQUENO POLEGAR

 


Luís Trochillo nasceu em São Paulo em 07 de março de 1930. Atacante de muita técnica, ágil, driblador emérito, de futebol irreverente e às vezes até debochado. Era chamado de “Pequeno Polegar” por seu porte físico franzino e jeito moleque.


Luizinho se tornou um dos maiores artilheiros e ídolos da história do Corinthians, time que defendeu de 1949 a 1967, exceto no ano de 1963, onde esteve emprestado ao Juventus, também de São Paulo. Foi campeão paulista em 1951/52 e 54, e do Rio-São Paulo em 1950/53 e 54) todos pelo Corinthians.



Não teve a sorte de disputar uma Copa do Mundo, pois futebol e faro de gol tinha de sobra para tal. O seu azar foi jogar em uma época em que o futebol brasileiro possuía uma quantidade de atacantes do mais alto nível, o que deixou não só ele, como também outros craques sem o prazer de representar a Seleção em um Mundial.  Vestiu a camisa do Brasil em 11 jogos e marcou 1 gol, todos oficiais, entre os anos de 1955 e 1957.


Em 1996, recebeu uma homenagem e voltou a campo, aos 65 anos, em um amistoso contra o Coritiba, para passar a camisa 8 ao estreante Edmundo e completar sua partida número 603 pelo Corinthians. Marcou 175 gols pelo Timão.


Morreu na capital paulista, em 17 de janeiro de 1998, de complicações respiratórias.

 

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

MAZARÓPI – O RECORDISTA

 


Geraldo Pereira de Matos Filho sempre quis ser goleiro, desde os tempos de garoto, em Além Paraíba, cidade mineira onde nasceu em 27 de janeiro de 1953. Foi lá que começou a jogar, até ser trazido para os juvenis do Vasco, em janeiro de 1970, por intermédio de um tio que o apresentou ao técnico do juvenil – Célio de Souza. Depois de ficar dois anos na reserva do time juvenil, recebeu um convite do Botafogo e só não saiu pela pronta intervenção de seu pai.  

 

Apesar de baixinho, era extremamente ágil, sempre mostrou muita regularidade debaixo das traves, além de ter defendido vários pênaltis durante a sua carreira. Quando de sua chegada ao Vasco, encontrou no goleiro Andrada – à época titular – um orientador com quem aprendeu muito da difícil e ingrata posição de goleiro. 

 

Maracanã lotado, silêncio total. O jogo em questão é Flamengo x Vasco, decisão por pênaltis.  O jogador Tita prepara-se para bater. Embaixo das traves, Mazarópi imóvel, com os olhos cravados na bola. O chute saiu fraco, mas colocado, só que no caminho das redes estava o goleiro vascaíno, salvando o gol.  A torcida explode com a defesa que assegura o título de campeão carioca de 1977, e grita em coro o nome daquele jovem goleiro, de 24 anos.  Mazarópi detém o recorde – entre 1977 e 1978 – jogando o time carioca, de ficar 1.816 minutos sem levar gols.  

 

Teve bons momentos defendendo o Vasco e, principalmente, o Grêmio, onde marcou época e ganhou muitos títulos.  Atuou no Vasco – 1974/78, 1980/83 e 84 (campeão carioca em 1977 e 1982); Coritiba (por empréstimo) – 1979; Grêmio – 1983; 1984/90 (hexacampeão gaúcho em 1985/86/87/88/89 e 90, campeão da Copa do Brasil em 1989, e da Libertadores e do Mundial em 1983); Náutico – 1984 (campeão pernambucano); Figueirense – 1991 e Guarany (RS), onde encerrou a carreira em 1992.  Mazarópi ganhou esse apelido assim que chegou ao Vasco, nome de um humorista famoso na época. Defendeu o Vasco em 407 jogos.

                                                 O uruguaio Washington, Mazarópi e Carlos Alberto Garcia, em 1978
 

Complementando as informações, recebi do jornalista e radialista Sergio Luiz, radicado em Volta Redonda, mas nascido em Além Paraíba, detalhes da infância e outros fatos sobre o ex-goleiro Mazarópi. Eles são contemporâneos.

 

“Quando era garoto, Mazarópi tinha o apelido de Dadão e por ser alto, jogava como zagueiro no nosso time de garotos chamado Palmeirinhas. Tínhamos 12 ou 13 anos e disputávamos um futebol num areal próximo à residência dele, em Além Paraíba. Mas o curioso é que, certa vez, dona Néia, sua mãe, chamou todo o time e disse: "O Geraldinho não pode jogar na linha, porque de noite ele passa mal. Se quiserem que ele brinque, tem que ser no gol. Eu é que sei o que passo a noite". Dona Néia, mal sabia que estava definindo o futuro de um dos maiores goleiros do futebol brasileiro. Até hoje, não sei qual o mal que o afetava, talvez nem ele se lembre.

Maza sofreu muito quando foi acusado, injustamente, na Máfia da Loteria, de ter falhado num jogo contra o Bahia, em pleno Maracanã, quando tomou um gol de Alberto Leguelé, do meio da rua. Uma covardia, haja vista que o jogo nem fazia parte da loteria esportiva.

O que aconteceu é que, nesse dia, sua mãe estava internada, com leucemia, já em fase terminal. Maza estava muito abalado e não deveria nem ter jogado. Logo depois, no dia 07 de setembro, ela faleceu. Éramos amigos de infância e fiz questão de ir ao sepultamento de dona Néia, em Além Paraíba. Mazarópi não acompanhou o enterro, pois estava em estado de choque e não conseguiu levantar-se da cama.

Naquele jogo, em 1977, quando pegou o pênalti cobrado pelo Tita, conquistando o título carioca, Maza, ao final, pegou a bola e, de joelhos, foi para dentro do gol e levantou-a para o céu e ofereceu à sua mãe. Foi emocionante para todos que viram a cena.”

 

 

sábado, 6 de janeiro de 2024

ZAGALLO: O VELHO LOBO

 


Alagoano de Atalaia, onde nasceu em 09 de agosto de 1931, Mário Jorge Lobo ZAGALLO foi um atacante inteligente e de grande senso tático, notabilizou-se, sobretudo, por criar um novo estilo: ponta que recuava para ajudar no meio-campo. Era uma formiguinha, apelido que sintetizava sua maneira de jogar. Mas sempre que era preciso aparecia com sua categoria e marcando belos gols. Não que fosse um gênio, de futebol exuberante e incontestável, mas não se pode negar o valor de Zagallo dentro e fora de campo. 


Teve uma ótima passagem pelo Flamengo, mas foi no Botafogo que marcou época. Foi nas categorias de base do América que Zagallo iniciou sua brilhante carreira. Jogou depois no Flamengo – 205 jogos e 29 gols (tricampeão carioca em 1953/54 e 55), e Botafogo (bicampeão carioca em 1961/62, e do Rio-São Paulo em 1962 e 64). Após encerrar a carreira de atleta, em 1965, iniciou no Botafogo uma trajetória vitoriosa como técnico. Logo de cara conquistou a Taça Guanabara de 1967. Em 1966, já havia conquistado o Campeonato de Juvenil. 


Em uma reportagem da Revista do Esporte de 1967, após o título da Taça Guanabara, Zagallo afirmou que "nunca pensou ser técnico". Foi questionado sobre a maior lição que aprendeu durante os 15 anos de carreira como jogador e ele respondeu:

- Aprendi grandes lições, sem dúvida. A principal, talvez, seja esta: sem disciplina, nada pode ser feito. Assim, quando assumi a direção técnica da equipe, pedi a todos que não confundissem amizade com liberdade. Conseguido tudo isso, ficou fácil. Não sou melhor do que ninguém e exijo que todos cumpram seus deveres bem como tenham seus direitos respeitados. A maior dificuldade que pode haver para um treinador é transmitir suas ordens e fazer com que elas sejam compreendidas. A lição aprendida como jogador é o meu lema de todos os dias. 


Tem que se respeitar a história do “Velho Lobo” no futebol. O brasileiro tem o péssimo defeito de não reverenciar seus ídolos. Erros e acertos fazem parte da trajetória de qualquer profissional. No entanto, desmerecer o que esse cidadão conquistou é brigar contra os fatos e os números. Você pode não ser simpático a uma pessoa, e até não gostar dela, mas isso não invalida a trajetória profissional que o mesmo conseguiu. Se tiver que criticar, que o faça, mas com respeito. De qualquer maneira, tem que engolir!


Se alguém tem história para contar na seleção brasileira, esse alguém é o Zagallo. Viveu momentos de glórias e de decepções à frente do time canarinho. Pelos títulos que conquistou, seja como jogador ou como técnico, pode-se dizer que as glórias superam com sobras as decepções. O "Formiguinha", como era conhecido na época, participou das Copas do Mundo de 1958 e 62, conquistando o bicampeonato. Foi o comandante do Brasil na conquista do tricampeonato mundial em 1970, no México, e ainda dirigiu a Seleção nas Copas do Mundo de 1974 e 1998. Em 1994, era o auxiliar técnico de Parreira. A maior decepção veio em 1998, na Copa da França, com a derrota na final para os donos da casa. 


Pela Seleção atuou em 34 jogos e marcou e 5 gols, sendo 32 oficiais e 4 gols. O retrospecto como técnico da Seleção principal é o seguinte: 135 jogos (99 vitórias, 26 empates e 10 derrotas).


A sua trajetória de técnico ficou mais restrita no futebol carioca e mundo árabe. A Portuguesa de Desportos – em 1999 – foi a única equipe que treinou fora do Rio de Janeiro. Comandou o Botafogo em quatro oportunidades; o Flamengo em três; o Vasco em duas; Fluminense e Bangu, uma vez cada. Treinou as Seleções do Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes, e o Al-Hilal, clube da Arábia Saudita, em 1979.


Foi campeão carioca como técnico em cinco oportunidades: Botafogo (1967 e 1968), Fluminense (1971), Flamengo (1972 e 2001). Em 1984, foi campeão da Copa da Ásia comandando a Arábia Saudita.


Após uma luta de anos com problemas de saúde, mas sempre com lucidez e uma memória privilegiada, Zagallo faleceu em 05 de janeiro de 2024, na capital carioca, aos 92 anos, de falência múltipla de órgãos. Foi se um grande homem e desportista, fica sua história eternizada.