quinta-feira, 29 de abril de 2021

CARLYLE: O ARTILHEIRO DOS GOLS BONITOS

 


Carlyle Guimarães Cardoso é mineiro e Almenara, onde nasceu em 15 de junho de 1926. Carlyle era um típico artilheiro dos anos 50, rompedor e sem medo de cara feia dos beques. Ainda assim, ele encontrava um jeito de uma vez ou outra, enfeitar as jogadas e os gols que marcava. Sabe aquele atacante que sempre dá um toque a mais, quer entrar com bola e tudo e acaba se complicando? Carlyle era um pouco desse jeito, com uma diferença: raramente se complicava. Por isso também ficou famoso por marcar gols inesquecíveis. Se não fosse tão perfeccionista, poderia ter feito muitos mais gols ao longo de sua carreira.

 

Começou no Atlético e conquistou o bicampeonato mineiro em 1946/47. Tornou-se um dos grandes ídolos da massa atleticana e marcou 51 gols em 131 jogos. Em maio de 1949 fez sua estreia pelo Fluminense e ficou no time carioca até julho de 1952, marcando 64 gols em 102 jogos. Foi campeão carioca em 1951 e da Copa Rio de 1952. Também virou ídolo da torcida Tricolor, a quem alegrava com seu futebol, seus gols e a malícia que desesperava os adversários. Em 1953 foi para o Santos e logo em seguida para o Palmeiras, onde em apenas 9 jogos marcou 4 gols.

 

No entanto, sua paixão era o futebol carioca e ele voltou em 1954 para defender o Botafogo. Após se desentender com o técnico Zezé Moreira, em um restaurante da cidade sergipana de Aracaju, onde se encontrava a delegação do Botafogo, foi afastado do time e posteriormente se desligou definitivamente do clube. Ainda teve uma breve passagem na Portuguesa carioca e ali se encerrava a carreira de um dos grandes atacantes do futebol brasileiro.

 

Carlyle fez parte do grupo convocado por Flávio Costa para o período de treinamento que antecedeu a Copa do Mundo de 1950. No entanto, acabou cortado antes de divulgada a lista final para a disputa do mundial, após uma áspera discussão com o médico da Seleção. Fez apenas um jogo pelo Brasil, na derrota por 4 a 2 para o Uruguai, em 1948.

 

Sua carreira ficou marcada por belas jogadas e gols, mas também de inúmeros desentendimentos. Um detalhe que chamava a atenção é que ele não tinha um pedaço da orelha esquerda.

 

Ainda novo, aos 56 aos, uma tragédia acabou com a sua vida. Nas proximidades da Vila Olímpica do Atlético Mineiro, ele foi atropelado por um veículo desgovernado, enquanto aguardava, na calçada, o ônibus, em 23 de novembro de 1982. Foi socorrido, mas chegou morto ao hospital. Ele trabalhava na Rádio Inconfidência.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

GARRINCHA NO CRUZEIRO...

 


Em um desses jogos Brasil afora, no ano de 1973, Garrincha vestiu a camisa de um dos maiores clubes do país, o Cruzeiro, em uma história que é pouco conhecida e lembrada nos dias de hoje e, como quase tudo na vida de Mané, repleta de aspectos curiosos.

O Cruzeiro disputava a Taça Minas Gerais com o time principal. Convidado para um jogo festivo contra o Democrata-MG, em comemoração aos 35 anos de emancipação política de Governador Valadares, mandou para a cidade um time misto, reforçado por nomes como Evaldo, que se recuperava de contusão, e Joãozinho, que se tornaria o maior ponta-esquerda da história do clube, então com 18 anos. O expressinho cruzeirense foi comando por Benecy Queiroz, preparador físico na época e atual supervisor de futebol da Raposa.

A principal atração da festa era a presença de Mané Garrincha, que jogaria pelo Democrata-MG. Isso, somado à popularidade do Cruzeiro no leste de Minas, lotou o estádio e encheu a torcida local de expectativa. Acontece, porém, que o técnico da Pantera, no dia anterior ao jogo, anunciou que não escalaria Garrincha em seu time, sob a alegação de que Mané não havia feito sequer um treino com os companheiros. Dirigentes do clube teriam dito que o Democrata-MG não pagaria um centavo para ter o jogador em seu time, e que ele é quem deveria pagar se quisesse jogar pela Pantera.

Com o bicampeão mundial barrado, os organizadores do evento se viram enrascados, já que os torcedores estavam ansiosos para ver Garrincha. A solução, então, foi tentar encaixá-lo no Cruzeiro. Uma pequena comitiva foi até o hotel do time da capital, para tentar resolver o impasse.

Na verdade, não houve impasse nenhum. O Cruzeiro aceitou prontamente ter Garrincha no time.

- Garrincha me perguntou o que era para fazer em campo. Disse pra ele jogar tranquilamente. Dei a camisa do Cruzeiro para ele, que atuou bem. Ele era muito humilde, tanto que veio perguntar o que tinha que fazer - disse o então técnico Benecy Queiroz.

Garrincha jogou apenas o primeiro tempo e, mesmo longe de ser brilhante, encantou companheiros de time, adversários e torcedores presentes ao estádio, simplesmente por ter participado da partida. 


Fonte: globo.com/ge (matéria assinada por Marco Antônio Astoni e Diego Souza). 

 

DEMOCRATA 0 x 3 CRUZEIRO

Data: 30/1/1973

Local: Mamudão, em Governador Valadares-MG

Gols: Evaldo (2) e Aender.

Democrata: Juvenal, Zelito (Hélio), Bentinho, França e Jairo (Cotinha); Luizinho (Mauricio), Roberto Felipe (Paulo Mariante) e Wellington; Zeca (Carlinhos), Dé e Piolho.

Cruzeiro: Vitor; Pedro Paulo, Camilo (William), Misael e Geraldo Galvão; Toninho Almeida, Pirulito e Aender; Garrincha (Alexandre), Evaldo e Joãozinho.


quarta-feira, 21 de abril de 2021

TELÊ SANTANA: O FIO DE ESPERANÇA

 


Aos 74 anos de idade, Telê Santana da Silva veio a óbito tendo como causa falência múltipla dos órgãos, na capital mineira, em 21 de abril de 2006, depois de ficar por cerca de um mês internado devido a uma infecção intestinal, que desencadeou uma série de outras complicações.

 

Telê Santana foi um guerreiro na luta pela vida, pois desde 1996 estava com a saúde debilitada, depois de sofrer uma isquemia cerebral durante exames de rotina. No começo de 1997, chegou a fechar contrato para ser o técnico do Palmeiras, mas seus problemas de saúde impediram que assumisse o cargo. Teve que abandonar o futebol e viu a sua saúde debilitar-se bastante, com problemas na fala e na locomoção, entre outros. Apesar de debilitado, acreditava que poderia voltar a trabalhar e, nos dias de mau humor, culpava a família por "impedi-lo". Em 2003, teve parte da perna amputada após uma cirurgia de revascularização.

 

Nascido em Itabirito-MG, em 26 de julho de 1931, Telê como jogador marcou época no Fluminense e como treinador deixou o seu nome na história do nosso futebol. Foi técnico de várias equipes e também trabalhou no mundo árabe.  Sempre dizia que o seu grande mestre como treinador foi Zezé Moreira, que foi seu técnico no Fluminense da década de 50, e de quem era amigo íntimo.

 

Telê era o técnico do Atlético Mineiro na conquista do Campeonato Brasileiro de 1971. Sempre teve o respeito do torcedor do Galo. Também virou ídolo do São Paulo, sendo o comandante do time paulista nas conquistas da Taça Libertadores e do Mundial Interclubes, na primeira metade dos anos 90. Até hoje tem o seu nome gritado pela torcida são-paulina.

 

Iniciou sua carreira no Fluminense sendo campeão de juvenis em 1949 e 1950 e promovido para os profissionais em 1951. A partir daí despontou seu melhor futebol e conseguiu suas maiores conquistas como atleta. Era chamado de “O Fio de Esperança” pela torcida do Fluminense, por ser muito magro e também por decidir partidas nos minutos finais. "Enquanto Telê estivesse em campo, não havia jogo perdido para o Fluminense", escreveu o cronista Nélson Rodrigues.


Atacante polivalente, de boa técnica, inteligência tática, foi um dos pioneiros em recuar para ajudar o meio. Talvez tenha sido o primeiro “jogador tático” do futebol brasileiro, pois tinha uma grande movimentação dentro das quatro linhas. Vestiu a camisa Tricolor em 558 jogos e marcou 163 gols. Foi campeão carioca em 1951 e 1959, e do Rio-São Paulo em 1957. Entre os anos de 1960 e 1963, atuou por Guarani, de Campinas, Madureira e Vasco, onde encerrou a carreira.

 

Como treinador da Seleção na Copa do Mundo de 1982, implantou uma forma de jogo que encantou tanto os torcedores brasileiros como os do resto do mundo, com um futebol bonito e envolvente, aclamado como o melhor da época. Apesar de grande desempenho, foi derrotada pela Itália e eliminada da competição. O Brasil jogava por um empate e não conseguiu segurar o ímpeto do time italiano, comandado por Paolo Rossi. 


Na Copa do Mundo de 1986, no México, buscou valorizar a experiência e montou uma equipe com jogadores remanescentes de 1982, alguns já em fim de carreira. Criticado anteriormente por não exigir muita disciplina dos jogadores, retornou ao comando da Seleção em janeiro de 1986, bem mais vigilante, o que resultou no corte do ponta-direita gremista Renato Gaúcho, quando este chegou tarde à concentração. Como consequência, o melhor amigo do jogador, o lateral Leandro, pediu dispensa da equipe. A Seleção foi eliminada da Copa de forma invicta, em uma disputa de pênaltis contra a França. Telê ficou marcado com a pecha de "pé-frio" por parte da imprensa brasileira. Seu retrospecto como técnico do Brasil em partidas oficiais foi o seguinte: 52 jogos, 37 vitórias, 10 empates e 5 derrotas.

 

terça-feira, 20 de abril de 2021

VAI PRO TRONO OU NÃO VAI? QUANTOS DIAS DÁ PARA FICAR SEM IR AO BANHEIRO?


Nota do blog: o tema até pode ser desagradável, mas é de suma importância para a saúde e o bem estar do indivíduo.

A gente não costuma falar muito sobre isso, mas o assunto é importante. Você sabe quantos dias dá para ficar sem ir ao banheiro? Apenas UM, no máximo dois.

A pessoa que não faz o número dois cerca de três vezes por semana tem prisão de ventre, que é quando os movimentos do intestino responsáveis por empurrar as fezes ficam muito lentos.

O público que mais sofre com isso é o feminino, mas o problema também atinge homens. Em 85% dos casos, o intestino preso acontece devido a uma alimentação inadequada, com muita gordura, muito açúcar e pouca água e fibras. 

Logo, uma melhora do quadro está associada a beber bastante água e se jogar nas frutas e verduras. Mas é importante fazer boas escolhas. Mamão e ameixa, por exemplo, são ótimos investimentos para não deixar o intestino preguiçoso.

Fazer exercícios e evitar ficar sentado por muito tempo também ajudam na condição e evitam o mau humor que não ir ao banheiro pode causar.

As dicas são da proctologista Sonia Yusuf, do Hospital Santa Cruz, do ginecologista Ricardo Luba, do coloproctologista Sergio Nahas, da nutricionista Carolina Novaes, e de uma pesquisa da Federação Brasileira de Gastroenterologia.

BOL Notícias

segunda-feira, 19 de abril de 2021

TESOURINHA: UM CRAQUE MUITO ALÉM DOS PAMPAS


 

TESOURINHA E ADEMIR MENEZES


Osmar Fortes Barcelos, o popular Tesourinha, nasceu na capital gaúcha em 3 de dezembro de 1921. Atacante hábil, perfeito domínio de bola e precisão nos passes e cruzamentos. Driblava, chutava, criava jogadas e fazia muitos gols, tudo com muita perfeição e com os dois pés.


Foi um jogador de muitas qualidades técnicas e com passagens marcantes por Internacional, Vasco, Grêmio e Nacional, de Porto Alegre, onde encerrou a carreira em 1957. Após se retirar dos gramados ele explicou sobre o seu apelido em uma reportagem da extinta revista Manchete Esportiva, de 1958.

- Começa que eu não era o Tesourinha. Esse apelido herdei do meu falecido irmão. Um garoto cheio de vida e futebol. Sofreu uma contusão, o negócio arruinou, não havia penicilina e o mano morreu mesmo. Para espanto dos meninos da pelada e da vizinhança inteira. Ficaram comigo, talvez marca da fábrica, as pernas esquisitas. Quando voltei às peladas sobrava-me a homenagem, coisa mesmo de garoto – eu seria o Tesourinha, o responsável pelo passado de bom futebol do meu irmão 


Tesourinha quando jogou no Grêmio, acabou com o racismo no clube, que não aceitava negros até a sua chegada. É considerado por muitos o melhor atacante da história do futebol gaúcho. Na condição de um dos maiores jogadores da história do Internacional, conquistou pelo Colorado os títulos gaúcho de 1940/41/42/43/44/45/47 e 48).


A sua ida para o Vasco, em 1949, foi considerada uma fortuna na época. Teve bons momentos em São Januário, mas sua passagem foi marcada por algumas contusões que o impediu de mostrar o seu verdadeiro futebol. Mesmo assim, participou da conquista do campeonato carioca de 1950. Marcou 21 gols em 50 jogos pelo Vasco.


Em 1952, Tesourinha foi contratado pelo Grêmio e ficou conhecido por quebrar um tabu de ter sido o primeiro atleta negro da história a jogar no clube.


Em janeiro de 1949, Tesourinha venceu o concurso nacional “Melhoral dos Craques do Brasil de 1948”, com a participação das torcidas. Ele recebeu a notícia através da Rádio Nacional do Rio de Janeiro que tinha sido eleito com 3.888.440 votos. Seu prêmio foi um apartamento, no bairro carioca da Tijuca, oferta da Cibrasil, avaliado em 215.000 cruzeiros. A primeira colocação nesse concurso retrata a importância de Tesourinha para o futebol. Naquela época, um jogador fora do eixo Rio-São Paulo ganhar um concurso com uma votação tão expressiva, foi surpreendente.


Na seleção, foi titular absoluto por cinco anos seguidos. Tinha participação certa na Copa do Mundo de 1950, formando o ataque titular ao lado de Zizinho, Ademir, Jair e Chico, mas sofreu uma grave lesão nos meniscos na véspera que o deixou de fora da competição. Acompanhou a Copa numa cama de hospital. Pela Seleção foram 23 jogos e 10 gols, todos oficiais.


Morreu novo, aos 57 anos, vitimado por um câncer no estômago, na capital gaúcha, em 17 de junho de 1979.

 

 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

PEDRO ROCHA: UMA REFERÊNCIA DO FUTEBOL URUGUAIO E ÍDOLO DO SÃO PAULO

 


Pedro Virgílio Rocha Franchetti nasceu no Uruguai em 03 de dezembro de 1942. Foi um meia armador cerebral, de técnica refinada, visão de jogo privilegiada e lançamentos precisos. É um dos maiores jogadores da história do futebol uruguaio. Ganhou tudo que disputou pelo Peñarol e essa credencial vitoriosa lhe reservou um espaço respeitoso entre os craques do Tricolor paulista logo que chegou. A sua identificação foi imediata e o passar dos anos mostrou o quanto o São Paulo acertou em sua contratação. Faz parte do seleto grupo dos grandes nomes da história do clube.


Começou no Peñarol (campeão uruguaio em 1960/61/62/64/65/67 e 68, da Taça Libertadores em 1960/61 e 66, e do Mundial Interclubes em 1961 e 66), e seguiu a sua brilhante carreira no São Paulo – 390 jogos e 119 gols (campeão paulista em 1971 e 75, e do brasileiro em 1977), Coritiba – 20 jogos e 1 gol (campeão paranaense em 1978), Palmeiras – 9 jogos e 1 gol, Deportivo Neza/México, Bangu – 13 jogos e 5 gols, Monterrey/México e Al-Nasser/Arábia Saudita.


Participou das Copas do Mundo de 1962/66/70 e 74. Pelo Uruguai atuou em 57 jogos e marcou 17 gols. Inclusive, após a Copa de 1970, Pelé, já consagrado com o título mundial, elegeu Pedro Rocha como um dos cinco maiores jogadores do mundo.


Foi com essa ficha vitoriosa em mais de dez anos pelo Peñarol que ele chegou ao São Paulo. Ao lado de Gérson, Toninho Guerreiro, Édson Cegonha, entre outros, o São Paulo se reencontrou com sua tradição de títulos. Isso ocorreu tanto no bicampeonato paulista de 1970/71, que pôs fim ao jejum de 11 anos sem conquistas, quanto no título de 75. Neste ano, Pedro Rocha comandou um esquadrão  de jovens no qual despontavam nomes como Muricy, Serginho e Zé Sérgio. 


Jogou profissionalmente entre 1959 e início dos anos 80, disputando no total 620 jogos e marcando 213 gols pelos clubes e Seleção Uruguaia.


Após encerrar a carreira de jogador trabalhou muitos anos como treinador, passando por muitos clubes até 2009, quando sofreu um AVC. As sequelas foram pesadas e nos últimos anos de sua vida sofreu de atrofia do mesencéfalo, um mal que afetava os seus movimentos e a fala, o que o deixou muito deprimido. Morreu na capital paulista, na véspera de completar 71 anos, em 2 de dezembro de 213.

 

quarta-feira, 7 de abril de 2021

O DELICIOSO BICO DO PÃO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES

 


Saí da padaria às seis horas da manhã e fui beliscando o delicioso bico do pão. Hábito que adquiri desde os tempos de criança. A padaria era de Dona Otéria, uma italiana gorda, cabelos brancos e usava óculos com aro de ouro.

Passei toda a minha infância ouvindo o ruído do cilindro e da masseira da padaria durante as madrugadas, pois a mesma ficava a cem metros da casa do meu pai. Os esteios eram de braúna, as portas e os assoalhos eram de madeira, assim como o balcão que era comprido e largo. Havia uma fenda em cima dele, onde as moedas eram jogadas. E foi nesta mesma fenda que Zé Capetinha amarrava uma formiga tanajura pendurada numa linha e roubava as notas de dez mil réis.

O padeiro chamava-se Benedito Tosse Tosse, por ser asmático. Benedito era amigo de meu pai que lhe dava sempre um pedaço de lingüiça para assar dentro do pão. Hoje passo pelas estradas e vejo os anúncios de pão com lingüiça, recordo do meu pai que cultivou esse hábito durante muitos anos.

Dona Otéria aposentou, sua filha Ilda assumiu a padaria e se casou com Garibaldi. Mais tarde construíram outra padaria na esquina da mesma Rua Paulino Padilha. Olegário Magalhães arrendou a velha padaria, que mais tarde foi transferida para a Rua Direita, onde um de seus filhos mantém até hoje a mesma profissão. Nessa rua já existiam duas padarias: uma do Maninho Caldas e a outra do Olímpio Silva e seu filho Leco. Eles faziam pãezinhos menores que os outros e eram vendidos sempre quentinhos após as duas horas da tarde. Adelino Macedo foi outro padeiro que trabalhou por muitos anos na esquina da Rua Francisco Procópio.

Ao beliscar o bico do pão torradinho, vejo que os garotos de hoje não têm o costume de irem à padaria e não sabem como é bom comer um bico de pão torradinho pela rua.

Voltando ao passado vejo o moleque Ademir que roubava os embrulhos deixados pelos padeiros nas casas dos fregueses. Certo dia, ao levar a mão ao embrulho, a dona da casa abriu a janela. Ele, rapidamente, tirou o embrulho debaixo do braço e gritou: - Padeiro.

Assim, nesses últimos anos morreram todos: Olegário Magalhães, José Garibaldi e Adelino Macedo. E há poucas semanas morreu Mário Medeiros, o Mário da Padaria, encerrando assim, a geração dos antigos padeiros de Miracema. Na última conversa que tive com o Mário, ele dizia que a profissão era muito boa, mas muito sacrificada, pois enquanto os outros dormiam o padeiro, já pela madrugada, estava mexendo a massa, e logo era colocado no forno esse manjar dos deuses que atravessou séculos e mantém o mesmo sabor dos velhos tempos. Dizia ele em sua sabedoria: “O pão é o alimento sagrado que está em todas as mesas, por isso é abençoado por Deus.”

Você meu caro leitor, já experimentou comer um bico de pão torradinho?

Aos padeiros, o meu respeito.

FEVEREIRO DE 2003

CLÁUDIO ADÃO: UM NOME QUE É SINÔNIMO DE GOL

 


Cláudio Adalberto Adão não é paulista, como muitos pensam. Nasceu na cidade de Volta Redonda-RJ, em 02 de julho de 1955. Atacante de boa técnica, ótima impulsão, eficiente nas finalizações. Sempre marcou muitos gols por onde passou. É um sinônimo de artilharia no Rio de Janeiro, onde jogou em todos os quatro clubes grandes do Estado. No princípio da carreira chegou a atuar com o Rei Pelé, no Santos.


Teve uma trajetória longa, jogando por vários times. Faz parte da galeria dos grandes artilheiros do nosso futebol. Em alguns clubes ele esteve por mais de uma vez. No Botafogo entre idas e vindas foram quatro passagens. A sua média de gols atuando por Flamengo, Fluminense e Vasco é impressionante.


Começou no Santos (campeão paulista em 1973), e depois jogou no Flamengo – 154 jogos e 83 gols (campeão carioca em 1978/79 e 79-especial), Áustria Viena (campeão da Copa da Áustria em 1980), Fluminense – 67 jogos e 56 gols (campeão carioca em 1980), Botafogo, Vasco – 47 jogos e 28 gols, Al Ahli (campeão árabe em 1982), Benfica/Portugal, Bangu – 39 jogos e 15 gols, Bahia (campeão baiano em 1986), Cruzeiro, Portuguesa de Desportos, Corinthians – 32 jogos e 13 gols, Sport Boys/Peru, Alianza/Peru, Campo Grande (RJ), Ceará, Santa Cruz (PE), Pesquero Chimbote/Peru, Volta Redonda (RJ), Rio Branco (ES) e Desportiva (ES). Salvo engano algum time pode não ter sido citado, assim como uma conquista. 


Cláudio Adão não teve oportunidades na seleção principal, mas em 1975 foi Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos e também participou do Torneio Pré-Olímpico, em 1976. Foram 12 jogos e 14 gols marcados entre os anos de 1975 e 1976. Talvez a fratura na perna ocorrida em maio de 1976, no confronto do Santos com o América-SP, em São José do Rio Preto, próximo de completar 21 anos, que o deixou afastado dos gramados por um bom tempo, e pode ser uma das razões.  


O que ele disse:

Não sou cigano. Fui bom de bola, um jogador importante, porque os clubes se interessavam por mim. Naquela época, o futebol não era essa potência que é hoje. A gente se valorizava nas transferências. Por isso minha carreira foi assim, de passagens por vários clubes.  Eu nasci para fazer gol. Tinha muita sorte para fazer gol. Sou muito grato, principalmente a Deus, por toda a minha carreira, por ter essa força e essa energia para jogar em tantos clubes. Em todos eles, fui artilheiro, e na maioria campeão. Eu sou feliz.


Cláudio Adão foi considerado o 1º sucessor do Rei Pelé. Em seu último jogo no Pacaembu, pelo Santos, um clássico contra o Corinthians, derrota por 1 x 0, em 29 de setembro de 1974, Pelé formou dupla de área com o jovem Cláudio Adão. Ele foi o 1º de muitos jogadores a serem apontados como sucessor do rei no coração da torcida. Adão jogou quatro anos no clube e marcou 51 gols. Esse jogo em questão marcou a última partida do Pelé com a camisa do Santos no Pacaembu.


Sobre uma postagem que fiz do Cláudio Adão no dia de seu aniversário, 02 de julho de 2022, o jornalista José Maria de Aquino aproveitou o tema e fez um breve relato de um fato ocorrido quando ele trabalhava na revista Placar.

 

POR JOSÉ MARIA DE AQUINO

“Leio em Tadeu Miracema que Cláudio Adão, um dos grandes atacantes do futebol brasileiro, faz aniversário. E me lembrei de uma passagem que o mostra como pessoa inteligente não apenas no gramado, mas também fora dele. No caso, ali pertinho, no vestiário da Vila Belmiro, onde começou a pintar como craque, importado de Volta Redonda. Muito jovem, era a bola da vez nas manchetes esportivas. Uma das grandes revelações que o Santos acostumou apresentar todos os anos, às vezes menos, desde Pelé, nos idos de 1957. Íamos sentar em algum lugar da Vila para o papo combinado - naquele tempo era mais fácil - e, enquanto o esperava trocar o “fardamento branco sagrado de então" pelo social, o fotógrafo Lemyr Martins caprichava apertando o botão da Nikon. Levou Cláudio Adão para frente dos armário e, de forma sagaz, foi pedindo para que ele caminhasse mais um pouquinho para a esquerda. Depois, mais um pouquinho e depois mais... De repente Cláudio Adão deu um basta nos passinhos "mais para a esquerda" e..."Sei onde você quer chegar. Quer me enquadrar com o armário do Pelé para dizer que vou ser o novo Pelé. Substituto dele. Mas não vou. Não tenho essas ilusões nem tais pretensões. Parei por aqui..." E não mais arredou os pés. Seus pés não receberam de Deus a mesma fortuna recebida por Pelé - nem ele, nem ninguém, até agora. Mas sua cabeça era e é muito mais lúcida do que muitos que desde então se julgam gênios da bola e não passam de geniosos. Parabéns pela data, Cláudio Adão. Felicidades e vida longa." 


Nota: texto publicado originalmente em 07 de abril de 2021 e editado em 09 de julho de 2022. 




terça-feira, 6 de abril de 2021

CHOCOLATE: O PODEROSO ANTIOXIDANTE PROTETOR DO CORAÇÃO


A versão amarga também pode diminuir o risco de câncer, ajudar a controlar o colesterol e proteger a pele. O chocolate pode proporcionar uma série de benefícios para o organismo. Porém, para que isso aconteça o alimento precisa contar com pelos menos 70% de pó de cacau em sua composição, ou seja, ser um chocolate amargo. Entre os pontos positivos do chocolate amargo destacam-se a diminuição de riscos de doenças cardiovasculares e de câncer. Além disso, o alimento protege o cérebro e pode contribuir para a diminuição do colesterol ruim e da pressão arterial. Todos esses benefícios ocorrem porque o chocolate amargo possui boas quantidades de pó de amêndoa de cacau que é rico em flavonoides. Esta substância é um poderoso antioxidante e proporciona todos esses pontos positivos para a saúde.

O cacau, fruto do qual é feito o chocolate, é originário das regiões tropicais da América do Sul e Central. O fruto era muito prestigiado entre os povos Maias e Astecas e foi levado para a Europa pelos espanhóis. Esses povos pré-colombianos utilizavam o cacau para produzir uma bebida que era grande fonte de energia.

Para elaborar o chocolate é retirada a amêndoa que fica dentro do cacau. Ela é rica em flavonoides, ferro, zinco, entre outras substâncias nutritivas. Após alguns procedimentos, é extraída uma gordura dessa amêndoa, a manteiga de cacau, e o restante dela é moído. Antigamente, bastava pegar esse pó e misturá-lo a aromatizantes para fazer uma bebida, porém o resultado era muito amargo.

Então, o açúcar foi adicionado na receita, na época este adoçante ainda não era refinado e a manteiga de cacau, que é rica em gorduras poli-insaturadas, passou a ser retirada e depois recolada na preparação. Assim, o primeiro chocolate era composto basicamente por pó da amêndoa do cacau, manteiga de cacau e açúcar. 

Esta primeira combinação, apesar do açúcar, contém muitos pontos positivos. Isto porque o pó do cacau é rico em epicatequina, um tipo de flavonoide com forte ação antioxidante, e também contam com cromo, ferro, magnésio, fósforo, potássio e cafeína. Além disso, a manteiga de cacau conta com gorduras boas, as poli-insaturadas, que possuem um efeito protetor no organismo.

Infelizmente, com o passar do tempo, muitos fabricantes de chocolate começaram a substituir a manteiga de cacau, que tem um preço elevado, por gorduras hidrogenadas, adicionaram mais açúcar, incluíram o leite e diminuíram o pó do cacau da receita. Assim, o alimento foi perdendo seus aspectos saudáveis. Atualmente há diversos tipos de chocolate, alguns que ainda mantém as características da produção original e outros que tiveram a receita modificada e por isso já não proporcionam benefícios. Conheça cada tipo de chocolate:

Chocolate ao leite: Conta com pelo menos 25% de pó de cacau em sua composição, também possui leite, o que faz com que o alimento tenha colesterol e gordura saturada. Além disso, o doce possui muito açúcar e pode ter gorduras hidrogenadas.

Chocolate meio amargo: Conta com pelo menos 40% de pó de cacau em sua composição. Possui menos leite e açúcar. As quantidades de pó de cacau ainda não são suficientes para proporcionar benefícios consideráveis à saúde.

Chocolate amargo: Conta com pelo menos 70% de pó de cacau em sua composição. Este alimento não possui leite, e tem menos açúcar e gorduras. Quando consumido em quantidades moderadas, até 30 gramas por dia, pode proporcionar diversos benefícios para a saúde.

Chocolate branco: Não possui pó de cacau em sua composição. É feito com a manteiga do cacau e o açúcar e, infelizmente, em muitos casos também leva boas quantidades de gorduras hidrogenadas. Trata-se da pior opção para a saúde.

Fonte: Minha Vida









domingo, 4 de abril de 2021

LUIZ PENIDO: O GAROTÃO DA GALERA

 


Luiz Alberto Penido, mais conhecido como LUIZ PENIDO, é mineiro de Juiz de Fora, onde nasceu em 05 de abril de 1955. Sua carreira iniciou-se simultaneamente nas Rádios Mundial (atual CBN) e Eldorado, ambas do conglomerado Sistema Globo de Rádio, trabalhando como locutor, apresentador e entrevistador.

 

Penido foi para a Rádio Tupi em 1988 e ficou até 1993, quando saiu para uma rápida passagem pela Rádio Nacional (1994/95), e na Rádio Tropical (1996). Voltou à Rádio Tupi em 1997 e por lá brilhou até 2012, como sempre passando muitas emoções em suas narrações. Ainda em 2012, retornou para onde iniciou a sua trajetória no rádio e se encontra atualmente: Rádio Globo.


Sem sombra de dúvidas, Luiz Penido faz parte do seleto grupo de grandes narradores esportivos do rádio brasileiro. Ele é conhecido pelo apelido de “O Garotão da Galera.”

 

Abaixo descrevo alguns de seus bordões conhecidos por todos os amantes do rádio esportivo:

 

* Nas ondas do rádio - frase que Penido diz sempre após a vinheta do seu nome. É retirada da música Rádio Pirata, do grupo RPM. Por alguns anos, a parte original da citada música que diz a citada frase (desse jeito: Está no ar... nas ondas do rádio), foi ouvida como vinheta durante as transmissões de Luiz Penido.

* Barato bom, barato bom é do Mengão/Fluzão/Fogão/Vascão/Brasilzão - bordão utilizado por Penido sempre após um gol, que é originário da música Barato bom é da barata - cantada por Erasmo Carlos e a Turma do Balão Mágico.

* É o Garotão da galera, é Luiz Penido. Ele é o fera, fera-neném - tema musical de Luiz Penido, baseado na música Fera Neném do grupo Trem da Alegria, cantada pelo ídolo infantil dos anos 80 Juninho Bill.

**... Bota o pé na forma, bicho! - frase dita por Penido durante as partidas e após alguma jogada boa, mas o chute vai pra longe do gol.

* "Alô Galera" - saudação inicial de Penido nas transmissões

*"Vai pro livro de ocorrência" - frase dita por Penido quando um jogador leva um cartão amarelo

* "ra-re-ri-ro-Rua" - frase dita por Penido quando um jogador é expulso do campo após levar o cartão vermelho

* "Passou o cerol" - frase dita após uma jogada violenta culminando numa falta dura

* "Rolou a bola galera" - referindo-se ao início de jogo no primeiro e no segundo tempo

* "É hora de se ligar no tempo e no placar" - frase dita por Penido antes giro do placar

* "Cravados"/"Cravadões" - informa o tempo do jogo no giro do placar

* "O placar diz" - usada no giro do placar e após os gols antecedida do bordão "O couro come"

* "Guardou" - quando um time marca um gol

* "Fortalece a massa" - referindo-se a explosão da alegria do torcedor

* "Uma obra prima que o Mengão/Vascão/Fogão/Fluzão/Brasilzão assina" - Dita ao descrever a jogada do gol

* "Me amarrei xará, me amarrei de montão com o primeiro/segundo/terceiro/quarto do Mengão/Vascão/Fogão/Fluzão/Brasilzão" - dita ao término da descrição do gol conforme a vantagem no placar

* "Rala, rala, rala" - referindo-se ao adversário que tomou o gol

* "Aí vem a fera" - frase dita para chamar o comentarista, plantonista,repórter ou âncora

* "Acabooou" - frase dita quando um time conquista o título

* "Babou" ou "Vazou" - referindo-se ao time eliminado do torneio ou quando um perde o jogo

* "Brota no campo de jogo" - frase dita quando os times entram no gramado

* "Cortada antiaérea " - frase dita quando uma jogada aérea é evitada

* "Flamengaço" ou "Mengão queridão" - referindo-se ao Flamengo

* "Gigantão da Colina" - referindo-se ao Vasco

* "Todo Glorioso" - referindo-se ao Botafogo

* "Nosso Tricolor" - referindo-se ao Fluminense

* "Brasilzão" ou "Brazuca" - referindo-se à Seleção Brasileira de futebol

 

GENTIL CARDOSO: UM FILÓSOFO DO FUTEBOL

 


Gentil Alves Cardoso nasceu na capital pernambucana, em 5 de setembro de 1908. Ficou mais conhecido pelas suas frases de efeito do que pelos títulos conquistados como técnico. Passou a maior parte da sua carreira dirigindo equipes do Rio (América, Bonsucesso, Bangu, Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense). Mas treinou também o Corinthians, Ponte Preta, Sport Recife, Santa Cruz e Náutico.


Em 1946, assumiu o Fluminense e logo soltou uma das suas frases de impacto: "Deem-me Ademir (na época jogador do Vasco) e lhes darei o título". A diretoria apostou na promessa e contratou o atacante. O resultado é que o Fluminense foi o campeão carioca daquele ano. Assim ele descreveu esse fato em 1958:

- Sempre acreditei em Ademir como um jogador decisivo. Ele estava, então, na plenitude de suas condições físicas e técnicas. Quantas partidas ele decidiu num lance de estupenda clarividência? Ademir tem um lugar definitivo na história do futebol brasileiro.


No Vasco, Gentil Cardoso foi dispensado pela diretoria, após conquistar o título carioca de 1952, por "falar demais.”


Gentil Cardoso foi o primeiro técnico profissional a treinar o Mané Garrincha. A contratação do atleta rendeu uma história curiosa. No dia em que Mané realizou seu primeiro treino no clube, Gentil não compareceu a General Severiano. Quem comandou a prática foi o filho do treinador, Newton, que não tinha poder algum para oficializar a negociação. Mas, para sorte dos botafoguenses, o treinador apareceu no vestiário quando os jogadores já estavam trocados. Diante da insistência de Nilton Santos, que tomou um passeio de Garrincha no treino, voltaram para o campo para que Mané fosse avaliado novamente. Depois de entortar a todos, o ponta foi contratado imediatamente com o aval de Gentil.


Comandou a Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano Extra, de 1959, em que o Brasil foi representado por uma seleção formada com jogadores que atuavam no futebol pernambucano. Morreu na capital carioca, aos 62 anos, em 8 de setembro de 1970.

 

São de sua autoria várias pérolas que já fazem parte do folclore do futebol brasileiro, como:


"Quem se desloca recebe, quem pede tem preferência"; 

"O craque trata a bola de você, não de excelência";

"Só me chamam para enterro, ninguém me convida para comer bolo de noiva" (em alusão ao fato de raras vezes ter sido chamado para treinar equipes bem formadas, quase sempre só era lembrado para assumir o comando de times em crise);

"Se a bola é feita de couro, se o couro vem da vaca e se a vaca come capim, então a bola gosta de rolar na grama e não ficar lá por cima; portanto, meus filhinhos, vamos jogar com ela no chão".

 

sábado, 3 de abril de 2021

AIRTON PAVILHÃO: UM NOME MARCADO NA HISTÓRIA DO GRÊMIO

 


Airton Ferreira da Silva nasceu na cidade de Porto Alegre-RS, em 31 de outubro de 1934. Zagueiro de classe exuberante, que jogava com a cabeça erguida, apresentando um futebol vistoso e seguro. Recusava-se a dar chutões e fazia lançamentos precisos. Foi um jogador excepcional.

 

Teve o seu passe adquirido em troca de um pavilhão de arquibancada de madeira e parte em dinheiro, por isso ficou conhecido como Airton Pavilhão. É um dos grandes nomes da história do Grêmio, sendo considerado o seu melhor zagueiro.

 

Em 1960, o jornalista carioca Geraldo Romualdo da Silva, do Jornal dos Sports, qualificou Airton como um zagueiro inferior apenas a Bellini. Isso nos dá uma noção do tamanho da qualidade desse jogador. Nesse mesmo ano recebeu propostas milionárias do Santos e Botafogo, mas optou por renovar com o Grêmio. Ficou no clube gaúcho até 1967.

 

Atuou no Força e Luz (RS), Grêmio (campeão gaúcho em 1956/57/58/59/60/62/63/64/65/66 e 67), Santos (apenas um jogo), Cruzeiro (RS), São José (RS) e o Nacional, de Cruz Alta-RS, onde encerrou a carreira em 1971. Pela Seleção disputou 6 jogos, todos oficiais, ao longo do ano de 1960. Esteve entre os 41 pré-convocados para a Copa do Mundo de 1962, o único jogador fora do eixo Rio-São Paulo, mas acabou não fazendo parte da relação final.

 

Faleceu na capital gaúcha, aos 77 anos, em 03 de abril de 2012, vítima de infecção generalizada dos órgãos.

 

Ainda em vida recebeu uma homenagem marcante do Grêmio, em 2007. Foi inaugurado no centro de treinamentos do clube o Pavilhão Airton Ferreira da Silva.