domingo, 29 de agosto de 2021

DOALCEI BUENO DE CAMARGO: “SEU DODÔ” FOI UM DOS GRANDES DA NARRAÇÃO ESPORTIVA

 


Mesmo sendo do interior paulista, nasceu em Itápolis, em 18 de março de 1930, Doalcei Bueno de Camargo ganhou notoriedade nas grandes emissoras do Rio de Janeiro. Dedicou toda sua vida ao rádio esportivo, trabalhando nas mais importantes emissoras do país, entre elas, Continental, Difusora Fluminense, de Niterói, Tamoio, Guanabara, Nacional, Globo e Tupi, onde iniciou a carreira e se consagrou como o mais vibrante locutor esportivo.

Por intermédio de seu irmão e também radialista Wolner Camargo – que foi titular dos esportes da Rádio Tupi, e chegou a trabalhar junto com Ary Barroso – Doalcei conseguiu o teste para a Rádio Tupi. No início, Doalcei ficava só observando o trabalho da equipe de esportes, e apresentava o intervalo.

Na época, trabalhou com Jorge Curi, Oduvaldo Cozzi, Waldir Amaral e grandes comentaristas. Uma das expressões máximas da radiofonia esportiva brasileira, Doalcei, continuava na ativa e abrilhantava o programa Luiz Ribeiro, com o quadro “Toque de Mestre”, e aos domingos, no Bola em Jogo, também comandado pelo Luiz Ribeiro, externando sua opinião sempre objetiva e correta.

Vítima de um infarto fulminante morreu em sua residência, na capital carioca, aos 79 anos, em 29 de agosto de 2009. O rádio esportivo perdeu, além de uma voz vibrante, o talento incomparável do locutor que carinhosamente era chamado de “Dodô”. Não tenho dúvidas em afirmar que o Doalcei faz parte do seleto time dos maiores narradores esportivos do rádio brasileiro.

domingo, 15 de agosto de 2021

GERALDO JOSÉ DE ALMEIDA: “OLHA LÁ, OLHA LÁ, OLHA LÁ O PLACAR!”

 





GERALDO JOSÉ DE ALMEIDA nasceu na capital paulista em 12 de março de 1919. Criador de um estilo próprio de locução esportiva conquistou a fama entre os admiradores do gênero e se tornou um dos grandes nomes do rádio esportivo brasileiro. A partir de 1950, acompanhou o Brasil em Copas do Mundo até 1974. Um de seus filhos, Luiz Alfredo, seguiu seus passos como narrador esportivo.


Geraldo José de Almeida era famoso pelo entusiasmo com que transmitia os jogos. É dele a autoria de bordões como: “Vamos, minha gente”, quando incentivava o time a avançar no campo do adversário; “Linda, linda, linda” e “Que bola, bola”, quando era realizado um lançamento com perfeição; “Olha lá, olha lá, olha lá o placar!”, durante a vibração de um gol; e “Por pouco, pouco, muito pouco mesmo”, quando uma jogada quase terminava em gol.

 

Além disso, o famoso locutor foi o autor do apelido mais popular do time brasileiro: “A seleção canarinho”. Também chamava os jogadores de maneira peculiar: Pelé era o “Craque Café”, Rivellino o “Garoto do Parque” e Tostão o “Mineirinho de Ouro".

 

Trabalhava na TV Record quando adoeceu e veio a falecer no dia 16 de agosto de 1976, aos 57 anos. Era torcedor do São Paulo.

 

O que nos resta são as boas lembranças desse ícone das transmissões esportivas...

 

 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

SOU DAQUELE TEMPO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES

 


Sou daquele tempo e coleciono Tipos & Fatos inesquecíveis, personagens que ficaram em minha memória e que me ajudam a contar histórias de minha cidade. Sou daquele tempo em que existia a Fábrica de Tecidos, a Usina de açúcar Santa Rosa, a Estrada de Ferro Leopoldina, a Cerâmica, o Departamento Nacional do Café, o Colégio Miracemense. Agência Ford, Agência Chevrolet, Agência da Wolksvagem. Dos hotéis Braga, Assis, Hotel do José João e da Pensão Corrêa em frente à estação.

 

Os Bancos, Fluminense, da Produção, Crédito Real, Ribeiro Junqueira, Barra do Piraí e Banerj. O Café Moka, Café Katiá, Oliveira & Mendonça, Casa Cacheado, Casa Pernambucana, Casa Alemã, Casa Brasil, Casa Azul, Casa Dover, Casa Magacho, Casa Aguiar, Loja do Demetrio, Casa do Nacib Gandour, Casa do João Siqueira, do Chicrala Amim, Chicrala Salim, moinhos de fubá do Jenico, do Olimpio Magacho.

 

Fabrica de Tamancos, de botinas, de Sabão, de Ladrilhos Hidráulicos, de Bebidas do Lucas Damasceno; e as Fabricas de Cachaça Maravilha, Santa Justa, Carlos Pereira, Marselhesa, e distribuidores Saiba Felix, Guaribinha e outros. Os Times de futebol de Miracema, Esportivo e Tupã.

 

Os atacadistas Marcelino P. Tostes, João Siqueira, Bazileu Meneses, Chico Cacheado; mais de 20 Maquinas de Arroz em Miracema, Paraíso, e Flores. Barbearia do Gerson, do Netinho, do Jeová, do Severo e Zé Lucas. Cinemas, Sete e 15 de Novembro. As alfaiatarias do Amaro Leitão, dos Irmãos Mercantes, do Dante Barbi, Pepito e outros. Do tempo das cuecas samba canção, das ceroulas, dos tênis chamados come quieto, das alpargatas- roda.

 

Os políticos Altivo Linhares, Ventura Lopes, Bruno de Martino, José Neagle, Dirceu Cardoso, Melchíades Cardoso, Adumont Monteiro e muitos outros. Os Oradores cômicos como Briguelo, que dizia “lá em Volta Redonda”, Rolando que dizia “perdi a linha”, Orestina mulher do Gamelão dizia “não tem uma mulher atoa para me dar um copo d’água?”.

 

Os médicos Sebastião Bruno, Campanário, Moacyr Junqueira, Silvio Freire, Leandro e a Parteira do Hospital D. Nair.

 

Os dentistas Marciano Souto, Demerval Moreira, Luiz Paulo Moreira, Josias Lima, Osvaldo Botelho, Juscelino Couto, Frederico Barroso, Dermeval Delfim, Abelardo Freire. Os farmacêuticos Scilio Faver, Azarias Gutterres, Chico Queiroz, Astinfaro Barbosa, Oswaldo, Alfredo Moreira, Geraldo da farmácia. Os taxistas Belo, Nilo Boca Larga, Teodoreto, Tereco, José Barros, Buca, Boboca e Carlos Onofre.

 

Os Ônibus do Otílio Átila, do Sr Pedrinho para Palma, Osmar Rezende para Cataguases, David Português, um ônibus aberto chamado Jardineira e as Limusines que faziam a rota para o Rio de Janeiro.

 

Os Bares do Pinheiro, do Neffá, do Vavate, do Vicente Dutra, Zé Careca e o salão de sinuca. O Bar Pracinha, o Faride com sua sopa, o Giludo com seus bifes, o Santinho com seu café, o pastel do Vicente, o Abdo com sorvete e o Chico munheca e Amaral com Jornal.

 

Os bailes no Aero clube com as orquestra Tabajara de Severino Araújo, Cassino de Sevilla.

 

Os que viviam na rua como Paraoquena, Mãe do Rundunga, Izabel dos cachorros, Neca Solão, Lanceiro da Índia e Raul cantor.

 

Os maestros José Garcia e Sr Ernestino Faria, Maria Batuquinha no Caxambu, Sebastião Salu, Iberalina, Claudino, Congo e o Chico Violeiro que os comandava e outros. Os trançadores de couro para montaria, Bié, Lulu trançador e a mãe do Moises, Pedro Fernandes que distribuía convite para enterro. Sou daquele tempo que não volta mais...

 

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

DR. NEY MENNA GUTTERRES: NOSSO MUITO OBRIGADO!

 


Foram quase 60 anos de muita dedicação, carinho e atenção a cada um de seus pacientes, que trazem dentro do coração o seu nome guardado em um lugar muito especial.

 

Formou-se em 1961 e começou a trabalhar no Hospital de Miracema no ano seguinte. Escolheu sua terra natal para trazer ao mundo 14.622 crianças. Isso mesmo, por suas mãos foram realizados esse total de partos. Pode-se dizer que quase a metade da população de nossa cidade nasceu com ele. No entanto, não é demais acrescentar que muitas mães de cidades vizinhas tiveram seus filhos com ele em Miracema.

 

Dr. Ney é uma história viva e chega a ser difícil encontrar as palavras certas para traduzir o agradecimento que ele merece. Um verdadeiro exemplo de amor e dedicação à medicina, digno de ser seguido por quem abraça essa linda profissão de “dar” e “salvar” vidas.

 

Ser médico, não é simplesmente fazer uma opção. Ser médico, não é uma profissão como outra qualquer, pois você vai cuidar de um ser humano, você tem que salvar vidas, e para isso tem que trabalhar com o coração. A sua área específica tem o dom único e o prazer de ajudar a trazer novas vidas a esse mundo. Há médicos do corpo e médicos da alma. Felizes são aqueles que conseguem reunir as duas profissões. Dr. Ney faz parte desse seleto grupo de médicos do corpo e da alma.

 

Muitas vezes o remédio mais importante para o tratamento de seu paciente não se encontra nas farmácias. Ele é composto por respeito, carinho, dedicação e pode ser oferecido a cada consulta. Essas três palavras mágicas, “respeito”, “carinho” e “dedicação”, tão ausentes no mundo que vivenciamos, fazem parte de sua trajetória na medicina.

 

É uma simples homenagem que faço a um miracemense muito especial e merecedor de nosso agradecimento e respeito. Obrigado por tudo! 

 

Falando em homenagens, em vida são marcantes e inesquecíveis. Homenagens póstumas são apenas lembranças para os familiares.

 

No dia 29 de abril de 2018, durante os festejos de aniversário de Miracema, no encerramento do desfile cívico escolar, Dr. Ney foi ovacionado do início ao fim da Rua Marechal Floriano, reconhecimento esse por todos os serviços prestados em prol da medicina. As lágrimas que derramamos durante a caminhada foram de alegria por compartilhar a “alegria” dele ao lado de seus familiares e amigos. Sem palavras para descrever o que presenciamos naquele dia. A ideia dessa homenagem começou nas redes sociais e de imediato foi abraçada por todos.

 

Dr. Ney, o seu nome está gravado com letras douradas em nossos corações!