GEOVANI: O PEQUENO PRÍNCIPE

Reportagem da revista Placar de 1980

Geovani Silva nasceu em Vitória-ES, em 06 de abril de 1964. Meia de técnica primorosa, habilidade incomum e ótimo lançador, corria pouco, mas sempre de cabeça erguida. Protegia a bola como ninguém. Com 16 anos despontou no futebol capixaba defendendo a Desportiva, sendo campeão estadual de 1980. Choveram propostas de diversos times e o Vasco acabou vencendo a concorrência e levou o garoto, em 1981.  Ele foi direto para as categorias de base, mas logo foi alçado ao time principal e aos poucos foi conseguindo mostrar todo o seu talento.

Foi o grande destaque do Brasil no mundial de juniores realizado no México, em 1983, quando foi campeão e eleito o melhor jogador da competição. Em 1984 – conforme matéria da revista Placar – chegou a ser escolhido como o provável sucessor do Galinho. Esse tipo de comparação, muito comum até os dias de hoje, acaba sendo maléfica e coloca muita pressão no jovem que está iniciando sua carreira.

Geovani concedendo uma entrevista ao jornalista
miracemense Adilson Dutra, nos anos 80. 

Apesar de seus ótimos momentos no Vasco - tornando-se um ídolo incontestável - foi campeão carioca em 1982, 1987/88, 1992/93, não conseguiu na seleção principal mostrar tudo o que dele se esperava. Pelo Vasco disputou 408 jogos e marcou 49 gols. Na Seleção Olímpica conquistou a medalha de prata em 1988, nos Jogos de Seul. Atuou pela Seleção Brasileira em 23 jogos e marcou 5 gols, sendo 22 oficiais.

Jogou também no Bologna/Itália, Karlsbruhe/Alemanha, Tigres/México, XV de Jaú (SP), ABC (RN), Rio Branco (ES), Serra (campeão capixaba em 1999), novamente na Desportiva (campeão capixaba em 1980 e 2000), Tupy e Vilavelhense (ambos do Espírito Santos), onde encerrou a carreira em 2002.

Carregando a tocha olímpica em Vitória 

Depois de encerrar a carreira, Geovani foi acometido por uma doença rara, chamada Polineuropatia. A Polineuropatia é a disfunção simultânea de muitos nervos periféricos do corpo e possui muitas causas diferentes. As duas mais comuns são o câncer, que pode provocar a doença através da produção de substâncias tóxicas, e um tipo de infecção provocado por toxinas produzidas por bactérias. Ele já passou por diversas cirurgias nessa batalha contra a doença. 

Danilo Alvim, um dos grandes jogadores da história do Vasco, que fez parte do famoso "Expresso da Vitória", nos anos 40, recebeu o apelido de "Príncipe". Para diferenciar do Danilo, acrescentaram o "Pequeno" para homenagear o craque que despontava como uma grande promessa.