domingo, 29 de julho de 2018

ARTRITE DO JOELHO - POR VICTOR TITONELLI


A artrite do joelho mais conhecida como osteoartrose, é uma doença cada vez mais prevalente nos dias de hoje, sendo que cerca de 20% das pessoas acima de 60 anos apresentam artrite sintomática do joelho.

Quando em estágios avançados é uma doença altamente incapacitante e dolorosa, fazendo com que caia muito a qualidade de vida da pessoa, podendo ser até necessário passar por um procedimento cirúrgico - chamado artroplastia total de joelho, mais conhecido como prótese de joelho.

Entre os fatores que podem causar a doença encontramos o fator genético, obesidade, idade acima de 60 anos, lesões prévias no joelho - como fraturas - lesões de menisco e ligamentares, além de outras doenças como a artrite reumatoide.

Existem algumas modalidades de controle não cirúrgicos para essa doença, entre elas encontramos o ácido hialurônico que é injetado dentro da articulação. É um líquido com propriedades viscoelásticas, que promove uma maior lubrificação da articulação, aumentado a absorção de choque, diminuindo processos inflamatórios locais, melhorando a dor, além de aumentar a mobilidade articular, podendo com isso retardar o processo de evolução da osteoartrite. Geralmente o efeito da medicação dura em torno de 6 meses. 

Logicamente que associado a esse tratamento tem que ser feito o controle do peso, exercícios de fortalecimento muscular ao redor do joelho, além de atividades aeróbicas de baixo impacto, como natação e hidroginástica.

Caso apresente algum sintomas, tais como: dor, diminuição da mobilidade do joelho e inchaço, procure seu ortopedista, pois essa doença pode incapacitar e muito a vida da pessoa. 

Victor Titonelli é médico ortopedista especialista em Cirurgia do Joelho.
Trabalha no INTO – Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

O QUE PASSOU, PASSOU - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Nos primeiros dias do ano, percorro as ruas da cidade, olho as vitrines das lojas, vejo televisões de todos os tipos e tamanhos, vejo aparelhos de som com CD que roda horas e mais horas, telefones celulares, máquinas de lavar roupas, frízer de todos os tipos, carros, computadores, parabólicas e outras modernidades.

Transporto-me ao passado, nos idos anos 40 e 50, e vejo as ruas sem calçamento, os carros de bois com suas toadas, as charretes a transitar com fazendeiros e sitiantes, caminhões Ford e International, carros de passeio das marcas Mercury, Oldsmobile, Chevrolet, Pontiac; as bicicletas Philips, Sieger e Caloy. Ouvíamos as músicas com Orlando Silva, Vicente Celestino, Albenze Perronio, Jararaca e Ratinho, Emilinha Borba e Marlene. Tomávamos Vinho Reconstituinte Silva Araújo, Emulsão de Scott, rum creosotado, injeção de gadusam.

As bandas 15 de Novembro e 7 de Setembro tocavam no coreto do jardim, os bailes com as orquestras do Severino Araújo no Aero Club e no Salão Primavera, o cineminha do José de Assis, as tabuletas do Cinema 7 e do 15 anunciando os filmes em série, a Deusa do Joba, o Arqueiro Verde com Victor Jory, os faroestes com Bil Eliot. Rapazes usando óleo de lima e glostora no cabelo, os perfumes Madeira do Oriente e Leite de Rosas.

Os rádios eram chamados de rabo quente: precisavam esquentar para funcionar. Os bancos do jardim eram de madeira, tropas de burros carregadas de café. As torres da igreja matriz eram pequenas e caiadas de branco, as bonecas eram de pano e os brinquedos de madeira. Caneta Park, lousas, canetas tinteiro. Os armazéns eram de secos e molhados, hoje são supermercados. Existiam mais alfaiates e mais sapateiros. Os vereadores não tinham remuneração, os médicos vinham em nossas casas, os telefones ficavam pendurados na parede e tínhamos que tocar uma manivela e pedir o número à telefonista. Cuecas samba-canção e calça boca de sino, suspensórios, guarda-pós, sapato solão; fogão a lenha, panelas de ferro. Esperávamos o trem na estação, o casamento era duradouro, o soldado de nome Atleta com suas botas e perneiras lustrosas, o guaraná e a groselha do Lucas, ferro de passar roupa à brasa e o banho de bacia.

E nesse passar do tempo procuramos fabricar o mel das nossas alegrias, tentando saborear as pequenas felicidades que, às vezes, absorvemos durante o tempo em que convivemos com as pessoas de nosso relacionamento, e, ao começar o ano novo, pedimos a Deus que seja de paz. Que os jovens possam desfrutar de todos os bens que a vida moderna lhes oferece, que o futuro reserve para nós, os mais velhos, somente boas lembranças do que já vivemos. Que seja como o refrão da música: “O que passou, passou / Hoje não volta mais / Na minha Rua Direita / Os antigos carnavais”.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

BLOG ALMANAQUE (1958) – EM DOIS MINUTOS, TODO O ESPLENDOR DO FUTEBOL BRASILEIRO


Na estreia da Copa de 1958 o Brasil venceu com facilidade a Áustria por 3 x 0. No entanto, a atuação da equipe mostrou que o time ainda estava longe do ideal. A confirmação veio com o empate de 0 x 0 contra a Inglaterra. Bellini, Didi e Nilton Santos concordavam: já era tempo de se dar uma chance a Pelé. O garoto tinha apenas 17 anos, é verdade. Mas sangue novo também ajudava. Por último, o argumento do próprio Nilton Santos sobre Garrincha: “Joel e um bom jogador, aplicado, vivo, raçudo. Mas a gente precisa de um Garrincha para surpreender estes gringos. Sem Garrincha, acho muito difícil o nosso ataque furar certas defesas europeias.”

Feola ouviu, atento, as ponderações dos três – Bellini, Didi e Nilton Santos, jogadores pelos quais o treinador tinha grande respeito.  Foi então que decidiu escalar Zito, Pelé e Garrincha naquele jogo com os soviéticos. Saíram Dino, Mazola e Joel, os três “desfalques” que deixaram o técnico soviético muito otimista.

No dia 15 de junho, com o estádio em Gotemburgo recebendo mais de 50.000 pessoas, o maior público de toda a competição, o Brasil, com o “irresponsável” Garrincha, o “inexperiente” Pelé e o “desconhecido” Zito, entrava em campo para uma grande vitória.  

Os dois primeiros minutos daquela partida constituem um dos mais belos momentos da história do futebol brasileiro. Os dribles seguidos de Garrincha sobre o seu marcador e os demais que se multiplicavam à frente daquele fenômeno de pernas tortas, novos dribles de Garrincha, um chute de Garrincha na trave, o passe perfeito de Didi, o gol de Vavá – tudo em apenas dois minutos, para desmoronar o otimismo do esperançoso técnico soviético.  Seus informantes, da revista France Football, ninguém o avisara sobre aquele fantástico reserva de Joel. 

Naqueles dois minutos, o Brasil partira não apenas para uma vitória de 2 x 0 sobre os soviéticos, mas para a própria conquista do Mundial.  A Seleção, quase que por acaso, se definiu nesse jogo. O resto da bela história você já conhece.  

terça-feira, 24 de julho de 2018

O RETORNO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Chegou à velha estação hoje transformada em Rodoviária, desceu do ônibus onde vários táxis estavam estacionados, saiu andando, mas antes havia reparado que já não mais existia a Fábrica de Tecidos, apenas o esqueleto onde o São Martino se destacava com a sua capa corroída pelo tempo. Comprou uma revista e um jornal na Banca Souza e divisou ao fundo um o Posto de Urgência Médica do o Colégio Solange Moreira, além dos apartamentos do Iperj.

Reparou que no local onda havia o antigo Hotel Assis foi construído um supermercado. Continuando sua caminhada deparou-se com o Hotel Braga com a sua imponência dos velhos tempos, suas portas e fachada. Na Rua Direita várias butiques e três óticas. Construções novas contrastando com os antigos prédios da década de 20. Banco do Brasil, Banco Itaú, Caixa Econômica, Palace Hotel...

Ao chegar à Praça Dona Ermelinda, crianças ao sol brincavam no parque. A fonte não funcionava. Reparou que as árvores centenárias estavam mais bonitas, as palmeiras, algumas foram substituídas e os pés de jambo ainda esparramavam flores pelo chão.

No Jardim de Infância ouviu os gritos alegres das crianças. A praça em frente fora modificada, as árvores redondas e o coreto não mais existiam. O ipê havia sido cortado, a Igreja Matriz e a gruta lhe traziam boas recordações. Continuando sua caminhada reparou que n Praça Ary Parreiras foi erguido o prédio da Prefeitura. Na Rua Padilha havia três farmácias, duas padarias, um supermercado, três açougues, uma funerária e várias casas comerciais.

Pegou um ônibus e percorreu a cidade, viu como ela havia crescido. Visitou a Cehab, o velho Campo de Aviação, hoje transformado em Vila Nova, a UTIL (Unidade de Tratamento Intensivo do Lixo, a Escola Municipal de Música e o CAPS - Centro de Assistência Psicossocial).

Foi até a Volkswagen e ficou sabendo que a cidade tem cinco postos de gasolina, quatro academias de ginástica, três laticínios, sete marcenarias, treze farmácias, treze supermercados, três estádios de futebol, três agências de automóveis, três hotéis, sete creches municipais e mais três, em Flores, Paraíso e Áreas.

Visitou o Sítio do Bode e a Loja Maçônica onde faz parte desta instituição. Foi ao Horto Florestal, passou pelo Laboratório de Fitos sanidade, subiu até o Horto Florestal, visitou o Centro de Convivência dos Idosos, o Empório Rural, a Escola Municipal de Música, o Clube 15, Campestre, DEER, Cedae, Emop e ao novo Fórum. Visitou a Biblioteca Municipal e o Centro Cultural, onde se reúne a Academia Miracemense de Letras.

Visitou os dois Brizolões e dez escolas municipais na zona rural, seis escolas de ensino fundamental na zona urbana, três escolas de ensino infantil, o Instituto de Educação, três escolas estaduais, o Colégio Nossa Senhora das Graças, o Parque de Exposições, o Hospital, a Casa de Saúde e o Asilo São Vicente de Paula.

Dos amigos e conhecidos, muitos já haviam falecido. Ao retornar ao ônibus, retirou os óculos e enxugou as lágrimas, recordando o tempo que aqui viveu quando criança. Sabia que aquela seria a sua última vez a ver sua terra natal, Miracema.

domingo, 22 de julho de 2018

LÉO BATISTA: A VOZ MARCANTE DA TV BRASILEIRA


João Batista Belinaso Neto nasceu em 22 de julho de 1932, na cidade paulista de Cordeirópolis. Antes de começar no rádio, que era sua paixão na infância,  ele trabalhou como entregador de pão, garçom  e servente de pedreiro. Em 1952, saiu do interior paulista - onde trabalhou em algumas rádios e até narrou partidas de futebol -, e foi trabalhar na Rádio Globo, do Rio de Janeiro. Foi aí que ganhou o nome de Léo Batista. Na verdade, Léo veio do nome de sua irmã, Leonilda.

Em 1955, trocou de emprego e mudou-se para a extinta TV Rio, onde comandou por treze anos o “Telejornal Pirelli”, que foi um dos noticiários de maior sucesso na televisão. Chegou à Rede Globo em 1970 e logo se destacou devido ao seu estilo descontraído. Atualmente, é o apresentador em atividade mais antigo da emissora.

Léo Batista foi o locutor mais famoso do quadro “Gols do Fantástico”, exibido no programa dominical da Rede Globo.  Eram aproximadamente 15 minutos com os gols dos jogos do fim de semana e o gol da rodada. Nos anos 80, o quadro ainda ficou conhecido por incorporar a zebrinha, que apresentava os resultados da Loteria Esportiva. Os programas "Globo Esporte" e "Esporte Espetacular" são parte da história do apresentador na emissora. Inclusive, ele foi um dos criadores do programa "Globo Esporte".

Para surpresa de muitos ele ficou fora da cobertura dos Jogos Olímpicos do Rio. Léo não foi escalado porque a direção da emissora preferiu dar espaço aos mais jovens na transmissão. A sua voz marcante aparece nos intervalos dos jogos mostrando os gols da rodada. O seu clube de coração é o Botafogo.    

sábado, 21 de julho de 2018

O SAPATO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Um dos meeiros do Cícero Bastos, sabendo que o mesmo iria à Miracema fazer as compras do mês para a Fazenda Cachoeira, de sua propriedade, pediu que o mesmo comprasse um par de sapatos para o seu filho, e como não sabia o número, deu um pedaço de barbante como medida. O Cícero, vendo aquele pedaço de barbante, pensou: deve ficar aperetado, vou aumentar dois dedos na medida. E assim fez. 

Chegando a Miracema, foi direto na loja do Marcellino, chamou o Bazileu e deu a medida do barbante para a compra do sapato. O Bazileu pensou: para não haver erro, vou aumentar dois dedos, e passou a medida para o caixeiro.

O caixeiro, pegando a medida, pensou consigo mesmo: isto não vai dar certo, vou aumentar dois dedos para não haver devolução. E assim fez.

Quando o Cícero chegou à fazenda com o sapato para o garoto, que devia calçar 36, ao abrirem a caixa, verificou-se que era um par de sapatos 44 bico largo.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

FLUMINENSE: O TRICOLOR DAS LARANJEIRAS E SUA HISTÓRIA DE GLÓRIAS



O Fluminense foi o primeiro clube carioca fundado com o fito exclusivo na prática do futebol, pois até então, a regata é que dominava a preferência do público, juntamente com o crickt. O clube tricolor (que não era tricolor) foi fundado em 21 de julho de 1902, na Rua Marquês de Abrantes, nº 51, onde residia Horácio da Costa Santos, um dos fundadores da agremiação. A ideia partiu de um grupo que praticava futebol e foi consolidada no regresso desse grupo de São Paulo, onde foram jogar (perdeu as duas partidas por 1 a 0 e 3 a 0). Seis homens foram os principais responsáveis pelo nascimento do FLUMINENSE FUTEBOL CLUBE: Oscar Cox, Félix Frias, Victor Etchegaray, Louis de Nóbrega, Horácio da Costa Santos e Heráclito de Vasconcelos.

A primeira reunião, no dia 21 de julho de 1902, contou com a presença de Horácio a Costa Santos, Mário Rocha, Vaster Shuback, Félix Frias, Heráclito de Nóbrega, Artur Gibons, Virgílio Leite, Manoel Rios, Américo da Silva Couto, Eurico de Moraes, Victor Etchegaray, A. C. Mascaranhas, Álvaro Drolhe da Costa, Júlio de Moraes e A. H. Roberts, sendo todos considerados fundadores, sem regalias, no entanto. Na mesma reunião, foi aclamado como presidente Oscar Cox, tendo Manoel Rios como secretário.

A diretoria do Fluminense ficou assim formada: Presidente – Oscar Cox; Vice-presidente – Louis da Nóbrega; 1º Secretário – Mário Rocha; Tesoureiro – Domingos Moitinho. A primeira reunião da diretoria ocorreu no dia 25 de julho, na residência de Oscar Cox, à Rua São Salvador, nº 5.

O clube recebeu o nome de Fluminense por serem nascidos no Rio e no Estado do Rio, chamados, indistintamente, de fluminenses, embora, na época, já houvesse a separação de cariocas e fluminenses. Em 1º de agosto de 1902, foram aceitos mais 20 sócios, ainda como fundadores. O primeiro sócio contribuinte foi James Waltz Júnior, que foi admitido em 1º de maio de 1903. Os estatutos do clube foram examinados e aprovados na reunião do dia 17 de outubro de 1902.

O Fluminense, em 23 de julho de 1902, tentou alugar um terreno na Rua D. Mariana, para fazer o seu campo de futebol. O proprietário, Sr. Simoens da Silva, pediu Cr$ 300 de aluguel além de deixar por conta do clube todos os impostos a serem pagos, a partir da data do contrato. O Fluminense desistiu e em 17 de outubro conseguiu finalmente o terreno do Banco da República, na Rua Guanabara e que tinha 115m de largura por 135m de profundidade, pagando o aluguel de Cr$ 100 mensais. No ano seguinte o campo foi nivelado (custou Cr$ 3.800, pagos em 4 prestações) e em 1904 foram permitidas as primeiras partidas de futebol.

Para aparar o gramado, o Fluminense comprou uma ceifadeira na Inglaterra e um burro, para puxar a máquina. O burro (que tinha o apelido de “Faísca”) mereceu referência no relatório do clube em 1903. Assim: “o animal que compramos tem dado provas de resistência”.

Nos fundos do terreno havia a casa do vigia, que serviu para a primeira sede do Fluminense. Em 1905, Eduardo Guinle, então proprietário do terreno, construiu uma arquibancada no valor de Cr$ 25.500, ao mesmo tempo em que passava o aluguel para Cr$ 600, na época um dinheirão.

O primeiro uniforme do Fluminense era branco e cinza claro, com gola escudo no peito. Também branco e cinza com monograma em vermelho. Os calções eram brancos e as meias pretas, além do boné em cinza e branco, em listras horizontais. Os jogadores do primeiro time podiam usar bonés brancos e cinza, meio a meio, com o escudo do clube em ponto pequeno.

A torcida não gostou mesmo do uniforme a tal ponto que, no relatório do clube de 1902/03, a direção se viu forçada que emitiu a seguinte nota: “A diretoria não tem ideia coletiva quanto à mudança ou sustentação das cores atuais, mas acha que é de sua obrigação convocar a Assembléia Geral para se pronunciar a esse respeito”. E, em 1907, o uniforme já era trocado.

 A bandeira do Fluminense também era branca e cinza claro, dividido meio a meio por uma linha diagonal, com o escudo do clube em vermelho, na parte branca. Muitos não a consideravam bonita.

A primeira partida do Fluminense Futebol Clube aconteceu em 19 de outubro de 1902, no campo do Paissandu, contra o Rio Futebol Clube. O Fluminense formou com: Américo Couto, M. Frias e V. Etchegaray; Mário Rocha, Oscar Cox e W. Schuback; A. Simonsen, Eurico de Moraes, Costa Santos, H. Vasconcelos e Félix Frias.  O clube tricolor venceu por 8 a 0, gols de Costa Santos (3), H. Vasconcelos (2), F. Frias, Eurico de Moraes e A. Simonsen. Os convites para a partida foram publicados em inglês.

O primeiro jogo interestadual do Fluminense foi realizado contra o Sport Club Internacional, de São Paulo, em 06 de setembro de 1903. Logo depois, foi fazer uma excursão em São Paulo.  Foi o Fluminense o primeiro clube a lançar a ideia de uma Liga, para evitar que os jogadores não tivessem clubes certos, jogando onde e quando bem entendessem.

O primeiro jogo interestadual, em 1903
O tricolor foi o primeiro campeão carioca em 1906, e teve sua equipe base assim constituída: Waterman; V. Etchegaray, e Salmond; C, Portela, Buchan e Gulden; Osvaldo Gomes, Costa Santos. E. Cox, E. Etchegaray e F. Frias. Em 1911, uma parte dos jogadores descontentes com a política do clube desligou-se do Fluminense para forma a seção de futebol do Flamengo, que até então era apenas um clube de regatas.


Em 1915, o clube resolveu fazer uma nova sede, que custou Cr$ 30.500. Três anos após, começou a construir sua praça de esportes – no dia 22 de maio – já que havia se comprometido com a CBD a colaborar com o campeonato sul-americano de futebol. Assim comprou os prédios de nºs 15, 17, 19, 21, 23, 25, 27, 29, 31, 33, 35, 37, 39, 41 e 43 da Rua Retiro do Guanabara – atual Álvaro Chaves – e o prédio nº 92, fundos, da Rua Guanabara – atual Pinheiro Machado – por Cr$ 521.411,50. Para conseguir tal quantia o Fluminense criou um livro de ouro que, juntamente com uma outra lista, arrecadou Cr$ 91.195,00. O restante foi na base dos “papagaios”. 


Em 21 de janeiro de 1919 foi inaugurado o estádio do Fluminense, que além do campo de futebol, tinha ainda uma nova sede, piscina e linha de tiro. 

Raio X do Tricolor (dados atualizados até 20 de julho de 2022) 

Quem mais jogou: Castilho (698), Pinheiro (591), Telê Santana (558), Altair (542), Escurinho (490), Rubens Galaxe (463).


Quem marcou mais gols: Valdo (321), Fred (199), Orlando Pingo de Ouro (190), (189), Welfare (167), Hércules (165), Telê Santana (163), Russo (156), Preguinho (132).


Quem mais treinou o time: Zezé Moreira (497 jogos), Abel Braga (352), Ondino Vieira (266), Renato Gaúcho (202), Tim (166), Nelsinho Rosa (152), Parreira (148).





domingo, 15 de julho de 2018

ROMEU PELLICCIARI: BAIXINHO, GORDINHO, GENIAL E UM ÍDOLO DE PALMEIRAS E FLUMINENSE

Romeu e Lara


Partiu dele, talvez, a grande lição de que o futebol é antes de tudo um jogo de equipe, no qual as virtudes isoladas devem se unir pela força da solidariedade. Na época romântica da década de 30, o jogador brasileiro entrava em campo preocupado com o drible vistoso, o passe bonito e o chute espetacular, que arrancavam aplausos do público, mas nem sempre resultavam em vitórias. Romeu sabia fazer tudo isso, e bem, mas o drible, o passe e o chute eram, para ele, meros recursos de momento. Em noventa minutos de jogo, segundo sua concepção de futebol, o cérebro deveria trabalhar tanto ou mais que os pés. Fez-se, assim, um gênio estratégico, um jogador tático, um meia cujo talento estava a serviço não de sua glória pessoal, mas de toda a equipe.

No Palestra Itália (atual Palmeiras), no Fluminense ou na Seleção Brasileira, era sempre o mesmo: o corpo pouco atlético, um pouco acima do peso, a calvície precoce, tudo aquilo camuflando um futebol fino e clássico. Foi chamado de “homem-equipe” e viu a imprensa europeia destacá-lo entre os melhores da Copa do Mundo de 1938.

Romeu nasceu em Jundiaí (SP), em 26 de março de 1911. Morreu na capital paulista, aos 60 anos, em 15 de julho de 1971, tendo como causa uma úlcera. Filho de pais italianos, Romeu ficou  popularmente conhecido como o “Príncipe”. Tricampeão paulista pelo Palestra Itália em 1932, 33, 34 e 42, tricampeão carioca pelo Fluminense em 1936, 37 e 38 e bicampeão em 1940 e 41. No clube carioca, viveu os melhores momentos de sua carreira. Ainda hoje torcedores da velha guarda tricolor se recordam do ataque famoso que o clube conseguira formar: Pedro Amorim, Romeu, Russo, Tim e Carreiro. Marcou 91 gols em 200 jogos pelo Fluminense, com a impressionante marca de 194 jogos como titular.

Defendendo o Palestra Itália foram 106 gols em 150 jogos. Foi considerado por muitos o maior jogador da história do Palmeiras até o surgimento de Ademir da Guia. Após retornar ao Palestra em 1942, no ano seguinte foi para o Comercial (SP), onde assinou um contrato que não o obrigava a treinar e fazer regime, e por lá encerrou a carreira.

Romeu, Leônidas da Silva e Tim
Ausente da Copa do Mundo de 1934 – pois o Palestra Itália escondera seus jogadores das propostas profissionais da CBD – Romeu foi convocado para a Copa de 1938, na França.  Atuou em 13 jogos marcando 3 gols, todos oficiais.


sábado, 14 de julho de 2018

VICENTE ARENARI: UM ÍDOLO DO BAHIA QUE HOJE É SÓ SAUDADE...



Vicente Arenari Filho nasceu em Natividade, na região Noroeste do estado do Rio. Faleceu em sua cidade natal, em 14 de julho 2013, aos 78 anos, após um ataque cardíaco. Um mês antes de sua morte havia sofrido um AVC, que desde então o deixou internado e em estado grave.

Esse ex-lateral esquerdo de forte poder de marcação iniciou sua carreira nas categorias de base do Flamengo. Após uma breve passagem no time profissional do rubro-negro, ele se transferiu para o Bahia, jogando por seis anos no futebol da Boa Terra. Conquistou os títulos estaduais de 1956 e de 1958 a 1962. Foi campeão da Taça Brasil de 1959, derrotando o Santos na final. Foi campeão também do Torneio Norte-Nordeste de 1959 e 1961. A sua passagem pelo Bahia foi mais do que vitoriosa e fez dele um ídolo do torcedor Tricolor.
Vicente Arenari é o primeiro em pé, a partir da direita.


Posteriormente, em 1963, transferiu-se para o Palmeiras e uma séria lesão no joelho, que para a época, quase que decretava o final da carreira de um atleta. Ficou até 1965 e fez parte do grupo Campeão Paulista de 1963. Mesmo com o grave problema no joelho, atuou mais dois anos pelo Nacional da capital paulista, encerrando sua carreira em 1967, aos 32 anos.  

No mesmo Nacional iniciou sua carreira de técnico e trabalhou por muitos times até o final dos anos 90, entre os quais: Palmeiras, Botafogo-SP, Ferroviária, Santo André, Mogi Mirim, Saad, Caxias-RS, Esportivo-RS, Juventude-RS, Joinville, Figueirense, Chapecoense, Uberlândia, Americano, Goytacaz e Itaperuna. Vicente Arenari sempre gostou de trabalhar com as categorias de base e revelou muitos jogadores.

Após se afastar do futebol continuou residindo em São Paulo, e depois retornou à cidade natal, um lugar mais tranquilo, sem o agito da grande metrópole, para curtir seu merecido descanso e aposentadoria. Quem teve o prazer de conviver e gozar de sua amizade, as lembranças são as melhores possíveis de um cidadão íntegro, de um coração amável e de ótima prosa.

Seus irmãos, Capistrano, Clóvis e Raul Arenari, também são do meio esportivo, fixaram residência em Campos dos Goytacazes e trabalharam por muitos anos no futebol local. O Clóvis, por exemplo, foi presidente do Clube Esportivo Rio Branco, um dos quatro mais tradicionais da cidade.  


sexta-feira, 13 de julho de 2018

JORGINHO CARVOEIRO: UM JOVEM PROMISSOR QUE PERDEU A LUTA CONTRA O CÂNCER

Jorginho Carvoeiro, Ademir, Silva, Tostão e Amarildo
O capixaba Jorge Vieira, nascido em Castelo, em 11 de outubro de 1953, mais conhecido no meio futebolístico como Jorginho Carvoeiro, iniciou sua carreira no Bangu e aos 17 anos já havia jogado entre os profissionais. Um talento precoce que em 1971 foi convocado para a Seleção Brasileira de Amadores, que disputou e venceu o Torneio de Cannes, na França, sendo considerado pela imprensa francesa o melhor jogador da competição.
Em pé: Andrada, Miguel, Moisés, Alcir, Fidélis e Alfinete;
agachados: Jorginho Carvoeiro, Luiz Carlos, Zanata, Roberto e  Galdino.
Por indicação do ex-craque Zizinho, transferiu-se em 1972 para o Vasco, e logo conquistou a camisa 7 titular. Marcou o gol da vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 1, que deu ao Vasco o título do Campeonato Brasileiro de 1974. Depois passou a ter problemas de saúde e no ano seguinte, em abril de 1975, foi diagnosticado com uma leucemia, que abreviou sua carreira meteórica.
Dois anos após a descoberta, já muito debilitado pelo câncer, veio a falecer em 13 de julho de 1977, aos 23 anos. Tempos depois, sua viúva, Vanderleia, seria a última esposa de Mané Garrincha. 

terça-feira, 10 de julho de 2018

O JUIZ - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Júlio Tostes Machado era juiz de direito na Comarca de Miracema. Homem simples e popular, fundador e presidente da Cooperativa Agropecuária de Miracema, falava rápido e sem trava na língua, sendo sábio em suas decisões.

Waldemar Torres, delegado da cidade, também era boiadeiro de profissão. Usava terno branco e chapéu de abas largas. Certo dia foi procurar o Dr. Julinho (como era chamado na intimidade), para dar ciência de que dois moleques de dezessete anos haviam roubado uma tacha e dois rolos de arame na fazenda do Seudy Bernardino. Foram presos na venda do Germano, não queriam confessar o roubo, e ele, Waldemar, mandaria baixar a borracha no lombo deles.

Como eles se chamam? Perguntou o Dr. Julinho. É o Lico e o Neca, dois ladrõezinhos já conhecidos. O Lico ficou 10 dias em cima do forro da venda do João Siqueira comendo doces e conservas. Tomou uma caganeira tamanha que o João Siqueira mandou examinar o forro para ver se tinha algum gambá morto, mas só encontraram o Lico dormindo, com a barriga grande igual a uma cobra quando engole sapo.

Partiu o Dr. Julinho para a delegacia. Chamou os moleques e disse: Vocês confessam o roubo que eu não deixo o Waldemar bater. 

Assim, eles confessaram que haviam bebido muita cachaça, ficaram tontos e praticaram o roubo.

- Então, vocês vão ter que apanhar mesmo.
- Mas nós confessamos o roubo doutor!
-Mas se quem bebe cachaça tivesse que roubar, eu já estaria preso há muito tempo.



quinta-feira, 5 de julho de 2018

MUNDO TERÁ 3 BILHÕES DE POBRES ATÉ 2050, DIZ A ONU

Se investimentos em serviços públicos e na produção de alimentos não forem feitos nos próximos 40 anos, 1/3 da população mundial viverá sob condições precárias de moradia, alimentação, educação e saúde.

Até 2050, o número de pessoas vivendo em situação de pobreza deve triplicar e atingir a marca de três bilhões, segundo estimativas do Relatório Econômico Social. A estimativa é que até 2050 a população atinja 9 bilhões de pessoas, das quais 6,2 bilhões viverão em cidades. O estudo mostra que atualmente um bilhão de pessoas moram em bairros sem qualquer infraestrutura mínima, como água potável, saneamento, eletricidade, serviços básicos de saúde e educação. É necessário promover um enfoque completo para alcançar as metas de desenvolvimento.

Para que a estimativa de três bilhões de pessoas vivendo sob condições precárias não seja alcançada, a ONU sugere que as nações intensifiquem esforços voltados para a melhoria dos serviços de saúde e ampliação da produção de alimentos. Segundo o relatório, a produção de alimentos, por exemplo, terá de aumentar cerca de 70%, em escala mundial para garantir alimento às pessoas.

Dentro desse quadro lamentável do índice de pobreza no mundo, o Brasil ocupa a posição de nº 79 no ranking do IDH da ONU, de 2017.