terça-feira, 24 de julho de 2018

O RETORNO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Chegou à velha estação hoje transformada em Rodoviária, desceu do ônibus onde vários táxis estavam estacionados, saiu andando, mas antes havia reparado que já não mais existia a Fábrica de Tecidos, apenas o esqueleto onde o São Martino se destacava com a sua capa corroída pelo tempo. Comprou uma revista e um jornal na Banca Souza e divisou ao fundo um o Posto de Urgência Médica do o Colégio Solange Moreira, além dos apartamentos do Iperj.

Reparou que no local onda havia o antigo Hotel Assis foi construído um supermercado. Continuando sua caminhada deparou-se com o Hotel Braga com a sua imponência dos velhos tempos, suas portas e fachada. Na Rua Direita várias butiques e três óticas. Construções novas contrastando com os antigos prédios da década de 20. Banco do Brasil, Banco Itaú, Caixa Econômica, Palace Hotel...

Ao chegar à Praça Dona Ermelinda, crianças ao sol brincavam no parque. A fonte não funcionava. Reparou que as árvores centenárias estavam mais bonitas, as palmeiras, algumas foram substituídas e os pés de jambo ainda esparramavam flores pelo chão.

No Jardim de Infância ouviu os gritos alegres das crianças. A praça em frente fora modificada, as árvores redondas e o coreto não mais existiam. O ipê havia sido cortado, a Igreja Matriz e a gruta lhe traziam boas recordações. Continuando sua caminhada reparou que n Praça Ary Parreiras foi erguido o prédio da Prefeitura. Na Rua Padilha havia três farmácias, duas padarias, um supermercado, três açougues, uma funerária e várias casas comerciais.

Pegou um ônibus e percorreu a cidade, viu como ela havia crescido. Visitou a Cehab, o velho Campo de Aviação, hoje transformado em Vila Nova, a UTIL (Unidade de Tratamento Intensivo do Lixo, a Escola Municipal de Música e o CAPS - Centro de Assistência Psicossocial).

Foi até a Volkswagen e ficou sabendo que a cidade tem cinco postos de gasolina, quatro academias de ginástica, três laticínios, sete marcenarias, treze farmácias, treze supermercados, três estádios de futebol, três agências de automóveis, três hotéis, sete creches municipais e mais três, em Flores, Paraíso e Áreas.

Visitou o Sítio do Bode e a Loja Maçônica onde faz parte desta instituição. Foi ao Horto Florestal, passou pelo Laboratório de Fitos sanidade, subiu até o Horto Florestal, visitou o Centro de Convivência dos Idosos, o Empório Rural, a Escola Municipal de Música, o Clube 15, Campestre, DEER, Cedae, Emop e ao novo Fórum. Visitou a Biblioteca Municipal e o Centro Cultural, onde se reúne a Academia Miracemense de Letras.

Visitou os dois Brizolões e dez escolas municipais na zona rural, seis escolas de ensino fundamental na zona urbana, três escolas de ensino infantil, o Instituto de Educação, três escolas estaduais, o Colégio Nossa Senhora das Graças, o Parque de Exposições, o Hospital, a Casa de Saúde e o Asilo São Vicente de Paula.

Dos amigos e conhecidos, muitos já haviam falecido. Ao retornar ao ônibus, retirou os óculos e enxugou as lágrimas, recordando o tempo que aqui viveu quando criança. Sabia que aquela seria a sua última vez a ver sua terra natal, Miracema.

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