quarta-feira, 29 de março de 2023

FLA X FLU: 2º TEMPO DA DECISÃO FAVORÁVEL AO FLAMENGO


Um bate-boca na hora de escalar o time mudou o rumo do esporte no Rio de Janeiro. Quando os nove jogadores deixaram o Fluminense em 1911 para formar o departamento de futebol do Flamengo - um clube de regatas - não tinham ideia da força que estava surgindo. O Flamengo se tornou o time de maior torcida do Brasil.

Ao longo dos quase 112 anos de história do clássico mais charmoso do Brasil, o Flamengo foi campeão em cima do Fluminense em cinco finais, entre as treze disputadas até 2022. O número é inferior ao do rival, mas não a importância das conquistas, essenciais para dar a hegemonia rubro-negra no Campeonato Estadual.

Uma das decisões mais importantes do confronto, o título do Campeonato Carioca de 1963 foi parar na Gávea. A conquista teve significado especial por ter sido sob os olhos do maior público entre clubes no Brasil. Foram 177.020 e mais de 194 mil presentes no Maracanã para verem o empate em 0 a 0 que garantiu o título. Com a vantagem do empate, o Flamengo entrou para segurar o resultado e teve no goleiro Marçal o grande destaque.  A defesa mais importante foi no fim, aos 40 minutos do 2º tempo, quando Escurinho apareceu na área e tentou encobri-lo.  A torcida do Fluminense já tinha levantado para comemorar. Marcial com uma defesa incrível garantiu o grito de campeão.

Em 1972, o Flamengo voltou a ser campeão em cima do Fluminense ao vencer o último jogo do triangular (o Vasco estava eliminado) por 2 a 1, com gols de Doval e Caio Cambalhota no 1º tempo. Jair descontou para o Tricolor.

Passaram-se 19 anos para o Flamengo voltar a ser campeão em cima do Fluminense, em 1991, depois de amargar a perda de dois títulos para o rival nos anos 80.  Comandados pelo Maestro Júnior com seus 37 anos, os rubro-negros empataram em 1 a 1 o primeiro confronto decisivo e venceram o segundo com facilidade por 4 a 2, gols de Uidemar, Gaúcho, Zinho e Júnior. Ézio fez os dois do rival.

Após a perda do título de 1995, ano do centenário, os dois rivais voltaram a se enfrentar em uma final estadual em 2017, com o Flamengo vencendo por 2 a 1 (jogo de ida 1 a 0 Flamengo). Guerrero e Rodinei (Flamengo) e Henrique Dourado (Fluminense), os autores dos gols. Em 2020, mais um confronto decisivo com final feliz para o Flamengo, que venceu por 1 a 0 (jogo de ida 2 a 1 Flamengo), gol de Vitinho.

Em 2021, o Flamengo sagrou-se tricampeão carioca ao vencer novamente o Tricolor por 3 a 1 (jogo de ida empate em 1 a 1). Gabriel Barbosa (dois gols) e João Gomes marcaram para o Flamengo. Fred assinalou o único gol do adversário.  

Jarbas e o Mestre Júnior são os recordistas de jogos contra o Fluminense: 48. Ele, o Galinho Zico, o maior artilheiro, com 19 gols em 44 jogos.


segunda-feira, 27 de março de 2023

FLA X FLU: 1º TEMPO DA DECISÃO FAVORÁVEL AO FLUMINENSE


O Fluminense já era grande quando seus principais jogadores trocaram de lado para criar o futebol no Clube de Regatas do Flamengo.  Uma história que começou em 7 de julho de 1912, nas Laranjeiras, com uma surpreendente vitória do enfraquecido tricolor por 3 a 2. Estava criada a mística do Fla-Flu, que ainda não tinha este nome (só viria a surgir em 1925).  

Flamengo e Fluminense já decidiram treze vezes o Campeonato Carioca. O Campeonato de 1983 foi um triangular junto com Flamengo e Bangu. O que somasse mais pontos seria o campeão. Num dos tópicos abaixo faço o resumo do ocorrido. Quando os tricolores pensam em decisão com o Flamengo, a primeira coisa que vem à cabeça é uma volta olímpica. Nos confrontos decisivos contra o rival, o Tricolor venceu oito. O Flamengo diminuiu a diferença com as conquistas de 2017, 2020 e 2021. 

A última ocorreu em  2022 com o empate de 1 a 1, após a vitória do Fluminense no jogo de ida por 3 a 1. No segundo jogo decisivo os gols foram marcados por Gabriel (Flamengo) e Cano (Fluminense). 

A primeira final entre Fla e Flu foi em 1919, e o Tricolor foi campeão vencendo por 4 a 0. Machado (2), Welfare e Bacchi os artilheiros da decisão. Foi a décima quarta edição do Campeonato Carioca e o Fluminense conquistava seu oitavo título, garantindo o tricampeonato pela primeira vez. Em 1936, como chegaram ao final empatados em pontos, o campeonato foi decidido em três partidas extras, em dezembro do mesmo ano. No primeiro empataram em 2 a 2. O Fluminense venceu o jogo seguinte por 4 a 1. Com o empate de 1 a 1 no terceiro e último confronto, o título ficou nas Laranjeiras. Leônidas da Silva (Flamengo) e Hércules (Fluminense) foram os autores dos gols. 

Em 1941 os dois times fizeram um jogo histórico no campo da Gávea para decidir o Campeonato Carioca.  O Tricolor precisava do empate e fez 2 a 0 com Pedro Amorim e Russo.  O Flamengo empatou com gols de Pirilo e partiu pra dentro em busca da vitória, único resultado que lhe interessava.  Porém, para fazer o tempo passar, os jogadores do Fluminense isolavam a bola na Lagoa Rodrigo de Freitas, esfriando a reação. No fim, o Flu levou a taça com o empate.  

Em 1969, outra vitória sobre o rival na decisão. O brilho foi do atacante Flávio. Já no fim do jogo, com o placar em 2 a 2, ele acertou um belo voleio, de perna direita, para fazer o gol da vitória. Wilton, Claudio Garcia e Flávio (marcaram para o Fluminense). Liminha e Dionísio (para o Flamengo). O velho Maracanã recebeu mais de 170 mil torcedores naquele 15 de junho. Na decisão de 1973, Dionísio fez dois gols nos 4 a 2 sobre o Flamengo. Dario balançou as redes duas vezes e empatou. Manfrini e Toninho deram números finais ao jogo. 

Em 1983 um triangular com a participação de Bangu, Flamengo e Fluminense decidiu a competição. No primeiro jogo o Fluminense empatou com o Bangu em 1 a 1. Paulinho e Marinho fizeram os gols, respectivamente. No confronto seguinte, vitória de 1 a 0 sobre o Flamengo, com Assis marcando nos acréscimos. Com esse resultado, o Flamengo estava eliminado. Ao Fluminense, restava torcer pela vitória do Flamengo no jogo contra o Bangu, o último do triangular. Caso contrário haveria um jogo extra entre Fluminense e Bangu. O Flamengo venceu por 2 a 0 e o Fluminense comemorou o título.

Em 1984, mais uma vez o herói foi Assis, autor do gol na vitória por 1 a 0. O Tricolor foi bicampeão graças aos gols do Carrasco. 

Em 1995, Renato Gaúcho colocou a barriga na frente de uma bomba de Aílton (na súmula da partida consta gol de Aílton) para decretar o fim do jejum – o Fluminense não era campeão carioca desde 1985.  Depois de abrir 2 a 0 (gols de Renato Gaúcho e Leonardo), o Flamengo empatou o jogo (gols de Romário e Fabinho) e o título seria do time da Gávea com esse resultado.  Os rubro-negros gritavam “é campeão!”, mas a barrigada de Renato acabou com a festa e colocou água no chope do centenário do Flamengo.

Castilho é o jogador que mais atuou pelo Fluminense nesse confronto: 45 jogos. Hércules o maior artilheiro, com 14 gols em 25 jogos. 

Nota do Blog: continua com o 2º tempo favorável ao Flamengo...

sábado, 18 de março de 2023

FERNANDO VANNUCCI: ALÔ, VOCÊ!

 


O jornalista Fernando Vanucci, mineiro de Uberaba, que nos deixou no dia 24 de novembro de 2020, aos 69 anos, era uma figura muito carismática e marcou sua presença no meio esportivo com suas aparições quase que diárias nos programas esportivos da Rede Globo, precisamente entre o final dos anos 1970 e na década de 90. Particularmente cresci acompanhando os noticiários esportivos na voz do Vannucci. Naquela época o Globo Esporte tinha uma audiência muito grande.

 

Nascido em 5 de março de 1951, Fernando Vannucci começou a trabalhar quando tinha quinze anos, na Rádio Sociedade, em sua cidade natal. Em seguida, foi para a Rádio Sete Colinas, apresentando o programa Pintando o Sete. Na mesma emissora, começou a fazer carreira como repórter esportivo. Aos vinte anos foi contratado pela Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Transferiu-se para a Rede Globo, primeiro em Minas Gerais, de 1973 até 1977, depois para a Central Globo do Rio de Janeiro. Na Globo apresentou vários telejornais. Foi por esta emissora que cobriu seis Copas do Mundo: de 1978 a 1998. O destaque fica para a Copa do México, onde à frente do programa Copa 1986, criou o bordão que se tornaria sua marca registrada: "Alô Você". Também na Rede Globo, cobriu os Jogos Olímpicos de 1980 a 1996, e foi o âncora das transmissões do Carnaval carioca de 1985 a 1999.  

 

Ainda em 1999, no mês de abril, estreou no Show do Esporte da TV Bandeirantes, onde ficou até 2001, além de ter feito também a cobertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 2000, em Sidney, na Austrália. Em 2002, esteve na Rede Record, até ser contratado em fevereiro de 2003 pela RedeTV! para narrar as provas da antiga Fórmula Mundial e apresentar o TV Esporte. Em setembro de 2004 trabalhou na cobertura dos Jogos Paraolímpicos de Atenas e depois passou a narrar partidas pela Superliga de Vôlei.

 

No fim de fevereiro de 2005, começou a comandar o RedeTV! Esporte, a princípio ao lado de Roberto Avallone, e posteriormente com Cristina Lyra. Ele também foi apresentador do programa esportivo de debates Bola na Rede, aos domingos à noite. Em 2011, deixou a Rede TV, ao final de seu contrato e foi cuidar de sua empresa de comunicação. Em agosto de 2014, passou a fazer parte da equipe da Rede Brasil de Televisão, onde foi o editor de esportes.

 

Voltando a 2006, naquele ano Vannucci foi internado após terem sido descobertos vários problemas no seu coração. Submeteu-se a um cateterismo e após, a uma angioplastia, mas recuperou-se rapidamente. Em abril de 2019, sofreu um infarto, o que exigiu a colocação de um marca-passo. Em 24 de novembro de 2020, em Barueri (SP), sofreu um novo infarto, tendo sido socorrido, mas não resistiu vindo a falecer.

 

Tive o prazer de um breve contato com Vannucci, via Messenger, em abril de 2015, quando solicitei dele uma mensagem de carinho para o jornalista José Maria de Aquino, com quem ele havia trabalhado na Rede Globo, que seria homenageado em sua cidade natal com o recebimento de uma Comenda. Ele foi de uma gentileza e boa vontade acima do comum, ainda mais lidando com um estranho que, fazia um pedido, até inusitado, que prontamente foi aceito, e ele até brincou que a cidade de Miracema era muito conhecida nos corredores da Poderosa, graças ao José Maria de Aquino e ao também conterrâneo José Itamar de Freitas, que por muitos anos comandou o Fantástico.

 

Abaixo transcrevo sua homenagem ao Mestre:

"José Maria de Aquino, um dos mais importantes companheiros que tive em minha vida profissional. Aprendi muito com ele, sempre tranquilo, calmo, com aquela fala mansa, mas cheia de experiência. Parabéns e um grande abraço Zé. Deus lhe abençoe."

 

Fonte: Wikipédia com acréscimos.

quarta-feira, 15 de março de 2023

DÉ: O ARANHA

 


Nascido em Paraíba do Sul-RJ, em 16 de abril de 1948, Domingos Elias Alves Pedra foi um atacante rápido, oportunista e irreverente, mas acima de tudo, malandro. Fez sucesso no Vasco ao lado de Roberto Dinamite (campeão brasileiro em 1974). Vestiu a camisa do Vasco em 197 jogos e marcou 73 gols. Teve bons momentos no Botafogo, no final dos anos 70, na cia do meia Mendonça.


Iniciou sua carreira no Olaria e logo foi contratado pelo Bangu. Pelo time banguense marcou 35 gols em 131 jogos. Também jogou por Sporting (campeão português e da Copa de Portugal em 1975), América (RJ), Al Helal (campeão árabe em 1981), Bonsucesso, Rio Branco (campeão capixaba em 1983) e Desportiva Ferroviária – jogou por empréstimo na Taça de Ouro de 1984 (ambos do Espírito Santo), onde encerrou a carreira, em 1985, sendo campeão capixaba novamente pelo Rio Branco. Tornou-se técnico e dirigiu diversos times pelo Brasil. Atualmente trabalha no rádio como comentarista esportivo.


HISTÓRIAS DO FUTEBOL COM DÉ ARANHA...


Vasco x Bangu – O juiz Nivaldo dos Santos expulsa Renê. Dé, que já está no Vasco, não gosta. Parte pra cima do juiz e protesta. Quando vê o cartão amarelo surgir em suas mãos ensandece. “Tomei o cartão da mão dele e rasguei-o a dentadas. Nivaldo parou, de olhos esbugalhados. Joguei o cartão e saí. Expulso".

 

Bangu x América – Dé apanhando que nem boi ladrão do beque Tião. O técnico Flávio Costa percebe que ele está se irritando e tira-o de campo, para evitar sua expulsão. Dé sai e fica zanzando por ali. Enquanto o substituto não entra, Dé volta ao campo e soca Tião. Foi expulso. “É, mas fiquei com a alma lavada".

 

Bangu x Vasco – Escanteio no finzinho do jogo. Dé enche a mão de areia e fica junto de Andrada, esperando a cobrança de Aladim. Quando a bola sobe, joga areia na cara do goleiro e cabeceia para o gol vazio. Bangu, 1 a 0. “Os caras, em vez de reclamar do juiz, vieram para cima de mim. Até hoje estou correndo do pau".

 

Bangu x Flamengo – Dé está com um gelo na mão e Reyes tem a bola nos pés. Quando o gringo se apronta para chutar, Dé joga a pedra de gelo na bola, que desvia e fica à feição do atacante. Toda a defesa do Flamengo para, surpresa, e Dé avança tranquilo e marca o terceiro gol do Bangu.

 

terça-feira, 7 de março de 2023

LUIZ CARLOS: O "TATU"

 


Luiz Carlos Silva Lemos, mais conhecido como “Luiz Carlos Tatu”, nasceu em Três Irmãos, distrito de Cambuci-RJ, em 11 de agosto de 1947. Algumas fontes registram seu local de nascimento na capital carioca e até em Itaocara, cidade que faz divisa com Cambuci. Esclarecendo geograficamente o fato, através do Decreto-lei Estadual nº 1.056, de 31/12/1943, o município de Cambuci adquiriu o distrito de Três Irmãos do município de Itaocara.


Outro detalhe sobre o Luiz Carlos é a afirmação de algumas pessoas que ele é irmão de César Maluco, Caio e Lusinho Lemos. Acho que tal comentário baseia-se em cima do sobrenome “Lemos”. Não existe nenhum tipo de parentesco entre eles. Esse tema já foi motivo de muitas “discussões” nas redes sociais.  


Luiz Carlos foi revelado no Paduano, de Santo Antônio de Pádua-RJ, cidade próxima a Cambuci. Em fevereiro de 1967 foi para o juvenil do Flamengo e de cara conquistou o título carioca da categoria. Em 09 de julho do mesmo ano fez sua estreia no time profissional. Parecia ter um futuro brilhante na Gávea. Mas não foi isso que ocorreu e permaneceu no clube até 13 de fevereiro de 1969, quando fez seu último jogo pelo rubro-negro. Marcou 15 gols em 66 jogos. Ficou um bom tempo afastado após sofrer uma fratura no pé esquerdo.


Foi negociado com o Vasco e ficou em São Januário até 1976, marcando 26 gols em 222 jogos. No Gigante da Colina atravessou o seu melhor momento, sendo campeão carioca em 1970 e do brasileiro em 1974. Jogou por empréstimo no Cruzeiro na temporada de 1972 e conquistou o título mineiro daquele ano. No início de 1977 foi envolvido no famoso troca-troca promovido pelo presidente do Fluminense, Francisco Horta, chegando ao Tricolor trocado por Dirceu. A Máquina Tricolor passava por uma reformulação e os resultados esperados não vieram. Ficou até outubro de 1978 e marcou 9 gols em 88 jogos.


Jogou ainda no Campo Grande, uma rápida passagem pelo Bangu e no Olaria.