quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

PELÉ EM DADOS & NÚMEROS

 


Escrever sobre o Rei Pelé e falar de sua genialidade e de todos os seus feitos dentro de campo, chega a ser repetitivo, mas, convenhamos, os números estão aí para comprovar o seu Reinado.

 

Edson Arantes do Nascimento, mineiro de Três Corações, onde nasceu em 23 de outubro de 1940, ainda é o maior gênio que o futebol produziu. Só o tempo dirá se vai aparecer outro com os mesmos números e conquistas. Fazia tudo com perfeição – da cabeçada ao lançamento, do chute ao drible inventado na hora, da tabelinha à proteção da bola. Ninguém marcou tantos gols ou conquistou tantos títulos. Ninguém foi mais completo, mais atleta e mais profissional.

 

Mudou a história do Santos e a própria história da evolução tática do esporte. Foi eleito o Atleta do Século, em 1980, por jornalistas do mundo inteiro. Atuou no Santos (campeão paulista em 1956/58/60/61/62/64/65/67/68/69 e 73, do Rio-São Paulo em 1959/63/64 e 66, da Taça Brasil em 1961/62/63/64 e 65, da Taça Libertadores e do Mundial em 1962 e 63 e do Roberto G. Pedrosa em 1968) e no Cosmos/Estados Unidos (campeão norte-americano em 1977). Participou das Copas do Mundo de 1958/62/66 e 70, sendo campeão em 1958, 1962 e 1970.

 

Voltando ao seu tempo de criança, até os cinco anos o apelido de Édson era Dico. Só começou a ser chamado de Pelé quando se mudou para Bauru. Em 1943, seu pai jogava por um time de Minas, e o goleiro, Bilé, impressionava o garoto, que sempre gritava: “Defende, Bilé”. Quando foi para o interior paulista, nas peladas, Édson ficava no gol e a cada defesa que fazia gritava: “Bilé”. A pronúncia às vezes errada e o sotaque mineiro ajudaram a transformar Édson em Pelé.

 

Antes de Pelé, o número das camisas de futebol era usado meramente para identificar os jogadores. Só que tudo isso mudou quando aquele brasileiro de apenas 17 anos assombrou o mundo na Copa de 1958. Porém, a escolha de Pelé para vestir a camisa 10 da seleção aconteceu por mero acaso, através da escolha de um dirigente uruguaio, presente na sede FIFA na ocasião, que nem conhecia os jogadores brasileiros. Detalhe: os dirigentes do Brasil se esqueceram de enviar a numeração dos atletas inscritos, por isso que a escolha foi feita por um membro da entidade.

 

Seus números:

 

Santos: 1.116 jogos e 1.091 gols

Cosmos: 108 jogos e 65 gols

Seleção: 114 jogos e 95 gols, sendo 91 oficiais com 77 gols marcados.

 

Foi artilheiro do Campeonato Paulista em 11 oportunidades: de 1957 a 1965, 1968 e 1973. É dele o recorde de 58 gols marcados no certame de 1958.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

LICO: UM CURINGA DE RARA ESPÉCIE

 


Antônio Nunes, mais conhecido como Lico, nasceu em Imbituba-SC, em 09 de agosto de 1951. Atacante de boa técnica, rápido nos deslocamentos, eficiência nos passes e de uma impressionante movimentação em campo. Era uma espécie de curinga, pois fazia a função pelos lados do campo com a mesma objetividade.

Só conseguiu um destaque maior depois dos trinta anos, quando fez parte do grande time do Flamengo do princípio dos anos 80, onde viveu seu grande momento. Resumindo: caiu como uma luva no rubro-negro.

Atuou no América (SC), Grêmio, Figueirense, Marcílio Dias, Avaí, Joinville (tricampeão catarinense em 1978/79/80) e Flamengo – 129 jogos e 17 gols (campeão carioca, da Libertadores e do Mundial em 1981, e bicampeão brasileiro em 1982/83).

Os problemas médicos foram cruciais para o encerramento de sua carreira, em 1984, aos 33 anos. Após duas cirurgias no joelho, Lico não teve mais condições físicas de continuar jogando profissionalmente. Propostas não faltaram para dar continuidade à carreira, até de clube grande. 

domingo, 25 de dezembro de 2022

JAIRZINHO: O FURACÃO DA COPA

 


Jair Ventura Filho nasceu em Duque de Caxias-RJ, em 25 de dezembro de 1944. Atacante de arrancadas fulminantes, dribles largos e estilo impetuoso, entrou para a história como o “Furacão da Copa”, apelido que ganhou durante a campanha do tri, em 1970, onde foi muito importante pra conquista. Fez sete gols nos seis jogos. Continua sendo o único jogador a marcar um gol em todos os jogos de uma edição de Copa do Mundo. É um feito que merece registro e tem que ser valorizado em nosso país. Jairzinho não foi coadjuvante na conquista do tri.


Marcou época no Botafogo, atuando em 413 jogos e assinalando 189 gols. É o quinto maior artilheiro da história do Glorioso da Estrela Solitária. Jogou no Botafogo (campeão do Rio-São Paulo em 1964 e 66, do carioca em 1967 e 68, e da Taça Brasil em 1968), Olympique de Marselha/França, Cruzeiro (campeão da Taça Libertadores em 1976), Portuguesa de Acarígua (campeão venezuelano em 1977), Noroeste (SP), Fast (AM), Nacional (AM), Jorge Wilstermann (campeão boliviano em 1979) e Nove de Outubro/Equador. Retornou ao Botafogo em 1981 para encerrar a vitoriosa carreira.


Recém-saído do juvenil, Jairzinho recebeu no Botafogo uma tarefa das mais complicadas: substituir Mané Garrincha. Não foi fácil, mas Jair deu conta do recado, trocando mais tarde a camisa 7 pela 10. Em 2011, foi inaugurada sua estátua na entrada do Engenhão, ao lado das estátuas de Garrincha e Nilton Santos. Unia doses excepcionais de técnica, velocidade, força, preparo físico e valentia, características que o imortalizaram como um dos maiores ídolos do Botafogo.


Participou das Copas do Mundo de 1966/70 e 74, sendo campeão em 1970. Disputou 100 jogos pelo Brasil e marcou 40 gols, sendo 81 oficiais e 35 gols.

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

LORICO: UMA CARREIRA DURADOURA DENTRO DE CAMPO

 


Paulista de Santos, onde nasceu em 10 de dezembro de 1940, João Farias Filho, mais conhecido como Lorico, um líder nato e um volante com estilo clássico, que jogava com técnica e inteligência no setor.


Lorico iniciou a sua carreira na Portuguesa Santista, em 1959. Em 1961, ele chegava ao Vasco para jogar ao lado de grandes nomes. Com tudo isso, a década de 60 foi um período em que o time carioca passou por uma fase ruim e mesmo assim ele conseguiu mostrar todo o seu talento. Pelo Vasco marcou 34 gols em 198 jogos. Em 1966, de volta ao futebol paulista defendeu a Prudentina.


Um ano depois, segue para a Portuguesa de Desportos, permanecendo na Lusa até 1972, quando foi dispensado pelo então presidente da Oswaldo Teixeira, acusado, entre outras coisas, de “superado”, pelo mandatário do clube.


Depois da Lusa, Lorico passou ainda pelo Noroeste, de 1973 a 1976, até chegar, aos 36 anos de idade, ao Botafogo de Ribeirão Preto e presenciar o surgimento do craque Sócrates, que sempre deixou claro o quanto Lorico o influenciou em seu comportamento dentro dos gramados no início de sua carreira.


No ano de 1978, ainda atuando pelo Botafogo, Lorico encerra sua carreira de atleta profissional, uma das mais duradouras do futebol brasileiro.


Lorico jogou no Vasco ao lado de Paulinho, Bellini, Orlando, Coronel, Sabará, Pinga, entre outros. Na Portuguesa de Desportos, ao lado de Félix e presenciou o surgimento de Zé Maria, Leivinha e Basílio, e certamente ensinou muitas coisas boas aos garotos.


No dia 20 de dezembro de 2010, aos 70 anos, Lorico faleceu vítima de complicações devido a um câncer de próstata, em Santos, interior paulista.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

ALEX: UM SÍMBOLO DO AMÉRICA

 

                                                                                           Foto Agência O Globo

Filho de ucranianos e nascido em Hanover, na Alemanha, em 09 de dezembro de 1945, Alexandre Kammianek veio para o Brasil em 1948 e naturalizou-se brasileiro em 1970, quando fez parte da lista dos 40 pré-convocados para a fase de preparação da Copa do Mundo daquele ano, mas acabou cortado sem chegar a vestir a camisa canarinho, sob o comando do técnico João Saldanha.

Em entrevista recente ao blog, assim ele descreveu esse fato: “Eu estava na lista entre os 40 convocados com o técnico João Saldanha e Zagallo. Foi um privilégio ser lembrado, mas como eu era naturalizado e não havia esse intercambio no futebol como o de hoje, acabei não sendo mais lembrado”.  


É um dos grandes ídolos da história do América (RJ), pelo qual jogou 673 partidas entre os anos de 1967 e 1979, e foi campeão da Taça Guanabara em 1974.


O seu respeito pelo time carioca era tanto que quando encerrou sua passagem como jogador do clube, em 1979, incluiu em seus novos contratos uma cláusula que o proibia de enfrentar o América: Foi a maneira que encontrei para demonstrar meu respeito e amor ao clube e à sua torcida ao qual defendi por 13 anos em 673 jogos”.


Após receber passe livre, defendeu o Sport Recife (campeão pernambucano em 1980, onde disputou dois dos três turnos da competição), América (campeão potiguar em 1980), e Moto Clube (campeão maranhense em 1981), encerrando a carreira no São Cristóvão, em 1982.


Vale lembrar que o Alex iniciou a sua trajetória no interior gaúcho, atuando no Clube Esportivo Aimoré, de São Leopoldo, em 1965 e 1966. Chegando ao Rio, em 1967, treinou no Vasco antes de ingressar em definitivo no América: Cheguei ao Vasco devido ao zagueiro Brito estar se transferindo para o Santos, mas não houve acerto e ele retornou. Como eu estava me destacando nos treinos sob o comando do técnico Zizinho, este me indicou ao America-RJ”.


Jogando pelo América recebeu o Troféu Belfort Duarte por atuar 10 anos sem ser expulso. Um prêmio raro para qualquer jogador de futebol, ainda mais difícil para um zagueiro: O meu segredo sempre foi a lealdade e o respeito ao adversário e não reclamar dos árbitros através de gestos”.


Esse fato apenas comprova o quanto Alex praticou um futebol, não apenas de técnica apurada, mas de muita lealdade e respeito com os adversários. Esse respeito é mútuo e o mesmo pode ser dito com os torcedores dos times rivais.


Assim Alex encerrou a entrevista: Obrigado pelo carinho das torcidas, inclusive adversárias, que mesmo após mais de 40 anos que deixei o futebol como atleta e ainda ser lembrado pela minha conduta profissional. Não fiz mais que minha obrigação, a disciplina e a lealdade sempre fizeram parte da minha vida”.

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

TARCISO: O FLECHA NEGRA

 


José TARCISO dos Santos é mineiro de São Geraldo, onde nasceu em 15 de setembro de 1951. No América carioca, equipe que iniciou a carreira, e nos primeiros anos de Grêmio, Tarciso jogava de centroavante. Mas em 1976, resolveu mudar para a ponta direita e com isso transformou-se num dos grandes jogadores e ídolos da história do time gaúcho. É o jogador que mais entrou em campo e o segundo maior artilheiro com a camisa gremista, com 721 jogos e 212 gols marcados. Só perde na artilharia para o Alcindo, que marcou 230. Era um atacante tão veloz que ficou conhecido como “Flecha Negra”.


Jogou no Grêmio de 1973 a 1986 (campeão gaúcho em 1977/79/80/85/86, do brasileiro em 1981, da Libertadores e do Mundial de Clubes de 1983). Depois seguiu carreira no Goiás, Cerro Porteño/Paraguai, Coritiba, Goiânia e São José (RS), onde encerrou a carreira em 1990.


Foi preterido por Cláudio Coutinho e não disputou a Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Fez parte de todo o período de treinamento com o grupo e ficou fora da relação final. Vestiu a camisa do Brasil em 8 jogos e marcou um gol, sendo 6 jogos oficiais.


Tarciso morreu aos 67 anos, em 5 de dezembro de 2018, na capital gaúcha, vítima de um tumor ósseo. Quando de seu falecimento exercia o terceiro mandato consecutivo de vereador em Porto Alegre.