sábado, 30 de julho de 2016

RIO OLÍMPICO PRA QUEM?


Promessas de melhorias que os moradores de favela não viram na zona norte do Rio.

Eles se negam a reconhecer o Rio de Janeiro como uma cidade olímpica. As melhorias provocadas pelo evento passam longe de suas casas. Anfitriões, sentem-se excluídos dos Jogos.

“Olimpíadas, que Olimpíadas? Nunca teve nada disso por aqui, não”, diz Turia Matos, 62, da favela de Manguinhos. “A única coisa que mudou foi a fachada das vias expressas que eles tamparam para que as pessoas de fora não possam ver”, diz Liliane de França, 35, do Complexo da Maré. “Existem duas áreas que são de concentração olímpica. E essas áreas não são o Rio de Janeiro”, reflete Mariluce de Souza, 34, do Complexo do Alemão.

O Rio foi eleito para sediar os Jogos em 2009, com a promessa de que entregaria uma cidade “nova e melhor” para a população. Sete anos depois, a zona oeste ganhou faixas exclusivas de ônibus, no centro o VLT chama a atenção de turistas e moradores e até setembro o metrô deve abrir um prolongamento ligando a região à zona sul. Também foi erguido um Parque Olímpico, que deve ser entregue à iniciativa privada, e a zona portuária teve parte de sua estrutura remodelada.

No início de julho, o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes, declarou ser “loucura dizer que não foram feitos investimentos nas áreas mais pobres da cidade”.

No entanto, dentre os 161 bairros em que se dividem os mais de 6 milhões de moradores, são poucos os que podem ostentar mudanças dignas do título de legado. E é justo nas áreas mais pobres, especialmente na zona norte da cidade, que a palavra tem menos eco.

Foi pensando no Rio que passa longe da televisão e dos roteiros tanto dos Jogos quanto dos turistas que devem lotar a capital fluminense a partir da próxima semana que o UOL visitou três das áreas com menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do município a fim de entender até que ponto a cidade merece o adjetivo "olímpica".


UOL Notícias 

UM AMOR DENTRO DE UM CARRINHO DE MÃO - POR BEBETO ALVIM

Defronte ao Hotel Braga (na curvinha), o “Nefá” (Nafaa Murched El Khoury) tinha sua loja de material de construção e assimilados. Tinha até “carrinho de mão”. Eu já trabalhava no Hospital. Eu e minha irmã Neuza Maria. Controlávamos e pagávamos as contas. Inclusive as feitas naquela loja. Até aí tudo bem não fosse o Joel de Oliveira, na virada de 1971 para 1972 (ele estava lá desde que... não sei!).

Normalmente, o Provedor, Dr. Salim Bou-Issa, tinha as pessoas de sua confiança que faziam as compras. Surpreendeu-me a determinação da compra de um “carrinho de mão”??? (já existiam carrinhos por lá).

Lógico, que eu não iria questionar. Entretanto, sapiente e de grande tirocínio, ele observa a minha curiosidade e diz para eu ir àquela loja e pagar à vista e diretamente ao dono, a quem eu conhecia bem.

Lá chegando, efetuo o pagamento contra recibo; ameaço sair, mas... desfiro ao Nefá um olhar sem graça, mas... inquisitivo... Ele, que, também, não era nada “bobo”, coça a cabeça, esboça um sorriso diferente e “me sai com essa”:

“Sabe o que é Bebeto. Eu fui falar com o Salim que o Joel, todos os dias, após fazer seus mandados, ficava a conversar com o carrinho de mão, que estava ali, na calçada. E eu comecei a prestar atenção no que ele dizia:

--Você é lindo!
--Você ainda vai ser meu!
--Você pode me ajudar a trazer leite das vacas para a Cooperativa!
--Eu até durmo junto com você!
--Não vá embora, não! Eu volto amanhã!

“Após beijos e abraços, lá se ia ele, para voltar no dia seguinte. O Salim se comoveu!”

E eu também! Ao chegar de volta ao Hospital, procuro o Joel e lhe dou um abraço bem apertado. 

Que bom que as criaturas tivessem esse amor pelos objetos.

Quantas coisas esses olhos de paralelepípedos já viram, não?






sexta-feira, 29 de julho de 2016

JOGOS DA 17ª RODADA DO BRASILEIRÃO


Pela segundona o Vasco recebe o Criciúma, neste sábado, às 21h00. 

    • FIGFigueirense x VitóriaVIT
      Sáb 30/07 18h30Orlando Scarpelli
    • SPTSport x Atlético-PRCAP
      Sáb 30/07 18h30Ilha do Retiro

    • CAMAtlético-MG x Santa CruzSCFC
      Sáb 30/07 21h00Estádio Independência
    • FLUFluminense x Ponte PretaPON
      Dom 31/07 11h00Estádio Giulite Coutinho
    • SAOSão Paulo x ChapecoenseCHA
      Dom 31/07 11h00Estádio Morumbi
    • CFCCoritiba x FlamengoFLA
      Dom 31/07 16h00Couto Pereira
    • INTInternacional x CorinthiansCOR
      Dom 31/07 16h00Estadio Beira-Rio
    • SANSantos x CruzeiroCRU
      Dom 31/07 16h00Vila Belmiro
    • AMGAmérica-MG x GrêmioGRE
      Dom 31/07 18h30Estádio Independência
    • BOTBotafogo x PalmeirasPAL
      Dom 31/07 18h30Estádio Luso Brasileiro

OS ANOS DE OURO DO FUTEBOL BRASILEIRO



Não tenho a menor dúvida em afirmar que, as décadas de 40, 50 e 60, foram os anos de ouro do futebol brasileiro. Ganhamos três Copas do Mundo em um intervalo de 12 anos – entre 1958 e 1970 – fato esse que nunca ocorreu com nenhuma outra Seleção. E poderíamos ter ganhado quatro em um intervalo de 20 anos, se tivéssemos conquistado a Copa de 1950.

Essa Copa até hoje e sempre será lembrada por diversos aspectos que, muitas vezes julgamos com o coração, esquecendo-se que do outro lado tinha um adversário de bom nível, com jogadores de qualidade e uma raça que até hoje os jogadores brasileiros não conseguem igualar. Dentro das quatro linhas, time por time, será que o uruguaio não era melhor que o nosso? Os uruguaios e argentinos praticam um futebol com muito mais intensidade, é uma mística que eles carregam há décadas.     

Leônidas da Silva, Friendereich e Pelé
Nossos primeiros craques e ídolos foram Friedenreich, Domingos da Guia, Fausto, Feitiço e Leônidas da Silva. O Diamante Negro, para aqueles que não sabem é o apelido dado a Leônidas da Silva, que, depois virou marca de chocolate e, foi, de fato, o primeiro ídolo do esporte que ainda encontrava muita resistência nas classes sociais mais elevadas. Para se ter uma idéia de sua importância, só havia três ídolos no Brasil do final dos anos 30: o presidente Getúlio Vargas, Orlando Silva, o “Cantor das Multidões”, e Leônidas da Silva. Com o início das transmissões radiofônicas dos jogos, foi Ary Barroso um dos responsáveis por difundir Brasil afora o futebol e fazer de Leônidas da Silva, que jogava no seu time de coração, o Flamengo, conhecido nacionalmente. Pela Seleção Brasileira, atuou nas Copas de 1934 e 1938, tendo marcado nove gols na história da competição.  

Zizinho, Leônidas da Silva e Didi
A Copa de 50 marcou o fim de uma geração que brilhou pelos gramados praticando um futebol de elegância e que merecia uma conquista internacional para coroar sua trajetória no cenário do futebol mundial. Algo parecido ocorreu com a geração da Copa de 1982, que foi a última de qualidade individual que a todos encantou, mesmo sem ter conquistado o título. Voltando aos anos 40 – além de Leônidas da Silva – cito Zizinho, Romeu Pelliciari, Tim, Perácio, Jair Rosa Pinto, Danilo Alvim, Heleno de Freitas, Tesourinha, e muitos outros que tiveram a infelicidade de, na década de 40, quando foi deflagrada a Segunda Guerra Mundial, não ter sido disputada duas edições da Copa do Mundo – 1942 e 1946. O mundo do futebol não conheceu uma das maiores gerações de craques já produzidas no Brasil. Inclusive, a Copa de 1942 seria realizada no Brasil, conforme decisão tomada pela FIFA, em 1940.

Nas décadas de 50 e 60 o mundo descobriu que o Brasil não formava apenas uma Seleção, pois tínhamos qualidade e quantidade de craques para todas as posições. Os surgimentos de Garrincha e Pelé coincidiram com o ápice da conquista dos três mundiais. Exceto na Copa de 1966, principalmente por motivos organizacionais – quero dizer fora de campo – a participação brasileira na Copa deixou muito a desejar. Perdemos mais uma vez o Pelé por contusão e não tivemos forças para seguir na competição.

Garrincha e Nilton Santos 
Botafogo e Santos formavam a base de nossa Seleção nos anos 60. O time paulista da década de 60, para muitos, é o maior esquadrão já formado no país e um dos melhores do mundo.  Ao longo da década de 60 – junto a Real Madrid, Benfica e Milan – dominaram o cenário mundial. Grandes times foram formados aqui no Brasil ao longo dessas décadas, os dois já citados acima e outros que também marcaram épocas. O Internacional com o seu Rolo Compressor na década de 40; o Flamengo conquistando três títulos cariocas em seqüência nos anos 40 e 50; o Vasco com o seu famoso Expresso da Vitória; o Palmeiras com a sua primeira Academia nos anos 60; o Esquadrão Imortal cruzeirense, com Tostão e Cia que tiveram embates inesquecíveis com o Santos de Pelé, também nos anos 60; e dois do Nordeste, sendo o Náutico hexacampeão pernambucano entre 1963 e 1968, e vice-campeão da Taça Brasil de 67 – quando foi derrotado pelo Palmeiras – e o Bahia campeão da Taça Brasil de 1959, derrotando o poderoso Santos na final.

Depois da Copa de 70 só voltamos a ganhar um mundial em 1994, isto é, ficamos 24 anos na fila. Por muito pouco não conquistamos três Copas em um intervalo de oito anos, pois fomos vice em 98 e penta em 2002. Mesmo com esse desempenho, a qualidade do futebol apresentado não pode ser comparada ao período do tricampeonato.


Bebeto e Romário
A partir dos anos 70, exceto a Seleção da Holanda, tendo o Ajax como time base e um gênio de nome Johan Cruijff – que praticava um futebol com muita técnica e movimentação – o restante da Europa utilizava o chamado “futebol força”, estilo esse que dominou o continente até o fim dos anos 90. Exceção feita, mais uma vez, ao selecionado holandês que brilhou no final dos anos 80, revelando Van Basten, Gullit e Rijkaard. Não posso deixar de mencionar a Seleção da Dinamarca – na Copa do Mundo de 1986 – que deixou uma ótima impressão e surpreendeu o mundo com a dupla de ataque Laudrup e Elkjaer. No século atual duas seleções apresentaram em um período próximo aquele futebol que nos fez voltar aos bons tempos: Espanha e Alemanha.

Voltando aos nossos craques, por aqui tivemos Rivelino e Tostão – que surgiram ainda na década de 60 – Zico, Falcão, Reinaldo, Júnior, Sócrates, Careca, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e, por último, Neymar.

Sobre os times brasileiros que apresentaram um futebol digno de registro a partir da década de 70, posso citar os seguintes: Palmeiras, Fluminense e Internacional dos anos 70; Flamengo do início dos anos 80 – considerado por muitos especialistas o melhor dos últimos 40 anos; São Paulo (de 1992 a 1995), Palmeiras (de 1994 a 1996) e Vasco  (de 1997 a 2000). Tivemos outros bons times ao longo desses anos, mas nada de extraordinário.

Maradona e Messi
O nosso país vizinho, a Argentina, produziu dois extraordinários jogadores, de qualidades técnicas inquestionáveis, que em épocas diferentes – Maradona nos anos 80 e Messi nos anos 2000 – assombraram o mundo do futebol com suas genialidades.

Será que somente nos resta acostumar com o futebol praticado atualmente por nossos jogadores? Prefiro acreditar que não.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

NOTA DE ESCLARECIMENTO DO BLOG SOBRE AS ENTREVISTAS



Quando criei o blog foi com a intenção de trazer algo diferente para o leitor, principalmente com as entrevistas. Procuro em todas as minhas publicações não ser tendencioso com nenhum tema abordado – o que tenho recebido manifestações positivas por isso – sem de maneira alguma deixar de expressar a minha opinião e, da mesma forma, respeitar a opinião dos leitores. No meu blog não faço mediação de nenhum tipo de comentário, exceto para ofensas e palavrões, o que ainda não ocorreu.

O blog é totalmente independente e não tem ligação com nenhum candidato ou partido político. Tenho total isenção e o direito de também questionar os entrevistados com toda e qualquer pergunta pertinente ao cargo que ele ocupa ou a profissão que exerce ou já exerceu. Se ele vai responder ou não, o leitor é que julgará a responsabilidade do entrevistado naquilo que está sendo proposto. De qualquer forma a entrevista será publicada na íntegra.  A minha intenção é sair da mesmice e fazer primeiro os questionamentos, e não pegar as respostas prontas para depois formular as perguntas.  

O cidadão quando entra pra vida pública tem que saber que ele está a serviço do povo. A transparência de qualquer cargo público não é um favor, é um dever de quem ocupa o mesmo. Não estou aqui para julgar, agradar ou desagradar “A”, “B” ou “C”, quero apenas levar a informação e o esclarecimento dos fatos ao leitor, principalmente os de  utilidade pública.

Em ano de eleições municipais a “mesquinharia” vinda de todos os lados, sem exceção, é  nojenta, para não dizer outra palavra que seria mais apropriada. Os problemas de nossa cidade – que são muitos e se acumulam de governo para governo – simplesmente são cantados  em “verso e prosa” de um lado, e muita das vezes “esquecidos” de outro. Nesse “enredo tragicômico” não tem nenhum “artista ou santo”, ainda mais com a crise moral que afeta a classe quase que na totalidade. O sistema político brasileiro perdeu a sua credibilidade.

Temos que fazer valer os nossos direitos de eleitor cobrando e reivindicando causas justas para o bem da comunidade. A culpa não é somente dos políticos, o povo também tem a sua parcela – que não é pequena. O eleitor que vende o seu voto não tem moral para reclamar ou reivindicar nada.   

Para aqueles que amam a nossa cidade, não só os que aqui nasceram, mas também os que a adotaram, pois somos uma cidade acolhedora desde os tempos da chegada de diversos imigrantes, temos que unir forças e continuar na luta diária por uma cidade de "Paz e Harmonia".

Aqui vivemos e escolhemos essa terra para criar nossos filhos, por isso, temos a obrigação de abraçar e apoiar toda e qualquer causa que seja benéfica e em prol do município. Como também temos a obrigação de ir contra tudo e a todos, que de uma maneira ou de outra, queiram aproveitar de situações adversas e tirar vantagens em benefício próprio.

Sou apolítico, mas não alienado. O meu partido chama-se MIRACEMA! 



terça-feira, 26 de julho de 2016

OS IRMÃOS MOREIRA: POR JOSÉ MARIA DE AQUINO


Solicitei ao renomado jornalista e também miracemense um depoimento sobre os Irmãos Moreira para fazer parte do meu arquivo.   

Vejamos, então, meu amigo:

Se minha memória infantil já não está esgarçada, lembro-me, quando ainda moleque em Miracema da Juca, irmã de Zezé, Aymoré, Aírton e Aderbal Moreira. Jogava vôlei e o fazia com qualidade igual à de Nilza, até onde me lembro a primeira grande estrela no esporte a deixar Miracema e brilhar nos times de Niterói e na seleção Fluminense. Nilza era fantástica, nos tempos que ainda não se falava em líbero, entrada de rede, saída de rede, meio de rede, levantadora, etc. Todo mundo exercia todas as funções de acordo com o rodízio.
                   
Sabia, aí em Miracema e logo aqui em São Paulo, das carreiras brilhantes de Zezé Moreira, nascido Alfredo Moreira Júnior, Aymoré e Aderbal  - todos bem mais velhos que eu. Conhecia Zezé e Aymoré acompanhando o esporte e Aderbal pelos elogios de minha mãe, que amiga da família, gostava de contar suas qualidades como músico. Do Aírton não sabia nada, nem que existia, é verdade. Só fiquei sabendo dele quando surgiu aquele time fantástico do Cruzeiro, com Dirceu Lopes, Natal, Tostão e Cia, montado por ele, quando foi chamado para assumir o cargo de técnico, deixando o escritório do clube. Aprendi que Aírton foi um zagueiro vigoroso, mas longe de ser um craque. Jogou e dirigiu vários times e faleceu cedo, com 56 anos.

Conversei e entrevistei muito Zezé e Aymoré. Mais com Aymoré, que trabalhou por mais tempo em clubes paulistas. Zezé sempre foi muito atencioso comigo, e não porque nascemos na mesma cidade. Quando a parteira (?) deu a palmada no meu bumbum, Zezé já havia partido a longos anos de Miracema. Era atencioso por natureza. Comigo e com todos os repórteres. Sabia contar uma piada e escondia um brincalhão sobre aquela testa franzina que passava medo em alguns. Trabalhei com ele no São Paulo e no Corinthians. Seu filho Wilson foi um bom centroavante no Vasco, mas preferiu – acho que acertadamente – freqüentar mais a Faculdade de Direito

Aymoré era mais íntimo. Ia à casa de meus pais e eu freqüentava o sítio dele em Taubaté, onde conversávamos sobre futebol, dentro e fora de campo. Em 1968 fui ao sítio pedir a ele para me adiantar a relação de jogadores que convocaria pra uns amistosos da seleção. Achei que ele me daria uns nomes, mas ele fez ao contrário. Pediu para que eu botasse papel na máquina e batesse a relação que ele levaria dois dias depois para a CBD. Eu ficaria com a cópia. Fiz isso e ele me disse: “até o 14 não tem dúvida. Daí para frente eles podem mudar. É assim que acontece”. E mudaram mesmo. Chamaram Paulo Henrique, lateral do Flamengo, porque a seleção jogaria no Maracanã, Valfrido e Naldo, do Vasco (o Naldo estava com uma costela trincada e usava colete...), chamaram o lateral Nilo, porque jogaria em Curitiba e assim foi. Não me lembro, mas acho que acertamos os 14 ou 15, dos 22.

Em 70 indiquei o Aymoré para fazer parte da equipe da Placar na Copa do México. Ele assinou uma coluna na revista e outra num jornal mexicano. Ele conversava comigo ou com o Hedyl o que queria tratar e a gente colocava na lauda. Foi um excelente companheiro e em algumas cidades ficamos no mesmo quarto.

Gostava de contar as histórias de Carlito Rocha, presidente do Botafogo, no tempo em que esteve por lá e outras tantas com ele mesmo.

São muitas e assim era Aymoré, muito amigo e não apenas porque era miracemense como ele. Era com todos.

Abração


DEFICIENTES PODERÃO TER ISENÇÃO DE IOF EM CARROS


Atualmente, apenas as pessoas com deficiência física são isentas do pagamento do imposto na compra de veículos; objetivo é equiparar ao benefício da isenção do IPI.

A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Câmara dos Deputados, aprovou proposta (PL 4539/16) que concede isenção de Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro e Sobre Operações Relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF) no financiamento de veículo adquirido por pessoas com qualquer tipo de deficiência.

A proposta é da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), mas foi modificada pelo relator, deputado Professor Victório Galli (PSC-MT).

O texto aprovado é um substitutivo, que altera uma lei tributára de 1991 (Lei 8.383/91), para beneficiar também autistas e as pessoas com deficiência física, visual, mental, severa ou profunda nas operações de financiamento de veículo nacional.

A lei atual só isenta do pagamento do IOF na compra de veículos as pessoas com deficiência física.

IPI
Outra lei (Lei 8.989/95) já garante a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), caso a proposta se torne lei, as pessoas com também ficariam livres do pagamento do IOF, mais conhecido como Imposto sobre Operações Financeiras, conforme explica Victório Galli.

“A lei atual só contempla o IPI. O IOF, não. O IOF, que se mostra anacrônico em relação ao IPI, eu ampliei mais ainda, no substitutivo, para que a pessoa com deficiência possa ser mais contemplada neste sentido”.

Na tentativa de igualar as condições de isenção de IOF às que já existem em relação ao IPI, o relator prevê que o benefício poderá ser usado a cada dois anos diretamente pela pessoa com deficiência ou por seu representante legal. O veículo só poderá ser vendido a partir de dois anos, contados da data da aquisição.

Para desestimular o endividamento das famílias, Victório Galli incluiu no texto a proibição de isenção de IOF para financiamento de novo veículo até que o anterior tenha sido quitado. No entanto, a transferência de financiamento é permitida.

A Agência Câmara destaca que proposta será analisada ainda, em caráter conclusivo, pelas comissões de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

domingo, 24 de julho de 2016

BOÊMIOS DO CÉU - POR JOSÉ ERASMO TOSTES

Senhor Erasmo recebendo o Prêmio Mérito Cultural Dr. Hermes S. Ferreira 2015
Foto Secretaria Municipal de Cultura e Turismo
O senhor José Erasmo Tostes nos deixou no dia 23 de julho de 2016, e o blog faz uma simples homenagem a esse ilustre cidadão - que fazia parte da Academia Miracemense de Letras - publicando suas crônicas. Sempre fui um leitor assíduo de sua coluna "Tipos & Fatos Inesquecíveis" - que já teve livro publicado - para conhecer pessoas e histórias antigas da nossa querida Miracema. 

Numa noite dessas, do meu quarto, ouvia uma pessoa que tocava violão, e, naqueles acordes plangentes de Chão de Estrelas, foi-se descortinando em minha mente tempos em que, em nossa mocidade, frequentávamos os bailes no Aero Club e no Salão Primavera, sempre de terno branco de Teilon S.120 e Panamá no verão; no inverno, casimira Aurora azul-marinho. As moças ficavam todas de um lado e os rapazes do outro. Atravessávamos o salão para tirar as moças para dançar; hoje é totalmente diferente.   

E, naqueles pensamentos, me vêm à memória a figura do Justo Cunha, dono de uma garagem de bicicletas para aluguel, assim como o aluguel de patins que andávamos no Rinque, as brincadeiras de crianças, o jogo de bola, o pique no jardim, a corrida do jardineiro por treparmos no pé de jambo, o tempo passado no Rio de Janeiro na época da guerra, onde na Praça Mauá víamos centenas de marinheiros americanos, abraçados em mulheres, entrando no Bar Asiática, que ficava no térreo do Edifício de A Noite, do Colégio Ferreira da Luz, onde matávamos as aulas, dos pãezinhos do Leco, do Colégio Miracemense com o seu internato de estudantes de todas as partes, moças eleitas rainhas dos estudantes; era uma festa sempre esperada.

Do coreto redondo que ficava na parte de cima do jardim, das festas do João Cândido e do Morro da Jove, Maria Batuquinha no caxambu, onde hoje é a Prefeitura, das madrugadas no Boteco do Farid, do meretrício na Avenida Eiras, dos circos, dos parques de diversões, dos carnavais com serpentina, lança-perfume e confetes, da caça de preá no Departamento de Café, dos banhos e das pescas no Ribeirão Santo Antônio, dos piqueniques no Conde, onde haviam árvores e muita água, do Hotel do Zé João, na Rua das Flores, do Cinema 15, que ficava na mesma rua, do Miguelzinho, gerente do Cinema 7, do Burú, que pintava as tabuletas do cinema, do apito da Fábrica, das chaminés da Usina Santa Rosa e da Cerâmica, quando soltavam fumaça do trem na Estação, dos motoristas de táxis que ficavam ao lado do Bar Pracinha, com o Boboca que gostava de colocar a bola na boca da caçapa, do Teodoreto no Chevrolet 39, do Zinho Saco Frio, do Belo em um Chevrolet 38 cascudo, Buca no Ford 47, Zé Barros, Zé Gonzaga, Nilo Boca Larga, Carlos Onofre e Tereco.

E, naqueles pensamentos, ainda a nos trazer tipos e fatos inesquecíveis, víamos o Gerson Barbeiro e o Netinho, ambos com salão na Rua Direita, o Temótheo, um negro que fazia barba a domicílio, sempre carregando uma valise igual as dos médicos, João Caetano, que ao cortar o rosto do freguês com a navalha, colava um pedaço de papel, do Schuller e suas fotos, do bife na chapa feito pelo Agiludo, da tropa de escoteiros, dos discursos do Briguelo e da mulher do Gamelão, do pé de ipê amarelo, dos mendigos Neca Solão e Izabel dos Cachorros, Verônica, apelidada Mãe do Rundunga e das escadarias do Colégio Miracemense, que jamais deveriam ser modificadas.   

E, dessas lembranças, o conjunto Boêmios do Céu, que era formado por seis componentes: Carlúcio Cava, Ceguinho da Vós de Ouro, José do Banjo, José Magacho, Iranilsom Ciufo e o Chiquito. Na década de 40, tocaram na Rádio Tupi e Mairink Veiga, do Rio de Janeiro, conjunto esse que jamais saiu de minha lembrança, talvez seja por não esquecer aquele repertório que jamais ouviremos nos dias atuais. Tocavam na rádio do José de Assis e diversos bailes da época.

E, ao reviver essas lembranças, é como se fosse um oásis alcandorado que vem trazer um lenitivo e mitigar a sede de um viajor pelo deserto do tempo.


sexta-feira, 22 de julho de 2016

A IDEOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL


Foi-se o tempo em que os políticos tinham ideologia política!

Hoje em dia os partidos e políticos quase em sua totalidade perderam identidade, deixaram os discursos políticos de lado em troca somente de cargos e benesses! Os partidos possuem estatutos por mera formalidade, pois não são cumpridos, os ideais e programas partidários são esquecidos e a única coisa que não é esquecida é o fisiologismo!

O poder hoje é mais poderoso que há anos atrás. Prefeitos hoje não têm oposição, a câmara de vereadores que tem por função fiscalizar cede seu poder mediante acertos e conluios. E o povo na doce ilusão continua achando que o vereador, deputado ou qualquer outro político irá lembrar-se dele e de suas necessidades!

Como diz um velho ditado: Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro!

Não vemos hoje líderes verdadeiramente populares, político forjado no seio da comunidade é uma raridade, pois o poder financeiro e político o espremem ao ponto de que ou ele apoia alguém que lhe foi indicado ou fica fora da política!

Partidos com caciques políticos, com ideais radicais e com causas que só servem para lhe dar o nome da sigla! Essa é a falência do sistema político brasileiro!

Diversos partidos, diversos políticos e com raríssimas exceções, a grande maioria com o mesmo interesse e com o mesmo discurso!

Mudam de lado logo após eleitos, apresentam projetos que versam sobre o nada e ajudam ninguém e ainda ficam bravos quando questionados a respeito dos franksteins que "fabricam" na casa de leis!

Isso sem contar os candidatos que não sabem ler uma certidão negativa ou interpretar uma lei e querem ser políticos! Os T.R.E's deveriam aplicar uma prova de capacitação ao pretenso candidato, o que no mínimo o obrigaria a se preparar um pouco! Os mesmos T.R.E's deveriam ser impedidos de homologar qualquer candidatura sob suspeita de qualquer ilícito um ano antes das eleições!

Assim evitaríamos candidatos eleitos e cassados depois, campanhas de baixo nível e coisas do gênero!

Afinal, pra que se cobra as certidões negativas de pelo menos cinco instituições, se você com recurso em cima de recurso viabiliza a sua candidatura mesmo respondendo a processos?

Só deveria ser permitida a candidatura depois do processo transitado em julgado e com sua inocência comprovada! Quem vai manipular "a coisa pública" e o dinheiro público deveria ser candidato honesto e acima de qualquer suspeita!

O povo também tem culpa nisso tudo! Por só se interessar pela política um mês antes das eleições, por vender o seu voto, por votar "em qualquer um", assim como somos o reflexo da educação que recebemos de nossos pais, nosso país é o reflexo de nossas atitudes políticas! E se nós só nos preocupamos com a "coisa" mais importante que é o fato de quem vai dirigir nossa cidade, nosso estado e nosso país um mês antes das eleições, esperar o que da nossa política? 

Que ela melhore? Oras... Não me faça rir! Nosso país é um reflexo fidedigno do que nós somos, pensamos e agimos, e se você quer que a nossa política melhore? Então melhore suas atitudes, aprenda a pensar politicamente e seja você mais um fiscal dos políticos que aí estão, senão, nada nesse país vai melhorar!

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

Artigo de Maurício José Dvorak, de janeiro de 2013, mas muito atual. Compartilho com tudo que ele escreveu.