terça-feira, 13 de março de 2018

RECORDAÇÕES DA RÁDIO GLOBO DO RIO



Nota: crônica escrita por Paulo Francisco, em dezembro/2008, um jornalista e radialista goiano apaixonado pelo rádio brasileiro. 
Minhas considerações: vamos viajar no tempo e relembrar grandes nomes que marcaram época na Rádio Globo. Do primeiro ao último parágrafo, palavra por palavra, viajei pelas ondas  do rádio. 

Era o ano de 1978 e naquele dia o meu querido pai ficou triste com a derrota do nosso time, o Vasco da Gama. Ele deixou mais cedo o nosso radinho de lado e eu com 14 anos continuei ligado na Rádio Globo do Rio e foi no meu quarto, sozinho, que ouvi pela primeira vez o prefixo que veio a ser o motivo da minha grande paixão por rádio.
O Globo no AAARRR! O apresentador daquele noticiário naquela noite era um locutor chamado Flávio Cardoso. Achei tão bonito aquele prefixo ou vinheta que continuei um pouco mais e em seguida anunciaram o próximo programa. Era o Show da Noite, com Gilberto Lima. Que comunicador!
Desse dia em diante nunca mais parei de ouvir nossa querida Rádio Globo do Rio e já havia decidido ser um profissional do rádio e, quem sabe, um dia chegar lá na Rua do Russel, 434, Glória, no Rio de Janeiro.
Muito novo ainda e também sonhador, comecei a ouvir aquela emissora 24 horas por dia. Lembro-me uma vez em que passei a noite inteira acordado acompanhando a programação até o dia amanhecer. Meia noite começava o “Seu Redator Chefe”, depois Adelzon Alves, o amigo da madrugada. Recordo-me até o nome do locutor que apresentava O Globo no Ar na madrugada, o José Carlos Caramês, e depois, às 4 da manhã começava o Programa Luciano Alves, que depois se tornou meu ídolo. Às 7 horas mais uma edição do “Seu Redator Chefe”, que era apresentado por Reinaldo Costa e Isaac Zaltman.

Paulo Giovanni
O dia estava começando e eu ainda não havia dormido nem um minuto sequer, quando chegava ao meu rádio Paulo Giovanni, que voz suave e bonita! Que educação! Que inteligência!  Um locutor inesquecível que só ia embora quando o Haroldo de Andrade entrava no ar. Haroldo do bom dia, da pergunta da pesquisa, dos debates populares que tinha como convidados Arthur da Távola, Hélio Tiz, Darcy Ribeiro, Afonso Soares, entre outras feras do Rádio.

Valdir Vieira
Às 13 horas O Globo No AAARRR! Com quem? O apresentador tinha uma diferente, uma dicção fantástica, ele puxava o “r”, era o locutor que hoje eu faço grande homenagem no meu site, tratava-se de Guilherme de Souza, e a cada meia hora o Globo Girando com a Notícia, com Paulo Cunha. Eles comandavam a notícia e o titular do programa era o inesquecível Valdir Vieira. Às 17 horas o Programa Roberto Figueiredo. Nesse programa eu me lembro do cantinho da solidariedade.   

Na Rádio Globo dos meus sonhos ainda tinha grandes noticiaristas como Líbano Duarte, Antônio Freitas, Dirceu Rabelo, Cléber Sayão, Luís Nascimento, Fernando Sérgio, Sérgio Nogueira e Arildes Cardoso, e comunicadores como Samuel Correa e seu “Seresta para todas as gerações” nas madrugadas de sábado para domingo e Mário Luís aos domingos.
Lembro-me de comunicadores da Rádio Globo que nos anos 70 passaram por lá como Elias Soares (Show da Noite antes do Gilberto Lima assumir o horário) e o goiano de voz belíssima e comunicação fácil Antônio Leal, que depois se tornou meu amigo aqui em Goiânia.
Não posso me esquecer de Edmo Zarif, a voz padrão do Rádio Brasileiro e, principalmente, na hora do esporte, de Jorge Curi, Waldir Amaral, Kleber leite, Loureiro Neto, Gilson Ricardo, Fernando Carlos, Danilo Bahia, Antônio Porto, Edson Mauro, Luís Penido, João Saldanha, Mário Vianna, Iata Anderson, Cezar Rizzo José Cabral e muitos outros ídolos.

“ O relógio marca!” (Waldir Amaral) e “Tempo e placar no maior do mundo!” (Jorge Curi). Essas frases jamais sairão das minhas lembranças.
Meu Deus! O que fizeram da Rádio Globo? Onde está aquele padrão de voz, aquela qualidade imbatível. Eu sei que sou um romântico do rádio, mas pelo amor de Deus tragam de volta a Rádio Globo respeitável e inesquecível. Tem muita gente boa por aí que não é aproveitada. Por favor, não matem um noticiário tão tradicional e bonito como O Globo no Ar e o Seu Redator Chefe.  

8 comentários:

  1. Que bela recordação! Tenho 54 anos e também viajei no tempo. Claudio Marques, de Muriaé.

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  2. Assim era o rádio, apaixonante, amado e fiel companheiro do dia a dia, como hoje é o celular, mas cá pra nós, bem baixinho, que ninguém nos ouça, o que fizeram com o rádio brasileiro é crime hediondo. Abraço, companheiro, gostaria de ter assinado este belo texto, parabéns.

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  3. Como eu queria ouvir um trecho de : " Onde anda minha gente " do programa Valdir Vieira . Quantas saudades daquela música de fundos e daquela vós . Era ainda pequena e apaixonada pela programação da rádio Globo

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  4. Mais uma vez sou grato a Paulo Francisco, o único memorista que, do Rádio, faz lembrar o meu nome. Obrigado amigo! Receba a eterna gratidão de Arildes Cardosdo

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  5. Obrigado pela citação do meu nome junto a tantos profissionais maravilhosos. Foi, realmente, a melhor fase da radio Globo, da qual tenho muito orgulho de começado meus trabalhos de respórter esportivo. Grande abraço. Iata Anderson

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  6. Que maravilha, cresci ouvindo rádio! A voz de Zarif, Zaltman ecoam ainda na minha mente!William 51 anos, Cascadura!

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  7. Belo texto realmente são tantas lembranças da rádio globo assim como as outras né? Mas a Globo sim em especial era maravilhosa, era hoje em dia concordo acabaram com o rádio poucos radialistas e locutores não tem os mesmos carismas vó os citados a cima,eu tenho 51 anos sou apaixonado pelo rádio, cresci vendo minha mãe passando roupa e eu e meus irmãos ali do lado brincando e escutando um Valdir vieira,Paulo Giovane,Haroldo de Andrade,a noite era Gilberto lima e a inesquecível turma da maré mansa só pra citar.concordo com um amigo que disse que o rádio sim acabou mas digo que tem salvação, concordo no interior de São Paulo,em minas e no Paraná tem muita gente boa porém não basta ser só bons tem de trazer com eles o carisma, acho que os programas com mas notícias,futebol, debates e o mas importante programas mas populares tinham de voltar nada contra programação musical mas a realidade musical e tão ruim que não vale a pena escutar,eu preferiria aquele tipo de programa como o do Haroldo,do Paulo Giovane por exemplo o que se escuta hoje não segura ninguém mas.eu hoje escuto pouquíssimo a rádio tupi salvo a Cidinha campis,o giro esportivo enfraqueceu tá sem pegada sinto José Carlos Araújo e Gilson Ricardo muito cansados,talvez se sintam sozinhos dentro da realidade atual do rádio, a rádio globo foi aniquilada um desrespeito com seus milhões de ouvintes tiraram o Antônio Carlos com desculpa de que a rádio precisava se renovar e com todo respeito colocarem Adriana Galisteu,Otaviano costa é de mas né? Muita falta de respeito com o passado da rádio e do próprio rádio brasileiro, hoje escuto pouco a roquete pinto que lembra um pouquinho a pegada do rádio antigo, escuto muito os radialistas esportivos de são Paulo Milton neves , a jovem pan ,gosto do Ulisses costa,gosto muito do irmão do Osmar Santos eu gostaria muito de escutar Luiz Roberto no rádio de novo ele seria ótimo no rádio assim como o Éder Luiz esses dois da escola antiga mas que poderiam trazer de novo aquela lembrança maravilhosa desculpe os mas novos pelo fato de ser sim um saudosista, espero mudanças no rádio brasileiro temos muitos jornalistas,radialistas sem espaço por aí que tenho certeza que gostariam de tar comunicando seja dentro da área esportista ou na área da comunicação,abraços a todos os amantes do rádio.

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