domingo, 19 de junho de 2022

IPOJUCAN: UM CRAQUE DE NOTÁVEL GENIALIDADE


LINHA DE ATAQUE COM SABARÁ, ALFREDO II, IPOJUCAN
ADEMIR MENEZES E CHICO

Ipojucan Lins de Araújo é alagoano da capital Maceió, onde nasceu em 03 de junho de 1926. Chegou ainda menino ao Rio de Janeiro e, descoberto nas peladas, foi para as categorias de base do Canto do Rio, de Niterói. Ficou por pouco tempo e logo já era atleta do Vasco. Deixou sua marca de um meia-atacante hábil que abusava das jogadas de efeito, com passes de trivela e de calcanhar. Seus dribles e lançamentos eram perfeitos. Ipojucan tornou-se imbatível no jogo aéreo e mágico com a bola nos pés. Premiava seus companheiros com geniais toques de calcanhar. Com 1,90m de altura, muitos o comparavam a um malabarista com a bola, legítimo organizador do setor de meio-campo


A sua passagem pelo Vasco foi marcante, conquistando títulos e deixando sua marca de artilheiro. Marcou 225 gols em 413 jogos. Jogou no Vasco (campeão carioca em 1945/47/49/50 e 52, e do Sul-Americano em 1948) e na Portuguesa de Desportos (campeão do Rio-São Paulo em 1955). Após encerrar a carreira na Lusa, em 1958, permaneceu em São Paulo e constituiu família.


O sucesso em campo, no entanto, abriu as portas para a vida noturna. Gostava da noite e isso ajudou a encurtar sua carreira de puro talento.


Em 1966, quando treinava o Noroeste de Bauru (SP), Ipojucan descobriu que sofria de Nefrite, uma doença nos rins. Ficou internado por muito tempo e posteriormente fez o transplante de rim, em 1970. Foi um dos primeiros procedimentos dessa natureza na América do Sul. Ganhou uma sobrevida, mas morreu de complicações renais aos 52 anos, na capital paulista, em 19 de junho de 1978.


Ipojucan não teve muitas oportunidades na Seleção e disputou apenas 8 jogos e marcou 1 gol, todos oficiais. Foi campeão do Pan-Americano de 1952 sob o comando de Zezé Moreira, no primeiro título conquistado pelo Brasil fora do solo brasileiro.


Assim descreveu o jornalista Sérgio Cabral sobre Ipojucan: “Morreu em 1978, em plena Copa do Mundo da Argentina, aos 52 anos de idade. Ipojucan permanece na memória de todos aqueles que o viram jogar. Por isso, quero que as gerações posteriores saibam que esse gênio existiu e deu muitas alegrias não apenas aos vascaínos, mas a todos que gostam de futebol”.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

MÁRIO FILHO: UM BREVE RESUMO DA TRAJETÓRIA DO JORNALISTA

 


Mário Rodrigues Filho nasceu em Recife, capital pernambucana, no dia 3 de junho de 1908. Se não fosse Mário Filho, o texto de redação esportivo não deixaria a obscuridade das últimas páginas e colunas escondidas dos jornais. Essa afirmação é de vários jornalistas conceituados do Brasil. Mário Filho foi o responsável pela revolução da crônica esportiva, que até meados da primeira metade do século 20 não era bem visto no meio.

 

Mário Filho colocou pela primeira vez na história da imprensa brasileira uma notícia de esportes na capa de um jornal. Criou também uma seção diária de futebol e outros esportes nos jornais em que trabalhou. As regatas do remo e o turfe também mereciam destaques. Foi o responsável pela criação dos Jogos Infantis, dos Jogos da Primavera, do Torneio de Peladas, no Aterro do Flamengo, e um dos idealizadores do Torneio Rio-São Paulo.

 

Trabalhou nos seguintes jornais: A Crítica, O Globo e o Jornal dos Sports, que comprou posteriormente. Idealizou o primeiro desfile de escola de samba do Rio de Janeiro na Praça Onze, em 1933. É autor de diversas obras literárias.

 

No final dos anos 40, Mário abraçou uma causa e lutou veementemente através das páginas do jornal contra o então vereador Carlos Lacerda, que desejava a construção de um estádio municipal em Jacarepaguá, para a realização da Copa do Mundo de 1950. Mário conseguiu convencer a opinião pública carioca de que o melhor lugar para o novo estádio seria no terreno do antigo Derby Club, no bairro do Maracanã, e que o estádio deveria ser o maior do mundo, com capacidade para mais de 150 mil espectadores.

 

Sua importância no futebol e no jornalismo do Rio de Janeiro foi eternizada quando o maior estádio do mundo, à época, o Maracanã, passou a receber o nome de Estádio Jornalista Mário Filho, em 1966. Mário é de uma família que contava com outros jornalistas, entre eles, o também inesquecível Nelson Rodrigues.

 

Consagrado como um dos maiores jornalistas esportivos de todos os tempos, Mário Filho morreu vítima de um ataque cardíaco, aos 58 anos, em 17 de setembro de 1966. Ele foi homenageado pelo seu irmão, Nelson Rodrigues, com o jargão “o criador de multidões”, pela sua importância na popularização do futebol no Rio de Janeiro.

 

Fonte: Enciclopédia do Futebol Brasileiro/Lance

 

quarta-feira, 15 de junho de 2022

LULA: UM NOME MARCANTE NA HISTÓRIA DO SANTOS

 


Luiz Alonso Peres, o LULA, natural de Santos, onde nasceu em 22 de fevereiro de 1922, teve o privilégio e a competência de ter dirigido o time do Santos na “Era Pelé” por doze anos consecutivos (1954/1966). Assumiu o comando técnico com apenas 32 anos de idade.


É merecedor de todo elogio e respeito, e deveria ser mais reverenciado pela mídia esportiva. Do mesmo modo que alguns setores da imprensa desdenhavam de Vicente Feola, também não deram o devido valor ao Lula. Para muitos, ele tinha a função única de distribuir as camisas, pois um time repleto de craques não precisava de técnico. A realidade era outra, pois Lula sempre foi visto com respeito, seja pelos atletas como pela diretoria do clube. Soube dirigir um time formado de grandes jogadores e sabia tirar o máximo deles, sem mudar as suas características. Ou seja, simplesmente não inventava.


Com o seu olhar clínico, Lula revelou grandes jogadores para o Santos. Citando apenas um, bancou a contratação do atacante Coutinho e promoveu sua estreia no time principal com 14 anos e 11 meses.


Foi campeão da Libertadores do Mundial Interclubes (1962/63), paulista (1955/56/58/60/61/62/64/65), do Rio-São Paulo (1959/63/64), Torneiro Roberto Gomes Pedrosa (1959/63/64/66), além de vários torneios amistosos internacionais e nacionais pelo Santos. É o maior treinador da história do Peixe e os números comprovam: comandou o time em 943 jogos, com 619 vitórias, 144 empates e 180 derrotas, conforme dados do Acervo Histórico do Santos.


Antes de apresentar problemas de saúde, dirigiu o Corinthians, Portuguesa de Desportos, Portuguesa Santista e Santo André.


Lula faleceu jovem, aos 50 anos, no dia 15 de junho de 1972, após quadro de infecção generalizada decorrente de um transplante de rim.

terça-feira, 14 de junho de 2022

ZITO: UM CAPITÃO INCONTESTÁVEL

 


José Ely de Miranda nasceu em Roseira, interior paulista, em 08 de agosto de 1932. Zito foi um volante de técnica apurada, muita garra, incontestável espírito de liderança e que defendia e atacava com a mesma eficiência. O grande capitão do Santos durante os quinze anos que por lá jogou. Fez parte do time que encantou o mundo na década de 60. 


Atuou no Taubaté (SP) e no Santos – 727 jogos e 57 gols (campeão paulista em 1955/56/58/60/61/62/64/65 e 67, do Rio-São Paulo em 1959/63/64 e 66, da Taça Brasil em 1961/62/63/64 e 65, e da Taça Libertadores e do Mundial em 1962 e 63). Um dos maiores colecionadores de títulos do futebol brasileiro.


Mais tarde, como funcionário das categorias de base do Santos, foi um dos responsáveis por revelar Neymar e Robinho. Zito era o único jogador capaz de dar broncas públicas em Pelé. Por tudo isso, o camisa 5 do Peixe foi o capitão durante os 15 anos que jogou na Vila Belmiro. Apelidado de "Gerente", era o líder do time dentro de campo. Muitos o consideram o terceiro na hierarquia de jogadores mais importantes na história do Santos, ficando atrás apenas de Pelé e Pepe. Ganhou uma estátua em sua homenagem, inaugurada em 31 de outubro de 2017, em frente ao estádio da Vila Belmiro.


Participou das campanhas vitoriosas do Brasil nas Copas do Mundo de 1958 e 1962. Atuou em 50 jogos e marcou 3 gols, sendo 44 oficiais e 3 gols. Participou também da Copa do Mundo de 1966.


Zito morreu em 14 de junho de 2015, em Santos, litoral paulista, aos 82 anos. Um ano antes de sua morte sofreu um AVC e vivia em casa sob os cuidados médicos e de enfermeiros.

 

domingo, 12 de junho de 2022

ZÉ CARLOS: MAIS UM NOME DE DESTAQUE DO ESQUADRÃO CELESTE

 


José Carlos Bernardo nasceu em Juiz de Fora-MG, em 28 de abril de 1945. ZÉ CARLOS foi um volante de muita técnica, firme na marcação e perfeito na saída de jogo. Foi contratado ao Sport, de sua cidade natal, em 1965, e durante os três primeiros anos na Raposa revezou no meio de campo com os titulares Piazza, Tostão e Dirceu Lopes. Em 1969, o técnico Gérson dos Santos acabou com o problema. Audacioso, lançou o sistema que chamava de "quadrado", no qual os quatro jogavam juntos. Tostão foi deslocado para jogar no ataque e o esquema deu certo. Habilidoso, antevia as jogadas e executava passes e lançamentos preciosos.   


Deixou o seu nome marcado na história do Cruzeiro, atuando em 633 jogos e marcando 87 gols. Faz parte do seleto grupo de jogadores que mais vestiu a camisa do clube. Foi campeão mineiro em 1965/66/67/68/69/72/73/74/75 e 77, da Taça Brasil em 1966, e da Libertadores em 1976. Posteriormente jogou por Guarani (campeão brasileiro em 1978), Botafogo (RJ), Bahia, Grêmio Maringá (PR), Blumenau (SC), Villa Nova (MG), Uberaba (MG) e Criciúma (SC). Pela Seleção foram 8 jogos e 2 gols, sendo 5 oficiais e 1 gol.


Sem querer fazer nenhum tipo de comparação técnica entre os dois jogadores, o ex-volante tinha um estilo de jogo muito parecido com o futebol do Andrade, que por muitos anos defendeu o Flamengo. Por coincidência, Andrade também é mineiro de Juiz de Fora.


Zé Carlos vinha sofrendo com as sequelas de um AVC isquêmico e acabou morrendo na capital mineira em 12 de junho de 2018, aos 73 anos.

 

 

sábado, 11 de junho de 2022

PAULINHO DE ALMEIDA: UM ÍDOLO DE COLORADOS E VASCAÍNOS

 


Paulo de Almeida Ribeiro é gaúcho da capital, onde nasceu em 15 de abril de 1932. Paulinho foi um lateral-direito de forte poder de marcação, sem ser violento. Possuía perfeito domínio de bola e técnica refinada. Destacou-se também pela forte liderança que exercia sobre os companheiros. Deixou o seu nome marcado na história do Internacional, onde foi revelado, e do Vasco, os únicos times que defendeu.


No Internacional conquistou o tricampeonato gaúcho de 1951/52 e 53. Paulinho foi negociado com o Vasco em 1954, numa das maiores transações do futebol brasileiro à época, onde conquistou os títulos cariocas de 1956 e 1958, e o Torneio Rio-São Paulo de 1958. Foi um jogador à frente de seu tempo, que constantemente apoiava o ataque. Formou uma famosa linha de zaga no Vasco com Bellini, Orlando e Coronel. Permaneceu no em São Januário até o encerramento de sua carreira, no início de 1965, e tornou-se técnico das divisões de base. Defendeu o Vasco em 436 jogos.


Dirigiu grandes equipes do futebol brasileiro até o ano de 1995, quando encerrou a carreira no Joinville, de Santa Catarina. Deixou de ser convocado para a Copa de 1958 porque, no início daquele ano, quebrou a perna num jogo contra o Flamengo.  Participou da Copa do Mundo de 1954. Atuou pela Seleção em 9 jogos, sendo 8 oficiais.


De causa desconhecida veio a falecer na capital paulista, em 11 de junho de 2007, aos 75 anos. O que se sabe é que ele sofria do Mal de Alzheimer.


Inclusive, quando de seu falecimento, quase nenhum setor da imprensa divulgou o fato. Isso demonstra o descaso que é frequente com os ídolos do passado. Salvo algumas exceções, e cito principalmente o jornalista Milton Neves entre essas, que procuram lembrar daqueles que foram responsáveis por muitas alegrias do torcedor, nos estádios, ou acompanhando à distância pelo radinho de pilha.

 

terça-feira, 7 de junho de 2022

ZÉ MÁRIO: A MORTE PREMATURA DE UMA PROMESSA DO FUTEBOL BRASILEIRO

 


José Mário Donizetti Baroni, ou simplesmente Zé Mário, foi um dos maiores jogadores da história do Botafogo de Ribeirão Preto. Porém, os dribles que encantaram os botafoguenses e Cláudio Coutinho, treinador da seleção brasileira, duraram pouco tempo. Aos 21 anos, o ponta-direita morreu vítima de leucemia.

A história de Zé Mário com a camisa botafoguense começou em 1973, quando chegou ao clube para atuar nas categorias de base. Com menos de 20 anos, o jogador que se destacou com a camisa sete do Tricolor fazia parte do elenco principal.

Em 1977, foi um dos destaques da equipe na conquista do histórico título da Taça Cidade de São Paulo, referente ao primeiro turno do Campeonato Paulista. Ele dividia com Sócrates as atenções do time comandando por Jorge Vieira.

Ele fez parte do grupo que disputou o Mundialito de Cali, na Colômbia, em 1977, e defendeu a seleção contra um combinado carioca, Inglaterra, Alemanha Ocidental, combinado paulista e Polônia. O grupo se preparava para a disputa da Copa do Mundo da Argentina de 1978.

Zé Mário retornou da seleção brasileira após passar por exames e ser constatado um problema de saúde, que na oportunidade não foi revelado — existiam apenas rumores que o atleta estava com leucemia. Ele chegou a ser internado e recebeu alta poucos dias depois.

O ponta-direita ainda tentou retornar aos gramados para mostrar o seu talento que encantou o país, mas infelizmente faleceu em 7 de junho de 1978.

Fonte (Botafogo – Uma História de Amor e Glórias)

domingo, 5 de junho de 2022

O TITIO ORLANDO FANTONI

                                                                  ABEL, ORLANDO FANTONI E DIRCEU NO VASCO 
 

Orlando Fantoni foi ex-jogador e técnico de futebol. Mineiro de Belo Horizonte, onde nasceu em 13 de maio de 1917, faleceu em Salvador-BA, aos 85 anos, em 05 de junho de 2002, vítima de enfisema pulmonar. Filho de imigrantes italianos, Fantoni era o caçula da família. Irmão de Niginho, Ninão e Nininho, que também trilharam com sucesso no futebol. Foi jogador do Cruzeiro, Siderúrgica-MG, Palmeiras, Lázio/Itália e Vasco da Gama.

 

Como treinador, na década de 50, iniciou suas atividades na Venezuela, onde passou 14 anos trabalhando. Conquistou cinco campeonatos nacionais entre os anos de 1957 e 1966: Universidad Central (1957), Deportivo Português (1958) e Deportivo Itália (1961/63/66).

 

Retornando ao Brasil, comandou vários times e por onde passou deixou uma de suas marcas registradas: o jeito diferente de lidar com os seus comandados, por isso era carinhosamente chamado no meio esportivo como “TITIO”. Era um treinador muito querido por todos os jogadores. De uma educação única, simples em todos os sentidos, totalmente o oposto de alguns “professores” prepotentes que hoje em dia se acham o “rei” da cocada preta. Sempre teve um bom relacionamento com a imprensa.

 

Conquistou títulos estaduais importantes nos grandes centros, exceto em São Paulo, onde teve apenas uma breve passagem pelo Corinthians, em 1980. Encerrou sua carreira de técnico em 1989, dirigindo o Vitória. Depois, fixou residência na capital baiana, onde mantinha negócios.

 

Suas conquistas como técnico:

Cruzeiro - Campeonato Mineiro: 1968

Náutico - Campeonato Pernambucano: 1974

Bahia - Campeonato Baiano: 1976, 1986, 1987

Vasco da Gama - Campeonato Carioca: 1977

Grêmio - Campeonato Gaúcho: 1979