quarta-feira, 31 de outubro de 2018

AÉRTON PERLINGEIRO: UM COMUNICADOR DE DESTAQUE DA TV BRASILEIRA


Aérton Perlingeiro nasceu na cidade de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, em 28 de dezembro de 1921. Algumas de suas biografias citam a cidade de Miracema como de seu nascimento. Ele foi um apresentador de rádio e TV, e por décadas teve muito prestígio.

Começou sua carreira artística em 1943, na Rádio Transmissora, no Rio. Sempre como apresentador e locutor. Transferiu-se par a Rádio Tupi, Rádio Fluminense e para a Rádio Clube. 

No ano de 1956, foi para a televisão. Em São Paulo, o colega Aírton Rodrigues criou o programa Almoço Com As Estrelas. E o mesmo fez Aérton Perlingeiro no Rio de Janeiro. Ambos os programas foram um sucesso e tinham o mesmo formato: Uma mesa grande, para um almoço rápido e vários cantores, atores e personalidades nacionais eram entrevistados.

No Rio, Aérton era o mestre de cerimônias, além de ser também o produtor. Naquele tempo era assim e por isso ele e Aírton Rodrigues tinham muito trabalho. Mas tinham também muita fama e estima por parte de toda a classe artística, que desejava muito aparecer nesses programas.

Tanto o programa de São Paulo como o do Rio, era transmitido na hora do almoço de sábado e ficavam no ar por várias horas. O programa do Rio chamava-se Aérton Perlingeiro Show e existiu de 1956 até 1980, quase 30 anos no ar, só terminando quando a emissora faliu. O programa de Aérton teve 2204 edições. Tinha alguns quadros e o que era dedicado ao Samba e era apresentado por Jorge Perlingeiro, filho de Aérton.

Aérton foi um recordista da televisão brasileira. Personalidade muito querida pela classe artística foi um grande incentivador dos cantores populares e do teatro brasileiro. No seu programa, marcavam presença gente importante como Fernanda Montenegro, Fábio Jr., Sidney Magal e o proprietário das Emissoras Associadas, Assis Chateaubriand.

Criou o troféu O Velho Capitão, busto de bronze representando a figura de Assis Chateaubriand. Esse troféu foi entregue para mais de 300 personalidades, dentre os quais as cantoras Maysa Monjardim, Elis Regina e Elizeth Cardoso e o próprio Chateaubriand, que foi pessoalmente receber o prêmio no programa, três meses antes de morrer.

Homem do rádio e da televisão, Aérton foi incansável na promoção da arte, principalmente música e teatro. E ele ficou no primeiro lugar no IBOPE, por 23 anos. 

Aérton sofria de forte bronquite e veio a falecer no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1992, aos 70 anos.

Fonte: Recanto das Letras, escrito por Billy Brasil, em 27/01/2014. 

Nota do blog: no Wikipédia, a enciclopédia livre, consta como Miracema sua cidade natal. Lembro-me perfeitamente de seus programas e, naquela época, comentava-se muito por aqui que ele havia nascido em Santo Antônio de Pádua. Já ouvi relatos que ele nasceu próximo ao distrito de Paraíso do Tobias, que faz divisa com Pádua. 

De acordo com a informação do jornalista Carlos Ferreira - radicado na cidade mineira de Juiz de Fora - que, após contato com Jorge Perlingeiro, ele confirmou que seu pai, o Aérton, nasceu mesmo em Miracema. Antero Perlingeiro e Jandira Belizário Perlingeiro são os nomes dos pais de Aérton. 



quinta-feira, 25 de outubro de 2018

ROQUE, O SAPATEIRO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES



Roque era um sapateiro italiano, meu vizinho. Andava sempre com as botinas engraxadas e um avental amarrado no pescoço. Morava com a esposa e um filho, Miguel.

Roque era um homem forte, ao contrário de sua esposa, franzina, já com os cabelos brancos, e não era muito boa da cabeça. Usava sempre um xale jogado nas costas, óculos redondos com aros de ouro e chinelos de liga. Seu filho Miguel foi criado até rapaz sem sair de casa, tornando-se um técnico em rádio.

A totalidade dos sapateiros em nossa cidade era descendente de italianos, assim como José Poly, Humberto Poly, Oterige, entre outros. Roque, praticamente, foi quem ensinou o ofício à maioria dos sapateiros em nossa cidade.

Eu, garoto ainda, era quem buscava água na mina para o Roque, ganhando com isso sempre um tostão e passava sempre horas em sua casa e na oficina. Os sapatos eram sempre feitos a mão, bico fino, salto carrapeta, solão, chuteiras, botinas, botas alpino. Às vezes o freguês colocava o pé em cima de um jornal velho e tirava a medida, assim como o João Neguinho, um músico da Banda Quinze de Novembro, que para fazer um par de botinas para ele gastava-se o couro de um bezerro. João Neguinho só calçava as botinas quando ia tocar na Banda (era tocador de baixo) e depois as deixava embaixo da cama. Contam que, certa vez, quando foi calçá-las, a gata tinha feito um ninho, deixando dentro delas 12 gatinhos (!).

Eram poucas as pessoas que possuíam rádio naquela época. Em nossa rua, somente o Roque tinha um rádio, GE, para onde todos nós corríamos a ouvir o Repórter Esso, na época da guerra.

À noite, em sua sapataria, jogava-se baralho, amigos e vizinhos. Roque era um italiano Rico. Possuía duas casas na Rua Paulino Padilha e, nos fundos, que dava para outra rua, mais seis casas geminadas.

Eu ficava admirado por minha rua chamar-se Paulino Padilha, enquanto as outras tinham nomes como Rua do Sapo, Rua do Lixo, Rua dos Prantos ou dos Prontos, Rua do Café, Rua da Laje, Rua da Capivara, Rua do Biongo, Rua das Flores, Beco do Inferno, Rua Direita, da Avenida e Praça dos Boêmios. Meu pai, com a calma que lhe era peculiar, começou a enumerar: Rua do Sapo devido a uma mina d’água, onde os sapos coaxavam e faziam barulho, hoje Francisco Dias Tostes; Rua do Café, onde haviam muitos pés de café nos morros, indo em direção ao Hospital (hoje essa rua é dividida em três: Rua dos Gabriéis, Cláudio Aquino e José Monteiro de Barros); Rua dos Prantos, a que ia em direção ao cemitério, ou dos Prontos, onde os moradores tinham baixo poder aquisitivo, hoje Elpídio Portes Mendes; Rua do Lixo, porque servia de depósito para o mesmo, hoje Francisco Cardoso; Capivara, em direção à cidade de Palma, que antigamente tinha este nome, hoje Rua Cândido Dias Tostes, assim como a Rua da Laje, que seguia em direção à cidade de Laje do Muriaé, hoje Avenida Carvalho; Beco do Inferno, onde moravam diversas mulheres que brigavam todos os dias, precisando sempre da intervenção da polícia, hoje Rua Pedro Elídio; Rua do Centenário, inaugurada em 1922, cem anos após a independência, hoje Rua Barroso de Carvalho; Rua das Flores, por ser uma rua onde quase todas as casas tinham em suas frentes jardins ou jardineiras, hoje Rua José Carlos Moreira; e Rua do Biongo, onde haviam dezenas de pequenas casas cobertas de sapé nas quais ficavam hospedados os integrantes de circos que por aqui passavam, hoje Rua Deodato Linhares; Avenida, hoje Rua Santo Antônio, era onde haviam diversas casas de lenocínio comandadas por uma mulher chamada Japonesa, frequentadas pelos homens da cidade; Praça dos Boêmios, onde os mesmos se concentravam no boteco de um turco chamado Farid, hoje Praça José Giudice; e Rua Direita, única rua onde se pagava imposto predial, tinha os prédios melhores e era a mais organizada, hoje Rua Marechal Floriano.

Roque, após a morte da mulher, ficou morando com a empregada, uma mulata de nome Amélia. A esta altura, o Miguel, já homem feito, se tornara técnico profissional em rádios e TV e os aprendizes do Roque, assim como o Anibinha, o Lecy e muitos outros, já trabalhavam por conta própria. Lecy era especialista em fazer sapatos femininos e o Anibinha em solados finos.

Adoece o Roque com um tumor na cabeça, as casas geminadas são vendidas para fazer face às despesas. Morre o Roque. O Miguel assume a casa e, mais tarde, assume também a mulata Amélia. Morre a Amélia e anos depois morre o Miguel, terminando assim a família Magaldi.

E a vida continua... 



A AUTOMEDICAÇÃO É UMA PRÁTICA BASTANTE COMUM NO BRASIL E MUITO PERIGOSA. 2ª PARTE E FINAL


... continuação 

A autora Marcia Kedouk em seu livro “Tarja Preta – Os segredos que os médicos não contam sobre os remédios que você toma”, conta em um dos capítulos quais são os perigos reais de usar medicamentos comuns sem orientação médica.

Salonpas
Princípio ativo: Salicilato de metila e levomentol
Para que serve: Dores musculares
Efeitos indesejados: Quando aplicado diretamente na pele, os riscos de intoxicação são menores, porque a quantidade de remédio absorvida pelo corpo é menor. O problema do Salonpas está na combinação com outros medicamentos, como anticoagulantes, remédios para diabetes, ou alergia ao princípio ativo da Aspirina, ou histórico de sangramento no estômago ou intestino e ainda doenças nos rins e fígado.

Eno
Princípio ativo: Bicarbonato de sódio, carbonato de sódio e ácido cítrico.
Para que serve: Azia (Queimação no estômago)
Efeitos indesejados: Pouca gente sabe, mas sal de frutas Eno tem uma grande quantidade de sódio: dois envelopes de Eno contêm 1,7 gramas de sódio. É praticamente a recomendação diária máxima de consumo, 2 gramas. Se a pessoa tiver problemas no coração ou pressão alta, tomar muito sal de frutas pode ser um verdadeiro perigo.
Por outro lado, usar antiácidos demais acaba prejudicando a produção natural de suco gástrico e diminuindo a absorção dos alimentos.

Omeprazol
Princípio ativo: Omeprazol
Para que serve: Dores no estômago principalmente as provocadas por lesões das mucosas
Efeitos indesejados: O Omeprazol atua diminuindo a produção de suco gástrico. Usá-lo por muito tempo pode causar o efeito contrário, ou seja, um excesso de produção da gastrina. O uso prolongado também pode afetar os níveis de magnésio no organismo, o que pode levar a problemas cardíacos.

Neosoro
Princípio ativo: Cloridrato de nafazolina
Para que serve: Desentupir o nariz
Efeitos indesejados: Essa substância tem vários efeitos perigosos: induz a tolerância, causa efeito-rebote e até dependência psicológica. Quando se usa demais, o corpo “acostuma” com o medicamento, e acabam sendo necessárias doses maiores para ter o mesmo efeito.
Usar demais a nafazolina inda pode causar uma rinite provocada por medicamentos, alterar a pressão sanguínea e causar problemas no coração.

Torsilax
Princípio ativo: Diclofenaco sódico, carisoprodol, paracetamol e cafeína.
Para que serve: Dores musculares
Efeitos indesejados: Diclofenaco é um anti-inflamatório, e esse tipo de medicamento pode afetar a muscosa do estômago, causando uma série de problemas: náusea, vômito, diarreia, cólicas abdominais, sangramento gastrointestinais e úlceras.

Amoxil
Princípio ativo: Amoxilina (antibiótico)
Para que serve: Infecções (combate de bactérias)
Efeitos indesejados: O que acontece quando se usa muito antibiótico? As bactérias passam a resistir, aumentando proliferação das superbactérias – aquelas que não reagem ao tratamento com antibióticos comuns.

A AUTOMEDICAÇÃO É UMA PRÁTICA BASTANTE COMUM NO BRASIL E MUITO PERIGOSA. 1ª PARTE


A facilidade de acesso aos medicamentos, a farta propaganda dos laboratórios e uma saúde pública que não funciona são alguns dos fatores que levam o brasileiro a sempre ter uma “farmacinha” em casa ou na bolsa. No entanto, alguns dos remédios mais usados e conhecidos escondem riscos sérios se forem usados de maneira abusiva.

Não significa que aquele remédio para dor de cabeça ou azia nunca deva ser utilizado. Quer dizer que, se usado de maneira constante, sem conhecer os efeitos combinados com outro medicamento que você já utilize ou não procure um médico mesmo se os sintomas não passarem, a automedicação pode, sim, ser perigosa.

A autora Marcia Kedouk em seu livro “Tarja Preta – Os segredos que os médicos não contam sobre os remédios que você toma”, conta em um dos capítulos quais são os perigos reais de usar medicamentos comuns sem orientação médica. 

Tylenol
Princípio ativo: Paracetamol
Para que serve: Dor e febre 
Efeitos indesejados: Quando o fígado processa o paracetamol, ele se transforma em NAPQI, que é uma substância muito tóxica. Ela é eliminada rapidamente pelo organismo. O perigo está no excesso: em adultos,  4 gramas por dia ou 1 grama de só vez podem sobrecarregar o fígado.
O resultado são lesões irreversíveis e até mesmo fazer o fígado parar de funcionar. E nem precisa tomar a dose excessiva sabendo o que está tomando: o risco é grande porque a pessoa pode estar tomando Paracetamol a mais sem saber, já que ele faz parte de vários outros medicamentos, como você pode ver nesta lista. Misturar paracetamol com anti-inflamatórios também pode ser perigoso para a saúde.

Neosaldina
Princípio ativo: Dipirona, mucato de isometepteno e cafeína
Para que serve: Dor e febre
Efeitos indesejados: Consumir dipirona em excesso pode diminuir a quantidade de glóbulos vermelhos e brancos, assim como as plaquetas do sangue. Dipirona pode também causar um quadro alérgico grave, conhecido como choque anafilático. E o que é pior: mesmo em pessoas que sempre usaram o medicamento sem problemas. É por isso que alguns países, como Estados Unidos e Austrália, por exemplo, proibiram a venda da dipirona.
Além disso, tomar remédios para dor sem parar pode diminuir a endorfina no organismo, que é uma espécie de analgésico natural.

Dorflex
Princípio ativo: Dipirona, citrato de ofernadrina e cafeína
Para que serve: Dores musculares
Efeitos indesejados: Além da dipirona, cujos efeitos indesejados acabamos de ler, também existe a orfenadrina, que se tomada em excesso pode até mesmo levar à morte. Outros efeitos são: boca seca, alterações nos batimentos do coração, tremor, agitação, delírio e coma.

Aspirina
Princípio ativo: Ácido acetilsalicílico
Para que serve: Dor e febre moderada
Efeitos indesejados: O uso em excesso de aspirina pode levar ao causar choque cardiovascular e insuficiência respiratória. Se a pessoa for diabética, Aspirina demais pode levar à hipoglicemia, porque portadores de diabete já usam outros remédios para controlar a doença.
Usar em combinação com álcool ou outro anti-inflamatório, nem pensar: a Aspirina pode causar úlcera e sangramentos fortes no estômago e intestino.

Continua... 

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

CARLOS ALBERTO TORRES: O CAPITA DO TRI


A jogada foi simbólica, com vários passes precisos e dribles curtos. Pelé recebeu na entrada da área e, sem olhar, rolou a bola para o lado. Carlos Alberto apareceu na corrida e encheu o pé: Brasil 4 x 1 Itália. Foi dele o último gol em uma competição que sintetizou a qualidade do futebol brasileiro. Ao marcar esse quarto gol na final de 1970, o Capitão do Tri também pôs o ponto final numa era de ouro do nosso futebol. O próprio lateral-direito levantou a taça de campeão e trouxe a Jules Rimet em definitivo para o Brasil. A imagem de Carlos Alberto chutando e levantando a taça jamais será apagada de nossa memória.  Também participou da Copa do Mundo de 1974.

Ainda menino, Carlos Alberto Torres já demonstrava sua personalidade forte. Depois de faltar ao trabalho para tentar uma oportunidade no juvenil do Fluminense, seu pai aplicou-lhe uma inesquecível surra. Torres apanhou calado e mais tarde, encarando o pai, disse: “Não adianta o senhor me bater. Quero ser jogador de futebol”. 

Elegante, técnico e de forte personalidade, Carlos Alberto tinha passadas largas e fôlego para atacar e defender com a mesma desenvoltura, coisa raríssima em sua época. Ele é considerado um dos mais completos laterais pelo lado direito que o Brasil já teve. Além das qualidades físicas e técnicas, era um líder nato. Com apenas 17 anos, em 1962, recebeu do treinador Zezé Moreira sua primeira oportunidade para atuar no time principal do Fluminense, onde jogou de 1962 a 1965 e uma breve passagem em 1976 (campeão carioca em 1964 e 1976).


Três anos depois estava no Santos de Pelé, acumulando títulos, de 1965 a 1970, 1972 a 1975 (campeão paulista em 1965, 1967//68/69 e 1973, campeão da Taça Brasil em 1965 e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1968). Passou pelo Botafogo em 1971 e pelo Flamengo em 1977. Ainda corria o ano de 77 quando Carlos Alberto foi jogar nos Estados Unidos, pelo Cosmos, de 1977 a 1980 e 1982, ano em que encerrou a carreira, e pelo Newport Beach, em 1981. Foi campeão norte-americano em 1978, 1980 e 1982.

Em 1983 iniciou a carreira de técnico e em seu primeiro trabalho na nova função, foi campeão brasileiro do mesmo ano, dirigindo o Flamengo. Pelo Fluminense foi campeão carioca em 1984 e conquistou a Copa Conmebol, em 1993, comandando o Botafogo. Foi técnico de diversos times aqui do Brasil e do exterior, até 2005, quando se afastou definitivamente dos gramados.  

Carlos Alberto Torres nasceu no Rio de Janeiro, em 17 de julho de 1944, e nos deixou  em 25 de outubro de 2016, aos 72 anos, após sofrer um infarto fulminante em sua residência, no Rio.

Números da carreira:
Fluminense – 165 jogos e 19 gols
Santos – 445 jogos e 40 gols
Botafogo – 22 jogos
Flamengo – 20 jogos
Cosmos – 100 jogos e 6 gols
Newport Beach – 19 jogos e 2 gols
Seleção Brasileira – 69 jogos e 9 gols, sendo 54 oficiais e 8 gols

terça-feira, 23 de outubro de 2018

POR QUE AINDA HÁ TANTOS CASOS DE CÂNCER DE MAMA?


Estamos nos últimos dias de outubro, mês que se coloriu de rosa nos últimos tempos simbolizando a luta contra o câncer de mama. Apesar dos avanços no tratamento e diagnóstico, o câncer de mama ainda é um grave problema de saúde, com milhares de casos. Além disso, tanto a incidência quanto a mortalidade relacionada aumentaram em 18% desde 2008. Estima-se que atingiremos 3,2 milhões de novos casos em 2050. 

Hábitos de vida
Apresentam risco elevado as mulheres que vivem na metrópole, não têm filhos ou os têm tardiamente, não amamentam, fumam, ingerem bebidas alcoólicas, estão com sobrepeso, são sedentárias, estressadas e usam hormônios. Tudo relacionado ao que chamamos de “modernidade”. Outros fatores como energia eletromagnética, radiação, alimentos industrializados com acidulantes e estabilizantes, componentes químicos contidos no PVC são alvos de pesquisa e parecem ter relação com o surgimento de vários tipos de câncer, inclusive o de mama.

Detecção precoce 
Quando descobrimos tumores menores do que 1 centímetro, em 90% dos casos conseguimos conservar a mama e curar a doença. Em que pese essa aparente facilidade de solução, o diagnóstico precoce ainda é um desafio no Brasil – cerca de 40% dos casos são diagnosticados com tumores de 5 centímetros ou mais, obrigando a retirada da mama e com possibilidades de cura abaixo de 30%.

Nossa mais importante arma para a detecção precoce é a mamografia anual, a partir dos 40 anos, como preconizam a Sociedade Brasileira de Mastologia, o Colégio Americano de Radiologia (ACR), a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a Society of Breast Imaging (SBI), esse exame associado ao exame clínico realizado por ginecologista ou mastologista compõem o rastreamento do câncer de mama.

É verdade que há muita complexidade envolvida no diagnóstico precoce do câncer de mama, os desafios são grandes, mas, se os vencermos, passaremos também a economizar sofrimento e vidas.

Fonte: Letra de Médico 

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

GARRINCHA: O FUTEBOL IRREVERENTE DE UM GÊNIO QUE DRIBLOU TUDO, MENOS O VÍCIO QUE O LEVOU À MORTE

Antes de ser jogador profissional, Garrincha era operário da fábrica América Fabril e jogava no Esporte Clube Pau Grande. Levado pelo ex-jogador Arati, Garrincha chegou ao Botafogo em 1953, com 19 anos. Arati foi apitar um jogo em Pau Grande, distrito de Magé, e lá descobriu um moleque franzino, de pernas tortas, mas de drible fácil. Gentil Cardoso não acreditou muito na descoberta de Arati, mas deixou o garoto – que tinha como apelido o nome de um pássaro – treinar. Apesar de meio desacreditado – em 1948 tentou, sem sucesso, no Vasco e no Fluminense; e depois estava diante do melhor lateral esquerdo do país, Nilton Santos – Garrincha não se intimidou e seus dribles impressionaram a todos. Aprovado, Garrincha foi contratado.

 

Sobre a tentativa, sem sucesso, no Vasco e Fluminense, seguem os detalhes: o primeiro teste de Garrincha em um time grande aconteceu em 1950, às vésperas de completar 17 anos, quando foi levado ao Vasco por um diretor da América Fabril. Com vergonha de levar a chuteira velha e rasgada, apareceu descalço na peneira e foi impedido de treinar pelo argentino Volante, um ex-jogador. Poucos meses depois, com os amigos Diquinho e Arlindo, tentou o São Cristóvão. Jogaram só dez minutos e foram dispensados sem sequer comerem o sanduíche que os clubes tradicionalmente davam. Depois, tentou o Fluminense e o técnico Gradim nem ao menos o colocou para treinar.

 

Voltando ao assunto em questão, a sequência de sua carreira, dizer o que de quem fez a torcida gritar pela primeira vez “olé” dentro de um estádio de futebol? E nem era a torcida do time dele, o Botafogo, mas sim mexicanos que assistiam a uma das exibições do Glorioso pelo mundo.

 

Como marcar Garrincha? Não havia mesmo nada a fazer diante desse gênio. Assim como não há como defini-lo. Era imprevisível e dono de um futebol que jamais se enquadrou em esquemas táticos. Seu amor pelo espetáculo não significou, em momento algum, que Mané não fosse um atleta obcecado pela vitória. Nenhum outro jogador foi tão querido por todas as torcidas como MANÉ GARRINCHA, O “ANJO DAS PERNAS TORTAS”, como bem definiu o poeta Vinícius de Moraes, foi incomparável.

 

Em quase 13 anos no Botafogo, em que conquistou os títulos cariocas de 1957, 1961 e 1962, e o Torneio Rio-São Paulo de 1962 e 1964, fez 612 jogos e marcou 242 gols. Pela Seleção Brasileira, jogou 60 partidas e marcou 16 gols, sendo 50 oficiais e 11 gols. O detalhe é que perdeu apenas um jogo defendendo o Brasil, que por coincidência foi sua última partida pela Seleção, nos 3 a 1 para a Hungria, na Copa do Mundo de 1966. E quando jogou ao lado de Pelé, o Brasil nunca foi derrotado. Um retrospecto inacreditável.

 

Os estragos que fazia com a camisa botafoguense, ele repetia com a da Seleção. Mané foi bicampeão mundial e, para muitos, se não fosse ele o Brasil teria saído da Copa do Chile, em 1962, mais cedo. Com Pelé machucado, coube a GARRINCHA jogar por ele, pelo Rei e deixar o mundo espantado. Foram dribles, passes perfeitos e gols até de cabeça e de perna esquerda. Nas quartas de final, após a derrota de 3 a 1 para o Brasil, o técnico da seleção inglesa desabafou: “Preparei um time quatro anos para enfrentar times de futebol, mas não esperávamos um jogador como GARRINCHA”. Coube, porém, ao jornal chileno El Mercúrio, em manchete, a melhor definição sobre esse Charles Chaplin do futebol: “De que planeta viene GARRINCHA?”.

 

Em 1965, os problemas crônicos com os joelhos já o impediam de jogar e Manuel Francisco dos Santos, que nasceu em Pau Grande, distrito de Magé, em 18 de outubro de 1933, despediu-se do Botafogo e praticamente do futebol. Ainda tentou jogar por Corinthians – 13 jogos e 2 gols, Flamengo – 12 jogos e 4 gols, e Olaria – 10 jogos e 1 gol.

 

Em 1977, cansada de suas farras, Elza Soares abandonou Garrincha, que se entregou ainda mais à bebida. O fim inevitável chegou na madrugada do dia 20 de janeiro de 1983, aos 49 anos, após mais um coma alcoólico. Congestão pulmonar, pericardite, esteatose hepática e pancreatite hemorrágica. A isso foi reduzido o gênio do futebol pelo atestado de óbito.

 

Esse foi o capítulo final do homem apelidado “Alegria do Povo” que desafiou a medicina para dividir as honras de melhor do país com o Rei Pelé.

 

Nota: após alguns desencontros sobre a data de seu nascimento, a equipe de reportagem do Jornal dos Sports, em 2003, foi fundo na investigação para encerrar de uma vez por todas a polêmica sobre a data correta, no livro de registros do cartório do 6º distrito de Magé, que teve o dia 18 de outubro de 1933 – e não o dia 28 do mesmo mês – reconhecido a sua autenticidade pela titular do cartório.

 


O que eles disseram...

“Garrincha era, à sua maneira, um gênio. Se Pelé personificava a perfeição (chutava, driblava, cabeceava, passava, tudo de forma irretocável), Garrincha era a consagração do imperfeito: tordo, anti atlético, individualista, uma jogada só, mas um gênio a desmoralizar lógicas, a desafiar o imponderável, a transformar o previsível – sempre o mesmo drible – em irresistível. A tragédia está em que sua história não teve o final feliz que merecia. O homem que não podia dar certo – e deu – não teve fôlego para correr os dois tempos de sua curta existência (tinha 49 anos quando a morte o levou). Ao perder o brinquedo, começou a perder o gosto pela vida. Faltaram-lhe pernas para um último arranque pela direita: o drible na própria tragédia.”

 

(João Máximo, jornalista)

 

 






sábado, 13 de outubro de 2018

POLÍTICOS E POLÍTICA: NAQUELE TEMPO - POR JOSÉ ERASMO TOSTES


Estamos há poucos dias das eleições, e no dia primeiro de outubro iremos as urnas para votar em nossos candidatos a prefeito e vereador. Vamos escolher os que são melhores para a nossa cidade, os que têm mais condições de representar a nossa comunidade; votar naqueles candidatos que já deram provas de honradez e honestidade. Estávamos numa roda de velhos amigos e como é bom recordar, quando o assunto for política, corrupção, conte logo uma "estória" que começa, naquele tempo... 

Naquele tempo, são as palavras que às vezes ouço quando estamos em rodas de amigos. Conversando com o Chiquinho Alfaiate, ele diz: naquele tempo do Capitão Altivo Linhares... e ao falar fica nas pontas dos pés e estufa o peito, como se fosse ficar mais alto; “eu lembro que às vezes políticos perseguidos vinham pedir abrigo em sua fazenda, e lá, eram recebidos pelo mesmo, que oferecia todas as garantias como se fosse um asilado político, e eu lembro, continua o Chiquinho, não havia ninguém com coragem de atravessar a porteira para saber se lá estava a pessoa procurada”.

Altivo Linhares foi prefeito de 1937 a 1945 e em sua gestão construiu o Jardim da Infância, Praça Ary Parreiras, hoje Praça das Mães, remodelou a Praça Dona Ermelinda, a estação ferroviária, sendo que o primeiro calçamento foi feito em 1926, da estação rodoviária ao Hotel Braga, quando criaram uma subprefeitura que foi entregue a Ventura Lopes. Posto de saúde na rua Barroso de Carvalho, construção da Praça Getúlio Vargas; e voltou a governar de 47 a 50 construindo o Matadouro Municipal, a Maternidade, hoje Casa de Saúde São Sebastião. Governou novamente de 59 a 63, construindo o Colégio Nossa Senhora das Graças, e muitas outras obras de relevância, como a Prefeitura, de 1947 a 1950, na época gastando duzentos e sessenta e três contos de reis. Havia dois partidos em Miracema, um do Altivo outro contra o Altivo.

Naquele tempo, a primeira câmara foi formada pelos vereadores Dr. Otávio Tostes, gerente de banco e fazendeiro; Melchíades Cardoso, jornalista e industrial; Nicolau Bruno, fazendeiro; Humberto de Martino, advogado; Dr. Antônio Antunes de Siqueira, advogado e professor; Bruno de Martino, fazendeiro e jornalista; Antônio Ventura Lopes, fazendeiro, Bento, da fábrica de tecidos e Canedo, funcionário público.

Naquele tempo de criança, após as aulas do grupo escolar, encontrava sempre com os companheiros para jogar bola, que era de borracha com um furo feito a ferro quente; e a bola, levávamos no bolso e nós éramos apelidado de time da bola no bolso, apelido dado pelo Neném Brandão. Após o jogo, passávamos pelo Ribeirão Santo Antônio para tomar banho. Naquele tempo tinha água, e hoje fico pensando que os nossos filhos e netos só conhecem água de piscina. Saíamos do ribeirão e passávamos pela ferraria do Netinho, sempre ferrando uma roda de carro de boi, e a nos olhar com um só olho, quando tocávamos a bomba manual para beber aquela água fresca e cristalina, como não havia melhor em lugar nenhum. Naquele tempo de rapaz, ao passar pela praça Dona Ermelinda, ao entardecer, via sempre o Ventura Lopes, da varanda de seu prédio assobradado a olhar para cima como se tivesse perscrutando o céu e inquirindo as nuvens quando viria a chuva para molhar as suas várzeas de arroz. Ventura Lopes foi uns dos políticos que mais trabalhou para a nossa emancipação política e, no entanto, quase não se ouve falar desse homem que foi uma das peças principais do movimento separatista. Foi presidente da antiga UDN e opositor de Altivo Linhares.

E sempre em uma roda de amigos da nossa geração, quando a conversa vai se animando, sempre tem um que começa dizendo: “Naquele tempo não tinha esta facilidade de um rapaz ao começar a namorar já no primeiro dia, entra na casa dos pais, chama logo o futuro sogro de coroa, beija a sogra e por aí vai com as intimidades e acaba não casando”.

Naquele tempo, dizia o outro nosso amigo, quando começaram a fazer o campo de aviação, trouxeram para Miracema mais de trinta presidiários para trabalhar na abertura do campo. Homens que usavam somente calção e camiseta vermelha, sob o comando do Tenente Coracy, que tinha como asseclas o cabo Oto e outro indivíduo apelidado Vassourinha. Cometeram juntos barbaridades com aqueles homens desnutridos, espancados até a morte. Se não fosse a interferência do padre José Nicodêmos, mais mortes teria ocorrido. Hoje, em que o mês de setembro vem terminando, onde vimos e sentimos o cair das chuvas, o florescer dos ipês e as eleições se aproximando, e após o nosso voto, quando alguém vier falar de política ou corrupção, eu direi: Naquele Tempo...




quinta-feira, 11 de outubro de 2018

RENATO RUSSO: UM ÍDOLO DE TODA UMA GERAÇÃO


Para tristeza de uma imensa legião de admiradores em todo o país, boa parte deles adolescentes, a vida atribulada de Renato Russo chegou ao fim à 1h15 da madrugada do dia 11 de outubro de 1996. O músico morreu aos 36 anos, de complicações pulmonares e renais em consequência da Aids, em seu apartamento em Ipanema. Seu corpo foi cremado na manhã seguinte à sua morte. Não houve cortejo nem velório, e os fãs emocionados que foram ao Cemitério do Caju se limitaram a cantar músicas do Legião.

Renato lutava contra o HIV, que contraíra em 1989. Tendo se manifestado com mais violência em 1996, o vírus o obrigava a tomar doses de um coquetel de remédios, então a última novidade contra a doença e que mereceu dele o seguinte comentário, feito a um amigo: “Quando o tomo é como se eu estivesse comendo um cachorro vivo e ele me comesse por dentro”.

Líder do Legião Urbana, um dos três maiores grupos do rock brasileiro dos anos 80 – junto com Titãs e Paralamas do Sucesso – Renato Manfredini Júnior nasceu em 27 de março de 1960, no Rio de Janeiro.  Criado na Ilha do Governador, dos 7 aos 10 anos viveu em Nova York, acompanhando o pai, alto funcionário do Banco do Brasil. Quando voltou, passou um tempo no Rio e, aos 13 anos, foi morar em Brasília.  Após dar aulas de inglês, montou o grupo Aborto Elétrico, núcleo do Legião e de outra banda importante, o Capital Inicial.  O grupo lançou o primeiro LP em 1984, com canções que marcaram os anos 80, como “Será”, Geração Coca-Cola”, “Teorema” e “Soldados”.   

O álbum “Dois”, lançado em 1986, com clássicos como “Índios” e “Tempo Perdido”, fizeram o disco vender 1,1 milhão de cópias, o dobro do anterior.  Vieram mais seis álbuns e dois discos solo – com músicas em inglês e o outro italiano. O cantor já estava popularizado para além do rock, atingindo mais de cinco milhões de cópias. 

No acidentado percurso de sua carreira, Renato assumiu que gostava de meninos e meninas, teve um filho, lutou contra o álcool e drogas pesadas.  No embate final, a Aids tirou de cena prematuramente o líder do Legião Urbana. 


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

NOVO EXAME DE SANGUE DETECTA CÂNCER 10 ANOS ANTES DOS PRIMEIROS SINTOMAS


A Universidade de Swansea, no Reino Unido, desenvolveu um teste que pode detectar a presença de mutações que levam ao desenvolvimento do câncer, e o resultado sai em apenas poucas horas. É uma verdadeira revolução, porque permite detectar a presença da doença até dez anos antes do surgimento dos sintomas, quando o tratamento já pode não surtir tanto efeito.

O princípio do teste é bem simples: é como um detector de fumaça. Se onde há fumaça há fogo, então onde houver mutações nas células do sangue, provavelmente o câncer estará no organismo. O diagnóstico precoce pode permitir tratamentos eficazes e até cirurgias para evitar que o câncer se desenvolva.

O cientista que lidera a pesquisa, Professor Gareth Jenkins, conta: “O teste pode ser comparado a um detector de fumaça porque quando uma casa pega fogo, não é isso o que o detector percebe, mas a fumaça. [No teste], o que aparece não é a doença, mas seu subproduto [a mutação]”.


Os testes iniciais foram feitos em pacientes com câncer de estômago, mas os pesquisadores garantem que a tecnologia pode ser aplicada a qualquer tipo de câncer. Novos testes estão sendo realizados, agora com pacientes com câncer no pâncreas.

Diagnóstico precoce
O que os cientistas procuram no teste são células sanguíneas que perdem um tipo de proteína que ajuda outros tipos de proteína a se fixarem nas células. Em pessoas saudáveis, a taxa de mutação dessas células é bem baixa. Porém, em pacientes com câncer, essa taxa se multiplica em mais de dez vezes.

Com esta descoberta, seria possível até mesmo identificar pessoas que possuem células cancerígenas até 10 anos antes de um tumor se desenvolver.

O Dr. Hasan Haboubi, que também integra a equipe de pesquisa diz que foram encontrados pacientes sem câncer com taxas mais elevadas de mutação das células do sangue.

“Sabemos que, inevitavelmente, um paciente assim desenvolverá câncer em até 10 anos.”

O desafio agora é desenvolver um estudo que verifique que o exame não apresente falsos resultados positivos, ou que deixe de identificar a presença do câncer. O exame será relativamente barato – cerca de 150 reais – e permitirá salvar vidas, uma vez que descobrir a doença nos estágios iniciais é um dos maiores fatores de cura do câncer.

Os cientistas da Universidade de Swansea esperam que o novo teste esteja disponível para o público em cerca de cinco anos.

Fonte: nzherald.co.nz.


sábado, 6 de outubro de 2018

ADEMIR DA GUIA E SUA LINDA HISTÓRIA COM O PALMEIRAS




O antigo ídolo corintiano Domingos da Guia entrou em sua casa e foi avisando ao filho Ademir, de 19 anos: “Você vai jogar no Palmeiras”. O pai estava apalavrado com o técnico Renganeschi, que se encantara por Ademir ao vê-lo jogar pelo Bangu. Só faltava assinar o contrato. Ademir da Guia nasceu no Rio de Janeiro, em 03 de abril de 1942, e começou no Bangu a sua linda trajetória no futebol. Trajetória essa que o coloca no seleto grupo dos maiores de todos os tempos. Pelo time banguense foram 59 jogos e 14 gols marcados. Um detalhe até desconhecido por muitos é que o Ademir começou no Bangu como nadador. Saiu das piscinas para o gramado em 1959 e já foi campeão carioca juvenil naquele ano. 

Foi um armador de técnica refinada, inteligência na coordenação de jogadas, precisão nos passes e eficiência nas finalizações. É considerado um dos maiores ídolos da história do Palmeiras – senão o maior entre os torcedores mais longevos, além de ter sido um dos grandes armadores que já surgiu no futebol brasileiro. Também conhecido como “O Divino”, pela excelência de seu futebol, Ademir descende de uma longa linhagem de craques. Seu pai, citado acima, é considerado por várias gerações como o melhor zagueiro do país e um dos melhores do mundo de todos os tempos, e o herdeiro fez jus à frase que “filho de peixe, peixinho é”, e como o pai, também marcou época. Ainda teve três tios, irmãos de seu pai, que também jogaram e se destacaram. 

Pelo Verdão atuou em 901 jogos e marcou 153 gols. Gols esses comemorados na maior discrição, chegando a tal ponto de ser confundido como um jogador sem vibração e com falta de garra. Mas tudo isso era resumido apenas na sua humildade e no seu jeito simples de jogar futebol. Durante os quinze anos que defendeu o Palmeiras, Ademir da Guia colecionou os seguintes títulos: cinco vezes campeão paulista (1963/66/72/74/76), bicampeão brasileiro (1972/73), dois Torneios Roberto Gomes Pedrosa (1967/69), uma Taça Brasil (1967) e um Torneio Rio-São Paulo (1965). 

Embora considerado um dos grandes craques brasileiros, sua única participação em Copas do Mundo foram os 45 minutos iniciais da partida contra a Polônia, na disputa do terceiro lugar no Mundial de 1974. Ao longo da competição foi mantido teimosamente na reserva por Zagallo. A sua elegância e desenvoltura dentro de campo, praticando um futebol sem firula, contrastava com toda sua timidez fora das quatro linhas. Essa timidez foi um ponto crucial que o impediu de reivindicar maiores oportunidades no escrete. Pela Seleção foram 11 jogos, sendo 9 oficiais. Fez 6 jogos em 1965 e só retornou em 1974. 

Só os números já bastariam para ilustrar sua importância no período que defendeu com muita dedicação e amor as cores do Palmeiras. Já não se faz mais ídolos como antigamente!