segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

DOMINGOS DA GUIA: O DIVINO MESTRE



Domingos Antônio da Guia nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de novembro de 1912. Zagueiro de estilo clássico, técnica refinada, excelente marcador, perfeita noção de colocação, raramente dava chutões, preferindo sair driblando os adversários dentro da área. Aos 20 anos, já era chamado de “El Divino Mestre”, apelido que os uruguaios lhe deram quando defendeu o Nacional de Montevidéu. Com essa idade já atuava no exterior, uma raridade naqueles tempos. 

Não seria exagero dizer que Domingos da Guia foi o zagueiro mais reverenciado do futebol brasileiro no século 20. Domingos é o símbolo de uma época em que o futebol arte começou a ser forjado. Tentar driblá-lo era tarefa quase impossível, pois tinha capacidade de antever as jogadas.  

Sinônimo de futebol espetacular, o nome do zagueiro acabou entrando para o dicionário do futebol como "domingada", jogada arriscada na qual o beque sai driblando pela área. Mas, com o tempo, a "domingada" ganhou uma conotação pejorativa.  

É uma unanimidade e considerado um dos melhores zagueiros de todos os tempos do futebol mundial. Era pai do também craque Ademir da Guia, que brilhou no Palmeiras. Conseguiu a façanha de ser respeitado em três países diferentes da América do Sul – além do Brasil, Uruguai e Argentina. Sua ligação com o Bangu é tão grande que seu nome é citado no hino do clube, para o qual retornou e encerrou a carreira em 1950.

Nos oito anos que vestiu a camisa rubro-negra, pelo qual se consagrou definitivamente, o saldo foi amplamente favorável. Domingos foi um jogador fundamental nas três conquistas do carioca. Quando tinha 32 anos, apesar da forte resistência da torcida, foi vendido para o Corinthians. No Parque São Jorge ele também brilhou, mesmo não conquistando nenhum título paulista.

Atuou no Bangu, Nacional (campeão uruguaio em 1933), Vasco (campeão carioca em 1934), Boca Juniors (campeão argentino em 1935), Flamengo (campeão carioca em 1939/42/43) e Corinthians. Participou da Copa do Mundo de 1938.  

A causa de sua morte, ocorrida em 18 de maio de 2000, aos 87 anos, no Rio de Janeiro, foi um derrame cerebral.

Números da carreira:
Bangu – 133 jogos e 3 gols
Vasco – 64 jogos
Nacional/Uruguai – 33 jogos
Boca Juniors/Argentina – 56 jogos
Flamengo – 227 jogos
Corinthians – 116 jogos
Seleção Brasileira – 30 jogos, sendo 25 oficiais 

3 comentários:

  1. Parça Tadeu, tenho 6.8 e faço 6.9 em janeiro de 2021 e ñ tive o PRIVILÉGIO de ver o DIVINO MESTRE jogar. + meu "velho" e SAUDOSO Pai me dizia q o DIVINO MESTRE desarmava e driblava os atacantes c/uma facilidade INCRÍVEL e qdo era driblado NÃO era DESLEAL. Esse SIM, jogava de TERNO, dizia meu "velho" e SAUDOSO Pai!!!🤔🤔🤔

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  2. Não o vi jogar. Quando tinha 10 anos, vi Mauro Ramos de Oliveira chegar ao São Paulo e brilhar desde seus 18 anos. Uma observação recorrente sobre seu estilo era de que fazia lembrar Domingos. Marcador implacável e senso perfeito de posicionamento em campo, não cometia faltas, o que irritava muitos torcedores, que o queriam mais agressivo. Para quê? Ele não precisava disso.

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  3. No final dos anos 70 ou início dos 80 fui fiscalizado por ele na minha loja na Tijuca, foi um auditor fiscal (ICM), sempre muito educado e orientava o comerciante.

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