JORGE VIEIRA: O JOVEM COMANDANTE DO ÚLTIMO TÍTULO CARIOCA DO AMÉRICA

Jorge Silva Vieira nasceu no Rio de Janeiro, em 18 de julho de 1934. Como jogador – era lateral – começou no Madureira, com uma rápida passagem pelo Vasco e retornou ao próprio Madureira para dar por encerrada sua carreira e iniciar a de técnico, após receber um convite para assumir o time, apesar de sua pouca idade.

Formado em Educação Física, saiu do Madureira e teve uma breve experiência como técnico do Fluminense, em 1958, comandando o time em 8 jogos. Logo depois foi para o América, ganhando de cara o título carioca de 1960, o último conquistado pelo Mecão, com Jorge Vieira ainda muito novo, aos 26 anos, e por coincidência, em cima do Tricolor carioca. Da mesma forma, conduziu o Galícia a seu último título de campeão baiano, em 1968. No Botafogo-SP foi campeão da Taça Cidade de São Paulo – equivalente ao 1º turno do Campeonato Paulista de 1977 – tendo sob seu comando o craque Sócrates.  Comandando o Palmeiras foi vice-campeão brasileiro em 1978. Teve boas passagens no Corinthians, clube que dirigiu em três oportunidades. Em 1979, o alvinegro conquistou o título paulista sob seu comando. Quatro anos mais tarde, em 1983, Jorge Vieira esteve à frente do time da “Democracia Corintiana” no bicampeonato paulista.

 

Amaro, Antoninho, Nilo, Jorge Vieira, Jorge e Calazans, em 2006. 

Treinou diversos times, entre os quais: Coritiba, Botafogo, Vasco, Bangu, Portuguesa de Desportos, América-MG, Fluminense, América e Puebla (ambos do México), Belenenses e Vitória de Guimarães (ambos de Portugal) e também trabalhou por muitos anos no mundo árabe. Em 1985, tornou-se amigo do ditador Saddam Hussein ao dirigir e classificar o Iraque para a Copa do Mundo de 1986, mas não participou do mundial.

Em uma entrevista concedida ao jornalista Milton Neves, Jorge Vieira disse que o Saddam era um homem muito desconfiado. Na hora das refeições, por exemplo, pedia que seus cozinheiros comessem antes dele. Era uma maneira de saber se a comida não estava envenenada. O técnico disse, ainda, que Saddam falou que o Brasil deveria ter anexado o Uruguai do mesmo jeito que ele iria invadir o Kuwait, o que acabou por realmente fazer em 1990.

Morreu aos 78 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um infarto, em 24 de julho de 2012. Jorge Vieira deixou um legado de simplicidade e muita gentileza no trato com a imprensa. De diálogo fácil, era graduado em Direito, recebeu o apelido de “Jorge Palavra”.