Segundo o jornalista Nelson Rodrigues, fanático torcedor do Fluminense, “o Fla-Flu
começou quarenta minutos antes do nada”. Daí pode-se ter a ideia de quantas histórias
incríveis envolvem o que, para muitos, é o mais famoso clássico do futebol
brasileiro. Em 23 de novembro de 1941,
Flamengo e Fluminense fizerem uma das partidas mais épicas de todos os tempos e
que passou a ser conhecida como o “Fla-Flu da Lagoa”.
O jogo,
realizado no estádio da Gávea, campo do rubro-negro, decidia o título do
Campeonato Carioca daquele ano. O tricolor do técnico Ondino Vieira precisava
apenas de um empate para conquistar O título e ampliou sua vantagem ao abrir 2 a 0 no placar com gols de Pedro
Amorim e Russo. O Flamengo, no entanto,
comandado por Flávio Costa e tinha um timaço que contava com nomes do gabarito
de Domingos da Guia e Zizinho, foi em busca da virada e, com dois gols de
Silvio Pirillo, chegou ao empate aos 39 minutos do 23º tempo. O desespero da defesa tricolor pela iminência
de sofrer mais um gol fez com seus jogadores começassem a usar de um expediente
inusitado, chutar a bola para fora do estádio, e havia um motivo todo especial
para isso.
Naquela
época, a Lagoa Rodrigo de Freitas ainda não tinha sido parcialmente aterrada e
o campo da Gávea ficava muito próximo dela. Por conta disso, as
bolas chutadas pelos tricolores iam direto para a Lagoa, o que rendia minutos
preciosos. Segundo um dos mais renomados jornalistas da época, o rubro-negro
Mário Filho, irmão do tricolor Nelson Rodrigues, “noutro campo a história desse
Fla-Flu seria diferente. Bola fora volta logo, na Lagoa demorava. E o Flamengo
jogou na água guarnições inteiras de remo para apanhar a bola na Lagoa.
Apanhava a bola, mandavam-na de novo para o campo e ficavam n’água, à espera de
outra bola que havia de vir”.
Apesar
disso, não deu para o Flamengo. Após o apito final, o empate em 2 a 2 acabou
valendo ao Fluminense o bicampeonato.
Fonte: Revista Placar
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