Por sua
visão de jogo, habilidade e inteligência dentro de campo, Sócrates pode figurar
tranquilamente no concorrido time dos melhores meio-campistas que o Brasil já
teve. Assim como a marca de Leônidas da Silva era a bicicleta, a de Sócrates
era o toque de calcanhar. Foram muitos desde o início da carreira, no Botafogo
de Ribeirão Preto (SP), em 1973. Até os 24 anos o talento de Sócrates esteve
restrito ao time do interior paulista, algo impensável atualmente. Sócrates
brilhou em uma época em que talento era mais importante que preparação física.
Pode-se dizer que ele foi um “jogador de futebol”, e não um “atleta”.
Suas
qualidades logo foram percebidas por um time grande da capital, sendo
contratado pelo Corinthians em 1978. Já
no ano seguinte foi campeão paulista e passou a jogar também pela seleção. Polêmico, nunca escondeu que gostava de tomar
umas cervejas. Foi com essa filosofia de mais liberdade dos jogadores, dentro e
fora de campo, que se tornou um dos líderes da chamada “Democracia
Corinthiana”.
O clube foi bicampeão paulista em 1982/83 e Sócrates foi jogar a
Copa da Espanha, em 1982. Um dos principais jogadores de uma geração de
talentos que não conseguiu ser campeão do mundo, nem em sua segunda tentativa,
no México em 1986, quando já não era mais o mesmo.
Contratado
pelo futebol italiano – para jogar na Fiorentina –, não se deu muito bem por lá
e jogou só uma temporada (1984/85), voltando antes do término do contrato. Retornou
ao Brasil e jogou ainda pelo Flamengo, Santos e Botafogo – onde iniciou a
carreira – para encerrar definitivamente o seu ciclo de jogador,
realizando sete partidas e marcando um gol, em 1989. Seu físico, que nunca foi
exatamente o de um atleta, já não respondia aos comandos de seu cérebro genial
com a mesma eficiência. Em 1986, atuou em uma única partida na conquista do título
carioca pelo Flamengo.
Após
abandonar o futebol, e com um diploma de médico de antes do início da carreira,
ele voltou ao seu consultório como o Dr. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza
Vieira de Oliveira. Sobre o diploma de médico, ele não o ajudou a encontrar uma receita para ser campeão do mundo. No entanto, o "Doutor" encantou plateias com seu domínio de bola, chutes, passes, lançamentos perfeitos e o calcanhar, sua marca registrada.
Os
problemas de saúde foram se complicando e o alcoolismo, admitido por ele, foi
minando aos poucos com sua vida até levá-lo à morte, devido a uma hemorragia
digestiva, em 4 de dezembro de 2011, na capital paulista. O seu corpo foi
enterrado na cidade de Ribeirão Preto. Nascido em Belém (PA), em 19 de fevereiro de 1954, o “Doutor” morreu novo, aos 57 anos. Casou-se quatro vezes e teve seis filhos.
Números
da carreira:
Botafogo
(SP) – 269 jogos e 101 gols
Corinthians
– 297 jogos e 172 gols
Fiorentina/Itália
– 33 jogos e 9 gols
Flamengo –
20 jogos e 5 gols
Santos –
23 jogos e 7 gols
Seleção
Brasileira – 63 jogos e 24 gols, sendo 60 oficiais com 21 gols
A marmita acabou com ele
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