A presença
de dois times italianos no Brasil, no caso o Pro Vercelli e o Torino, impulsionaram
quatro jovens italianos a criar um time
para a colônia italiana, eram eles: Luigi Cervo, Luigi Marzo, Vincenzo Ragognetti
e Ezequiel Simone, funcionários das Indústrias Matarazzo (que contaram com o
apoio da fábrica para fundar o clube).
A
carta publicada no Fanfulla – jornal da colônia italiana em São Paulo – por Vicente
Ragognetti, no dia 13 de agosto, foi o pontapé inicial para a criação da nova
agremiação esportiva. Nela, Ragognetti conclamava os italianos da cidade a se
unirem num clube, exatamente como já haviam feito os alemães, ingleses e
portugueses. No dia 19, o Fanfulla esgotou sua edição ao noticiar uma reunião
marcada para as 20 horas, no salão Alhambra, quando seria debatida a criação de
uma sociedade denominada Palestra Itália.
O
clube Sociedade Esportiva Palmeiras foi fundado em 26 de agosto de 1914, sob o
nome Palestra Italia (em italiano a palavra Itália não é acentuada). A ata de fundação foi redigida
em italiano. O primeiro jogo só ocorreu em 1915, mais precisamente no dia 24 de
janeiro, quando o Palestra venceu o Savóia por 2 a 0, clube da colônia italiana
de Votorantim, cidade que, na época, pertencia a Sorocaba.
O Palestra Itália foi forçado a mudar de
nome por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Após manter uma posição de
neutralidade ao longo dos três primeiros anos do conflito, em 28 de janeiro de
1942 o Brasil rompeu relações diplomáticas com os Países do "Eixo"
(Alemanha, Itália e Japão), sinalizando a posição que formalizaria em 31 de
agosto do mesmo ano, quando declarou guerra a estes Países. A situação
agravou-se com o decreto-lei de 17 de junho de 1942, exigindo que as
agremiações esportivas que tivessem nomes estrangeiros mudassem suas
denominações, e finalmente em 31 de agosto o governo brasileiro declarou
formalmente o estado de Guerra contra os Países do “Eixo”. Entre os dias 28 e
março e 13 de setembro de 1942, o time entrou em campo com o nome Palestra de
São Paulo.
Na noite do dia 14 de setembro de 1942, a diretoria do Palestra reuniu-se em sessão extraordinária para discutir a exigência dos militares de mudança total do nome. Após horas de discussão e resistência, e da sugestão de nomes como Piratininga e Paulista, decidiu-se finalmente por Sociedade Esportiva Palmeiras, em parte pela preservação da letra “P” nos escudos e símbolos do clube, e em parte em homenagem à Associação Atlética das Palmeiras, clube então extinto, mas que sempre manteve excelente relacionamento com o Palestra Itália, tendo fornecido apoio decisivo em diversas ocasiões de litígio com dirigentes do futebol paulista.
A cor vermelha foi retirada, mantendo-se
apenas o verde e branco, e no escudo foi removida a letra “I”, mantendo-se
apenas a letra “P” sobre o fundo verde. Atendidas as exigências das
autoridades, o Palmeiras entrou em campo no domingo seguinte para decidir o
título do campeonato contra a equipe do São Paulo, trazendo duas novidades
marcantes.
No dia 20 de setembro de 1942, com nome
novo, o ex-Palestra venceu o Tricolor por 3 a 1 e conquistou o título paulista.
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