sexta-feira, 24 de agosto de 2018

O TRÁGICO FIM DE GETÚLIO VARGAS


Uma das mais complexas figuras políticas da América Latina, Getúlio Vargas conseguiu ser detestado pela direita, pelo centro e pela esquerda e ser amado por grande parte do povo brasileiro que o apelidou de “o pai dos pobres”.

Levado ao poder por uma revolução que pretendia acabar com os arranjos políticos oligárquicos da República Velha, Getúlio, juntamente com os tenentes e os liberais de 1930, não conseguiu implantar a república idealizada, mas, de alguma forma, fez o País avançar social e politicamente, embora com muitos traumas e rupturas. Já no segundo ano de governo, os liberais de São Paulo se aliaram aos conservadores para exigir uma Constituição e eleições.  Foram vencidos, mas a Constituição foi votada em 1934 e Vargas confirmado presidente pelo Congresso.  

Em 1935, os comunistas tentaram tomar o poder com um golpe. Vargas o massacrou. Em 1937 fez-se ditador, proclamando o Estado Novo. Nesse período, que vai até 1945, dissolveu o Congresso, proibiu os partidos políticos, estabeleceu a censura à imprensa, promulgou leis trabalhistas significativas e importantes para a época, sufocou uma tentativa de golpe integralista (nazifascista) banindo seus líderes e também os liberais que se opunham ao governo. Rompeu com os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), e iniciou com os Estados Unidos entendimentos para instalar uma grande indústria siderúrgica no país e equiparar as Forças Armadas, em troca da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. A ditadura caiu com o fim da guerra fria.

No dia 29 de outubro de 1945, Getúlio Vargas renunciou ante a iminência de ser deposto por um golpe militar, sendo conduzido ao exílio na sua cidade natal, São Borja (RS). Em dezembro do mesmo ano, foram realizadas eleições livres para o parlamento e presidência, nas quais Getúlio seria eleito senador pela maior votação da época. Era o fim da “Era Vargas”, mas não o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular.

No seu governo de 1951 a 1954, lançou as bases para a industrialização que seria realizada pelo governo JK. Criou em 1952 o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, para financiar o programa de industrialização. Elevou o salário mínimo de Cr$ 380 para Cr$ 1.200 (mais de 300%). Criou a Petrobrás em 1953, reequipou as ferrovias, construiu 600 quilômetros de rodovias por ano, aumentou em 67% a produção de energia e limitou a remessa de lucro das empresas estrangeiras.



Sua atuação nacionalista e populista o levou à queda em 1954. A crise surgiu quando homens de sua guarda pessoal contrataram pistoleiros para eliminar o jornalista de oposição, Carlos Lacerda, e estes mataram por engano um major da Aeronáutica. Diante do ultimato de renúncia feito pelas Forças Armadas, Getúlio Vargas suicidou-se com dois tiros no peito na madrugada de 24 de agosto.  

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