Como iniciou a paixão pelo rádio?
- Sou ouvinte assíduo da Rádio Globo e sempre quis ter
essa oportunidade. Comecei operando para alguns locutores até que meu amigo
Nivaldo Cabral fez o convite e eu topei. Depois, tive a grata satisfação, como
visitante, ter sido escolhido para visitar os estúdios da Rádio Globo, do Rio.
Acabei conhecendo o Edmo Zarife que, ao me abraçar, disse: faça da boa
comunicação um hobby.
O imediatismo das redes sociais é um ponto positivo ou negativo
para o meio radiofônico?
- Isso é muito relativo. Quando a rede ensina e educa
acaba sendo parceira do rádio, mas o rádio tem seu glamour e é o veículo de
maior credibilidade no país no ramo da comunicação. O que nos deixa preocupado
são as TVs que vendem as desgraças alheias – conhecidas como a imprensa marrom
– e que para conquistar o ibope apelam a qualquer custo para prender a atenção
do telespectador.
Qual é a grande dificuldade de se fazer rádio atualmente?
- Não digo dificuldade, vejo financeiramente, porque as
que já possuem um trabalho de longa data sobreviverão. Investir no rádio é
retorno certo e muitas vezes os sindicatos dos radialistas, na acepção da
palavra, são pelegos, não olham pelo lado dos seus sindicalizados. O
comunicador também tem que ter o seu lado amador, gostar do que faz e,
principalmente, compromisso com o que fala. O ouvinte é inteligente e percebe
que a fala do locutor reflete se ele tem vocação ou é mais uma fonte de renda.
De acordo com sua experiência, o ouvinte gosta de programas com
mais informação ou musical?
- Espero que a migração de AM para FM possa ter na
grade programas no estilo entrevistas, informativo, pois o rádio é um formador
de opinião. Hoje em dia música se ouve no celular e a FM tem essa característica
de ser mais musical. Particularmente não abro mão de falar e debater assuntos
importantes.
Você também já trabalhou na área de saúde. Conte-nos um pouco de
sua experiência?
- Comecei aos 14 anos, não havia o ECA, e com 15 já
assumindo posto de enfermagem. Tive a honra de ter feito um curso intensivo de socorro
às vítimas com os ANJOS DO ASFALTO, no quartel da Praça da Bandeira. Experiências
com pacientes com fraturas raquimedular e outros pacientes graves em UTI. Já
trabalhei em várias unidades de saúde, não somente aqui em Miracema, como
também em Pádua e no Rio. Pronto socorro, PU de Miracema, Posto de Saúde e
vários trabalhos na perícia criminal e IML. Minha vocação é tentar amenizar a
dor e fazer uma saúde humanizada.
Sei que desenvolve um trabalho social e gostaria que fizesse um breve
comentário sobre o mesmo.
- Fazer o social é legal e eu não abro mão disso. Sou Vicentino
e líder comunitário. Acho que começa
pela política da boa vizinhança e se espalha pelas pessoas menos favorecidas.
Fazer o bem faz bem...
Luiz Fernando Linhares era o cara?
- Sim. Um homem à frente do seu tempo,
revolucionário, um construtor, deixou sua marca de homem público. Tive a honra
de conhecê-lo e se vivo fosse teríamos um time na primeira divisão do futebol
carioca. Amava e lutava por esta terra. Um estadista de fato!
Como conhecedor da história dos “Irmãos Moreira”, eles são
merecedores de uma homenagem mais concreta em nossa cidade? Sendo um
radialista, você pode nos ajudar nessa empreitada?
- Com toda certeza. A história deles está aliada à
história do futebol mundial. Sou amigo da família Moreira e através de um primo
aprofundei no conhecimento sobre eles. Na minha visão teria de ter em Miracema uma
praça ou um museu do futebol para homenageá-los. É com tristeza que a
especulação imobiliária poderá derrubar a história com a venda do campo que
leva o nome deles.
A experiência de se candidatar ao cargo de vereador alterou de
alguma forma o seu modo de avaliar certos fatos?
- Sim. Numa sociedade capitalista, que dita regras,
temos visto ai a lava jato, escândalos políticos e etc..., enquanto não houver
uma reeducação e um novo modo de se fazer política no Brasil, que é a arte de
fazer pela maioria e pelo bem estar público, continuará a velha política do
toma lá dá cá. Não muda nada naquilo que penso, porque a educação é o pilar de
tudo, e pra finalizar acho que a austeridade de uma justiça mais rápida no que
diz respeito a quem não respeita o voto do cidadão.
Um ídolo no rádio?
- O saudoso Edmo Zarife.
Uma personalidade histórica?
- Papa João Paulo II. O homem
do sorriso carismático, hoje, um Santo.
Um cantor e uma cantora?
- Roberto Carlos e Elis
Regina.
Uma música inesquecível?
- New York.
Qual é a mais pedida em seu programa?
- Entre tantas, Vento no Litoral.
Como bom rubro-negro, o seu ídolo maior é o Zico. Para sair do
trivial, depois do Zico...?
- Leandro Peixe Frito.
O que um dia te encantou e hoje não encanta mais?
- Tínhamos mais paz e hoje a violência está
escancarada, e as pessoas sorrindo pouco, porque deixamos de pensar no plural
pra pensar no singular. Meu encanto ainda é o ser humano.
Uma coisa que você não abre mão?
- De ser honesto e da fidelidade daquilo que penso. Não
fazendo mal para alguém já é um bom começo.
Quem mandaria pra Lua somente com passagem de ida?
- Aquelas pessoas de mau-caráter,
avarentos, invejosos e soberbos.
O que pra você é definitivamente ridículo?
- Falar mal dos outros e não ter postura
e nem ética.
O que você gostaria que as pessoas entendessem?
- Que a vida é passageira e que a gente pode sempre
fazer o melhor e ser melhor a cada dia.
Miracema tem jeito?
- Sim. Basta
ter pessoas comprometidas em fazer o bem a esta terra linda de Dona Ermelinda, de
um povo trabalhador e de fé, que acredita em dias melhores sempre.
Faça suas considerações finais.
- Foi uma honra ter participado do quadro
de entrevistas do seu blog, poder contar um pouco da minha vida. Deixo uma
mensagem às crianças e aos jovens para que acreditem que Deus é constante em
nossas vidas. O meu dia a dia é também em busca de coisas melhores para eles. O
que move o cidadão Carlos é a sua vontade de fazer o bem no rádio, na saúde, no
social ou em qualquer outro lugar, e estarei sempre com um sorriso em prol das
pessoas e de minha cidade.
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