quinta-feira, 29 de agosto de 2024

SANDRO MOREYRA E SUAS PAIXÕES: A CRÔNICA ESPORTIVA E O BOTAFOGO



Sandro Moreyra nasceu no Rio de Janeiro em 28 de janeiro de 1918. Filho do poeta e jornalista Álvaro Moreyra e de Eugênia Moreyra, uma das primeiras feministas brasileiras, Sandro foi um dos maiores jornalista e cronista esportivo brasileiro, uma figura muito querida entre seus companheiros de classe. Há que se ressaltar sua paixão pelo Botafogo.  


Começou em 1946, no jornal Tribuna Popular. Depois, passou pelo Diário da Noite, até chegar ao Jornal do Brasil, em 1958. Em 1981, começou a escrever uma coluna no jornal e também na revista Placar com histórias curiosas sobre personagens do futebol brasileiro. A coluna durou cinco anos, até sua morte, e o sucesso deu origem a seu único livro publicado, “Histórias de Sandro Moreyra”. 


Seus personagens preferidos nessas histórias eram Garrincha e o goleiro Manga. De Garrincha, especialmente, conhecia muitas histórias por ter feito a cobertura do Botafogo para o Jornal do Brasil. Quando o Botafogo contratou o ponta-direita, Sandro, ainda no Diário da Noite, grafou o nome dele como “Gualixo” na notícia. Ele achava o nome “Garrincha” feminino e usou o nome de cavalo famoso à época no turfe.


Sandro foi um crítico contundente das más administrações do Botafogo a partir dos anos 70. Algumas de suas frases em uma entrevista à revista Placar: “O único orgulho agora, é dizer que o Brasil só foi campeão do mundo quando teve botafoguense”; “Sendo o futebol de hoje 70% de força, não há mais lugar para a arte do velho Botafogo”.


Vítima de hemorragia digestiva faleceu na capital carioca em 29 de agosto de 1987, aos 69 anos. Sandro era pai da jornalista Sandra Moreya, da Rede Globo, que faleceu em 10 de novembro de 2015, aos 61 anos, após travar uma luta contra o câncer. Teve mais uma filha (Eugênia) oriunda de um dos três relacionamentos.  


Em agosto de 2017, o jornalista e professor Paulo Cezar Guimarães lançou pela Editora Gryphus o livro “Sandro Moreyra, um autor à procura de um personagem”. Assim o autor definiu Sandro: “A geração dele era de uma época romântica em que se exercia o jornalismo com paixão e prazer”.

ALCIR PORTELA: UMA VIDA DEDICADA AO VASCO

 


Alcir Pinto Portela Prates nasceu no Rio de Janeiro em 09 de maio de 1944. A história desse volante técnico que jogava sério, duro na marcação, sem ser violento, se confunde com a do Vasco, onde atuou em 511 jogos e marcou 36 gols, entre os anos de 1964 e 1975, tendo sido o capitão do time campeão brasileiro de 1974. Foi campeão também do Torneio Rio-São Paulo de 1966 e do carioca de 1970. Foram onze anos de serviços prestados, como jogador, ao time da Colina.  


Em 1974, ganhou o prêmio Belfort Duarte, que premiava o jogador que passasse dez anos sem sofrer uma expulsão, tendo jogado pelo menos 200 partidas.  


Alcir iniciou a carreira nas categorias de base do Vasco. Jogou por empréstimo no Bonsucesso ( ainda nos anos 60), e encerrou a carreira no Mato Grosso, antes da divisão do estado, vestindo a camisa do Operário, em 1976.


Ao encerrar sua trajetória dentro de campo, permaneceu no Vasco por mais de 20 anos atuando como treinador, auxiliar técnico e supervisor. Sua identificação com o clube é algo ser destacado.

Após muitos anos de serviços prestados, teve uma grande decepção ao ser demitido pelo presidente Eurico Miranda.


Além do futebol, o carnaval era sua outra paixão. Não deixava de desfilar pela Imperatriz Leopoldinense, onde fazia parte da direção de harmonia.


Depois de lutar durante oito anos contra um câncer de próstata, Alcir faleceu por falência múltipla de órgãos, aos 64 anos, em 29 de agosto de 2008, na capital carioca.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

ALCINDO: O "BUGRE XUCRO"


 

Alcindo Martha de Freitas nasceu em Sapucaia do Sul-RS, em 31 de março de 1945. Foi um atacante raçudo e oportunista. Para ele não existia bola perdida e sabia como poucos proteger a bola na frente dos zagueiros. Tinha grande inteligência e presença na área. Marcou época defendendo o Grêmio. É uma das glórias da história do clube e maior artilheiro com 230 gols em 378 jogos. Tarciso vem em segundo com 223 gols em 723 jogos.


Revelado nos juvenis do Internacional, Alcindo acabou se consagrando no rival. Antes de chegar ao Grêmio atuou pelo Rio Grande, em 1963. O “Bugre Xucro” (como era chamado pelo narrador Geraldo José de Almeida) estreou com a camisa do Grêmio em 1964 e foi pentacampeão gaúcho em 1964/65/66/67/68. Jogou posteriormente no Santos (campeão paulista em 1973), Jalisco/México, América (campeão mexicano em 1976), retornou ao Grêmio para uma breve passagem em 1977, conquistando mais um título estadual, encerrando a carreira no interior paulista, em 1978, pela Francana.



Participou da Copa do Mundo de 1966 e defendeu o Brasil em 7 jogos, marcando 1 gol, todos oficiais.


Morreu aos 71 anos, na capital gaúcha, em 27 de agosto de 2016, por complicações da diabetes.

 

domingo, 25 de agosto de 2024

GILMAR DOS SANTOS NEVES: UMA UNANIMIDADE ENTRE OS BRASILEIROS



Gilmar dos Santos Neves nasceu em Santos-SP, em 22 de agosto de 1930. Goleiro de estilo sóbrio, ótima colocação sob as traves, reflexos rápidos, segurança e inabalável tranqüilidade, mesmo depois de cometer erros. Com essas qualidades tornou-se um dos grandes goleiros do Brasil e do mundo. É considerado por muitos o maior goleiro do Brasil de todos os tempos. Em meio a brigas com o presidente do Corinthians, deixou o clube e seguiu sua trajetória vitoriosa no Santos, onde permaneceu até 1969.


Começou no Jabaquara (SP) e marcou seu nome vestindo as camisas do Corinthians – 395 jogos e 527 gols sofridos (campeão paulista em 1951/52 e 1954, bicampeão do Rio-São Paulo em 1953/54), e do Santos – 330 jogos (campeão paulista em 1962, 1964/65, 1967/68, bicampeão da Libertadores e do Mundial em 1962/63, tetracampeão da Taça Brasil em 1962/63/64/65, campeão do Rio-São Paulo em 1963/64 e 1966, e do Roberto G. Pedrosa em 1968).


Participou das Copas do Mundo de 1958/62 e 1966, sendo bicampeão em 1958/62. Defendeu o Brasil em 104 jogos com 104 gols sofridos, sendo 94 oficiais com 98 gols.


Gilmar faleceu na capital paulista dois dias depois de sofrer um AVC e um infarto, em 25 de agosto de 2013, três dias após completar 83 anos.