Poucas
tragédias foram tão anunciadas quanto a Segunda Guerra Mundial.
Adolf
Hitler não escondeu de ninguém suas extravagantes ideias sobre a superioridade
da raça ariana, as intenções sanguinárias em relação a judeus, eslavos e
minorias étnicas, além de um profundo sentimento de revanchismo, principalmente
contra a França, pela derrota alemã na Primeira Grande Guerra.
Para divulgá-las, numa época em que ideologias
e regimes políticos seguiam o rumo do radicalismo, publicou suas ideias em
livros. "Mein kampf" (Minha luta) foi lançado em 18 de julho de 1925.
O autor escreveu na prisão pela frustrada tentativa de golpe de estado em
Munique, em 1923, no episódio conhecido como "Putsch da cervejaria".
As sementes do "Reich de mil anos" estavam lançadas. Muita gente que
não levou a sério o ex-cabo austríaco acabaria se arrependendo 14 anos depois.
A pena de Hitler que tinha sido reduzida de cinco anos para nove meses (lembra
muito as penas impostas aqui no Brasil), havia sido cumprida na confortável
prisão de Landsberg.
A obra que teria o título nada sugestivo de
"Quatro anos de luta contra mentiras, estupidez e covardia" – olha
quem falava em covardia – foi mudada por sugestão de Max Amann, o encarregado
das publicações do Partido Nazista. A partir de 1933, quando Hitler tornou-se
primeiro-ministro, o livro teria tiragens anuais de milhões de exemplares.
Em fevereiro do corrente ano, um promotor de
Justiça do Ministério Público do Rio, entrou com uma ação penal cautelar contra
a comercialização desse livro escrito pelo líder nazista. De acordo com a ação,
o livro prega o racismo e incentiva o extermínio de pessoas que fazem parte das
minorias, como judeus, ciganos, negros e homossexuais.
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